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Setor de Inteligência da PRF notifica Wikipédia para apagar página que chama chefe da corporação de 'bolsonarista'

Documento também cobra identificação dos responsáveis pelas informações divulgadas que mencionam Silvinei Vasques, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, que no segundo turno das eleições pediu voto para o presidente em suas redes

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Atualização:

O diretor da PRF Silvinei Vasques virou réu por improbidade após pedir voto para Bolsonaro. Foto: Carolina Antunes/PR

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) enviou um ofício ao Wikipédia pedindo a exclusão da página sobre o diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, e a identificação dos usuários que editaram as informações.

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O Wikipédia funciona como uma enciclopédia digital colaborativa: qualquer pessoa cadastrada pode atualizar o conteúdo do site desde que aponte a fonte das informações.

O diretor-geral da PRF é descrito na página como "bolsonarista". Como mostrou o Estadão, Vasques chegou a pedir votos para o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais na véspera do segundo turno.

O perfil também cita os processos disciplinares abertos contra Silvinei Vasques, um deles por agredir um frentista em Goiás, que foram colocados sob sigilo por 100 anos.

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A página destaca ainda casos emblemáticos de violência policial na gestão do atual diretor, como a Chacina da Vila Cruzeiro, comunidade do Rio onde 23 pessoas foram mortas a tiros durante uma operação policial da qual a PRF participou em maio, e o assassinato de Genivaldo de Jesus, asfixiado em um camburão da corporação.

 Foto: Estadão

O texto também menciona o trabalho da PRF nas eleições e sobre os bloqueios de estradas federais por manifestantes inconformados com a derrota de Bolsonaro. A corporação abordou eleitores no dia do segundo turno, mesmo após a Justiça Eleitoral proibir operações relacionadas ao transporte de eleitores, o que levou o Ministério Público Federal (MPF) a abrir um inquérito para apurar a conduta de Vasques. A investigação também vai analisar se houve demora deliberada para desmobilizar os protestos bolsonaristas nas rodovias.

O ofício enviado ao Wikipédia partiu da Diretoria de Inteligência da PRF. O documento afirma que houve "exposição indevida" da corporação e do seu "dirigente máximo".

"Saliente-se que o conteúdo tem o viés nitidamente político e a inserção de informações pejorativas sobre o dirigente da Instituição ultrapassa os limites do exercício regular do direito de informar. Evidentemente, o direito à informação não exclui garantias individuais, pois encontra nelas os seus limites, devendo-se atentar ao dever de resguardar direitos, vez que os dados divulgados manipulam a opinião pública", diz um trecho do documento assinado pelo diretor de Inteligência da PRF Luís Carlos Resichak Júnior.

O pedido é para tirar a página do ar e identificar os responsáveis pela edição para "avaliação de eventuais medidas a serem adotadas".

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