Mostrar código-fonte de Amazônia

{{Ver desambig|não_confundir=[[Amazonas]], unidade federativa do Brasil|outros significados|Amazônia (desambiguação)}}
{{Info/Ecorregião
|nome                  = Amazônia
|Imagem                = Amazon CIAT (5).jpg
|Imagem legenda        = [[Fotografia aérea]] de uma pequena parte da Amazônia brasileira próxima a [[Manaus]], [[Amazonas]].
|Bioma                 = [[Floresta tropical]]
|Área                  = 5&nbsp;500&nbsp;000 km²
|alt_max               = 2 993 metros ([[Pico da Neblina]])
|Países                = {{Collapsible list |title=Nove|{{BRA}}|{{BOL}}|{{COL}}|{{EQU}}|{{FRA}} ([[Guiana Francesa]]) |{{GUY}}|{{PER}}|{{SUR}}|{{VEN}}}}
|Parte de              = [[América do Sul]]
|Rio                   = [[Rio Amazonas|Amazonas]]
|Mapa                  = Amazon rainforest (orthographic projection).svg
|Mapa legenda          = Mapa da [[ecorregião]] amazônica definida pelo [[World Wide Fund for Nature|WWF]].
}}
A {{PBPE2|'''Amazônia'''|'''Amazónia'''}}, também chamada de '''Floresta/Selva Amazônica''', '''Floresta Equatorial da Amazônia''', '''Floresta Pluvial''', ou '''Hileia Amazônica''', é uma [[floresta]] [[latifoliada]] úmida que cobre a maior parte da [[Bacia Amazônica]] na [[América do Sul]]. Esta bacia (Marañon, Solimões, Amazonas) abrange 7 milhões de quilômetros quadrados distribuído por nove países: [[Brasil]], [[Bolívia]], [[Amazônia peruana|Peru]], [[Colômbia]], [[Equador]], [[Venezuela]], [[Guiana]], [[Guiana Francesa]] (departamento ultramarino da [[França]]) e [[Suriname]] (atual Amazônia Natural),<ref name=":3">{{Citar periódico |url=https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3152 |título=Bacia hidrográfica do Rio Amazonas: contribuição para o enquadramento e preservação |data=2013-08-30 |acessodata=2024-10-18 |periódico=PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA |publicado=UNIVERSIDADEFEDERAL DO AMAZONAS (UFAM) |ultimo=Silva |primeiro=Maria do Socorro Rocha da}}</ref><ref name=":23">{{Citar web|url=https://imazon.org.br/a-floresta-habitada-historia-da-ocupacao-humana-na-amazonia/|titulo=A floresta habitada: História da ocupação humana na Amazônia|data=2015-09-03|acessodata=2024-10-17|website=Imazon|lingua=pt-BR}}</ref> dos quais 5 milhões e meio de quilômetros quadrados são cobertos pela esta floresta tropical.

Esta região inclui territórios pertencentes a nove nações. A maioria das florestas está contida dentro do Brasil, aproximadamente 60% da floresta, seguida pelo Peru com 16% e com partes menores na Colômbia, Equador, Bolívia, Venezuela, Guiana, Suriname e, a Guiana Francesa.<ref name=":3" /><ref name=":23" /> Estados ou departamentos de quatro nações vizinhas do Brasil têm o nome de ''Amazonas'' por isso (departamento colombiano [[Amazonas (Colômbia)|Amazonas]], estado venezuelano [[Amazonas]]). A Amazônia representa mais da metade das [[florestas tropicais]] remanescentes no planeta e compreende a maior [[biodiversidade]] em uma floresta tropical no mundo. É um dos seis grandes [[biomas brasileiros]].{{nota de rodapé|A respeito da aplicação do termo "bioma" à área fito- e biogeográfica da Amazônia, na literatura científica brasileira, em detrimento do uso internacional do termo, confira [[Bioma#História do conceito]].}}

No Brasil, por efeitos de governo e economia, a Amazônia é delimitada por uma área chamada "[[Amazônia Legal]]" definida a partir da criação da [[Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia]] (SUDAM), em 1966. É chamado também de Amazônia o [[bioma]] que, no Brasil, ocupa 49,29% do território e abrange três das [[Regiões do Brasil|cinco divisões regionais]] do país ([[Região Norte do Brasil|Norte]], [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]] e [[Região Centro-Oeste do Brasil|Centro-Oeste]]), sendo o maior bioma terrestre do país.

Uma área de seis milhões de [[hectare]]s no centro de sua bacia hidrográfica, incluindo o [[Parque Nacional do Jaú]], foi considerada pela [[Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura|UNESCO]], em 2000 (com extensão em 2003), [[Patrimônio da Humanidade]]. A Amazônia também foi pré-selecionada em 2008 como candidata a uma das [[sete maravilhas naturais do mundo]], sendo classificada em primeiro lugar no Grupo E, a categoria para as florestas, parques nacionais e reservas naturais, em fevereiro de 2009.<ref>{{Citar web |url=http://www.new7wonders.com/nature/en/liveranking/ |titulo=New 7 Wonders of the Word: Live Ranking |acessodata=2011-07-03 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090705105855/http://www.new7wonders.com/nature/en/liveranking/ |arquivodata=2009-07-05 |urlmorta=yes }}</ref>

== Etimologia ==
Entre 1540 e 1542, [[Francisco de Orellana]] desceu o [[rio Amazonas]] em toda sua extensão, a partir dos [[Andes]]. O rio foi batizado de rio Orellana,<ref>Carvajal, G. (1542). ''Relación del nuevo descubrimiento del famoso río Grande que descubrió por muy gran ventura el capitán Francisco de Orellana''. Versión según la edición y notas de Mª de las Nieves Pinillos Iglesias realizada para Babelia, 2011, [http://blogs.elpais.com/papeles-perdidos/pdf/gaspardecarvajal.pdf (PDF)].</ref> também chamado entre outros nomes. Alguns trabalhos indicam também os nomes ''rio de la Canela'', ''rio Grande de La Mar Dulce'' e ''rio Marañon''.<ref>Tocantins, Leandro (1983). ''O Rio comanda a vida: uma interpretação da Amazônia''. Rio de Janeiro: Livraria J. Olympio, [https://books.google.com.br/books?id=kBEsAAAAYAAJ].</ref>

Orellana, através do frei [[Gaspar de Carvajal]], seu cronista, relatou ter encontrado em um lugar ao longo do curso do rio, possíveis guerreiras indígenas que, através dele, as relacionou com as mitológicas [[Amazonas (mitologia)|Amazonas]],<ref>{{Citar livro |url=https://archive.org/details/raha_103310/page/n7 |título=Carvajal carta I |ultimo={{uc:Medina}} |primeiro=José Toríbio |editora=expensas del Sr. Duque de T`Serclaes de Tilly- Real Academia Hispano Americana de Ciencias, Artes y Letras |ano=1504–1548 |acessodata=2019-10-31}}</ref> em referência a lendária tribo de mulheres guerreiras da [[mitologia grega|mitologia helênica]]. A partir daí, o rio seria chamado rio das Amazonas, hoje ''Rio Amazonas'', do qual derivou-se o termo ''Amazônia''.<ref name="Costa">Costa, M. L. et al. (2002). Muyrakytã ou muiraquitã, um talismã arqueológico em jade procedente da Amazônia: uma revisão histórica e considerações antropogeológicas. ''Acta Amazonica'' 32 (3): 467–490, [http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0044-59672002000300467&lng=en&nrm=iso].</ref><ref>Prinz, U. (2008). ''As irmãs selvagens de Pentesileia''. Goethe-Institut, [http://www.goethe.de/wis/bib/prj/hmb/the/148/pt3398484.htm].</ref><ref>Barros, D.L.P. (2000). ''Os Discursos do descobrimento: 500 e mais anos de discursos''. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, [https://books.google.com.br/books?id=Q_KjKUrCUVAC].</ref><ref>Millet de Saint-Adolphe, J.C.R. (1845). ''Diccionário Geográphico, Histórico e Descriptivo do Imperio do Brazil''. Paris, 2 vol., [https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&id=Su0pAQAAMAAJ], [https://books.google.com.br/books?id=AO0pAQAAMAAJ].</ref>

Em 1808, [[Alexander von Humboldt|Humboldt]] usaria o termo Hileia (''Hylaea'') para denominar a região.<ref>Humboldt, A. von. (1808). ''Ansichten der Natur, mit wissenschaftlichen Erläuterungen''. Tübingen, [http://www.biodiversitylibrary.org/bibliography/4722#/summary]. (2ª edição revisada: Stuttgart, Tübingen 1826, 2 vol.; 3ª edição: Stuttgart, Tübingen 1849.)</ref><ref>Kohlhepp, G. (2006). Descobertas científicas da Expedição de Alexander von Humboldt na América Espanhola (1799-1804) sob ponto de vista geográfico. ''Revista de Biologia e Ciências da Terra'' 6(1): 260-278, [http://joaootavio.com.br/bioterra/workspace/uploads/artigos/humboldt-5181add0e4c4f.pdf].</ref> [[Inácio Accioli de Cerqueira e Silva|Silva]] (1833) a chamaria de país das Amazonas (termo popularizado pelo [[Frederico José de Santana Néri|barão Santa Anna Néri]], 1899),<ref>Côelho, A.C.A. (2008). ''O País das Amazonas: o imaginário da natureza amazônica na propaganda para imigração no {{séc|XIX}}''. ''História e-História'', [http://historiahistoria.com.br/materia.cfm?tb=artigos&id=55] {{Wayback|url=http://historiahistoria.com.br/materia.cfm?tb=artigos&id=55|date=20161003095828}}.</ref> e [[Rugendas]] (1835) de região do Amazonas.

Martius (1858) a chamaria de ''Nayades''.<ref>Martius, C. F. P. von. (1858). Tabula geografica brasiliae et terrarum adjacentium exhibens itinera botanicorum et florae brasiliensis quinque provincias. In: Martius, C. F. P. von, Eichler, A. W. & Urban, I. (ed.). ''Flora brasiliensis''. Monacchi et Lipsiae: R: Oldenbourg, 1840-1906, v. 1, pars 1, fasc. 21. Disponível em: <http://bdlb.bn.br/acervo/handle/123456789/48095> e <http://www.biodiversitylibrary.org/item/9632#page/136/mode/1up>.</ref><ref name="IBGE 2012">IBGE (2012). ''Manual Técnico da Vegetação Brasileira''. 2a ed. Rio de Janeiro: IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/vegetacao/manual_vegetacao.shtm>.</ref> Wappäus (1884) usaria os termos "zona equatorial", "mata tropical" ou "Hylaea do Amazonas".<ref>Wappäus, J.E. (1884). ''A geographia physica do Brasil refundida. (Edição condensada).'' Rio de Janeiro: Typ. de G. Leuzinger, 470 p., [https://archive.org/details/obrasilgeograph00wappgoog]. [Título na capa interna ''O Brasil geographico e historico, vol. 1, A terra e o homem''. Tradução aumentada de Wappäus, J.E. (1871). ''Handbuch der Geographie und Statistik des Kaiserreichs Brasilien'', [https://archive.org/details/bub_br_1918_01778000]. A segunda parte, sobre Geografia Política do Brasil, não foi traduzida para o Português.]</ref>

== Subdivisões==
[[Imagem:Percentual_da_Amazonia_por_pais.png|alt=Gráfico com o percentual da Amazônia por país|miniaturadaimagem|Percentual da Amazônia contido em cada país.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51377232 |título=O que ameaça a Amazônia em seus 9 países? |data=2020-02-18 |acessodata=2023-08-14 |periódico= |publicado=BBC News Brasil |ultimo=Costa |primeiro=Camilla |lingua=pt-BR}}</ref>]]
[[Imagem:Anavilhanas2.jpg|thumb|[[Parque Nacional de Anavilhanas]], no [[Amazonas]], [[Brasil]].]]
[[Imagem:Cachoeira_das_Araras.jpg|thumb|[[Parque Nacional da Amazônia]], no [[Pará]], Brasil.]]
[[Imagem:Lajedo_Salto_Augusto.jpg|thumb|[[Parque Nacional do Juruena]], no [[Mato Grosso]], Brasil.]]
[[Imagem:A_vista_de_cima_do_Pico.jpg|thumb|[[Parque Nacional do Pico da Neblina]], Amazonas.]]
[[Imagem:Reflexo no rio negro.jpg|thumb|[[Parque Estadual Rio Negro Setor Sul]], Amazonas.]]
[[Imagem:Amazonia_boliviana_desde_el_aire.jpg|miniaturadaimagem|[[Fotografia aérea]] da Amazônia boliviana]]
[[Imagem:Canopée_02.jpg|miniaturadaimagem|[[Floresta Amazônica]] na [[Guiana Francesa]]]]

A conceito de Amazônia pode variar dependendo do ponto de vista (fisiográfico, geomorfológico, biogeográfico, político, de planejamento territorial, etc.),<ref>Oliveira Jr., A. D. (2015). Amazônia: paisagem e região na obra de Eidorfe Moreira. ''Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas'', 10(3), 569-581, [http://www.scielo.br/pdf/bgoeldi/v10n3/1981-8122-bgoeldi-10-3-0569.pdf].</ref> Da mesma maneira, variam sua extensão, suas subdivisões e a terminologia utilizada.

=== Por País ===
O Brasil aproximadamente 60% da área da bacia hidrográfica do rio Amazonas (Solimões/Amazonas),<ref name=":3" /> mas a maior parte do território peruano está coberto por florestas amazônicas, cobrindo mais de 60% do país andino-amazônico (782,880.55 km²).<ref name=":02">{{Citar web|url=https://soylocoportiamerica.com.br/amazonia-peruana-paraiso-da-biodiversidade-e-endemismos/|titulo=Amazônia peruana, paraíso da biodiversidade e endemismos|data=2022-06-15|acessodata=2024-10-18|website=Soy Loco Por Ti}}</ref><ref name=":12">{{Citar web|ultimo=Design|primeiro=Storm|url=https://igarape.org.br/as-raizes-do-crime-ambiental-na-amazonia-peruana/|titulo=As raízes do crime ambiental na Amazônia Peruana|data=2022-06-02|acessodata=2024-10-18|website=Instituto Igarapé|lingua=pt-br}}</ref>

{| class="wikitable sortable"
!País
!%
|-
|Brasil
|60,30%
|-
|Peru
|11,30%
|-
|Colômbia
|6,95%
|-
|Bolívia
|6,87%
|-
|Venezuela
|6,73%
|-
|Guiana
|3,02%
|-
|Suriname
|2,10%
|-
|Equador
|1,48%
|-
|Guiana Francesa
|1,15%
|}

=== Por biogeografia ===

Divisão [[fitogeografia|fitogeográfica]] de [[Adolpho Ducke|Ducke]] e Black (1954):<ref>Dücke, A.; Black, O. A. (1954). Notas sobre a fitogeografia da Amazônia Brasileira. ''Bol. Técn. IAN'', Belém, 29: 1-62. [https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/385909/1/BOLETIMTECNICO29.pdf].</ref>
* Setor Atlântico
* Setor Nordeste
* Setor Sudeste
* Setor Norte
* Setor Sul

Divisão fitogeográfica proposta por [[Carlos Toledo Rizzini|Rizzini]] (1963):<ref name="Rizzini 1963">Rizzini, C.T. (1963). Nota prévia sobre a divisão fitogeográfica do Brasil. ''Revista Brasileira de Geografia'', Rio de Janeiro: IBGE, ano 25, n. 1, p. 3-64, jan./mar. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/115/rbg_1963_v25_n1.pdf>.</ref>

* Província Amazônica (inclui Floresta amazônica e Campos do Alto Rio Branco)
** Subprovíncia do Alto [[Rio Branco (Roraima)|Rio Branco]]
** Subprovíncia do [[Rio Jari|Jari]]-[[Trombetas]]
** Subprovíncia do [[Rio Negro (Amazonas)|Rio Negro]]
** Subprovíncia da Planície Terciária

Esquema [[biogeografia|biogeográfico]], por Morrone (2001):<ref>Morrone, J. J. (2001). ''Biogeografía de América Latina y el Caribe''. Zaragoza [Espanha]: Sociedad Entomológica Aragonesa - SEA. 148 p. (M&T: manuales y tesis SEA, v. 3). Disponível em: <http://www.bio-nica.info/biblioteca/Morrone2001Caribe.pdf>.</ref>
* Região [[Neotropical]]
** Sub-região Amazônica
*** Províncias: [[Rio Napo|Napo]], [[Serra do Imeri|Imerí]], [[Guiana]], Guiana Húmida, [[Roraima]], [[Amapá]], Várzea, [[Rio Ucayali|Ucayali]], [[Rio Madeira|Madeira]], [[Rio Tapajós|Tapajós]]-[[Rio Xingu|Xingú]], [[Rio Pará|Pará]], [[Pantanal]], Yungas

=== Por ecologia da vegetação ===
Em termos de vegetação, Martius (1824) já citava a distinção, na região amazônica, entre "mato virgem" (florestas), "gabós" (igapós) e "campinas".<ref>Martius, C. F. P. von. (1824). ''Die Physiognomie des Pflanzenreiches in Brasilien. Eine Rede, gelesen in der am 14. Febr. 1824 gehaltnen Sitzung der Königlichen Bayerischen Akademie der Wissenschaften.'' München, Lindauer, [http://www.brasiliana.usp.br/handle/1918/01305200#page/5/mode/1up Brasiliana], [https://books.google.be/books/about/Die_Physiognomie_des_Pflanzenreichs_in_B.html?hl=nl&id=bkMPAAAAQAAJ Google]. [Tradução: "A fisionomia do reino vegetal no Brasil", por E. Niemeyer e C. Stellfeld. ''Arquivos do Museu Paranaense'', v. 3, p. 239-271, 1943, [http://www.museuparanaense.pr.gov.br/arquivos/File/arquivos_do_mp_vol03_screen.pdf pdf], [https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&id=ZxzQAAAAMAAJ Google]; ''Boletim Geografico'', v. 8, n. 95, p. 1294-1311, 1951, [http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/19/bg_1951_v8_n95_fev.pdf pdf], [https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&id=9t1kAAAAMAAJ Google].] [Cf. p. 1299.]</ref>

Spruce (1908) elencou os seguintes tipos de vegetação na Amazônia:<ref>Spruce, Richard (1908). ''Notes of a botanist on the Amazon & Andes''. Londres: Macmillan and co., 1908. [Cf. v. 1, p 211; v. 2, 354-356]</ref>
* mato (ou floresta virgem, de terra firme, caa-guaçú, ''monte alto''),
* matinho (capoeiras, florestas recentes, ''rastrojos''),
* floresta de gapó (ou ripárias, igapós, ''rebalsas''),
* florestas baixas (ou brancas, caa-tingas, ''monte bajo''),
* savanas (ou campos),
* e caatinga-gapó.

Ducke e Black (1954) usaram as seguintes categorias:<ref>Dücke e Black (1954), pp. 12, 37, 44.</ref>
* Florestas
** Mata da várzea
** Mata da terra firme
* Áreas abertas ou savanas
** Campos da várzea
** Campos firmes
** Campinas
* Campinaranas (transição entre campos e florestas)
* Catingas do alto rio Negro

Braga (1979) adotou um esquema e nomenclatura ligeiramente diferentes:<ref>Braga, P. I. S. (1979). Subdivisão fitogeográfica, tipos de vegetação, conservação e inventário florístico da floresta amazônica. ''Acta Amazonica'', suplemento, v. 9, n. 4, p. 53-80. </ref>
* Floresta de terra firme
* Floresta de várzea
* Floresta de igapó
* Manguezais
* Campos de várzea
* Campos de terra firme
* Campinas
* Vegetação serrana
* Vegetação de restinga

Tipos de vegetação por Rizzini (1997):<ref name="Rizzini 1997">Rizzini, C.T. (1997). ''Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos''. 2a edição. Rio de Janeiro, Âmbito Cultural, 1997. Volume único, 747 p.</ref>
* [[Floresta pluvial|Florestas pluviais]] (= [[floresta úmida|florestas húmidas]])
** Floresta amazônica (= Hileia)
*** [[Mata de várzea]]
*** [[Floresta de terra firme|Mata de terra firme]]
*** [[Mata de Igapó|Igapó]]
*** [[Campinarana|Catingas do rio Negro]]

Tipos de vegetação presentes na região florística amazônica, segundo o IBGE (2012):<ref name="IBGE 2012"/>
* [[floresta ombrófila densa]]
* [[floresta ombrófila aberta]]
* [[floresta estacional sempre-verde]]
* [[campinarana]]

=== Bioma floresta de montanha ===
Essas regiões contam com uma vegetação chamada de floresta de montanha e ocorrem desde o extremo oeste da '''Amazônia''', no Peru e na Colômbia, em alguns locais da Bolívia, no estado brasileiro do Acre e na divisa do Brasil com a Venezuela. Nesse último local, é onde encontramos o Monte Roraima e o '''Pico da Neblina''', considerado o ponto mais alto do '''Brasil'''.<ref name="n1">National Geografic(2020)[https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2022/09/dia-da-amazonia-conheca-os-ecossistemas-que-compoem-a-maior-floresta-tropical-do-mundo]</ref>

=== Bioma floresta de manguezais ===
Os mangues propriamente ditos, chamam a atenção por suas raízes, que ficam expostas acima do solo lodoso e formam redes complexas capazes de sustentar os altos troncos e as copas cheias.<ref name=n1/>

=== Bioma savanas ===
As savanas amazônicas não são as mesmas das encontradas no continente africano. Na verdade, possuem fisionomia parecida com o bioma do Cerrado, encontrado na parte central do Brasil. "É uma formação campestre, com vegetação de porte baixo, como gramíneas, e árvores tortuosas mais esparsas entre si", explica Viana.<ref name="n1" />

=== Bioma Floresta de Várzea ===
Com duas classificações: várzea alta e várzea baixa. A várzea alta acompanha as margens dos rios, possui solos férteis e sua formação é densa e muito fechada, com árvores de 20 metros de altura em média. Já a várzea baixa, segundo Lopes, ocorre em áreas onde a água fica represada após a cheia dos rios e pode permanecer alagada por mais da metade do ano.<ref name=n1 />

=== Bioma Floresta de Igapó ===
Assim como as várzeas, as florestas de [[igapó]] também entram na categoria de matas alagáveis da Amazônia. Mas com uma diferença. "Elas são permanentemente inundadas, não havendo um período em que a água dos rios escoa de volta", explica Pedro Viana, do museu Emílio Goeldi.<ref name="n1" />

=== Bioma Floresta de Terra Firme ===
As matas de terra firme ocorrem nas regiões do bioma cujo relevo é mais alto e ficam longe das águas dos rios mesmo durante a estação chuvosa. Elessandra Nogueira Lopes, professora da Universidade Federal do Pará especialista em manejo e conservação do solo, explica que, justamente por isso, as características desse ecossistemas são marcadas por um solo profundo, relativamente pobre em nutrientes, mas com enorme quantidade e diversidade de árvores de grande porte.<ref name="n1" />

== História ==

=== Formação ===

A floresta provavelmente se formou durante o período [[Eoceno]]. Ela apareceu na sequência de uma redução global das temperaturas tropicais do [[Oceano Atlântico]], quando ele tinha se alargado o suficiente para proporcionar um clima quente e úmido para a [[bacia amazônica]]. A [[floresta tropical]] tem existido por pelo menos 55 milhões de anos e a maior parte da região permaneceu livre por [[bioma]]s do tipo [[savana]]s por, pelo menos, até a [[Último período glacial|Era do Gelo Atual]], quando o clima era mais seco e as savanas mais generalizadas.<ref name=morley>{{citar livro |primeiro =Robert J. |último =Morley |ano=2000 |título=Origin and Evolution of Tropical Rain Forests |publicado=Wiley | isbn=0471983268}}</ref><ref name=ptors359>{{citar periódico |último =Burnham |primeiro =Robyn J. |coautor=Johnson, Kirk R. |título=South American palaeobotany and the origins of neotropical rainforests |periódico=Philosophical Transactions of the Royal Society |ano=2004 | volume=359 |número=1450 | pmid=15519975 | pmc=1693437 |páginas=1595–1610 | doi=10.1098/rstb.2004.1531 |issn = 0962-8436}}</ref>
[[imagem:Amazon CIAT (2).jpg|thumb|Parte da Amazônia brasileira em área próxima a [[Manaus]].]]
[[imagem:Manu National Park-71.jpg|thumb|Vista do [[Parque Nacional de Manú]], no [[Peru]].]]

Após o evento da [[Extinção Cretáceo-Paleogeno]], a subsequente extinção dos [[dinossauros]] e o clima mais úmido permitiram que a floresta tropical se espalhasse por todo o continente. No período de há 65 a 34 milhões de anos, a floresta se estendia a sul do [[Paralelo 45 S]]. Flutuações climáticas durante os últimos 34 milhões anos têm permitido que as regiões de savana se expandam para os [[trópicos]]. Durante o período [[Oligoceno]], por exemplo, a floresta tropical atravessou a faixa relativamente estreita que ficava em sua maioria acima da latitude [[Paralelo 15 N|15 °N]]. Expandiu-se novamente durante o [[Mioceno|Mioceno Médio]] e, em seguida recolheu-se a uma formação na maior parte do interior no [[Último período glacial|último máximo glacial]].<ref>{{citar periódico |último     = Maslin |primeiro    = Mark |coautor     = Malhi, Yadvinder; Phillips, Oliver; Cowling, Sharon |título = New views on an old forest: assessing the longevity, resilience and future of the Amazon rainforest |periódico  = Transactions of the Institute of British Geographers |ano= 2005 |volume      = 30 |número     = 4 |páginas    = 477–499 |url= http://earth.leeds.ac.uk/ebi/publications/Maslin_2005.pdf |formato = PDF |acessodata  = 25 de setembro de 2008 |doi= 10.1111/j.1475-5661.2005.00181.x |arquivourl  = https://web.archive.org/web/20081001191320/http://earth.leeds.ac.uk/ebi/publications/Maslin_2005.pdf |arquivodata = 2008-10-01 |urlmorta    = yes}}</ref> No entanto, a floresta ainda conseguiu prosperar durante estes [[Era glacial|períodos glaciais]], permitindo a sobrevivência e a [[evolução]] de uma ampla diversidade de [[espécie]]s.<ref name=yadvinder>{{citar livro |primeiro =Yadvinder |último =Malhi |coautor=Phillips, Oliver |ano=2005 |título=Tropical Forests & Global Atmospheric Change |publicado=Oxford University Press | isbn=0198567065 }}</ref>

Durante Mioceno Médio, acredita-se que a [[bacia de drenagem]] da Amazônia foi dividida ao longo do meio do continente pelo [[Arco de Purus]]. A água no lado oriental fluiu para o [[Oceano Atlântico|Atlântico]], enquanto a água a oeste fluiu em direção ao [[Oceano Pacífico|Pacífico]] através da [[Bacia do Amazonas]]. Com o crescimento do [[Cordilheira dos Andes|Andes]], no entanto, uma grande bacia foi criada em um lago fechado, agora conhecida como a [[Rio Solimões|Bacia do Solimões]]. Dentro dos últimos 5-10 milhões de anos, esta acumulação de água rompeu o Arco de Purus, juntando-se em um fluxo único em direção ao leste do Oceano Atlântico.<ref>{{citar periódico |último =Costa |primeiro =João Batista Sena |coautor=Bemerguy, Ruth Léa; Hasui, Yociteru; Borges, Maurício da Silva |título=Tectonics and paleogeography along the Amazon river |periódico=Journal of South American Earth Sciences |ano=2001 | volume=14 |número=4 |páginas=335–347 | doi=10.1016/S0895-9811(01)00025-6}}</ref><ref>{{citar periódico |último     = Milani |primeiro  = Edison José |coautor     = Zalán, Pedro Victor |título     = An outline of the geology and petroleum systems of the Paleozoic interior basins of South America |periódico  = Episodes |ano= 1999 |volume      = 22 |número     = 3 |páginas = 199–205 |url= http://www.episodes.org/backissues/223/199-205%20Milani.pdf |formato = PDF |acessodata  = 25 de setembro de 2008 |arquivourl  = https://web.archive.org/web/20081001191320/http://www.episodes.org/backissues/223/199-205%20Milani.pdf |arquivodata = 2008-10-01 |urlmorta    = yes}}</ref>

Há evidências de que tenha havido mudanças significativas na vegetação da floresta tropical amazônica ao longo dos últimos 21&nbsp;000 anos através do [[Último período glacial|Último Máximo Glacial]] e a subsequente deglaciação. Análises de depósitos de sedimentos de paleolagos da Bacia do Amazonas indicam que a precipitação na bacia durante o UMG foi menor do que a atual e isso foi quase certamente associado com uma cobertura vegetal tropical úmida reduzida na bacia.<ref name="Colinvaux1">Colinvaux, P.A., De Oliveira, P.E. 2000. Palaeoecology and climate of the Amazon basin during the last glacial cycle. Wiley InterScience. ([http://www3.interscience.wiley.com/cgi-bin/abstract/72508326/ABSTRACT abstract]{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }})</ref> Não há debate, no entanto, sobre quão extensa foi essa redução. Alguns cientistas argumentam que a floresta tropical foi reduzida para pequenos e isolados ''[[Refugium (população biológica)|refugia]]'', separados por floresta aberta e pastagens;<ref name="VanDerHammen">Van der Hammen, T., Hooghiemstra, H.. 2002. Neogene and Quaternary history of vegetation, climate, and plant diversity in Amazonia. Elsevier Science Ltd. ([http://dx.doi.org/10.1016/S0277-3791(99)00024-4 abstract])</ref> outros cientistas argumentam que a floresta tropical permaneceu em grande parte intacta, mas muito se estendeu muito menos para o norte, sul e leste do que é visto hoje.<ref name="Colinvaux2">{{citar periódico |último =Colinvaux |primeiro =P. A. |coautor=De Oliveira, P. E.; Bush, M. B. |título=Amazonian and neotropical plant communities on glacial time-scales: The failure of the aridity and refuge hypotheses |periódico=Quaternary Science Reviews | data=Janeiro de 2000 | volume=19 |número=1–5 |páginas=141–169 | doi=10.1016/S0277-3791(99)00059-1 }}</ref>
=== Presença humana ===

[[imagem:Fazenda Colorada.jpg|thumb|[[Geoglifo]]s em terras desmatadas na floresta amazônica do [[Acre]], no Brasil.]]
[[Imagem:Calçoene, Stonehenge brasileira, Amapá.jpg|thumb|[[Megalito]]s no [[Parque Arqueológico do Solstício]], no estado do [[Amapá]], erguidos há entre 500 e 2000 anos, provavelmente para a realização de [[Astronomia|observações astronômicas]].]]

Com base em evidências arqueológicas de uma escavação na [[Caverna da Pedra Pintada]] (município brasileiro de [[Monte Alegre (Pará)|Monte Alegre]]) habitantes [[humanos]] se estabeleceram na região amazônica pelo menos há mais de 11 mil anos;<ref>{{citar periódico |url=https://www.researchgate.net/profile/William-Barnett/publication/235237012_Paleoindian_Cave_Dwellers_in_the_Amazon_The_Peopling_of_the_Americas/links/00b7d524c6599de57c000000/Paleoindian-Cave-Dwellers-in-the-Amazon-The-Peopling-of-the-Americas.pdf?origin=publication_detail |título=Paleoindian Cave Dwellers in the Amazon: The Peopling of the Americas |data=19 de abril de 1996 |periódico=Science |publicado=American Association for the Advancement of Science |número=5260 |último=Roosevelt |primeiro=Anna C. |ultimo2=da Costa |primeiro2=Marcondes Lima |páginas=373–384 |doi=10.1126/science.272.5260.373 |issn=0036-8075 |resumo-url=https://www.science.org/doi/10.1126/science.272.5260.373 |ultimo3=Machado |primeiro3=C. Lopes |ultimo4=Michab |primeiro4=M. |volume=272 |via=hal-03601984 |coautor=da Costa, M. Lima; Machado, C. Lopes;Michab, M.; Mercier, N.; Valladas, H.; Feathers, J.;Barnett, W.; da Silveira, M. Imazio; Henderson, A.;Sliva, J.; Chernoff, B.; Reese, D. S.; Holman, J. A.;Toth, N.; Schick, K.;}}</ref><ref name=":2">{{Citar periódico |url=https://periodicos.uesc.br/index.php/especiaria/article/view/692/652 |título=A Amazônia em 1491 |data=2009 |acessodata=2023-06-21 |periódico=Especiaria: Cadernos de Ciências Humanas |publicado=Universidade Estadual De Santa Cruz (UESC) |número=20,21 |ultimo=Schaan |primeiro=Denise Pahl |lingua=pt |issn=2675-5432 |resumo-url=https://periodicos.uesc.br/index.php/especiaria/article/view/692}}</ref> populações [[Paleoamericanos|paleoamericanas]]<ref name=":22">{{Citar periódico |url=https://periodicos.uesc.br/index.php/especiaria/article/view/692/652 |título=A Amazônia em 1491 |data=2009 |acessodata=2023-06-21 |periódico=Especiaria: Cadernos de Ciências Humanas |publicado=Universidade Estadual De Santa Cruz (UESC) |número=20,21 |ultimo=Schaan |primeiro=Denise Pahl |lingua=pt |issn=2675-5432 |resumo-url=https://periodicos.uesc.br/index.php/especiaria/article/view/692}}</ref> ([[Último período glacial|última glaciação]] no período [[Pleistoceno|Pleistoceno tardio]]).<ref>{{citar web|url=http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/paleoamericanos_provavelmente_cacavam_onde_hoje_estao_os_grandes_lagos.html|titulo=Paleoamericanos provavelmente caçavam onde hoje estão os Grandes Lagos|data=25 de agosto de 2009|acessodata=|língua=pt}}</ref> O desenvolvimento posterior levou a assentamentos pré-históricos tardios ao longo da periferia da floresta em 1250 a.C., o que induziu a alterações na cobertura florestal.<ref>{{citar periódico |último =Heckenberger |primeiro =Michael J. |coautor=Kuikuro, Afukaka; Kuikuro, Urissapá Tabata; Russell, J. Christian; Schmidt, Morgan; Fausto, Carlos; [[Bruna Franchetto|Franchetto, Bruna]]|título=Amazonia 1492: Pristine Forest or Cultural Parkland? |periódico=Science |data=19 de setembro de 2003 | volume=301 |número=5640 |páginas=1710–1714 | doi=10.1126/science.1086112 | pmid=14500979 }}</ref>

Durante muito tempo, pensou-se que a floresta amazônica havia sido sempre pouco povoada, já que seria impossível sustentar uma grande população através da [[agricultura]], devido à pobreza do solo da região. A arqueóloga [[Betty Meggers]] foi uma importante defensora desta ideia, tal como descrito em seu livro "Amazônia: Homem e Cultura em um paraíso falsificado". Ela alegou que uma [[densidade populacional]] de 0,2 habitante por quilômetro quadrado era o máximo que poderia ser sustentado pela floresta tropical através da caça, sendo a agricultura necessária para acolher uma população maior.<ref>{{citar periódico |último =Meggers |primeiro =Betty J. |título=Revisiting Amazonia Circa 1492 |periódico=Science |data=19 de dezembro de 2003 | volume=302 |número=5653 |páginas=2067–2070 | doi=10.1126/science.302.5653.2067b | pmid=14684803 }}</ref> No entanto, recentes descobertas [[Antropologia|antropológicas]] têm sugerido que a região amazônica realmente chegou a ser densamente povoada. Cerca de 5 milhões de pessoas podem ter vivido na Amazônia no ano de 1500, divididos entre densos assentamentos costeiros, tais como em [[Marajoaras|Marajó]], e moradores do interior (em 1900, a população tinha caído para 1 milhão e, no início dos anos 1980, era inferior a 200 mil pessoas).<ref name=park>{{citar livro|título=Tropical Rainforests|autor =Chris C. Park|página=108|data=2003|publicado=Routledge|url=http://books.google.co.uk/books?id=4WQf6RZAiKcC&pg=PA108&lpg=#v=onepage&q&f=false}}</ref>

O aumento demográfico das populações amazônicas na época da [[Pré-História]] tardia, combinado a outros fatores, suscitou grandes transformações entre as sociedades indígenas da [[Amazônia]].<ref>{{Citar web|url=http://news.nationalgeographic.com/news/2008/08/080828-amazon-cities.html|título=Ancient Amazon Cities Found; Were Vast Urban Network|autor=John Roach}}</ref> Segundo arqueólogos, as sociedades que habitavam regiões da [[bacia amazônica]] passaram a se organizar de forma cada vez mais elaborada entre {{AC|1000|x}} e {{DC|1000|x}}<ref name="jabl">{{Citar web|url=http://books.google.com.br/books?id=3cOI6I_9YHoC|título=História dos Índios no Brasil|data=2008|autor=Manuela Carneiro da Cunha|}}</ref> Os arqueólogos definem estas sociedades como [[Cacicado Complexo da Amazônia|Cacicados Complexos]];<ref>{{Citar web|url=http://books.google.com.br/books?id=nzhmvOlmnj4C|título=Amazonian Indians from Prehistory to the Present|data=1997|autor=Anna Roosevelt}}</ref> que tornaram-se cada vez mais [[Estratificação social|hierarquizadas]] (provavelmente contendo nobres, "[[plebe]]us" e servos cativos), com a constituição de uma chefia político-social centralizada na figura do [[cacique]], adotação de posturas bélico-expansionistas. O [[comércio]] e os indícios arqueológicos apontam uma densidade demográfica de escala urbana nessas civilizações.<ref>{{Citar web|url=http://news.discovery.com/history/astonishing-ancient-amazon-civilization-discovery-detailed.html|título=Ancient Amazon Civilization|autor=Discovery News}}</ref> Acredita-se que a [[monocultura]] era praticada, além da caça e da pesca intensivas, a produção intensa de raízes e o armazenamento de alimentos.<ref>{{Citar web|url=http://books.google.com.br/books?id=_HQLQgAACAAJ|título=Amazônia Antiga|autor=Monica Trindade e Mauricio Paiva}}</ref> Segundo a pesquisadora Anna Roosevelt, o desenvolvimento da agricultura intensiva nos tempos pré-históricos parece ter estado correlacionado à rápida expansão das populações das sociedades complexas.<ref>{{Citar web|url=http://books.google.com.br/books?id=3cOI6I_9YHoC|título=Arqueologia Amazônia|autor=Anna Curtenius Roosevelt}}</ref>

Crônicas do início do [[Brasil Colonial|período colonial]] são hoje empregadas na reconstrução das antigas civilizações brasileiras, onde cronistas estrangeiros descreveram elementos indígenas do período dos cacicados complexos. A dissolução dessas organizações sociais normalmente é relacionada à conquista, submissão europeia, que teria abalado sua estrutura demográfica.<ref>{{Citar web|url=http://books.google.com.br/books?id=uJtcOFBWfiAC|título=História da América Latina: América Latina Colonial}}</ref>

O primeiro europeu a percorrer o comprimento do rio Amazonas foi o espanhol [[Francisco de Orellana]] em 1542.<ref>{{citar livro|último =Smith|primeiro =A|título=Explorers of the Amazon|publicado=University of Chicago Press|local=Chicago|ano=1994|isbn=0-226-76337-4}}</ref> O programa ''Unnatural Histories'', da [[BBC]], apresenta evidências de que Orellana, ao invés de exagerar em seus relatos, como se pensava anteriormente, estava correto em suas observações de que uma [[civilização]] complexa estava florescendo ao longo da Amazônia na década de 1540. Acredita-se que a civilização mais tarde foi devastada pela propagação de doenças provenientes da [[Europa]], como a [[varíola]].<ref name="bbc">{{citar web|url=http://www.bbc.co.uk/programmes/b0122njp|título=Unnatural Histories - Amazon|publicado=''BBC Four''}}</ref>

Desde os anos 1970, vários [[geoglifo]]s foram descobertos em terras desmatadas datados entre o ano 0 e 1250, impulsionando alegações sobre [[civilizações pré-colombianas]].<ref>{{citar jornal|url=http://www.nytimes.com/2012/01/15/world/americas/land-carvings-attest-to-amazons-lost-world.html?_r=1|título=Once Hidden by Forest, Carvings in Land Attest to Amazon’s Lost World|autor =Simon Romero|publicado=''The New York Times''|data=14 de janeiro de 2012}}</ref><ref>{{citar periódico|periódico=Antiquity |ano=2009 |volume=83 |número=322 |páginas=1084–1095 |título=Pre-Columbian geometric earthworks in the upper Purús: a complex society in western Amazonia  |autor =Martti Pärssinen, Denise Schaan and Alceu Ranzi|url=http://antiquity.ac.uk/ant/083/ant0831084.htm}}</ref> Alceu Ranzi, geógrafo brasileiro, é creditado pela primeira descoberta de geoglifos enquanto sobrevoava o estado do [[Acre]].<ref>{{citar periódico|periódico=Science |ano=2008 |volume=321|páginas=1148–1152 |título=Ancient Earthmovers Of the Amazon |autor =Charles C. Mann|url=http://westinstenv.org/wp-content/Mann-western-Amazon-Science-08-08.pdf}}</ref> A rede BBC apresentou provas de que a floresta amazônica, em vez de ser uma selva virgem, foi moldada pelos humanos há pelo menos 11&nbsp;000 anos, através de práticas como a jardinagem florestal e a [[terra preta]].<ref name=bbc />

A terra preta está distribuída por grandes áreas da floresta amazônica e é agora amplamente aceita como um produto resultante do manejo do solo pelos [[Ameríndios|indígenas]]. O desenvolvimento deste solo fértil permitiu a agricultura e a [[silvicultura]] no antigo ambiente hostil, o que significa que grande parte da floresta amazônica é, provavelmente, o resultado de séculos de intervenção humana, mais do que um processo natural, como havia sido previamente suposto.<ref>The influence of human alteration has been generally underestimated, reports Darna L. Dufour: "Much of what has been considered natural forest in Amazonia is probably the result of hundreds of years of human use and management." "Use of Tropical Rainforests by Native Amazonians," BioScience 40, no. 9 (October 1990):658. For an example of how such peoples integrated planting into their nomadic lifestyles, see Rival, Laura, 1993. "The Growth of Family Trees: Understanding Huaorani Perceptions of the Forest," Man 28(4):635–652.</ref> Na região das tribos do [[Povos do Xingu|Xingu]], restos de alguns destes grandes assentamentos no meio da floresta amazônica foram encontrados em 2003 por Michael Heckenberger e seus colegas da [[Universidade da Flórida]]. Entre os achados, estavam evidências de estradas, pontes e praças de grande porte.<ref>{{Citation |último =Heckenberger |primeiro =M.J. |data-publicacao=2003 |data=19 de setembro de 2003 |título= Amazonia 1492: Pristine Forest or Cultural Parkland? |periodical=Science |volume=301 |número=5640 |páginas=1710–14 |doi=10.1126/science.1086112 |pmid=14500979 |último2 =Kuikuro |primeiro2 =A |último3 =Kuikuro |primeiro3 =UT |último4 =Russell |primeiro4 =JC |último5 =Schmidt |primeiro5 =M |último6 =Fausto |primeiro6 =C |último7 =Franchetto |primeiro7 =B}}</ref>

===Estudos científicos===

Os conhecimentos sobre a Amazônia tiveram seu início com um longo período de observações empíricas por parte dos povos indígenas, em especial [[tupis]] e [[aruaques]] (Colômbia).<ref>{{citar web|url=http://web.presidencia.gov.co/asiescolombia/index.htm|titulo=Historia de Colombia - Primeros Pobladores|acessodata=2023-06-13|website=Colombia - Presidencia de la República|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100731045744/http://web.presidencia.gov.co/asiescolombia/index.htm|arquivodata=2010-7-31|urlmorta=sim}}</ref> Nesta fase, foram identificados os principais padrões florísticos e ecológicos da região, além de selecionadas diversas plantas medicinais e madeiras úteis.<ref name="absaber2002">Ab'Saber (2002).</ref> Nos séculos XVI a XVIII, deu-se a conquista da Amazônia por portugueses e espanhóis, com o arrasamento de populações locais. Tal processo foi atenuado por [[Missões religiosas no Estado do Maranhão e do Grão-Pará|missões religiosas]], que recuperaram parcialmente os conhecimentos indígenas. Nesta época, foram feitas as explorações de [[Orellana]] (1540 a 1542) e [[Pedro Teixeira (militar)|Pedro Teixeira]] (1638 a 1639), registradas pelos freis [[Gaspar de Carvajal]] e [[Cristóbal de Acuña]], respectivamente. Também ocorreram as expedições de [[Charles Marie de La Condamine|La Condamine]] (1743) e a "[[Expedições filosóficas portuguesas|Viagem Filosófica]]" de [[Alexandre Rodrigues Ferreira]] (1783 a 1792).<ref name="absaber2002"/>
[[Imagem:Amazon Tall Tower Observatory.jpg|alt=ATTO|miniaturadaimagem|[[Observatório de Torre Alta da Amazônia]], no [[Amazonas]].]]

No {{séc|XIX}}, [[Alexander von Humboldt|Humboldt]] identificou a zonação altitudinal da vegetação. Entretanto, o alemão foi impedido de entrar no território brasileiro, podendo explorar apenas a Amazônia sob domínio espanhol. Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808, os estudos do território, antes restritos, ganharam novo impulso. Ocorreram a [[Expedição Austríaca ao Brasil|Expedição Austríaca]] (1817 a 1835), com os naturalistas [[Carl Friedrich Philipp von Martius|Carl von Martius]] e [[Johann Baptist von Spix]], resultando na obra ''[[Flora Brasiliensis]]'', feita com a colaboração de 65 botânicos,<ref name="absaber2002"/> além da [[Expedição Langsdorff]] (1824 a 1829), com os artistas [[Aimé-Adrien Taunay]] e [[Hércules Florence]]. Ainda neste período, marcado por relatos de viajantes ou estudos isolados, foram feitas observações importantes por [[Henry Walter Bates|Bates]], [[Alfred Russel Wallace|Wallace]], o casal [[Henri Coudreau]] e [[Olga Coudreau]], [[Vicente Chermont de Miranda|Chermont de Miranda]], [[Barbosa Rodrigues]], [[João Alberto Masô]], [[Ermanno Stradelli]], [[Luigi Buscalioni]] e [[Richard Spruce]].<ref name="absaber2002"/> Na fase seguinte, a pesquisa é institucionalizada, com a fundação, no final do {{séc|XIX}}, do [[Museu Goeldi]], um centro de pesquisas e formação de pessoal nas áreas de história natural e [[etnografia]]. Dentre os estudos de relevo associados ao museu, estão os de [[Jacques Huber]], [[Adolpho Ducke]], [[João Murça Pires]] e [[William Antônio Rodrigues]]. O museu também serviu de modelo para a criação de outras instituições, como o [[Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia]] (INPA), em 1952.<ref name="absaber2002"/>

Entre 1907 e 1915, ocorreram as expedições da [[Comissão Rondon]], percorrendo Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas, acompanhada por diversos pesquisadores: na [[zoologia]], [[Alípio de Miranda Ribeiro|Alípio de Miranda]]; na geologia, [[Eusébio Paulo de Oliveira|Euzébio de Oliveira]]; na antropologia, [[Roquette-Pinto]]; e na botânica, [[Frederico Carlos Hoehne]] e [[João Geraldo Kuhlmann]].<ref>Haag, Carlos (2012). Ciência para criar uma nação. ''Pesquia Fapesp'', Edição 195, mai. 2012. [http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/05/11/ciencia-para-criar-uma-nacao/ link].</ref> Nos anos 1970 e 1980, o [[Projeto Radambrasil]] realizou um extenso levantamento do território com uso de imagens de radar.<ref name="absaber2002"/>

Em 2022 teve início o [https://amazonface.unicamp.br/ AmazonFACE], um programa de pesquisas científicas do [https://www.gov.br/mcti/pt-br Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI)], coordenado pelo [[Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia]] (INPA/MCTI) e [[Universidade Estadual de Campinas]] (Unicamp), em cooperação internacional com o governo britânico.<ref>{{citar web|url=https://www.gov.br/mcti/pt-br/acompanhe-o-mcti/noticias/2022/12/amazonface-faz-pre-inauguracao-de-sitio-experimental-para-testar-resiliencia-da-floresta-amazonica-a-mudanca-climatica|titulo=AmazonFACE faz pré-inauguração de sítio experimental para testar resiliência da floresta amazônica à mudança climática|data=09/12/2022|acessodata=21/10/2024|website=Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação}}</ref> Localizado em estação de pesquisa do INPA a cerca de 80 km de Manaus (AM), o programa visa produzir conhecimento, por meio da tecnologia "[[Free-Air concentration Enrichment|Free-Air CO2 Enrichment]]" (FACE),<ref>{{citar web|url=https://agencia.fapesp.br/experimentos-tentam-descobrir-como-florestas-reagem-ao-aumento-de-co2-na-atmosfera/32279|titulo=Experimentos tentam descobrir como florestas reagem ao aumento de CO2 na atmosfera|data=09/01/2020|acessodata=22/10/2024|website=Agência FAPESP}}</ref> sobre a resiliência da floresta tropical frente às mudanças climáticas, com o objetivo de orientar políticas de [[Mitigação das mudanças climáticas|mitigação]] e [[Adaptação às alterações climáticas|adaptação]] às mudanças climáticas envolvendo a região Amazônica.<ref>{{citar web|url=https://amazonface.unicamp.br/sobre-o-programa/|titulo=Sobre o programa|data=2022|acessodata=21/10/2024|website=AmazonFACE}}</ref>

=== Biotecnologia ===
O enorme potencial de biodiversidade no bioma resultou na implementação do [[Centro de Biotecnologia da Amazônia]]. A iniciativa, composta por investimento público e privado, visa o desenvolvimento de novas tecnologias através do estudo do patrimônio biológico e cultural amazônico, além de soluções para problemas da indústria local. Um exemplo seria a pesquisa conduzida pelo Instituto Transire, transformando itens de descarte de peixarias em biodisel. O resultado é a economia de gastos com o consumo de energia elétrica pela empresa e a diminuição de resíduos orgânicos jogados nos rios, diminuindo a poluição dos corpos d'água. A energia mais barata permite aos frigoríficos, inclusive, estocar os produtos pescados durante o período permitido por lei, possibilitando que funcionem o ano todo.<ref>{{citar web |ultimo=Gravi |primeiro=Vitor |url=https://www.acritica.com/channels/manaus/news/cabeca-e-rabo-de-peixe-que-seriam-descartados-vao-virar-biodiesel-no-amazonas |titulo=Cabeça e rabo de peixe que serião descartados vão virar biodisel no Amazonas |data=26/08/2018 |acessodata=26/04/2021 |publicado=A Crítica}}</ref> Iniciativas similares também são pesquisadas em estados do nordeste do Brasil para viabilizar a produção de energia local para cidades e comunidades.<ref>{{Citar web |url=https://istoe.com.br/252823_BIODIESEL%20DE%20PEIXE/ |titulo=Biodiesel de peixe |data=2012-11-09 |acessodata=2021-04-26 |website=ISTOÉ Independente |lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{citar periódico |url=https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/18286/1/BID-04.pdf |titulo=Biodisel de Óleo de Peixe: Uma Alternativa para Regiões Semi-Áridas |acessodata=26/04/2021 |jornal=IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB – 2010 |publicado=Congresso Brasileiro de Mamona & Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas |ultimo=Melo |primeiro=Givaldo Oliveira |ultimo2=Drummond |primeiro2=Ana Rita F |pagina=30-35}}</ref>

== Geografia ==
{{Mais notas|Esta seção|data=junho de 2022}}
[[imagem:Amazon.A2002182.1405.1km.jpg|thumb|[[Imagem de satélite]] da floresta Amazônica.]]
A Amazônia é uma das três grandes [[floresta tropical|florestas tropicais]] do [[mundo]] e a maior floresta delas, enquanto perde em tamanho para a [[taiga]] [[Sibéria|siberiana]] que é uma floresta de [[conífera]]s, árvores em forma de cones, os [[pinheiro]]s.{{carece de fontes|data=Agosto de 2012}}

A Floresta Amazônica possui a aparência, vista de cima, de uma camada contínua de copas largas, situadas a aproximadamente 30 m acima do [[solo]]. A maior parte de seus cinco milhões de quilômetros quadrados, ou 42 por cento do território brasileiro, é composta por uma [[floresta]] que nunca se alaga, em uma [[planície]] de 130 a 200 m de altitude, formada por sedimentos do [[lago]] Belterra, que ocupou a [[Bacia do rio Amazonas|bacia Amazônica]] há entre 1,8 milhão e 25 mil [[ano]]s. Ao tempo em que os [[Andes]] se erguiam, os rios cavaram seu leito.{{carece de fontes|data=Agosto de 2012}}

=== Clima ===
[[Imagem:ISS-20_Thunderstorms_on_the_Brazilian_Horizon.jpg|thumb|Fotografia do limbo da Terra vista da [[Estação Espacial Internacional]], sobre o [[Região Norte do Brasil|Norte do Brasil]], durante a [[Expedição 20]]. A vegetação da Amazônia, a maior [[floresta tropical]] da Terra, influencia fortemente o [[Ciclo hidrológico|ciclo da água]] regional.]]
No [[Pleistoceno]] o [[clima]] da Amazônia alternou-se entre frio-seco, quente-úmido e quente-seco. Na última fase frio-seca, há cerca de 18 ou 12 mil [[ano]]s, o [[clima]] amazônico era [[Clima semiárido|semiárid]]o, e o máximo de umidade ocorreu há sete mil [[ano]]s. Na fase semiárida, predominaram as formações vegetais abertas, como [[cerrado]] e [[caatinga]], com "refúgios" onde sobrevivia a [[floresta]]. Atualmente o [[cerrado]] subsiste em abrigos no interior da [[Floresta|mata]].{{carece de fontes|data=Agosto de 2012}}

Atualmente, o [[clima]] na floresta Amazônica é equatorial, quente e úmido, devido à proximidade à [[Linha do Equador]] (contínua à [[Mata Atlântica]]), com a temperatura variando pouco durante o ano. As chuvas são abundantes, com as médias de precipitação anuais variando de 1&nbsp;500&nbsp;mm a 1&nbsp;700&nbsp;mm, podendo ultrapassar {{Fmtn|3 000}}&nbsp;mm na foz do [[rio Amazonas]] e no litoral do [[Amapá]]. O principal período chuvoso dura seis meses.{{carece de fontes|data=Agosto de 2012}} A Amazônia colombiana é a região mais extensa e menos povoada do território, que apresenta elevada umidade, pluviosidade e, calor,<ref name="Regiões naturais da Colômbia 1">Iriarte, Helena (2006). Esta es Colombia. Ediciones Gamma S.A. pp. 24–25. ISBN 9589308910.</ref> assim como a Amazônia equatoriana, localizada no lado leste das montanhas, que também compartilha o clima das outras zonas da [[Bacia do rio Amazonas|bacia amazônica]].<ref name="CIA">{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/ec.html|título=Ecuador|acessodata=25 de janeiro de 2011|obra=CIA World Factbook}}</ref>

A Amazônia é considerada pela comunidade científica uma peça importante para o equilíbrio climático em quase toda a América do Sul. Parte da umidade do ar (que, posteriormente, se transforma em chuva) importante para as regiões [[Região Centro-Oeste do Brasil|Centro-Oeste]], [[Região Sul do Brasil|Sul]] e [[Região Sudeste do Brasil|Sudeste]] do Brasil em vários meses do ano são justamente da Amazônia, levada pelos ventos para essas regiões. A Amazônia é importante para o equilíbrio do [[clima]] no Brasil, no [[Paraguai]], no [[Uruguai]] e até na [[Argentina]].<ref name="G1 TV Globo">{{Citar web |url= http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2014/08/falta-dagua-em-cidades-tem-ver-com-devastacao-desenfreada-da-amazonia.html|título=Devastação na Amazônia |publicado=G1 / TV Globo |acessadoem=26 de setembro de 2014}}</ref><ref name=G1>{{Citar web |url= http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/10/novo-estudo-liga-desmatamento-da-amazonia-seca-no-pais.html|título=Estudo Liga Desmatamento à Seca |publicado=G1 / Globo.com |acessadoem=1º de novembro de 2014}}</ref>

=== Hidrografia ===
Na Amazônia, há inúmeros rios caudalosos, devido à elevada pluviosidade na área, sendo que as mudanças nas vazões também sofrem efeitos das variações climáticas. Na Amazônia colombiana o [[rio Catatumbo]] tem 450 km de comprimento,<ref name="books.google_1">{{citar web|url=http://books.google.com.co/books?id=hJ1AbX8qHV4C&pg=PA74&dq=colombia+andina|título=Colombia Guía Enciclopédica}}</ref> compreendendo os rios San Miguel, Zulia, Sardinata, Orú, Tarra e, os riachos Urugmita, Labranza, Seca, Cargamenta e, San Calixto/Maravilla.<ref name=":4">{{Citar web|url=https://www.cucutanuestra.com/temas/geografia/hidrografia_de_norte_de_santander.htm|titulo=Hidrografía de Norte de Santander Colombia|acessodata=2024-10-18|website=www.cucutanuestra.com}}</ref> O Catatumbo desemboca no [[lago de Maracaibo]] (maior da América do Sul), na Venezuela.<ref name=":4" /><ref>{{Citar web|url=https://www.bbc.com/portuguese/internacional/2016/05/160504_recorde_raios_lab|titulo=O fascinante lugar na Venezuela declarado pela Nasa como 'capital mundial dos relâmpagos'|data=2016-05-04|acessodata=2024-10-18|website=BBC News Brasil|lingua=pt-BR}}</ref>

Na Amazônia peruana, semelhante ao rio Amazonas brasileiro, esta região possui cachoeiras, sendo um atrativo turístico formado, onde se destaca: o [[Floresta nublada|bosque nublado]], a [[Kuelap|Fortaleza de Kuélap]] e, a catarata de Gocta.<ref>{{Citar web|url=https://soylocoportiamerica.com.br/amazonia-peruana-paraiso-da-biodiversidade-e-endemismos/|titulo=Amazônia peruana, paraíso da biodiversidade e endemismos|data=2022-06-15|acessodata=2024-10-18|website=Soy Loco Por Ti}}</ref>

==== Rio Amazonas ====
{{excerto|Rio Amazonas}}

=== Biodiversidade ===
{{Artigo principal|prefixo=Ver também|Biodiversidade no Brasil}}
[[Imagem:Ara macao - two at Lowry Park Zoo.jpg|thumb|esquerda|upright|[[Araracanga]], ave natural da [[América]] tropical.]]

Florestas tropicais úmidas são [[bioma]]s muito biodiversos e as florestas tropicais da [[América]] são consistentemente mais biodiversas do que as florestas úmidas da [[África]] e [[Ásia]].<ref name="Turner 2001">Turner, I.M. 2001. ''The ecology of trees in the tropical rain forest''. [[Cambridge University Press]], Cambridge. ISBN 0-521-80183-4</ref> Com a maior extensão de floresta tropical da América, as florestas tropicais da Amazônia têm inigualável biodiversidade. Uma em cada dez espécies conhecidas no mundo vive na Floresta Amazônica.<ref>{{citar web | url = http://www.worldwildlife.org/wildplaces/amazon/index.cfm |título= Amazon Rainforest, Amazon Plants, Amazon River Animals |publicado=[[World Wide Fund for Nature]] |acessodata=6 de maio de 2008}}</ref> Esta constitui a maior coleção de plantas vivas e espécies animais no mundo.

A região é o lar de cerca de 2,5 milhões de espécies de [[inseto]]s,<ref>{{citar web|url=http://travel.mongabay.com/brazil/brazil_amazon_index.htm |título=Photos / Pictures of the Amazon Rainforest |publicado=Travel.mongabay.com |acessodata=18 de dezembro de 2008}}</ref> dezenas de milhares de [[planta]]s e cerca de 2&nbsp;000 [[ave]]s e [[mamífero]]s. Até o momento, pelo menos 40&nbsp;000 espécies de plantas, 3&nbsp;000 de [[peixe]]s, 1&nbsp;294 aves, 427 mamíferos, 428 [[anfíbio]]s e 378 [[répteis]] foram classificadas cientificamente na região.<ref name = "Da Silva 2005">{{citar periódico |autor =Da Silva, Jose Maria Cardoso|numero-autores= ''et al.'' |título=The Fate of the Amazonian Areas of Endemism |periódico=Conservation Biology |ano=2005 | volume=19 |número=3 |páginas=689–694 | doi=10.1111/j.1523-1739.2005.00705.x }}</ref> Um em cada cinco de todos os pássaros no mundo vivem nas florestas tropicais da Amazônia. Os cientistas descreveram entre 96&nbsp;660 e 128&nbsp;843 espécies de [[invertebrados]] só no [[Brasil]].<ref name = "Lewinsohn 2005">{{citar periódico |último = Lewinsohn |primeiro = Thomas M. |coautor= Paulo Inácio Prado |data= junho de 2005 |título= How Many Species Are There in Brazil? |periódico=Conservation Biology | volume = 19 |número= 3 |páginas= 619–624 | doi = 10.1111/j.1523-1739.2005.00680.x}}</ref>

A diversidade de espécies de plantas é a mais alta da [[Terra]], sendo que alguns especialistas estimam que um [[quilômetro quadrado]] amazônico pode conter mais de mil tipos de [[árvore]]s e milhares de espécies de outras plantas superiores. De acordo com um estudo de 2001, um quarto de quilômetro quadrado de floresta equatoriana suporta mais de 1 100 espécies de árvores.<ref>{{citar periódico |último =Wright |primeiro =S. Joseph |título=Plant diversity in tropical forests: a review of mechanisms of species coexistence |periódico=Oecologia |data=12 de outubro de 2001 | volume=130 |páginas=1–14 | doi=10.1007/s004420100809 }}</ref>

Um quilômetro quadrado de floresta amazônica pode conter cerca de 90&nbsp;790 toneladas métricas de plantas vivas. A [[biomassa]] da planta média é estimada em 356 ± 47 toneladas ha<sup>−1</sup>.<ref>{{citar periódico |último =Laurance |primeiro =William F. |coautor=Fearnside, Philip M.; Laurance, Susan G.; Delamonica, Patricia; Lovejoy, Thomas E.; Rankin-de Merona, Judy M.; Chambers, Jeffrey Q.; Gascon, Claude |título=Relationship between soils and Amazon forest biomass: a landscape-scale study |periódico=Forest Ecology and Management |data=14 de junho de 1999 | volume=118 |número=1–3 |páginas=127–138 | doi=10.1016/S0378-1127(98)00494-0 }}</ref> Até o momento, cerca de 438 mil espécies de plantas de interesse econômico e social têm sido registradas na região, com muitas mais ainda a serem descobertas ou catalogadas.<ref>{{citar web |url=http://www.travelsouth-america.com/amazon.html |título=Amazon Rainforest |publicado=South AmericaTravel Guide |acessodata=19 de agosto de 2008 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080812021245/http://www.travelsouth-america.com/amazon.html |arquivodata=2008-08-12 |urlmorta=yes }}</ref>

[[imagem:Bumblebee Poison Frog Dendrobates leucomelas.jpg|thumb|O desmatamento na Amazônia ameaça muitas espécies de rãs de árvore, que são muito sensíveis às mudanças ambientais. Na imagem, o ''[[Dendrobates leucomelas]]''.]]

A área foliar verde das plantas e árvores na floresta varia em cerca de 25 por cento, como resultado de mudanças sazonais. Essa área expande-se durante a [[estação seca]] quando a [[luz solar]] é máxima, então sofre uma abscisão durante a [[Estação das chuvas|estação úmida]] nublada. Estas mudanças fornecem um balanço de [[carbono]] entre [[fotossíntese]] e [[respiração]].<ref>{{citar periódico |autor =Mynenia, Ranga B.o|numero-autores= ''et al.'' |título=Large seasonal swings in leaf area of Amazon rainforests |periódico=Proceedings of the National Academy of Science |data=13 de março de 2007 | volume=104 | pmid=17360360 |número=12 |páginas=4820–4823 | pmc=1820882 | doi=10.1073/pnas.0611338104 }}</ref>

A floresta contém várias espécies que podem representar perigo. Entre as maiores criaturas predatórias estão o [[jacaré-açu]], [[onça-pintada]] (ou jaguar), [[suçuarana]] (ou puma) e a [[sucuri]]. No [[rio Amazonas]], [[Poraquê|enguias elétricas]] podem produzir um [[choque elétrico]] que pode atordoar ou matar, enquanto as [[piranha]]s são conhecidas por morder e machucar [[seres humanos]]. Em suas águas, também é possível se observar um dos maiores peixes de água doce do mundo, o [[pirarucu]].<ref>{{citar web |título=Piranha 'less deadly than feared' |data=2 de julho de 2007 |publicado=[[BBC News Online]] |autor =Staff | url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/6259946.stm |acessodata=2 de julho de 2007 }}</ref> Várias espécies de [[Dendrobatidae|sapos venenosos]] secretam [[toxina]]s [[lipofílica]]s [[alcalóide|alcaloide]]s através de sua [[carne]]. Há também inúmeros [[parasita]]s e [[Vetor (epidemiologia)|vetores de doenças]]. [[Morcego-vampiro|Morcegos-vampiros]] habitam na floresta e podem espalhar o [[vírus]] da [[Raiva (doença)|raiva]].<ref>{{citar periódico |autor =da Rosa, Elizabeth S. T. o|numero-autores=''et al.'' |título=Bat-transmitted Human Rabies Outbreaks, Brazilian Amazon |periódico=Emerging Infectious Diseases |data=agosto de 2006| volume=12 |número=8 |páginas=1197–1202 | url=http://origin.cdc.gov/ncidod/EID/vol12no08/pdfs/05-0929.pdf |formato=PDF|acessodata=11 de outubro de 2008 | pmid=16965697 }}</ref> [[Malária]], [[febre amarela]] e [[dengue]] também podem ser contraídas na região amazônica.

A [[fauna]] e [[flora]] amazônicas foram descritas no impressionante ''[[Flora Brasiliensis]]'' (15 volumes), de [[Carl Friedrich Philipp von Martius|Carl von Martius]], [[naturalista]] [[Áustria|austríaco]] que dedicou boa parte de sua vida à [[pesquisa]] da Amazônia, no {{séc|XIX}}. Todavia, a diversidade de [[espécies]] e a dificuldade de acesso às copas elevadas tornam ainda desconhecida grande parte das riquezas [[Fauna|faunísticas]].

Na Amazônia Venezuelana, mais de metade das espécies de aves e mamíferos do país são encontradas nas florestas da Amazônia e ao sul do rio Orinoco.<ref name="Biodiversidade da Venezuela 7">{{citar web|url=https://web.archive.org/web/20090215051848/http://archive.wri.org/page.cfm?id=1607&z=?|titulo=State of Venezuela's forests: A case study of the Guayana Region|data=2002|acessodata=5 de maio de 2014|publicado=World Resources Institute|autor=Bevilacqua, M; Cardenas, L; Flores|lingua=inglês}}</ref>

A Guiana possui a maior biodiversidade entre os países da comunidade [[Comunidade do Caribe|CARICOM]],<ref name=":5">{{citar web|ultimo=|primeiro=|url=https://www.bbc.com/news/world-latin-america-49609702|título=Amazon fires: Seven countries sign forest protection pact|data=|acessodata=02-10-2007|obra=[[BBC News]]|publicado=|língua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110717201141/https://www.bbc.com/news/world-latin-america-49609702|arquivodata=2011-07-17|urlmorta=yes}}</ref><ref name=":6">{{citar web|url=https://www.regjeringen.no/en/topics/climate-and-environment/climate/climate-and-forest-initiative/kos-innsikt/guyana/id734164/|título=Guyana|acessodata=02-10-2007|língua=en}}</ref> é uma das cinco áreas mais arborizadas do mundo com desmatamento inexistente,<ref name=":6" /> e assinou um acordo de cooperação referente a região amazônica.<ref name=":5" />

=== Produção de oxigênio ===
[[imagem:Amazonie.jpg|thumb|Paisagem da Amazônia a oeste de [[Manaus]], no Brasil.]]
[[Imagem:Amazon CIAT (3).jpg|thumb|Vista aérea de uma região da Amazônia próxima a Manaus]]
A alegação de que a Amazônia seria o "[[pulmão]] do mundo" é bastante usada na mídia e em postagens de políticos<ref name="Não-nomeado-xXO9-1">{{Citar web|titulo=There's One Wrong Statistic Everyone's Sharing About The Devastating Amazon Fires|url=https://www.sciencealert.com/there-s-one-wrong-statistic-everyone-s-sharing-about-the-devastating-amazon-fires|obra=ScienceAlert|acessodata=2019-09-09|lingua=en-gb|primeiro=Scott Denning, The|ultimo=Conversation}}</ref> e celebridades<ref>{{citar web|url=https://www.newsweek.com/leonardo-dicaprio-helps-raise-5-million-amazon-fires-celebrities-call-action-1456200|titulo=LEONARDO DICAPRIO HELPS RAISE $5 MILLION FOR AMAZON FIRES, CELEBRITIES CALL FOR ACTION|data=26/08/2019|acessodata=|publicado=|ultimo=HASAN|primeiro=ILMA}}</ref> nas redes sociais. No entanto, quase todo o [[oxigênio]] respirável da [[Terra]] se origina de [[fitoplâncton]]s que vivem nos [[oceano]]s do planeta e existe em quantidade suficiente para durar milhões de anos.<ref>{{citar web|url=https://theconversation.com/amazon-fires-are-destructive-but-they-arent-depleting-earths-oxygen-supply-122369|titulo=Amazon fires are destructive, but they aren’t depleting Earth’s oxygen supply|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=Denning|primeiro=Scott}}</ref>

A afirmação de que a Amazônia produz 20% de oxigênio é fisicamente impossível, visto que simplesmente não há [[dióxido de carbono]] suficiente na [[atmosfera da Terra]] para que as árvores fotossintetizem em um quinto do oxigênio do planeta.<ref>{{Citar web|titulo=Will We Ever… Photosynthesise Like Plants?|url=https://www.nationalgeographic.com/science/phenomena/2012/09/18/will-we-ever-photosynthesise-like-plants/|obra=Science & Innovation|data=2012-09-18|acessodata=2019-09-09}}</ref> Na realidade, cálculos baseados em um estudo de 2010<ref>{{Citar periódico|ultimo=Papale|primeiro=Dario|ultimo2=Woodward|primeiro2=F. Ian|ultimo3=Williams|primeiro3=Christopher|ultimo4=Viovy|primeiro4=Nicolas|ultimo5=Veenendaal|primeiro5=Elmar|ultimo6=Roupsard|primeiro6=Olivier|ultimo7=Oleson|primeiro7=Keith W.|ultimo8=Margolis|primeiro8=Hank|ultimo9=Luyssaert|primeiro9=Sebastiaan|data=2010-08-13|titulo=Terrestrial Gross Carbon Dioxide Uptake: Global Distribution and Covariation with Climate|url=https://science.sciencemag.org/content/329/5993/834|jornal=Science|lingua=en|volume=329|numero=5993|paginas=834–838|doi=10.1126/science.1184984|issn=0036-8075|pmid=20603496}}</ref> estima-se que as florestas tropicais são responsáveis por 34% da fotossíntese que ocorre em terra e a Amazônia representaria cerca de metade disso. Isso significaria que a Amazônia gera cerca de 16% do oxigênio produzido em terra.<ref>{{Citar web|titulo=does the amazon provide 20% of our oxygen?|url=http://www.yadvindermalhi.org/1/post/2019/08/does-the-amazon-provide-20-of-our-oxygen.html|obra=YADVINDER MALHI|acessodata=2019-09-09|lingua=en}}</ref> Essa porcentagem cai para 9% quando se leva em consideração o oxigênio produzido pelo fitoplâncton no oceano. O [[Projeto Drawdown|Project Drawdown]], que pesquisa soluções de mudanças climáticas, chegou a uma estimativa mais conservadora de 6%.<ref>{{citar web|url=https://newsbeezer.com/as-the-amazon-fires-spread-so-did-these-unfounded-statistics/|titulo=As the Amazon fires spread, so did these unfounded statistics|data=24-08-2019|acessodata=|publicado=NewsBeezer|ultimo=|primeiro=}}</ref> A [[fotossíntese]] das plantas é, em última análise, responsável pelo oxigênio respirável, apenas uma fração muito pequena do crescimento da planta realmente contribui para a reserva de oxigênio no ar. Mesmo que toda a matéria orgânica na Amazônia fosse queimada de uma só vez, menos de 1% do oxigênio do mundo seria consumido.<ref name="Não-nomeado-xXO9-1"/><ref>{{Citar web|titulo=Why the Amazon doesn’t really produce 20% of the world’s oxygen|url=https://www.nationalgeographic.com/environment/2019/08/why-amazon-doesnt-produce-20-percent-worlds-oxygen/|obra=Environment|data=2019-08-28|acessodata=2019-09-09}}</ref>

== Conservação e desmatamento ==
{{Artigo principal|Desmatamento da Floresta Amazônica}}
{{VT|Desmatamento no Brasil|Genocídio dos povos indígenas no Brasil}}
[[Ficheiro:Gráfico histórico de desmatamento na Floresta Amazônica brasileira (1988-2023).png|miniaturadaimagem|Gráfico do histórico de [[Desmatamento da Floresta Amazônica|desmatamento na Floresta Amazônica]] brasileira (1988-2023), de acordo com o [[Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais|INPE]].]]
O [[desmatamento]] é a conversão de áreas florestais para áreas não florestadas. As principais fontes de desmatamento na Amazônia são assentamentos humanos e o [[Agricultura|desenvolvimento da terra]].<ref>{{citar livro |autor =Various | editor=Bierregaard, Richard; Gascon, Claude; Lovejoy, Thomas E.; Mesquita, Rita |título=Lessons from Amazonia: The Ecology and Conservation of a Fragmented Forest |ano=2001 |publicado=Yale University Press | isbn=0300084838 }}</ref> Antes do início dos anos 1960, o acesso ao interior da floresta era muito restrito e a floresta permaneceu basicamente intacta.<ref name="autogenerated3">{{citar periódico |autor =Kirby, Kathryn R.; Laurance, William F.; Albernaz, Ana K.; Schroth, Götz; Fearnside, Philip M.; Bergen, Scott; M. Venticinque, Eduardo; Costa, Carlos da |título=The future of deforestation in the Brazilian Amazon |periódico=Futures |ano=2006 | volume=38 |número=4 |páginas=432–453 | doi=10.1016/j.futures.2005.07.011 }}</ref>

Fazendas estabelecidas durante a década de 1960 eram baseadas no cultivo e corte e no [[Queimada|método de queimar]]. No entanto, os colonos eram incapazes de gerir os seus campos e culturas por causa da perda de [[fertilidade]] do solo e a invasão de [[ervas daninhas]].<ref name=watkins_griffiths>Watkins and Griffiths, J. (2000). Forest Destruction and Sustainable Agriculture in the Brazilian Amazon: a Literature Review (Doctoral dissertation, The University of Reading, 2000). Dissertation Abstracts International, 15–17</ref> Os solos da Amazônia são produtivos por apenas um curto período de tempo, o que faz com que os agricultores estejam constantemente mudando-se para novas áreas e desmatando mais florestas.<ref name=watkins_griffiths /> Estas práticas agrícolas levaram ao desmatamento e causaram extensos danos ambientais.<ref>{{citar livro |primeiro =M. |último =Williams |ano=2006 |título=Deforesting the Earth: From Prehistory to Global Crisis |publicado=The University of Chicago Press |edição=Abridged |local=Chicago, IL | isbn=0226899470 }}</ref> O desmatamento é considerável e áreas desmatadas de floresta são visíveis a olho nu do [[espaço exterior]].

Entre 1991 e 2000, a área total de floresta perdida na Amazônia subiu de 415&nbsp;000 para 587&nbsp;000 quilômetros quadrados, com a maioria da floresta desmatada sendo transformada em pastagens para o [[gado]].<ref name=CIFOR2004>Centre for International Forestry Research (CIFOR) (2004)</ref> Setenta por cento das terras anteriormente florestadas da Amazônia e 91% das terras desmatadas desde 1970 são usadas para [[pastagem]] de gado.<ref>{{citar livro |autor =Steinfeld, Henning; Gerber, Pierre; Wassenaar, T. D.; Castel, Vincent |ano=2006 |acessodata=19 de agosto de 2008 | url=http://www.fao.org/docrep/010/a0701e/a0701e00.htm |título=Livestock's Long Shadow: Environmental Issues and Options |publicado=Food and Agriculture Organization of the United Nations | isbn=9251055718 }}</ref><ref>{{citar livro |último =Margulis |primeiro =Sergio |ano=2004 |título=Causes of Deforestation of the Brazilian Amazon |obra=World Bank Working Paper No. 22 |publicado=The World Bank |local=Washington D.C. | isbn=0821356917 | url=http://www-wds.worldbank.org/servlet/WDSContentServer/WDSP/IB/2004/02/02/000090341_20040202130625/Rendered/PDF/277150PAPER0wbwp0no1022.pdf |formato=PDF|acessodata=4 de setembro de 2008
}}</ref>
[[imagem:Amazon Deforestation in Rondonia, Brazil.ogv|thumb|Vídeo de uma série de [[Imagem de satélite|imagens de satélite]] do desmatamento em [[Rondônia]].]]

O [[Brasil]] também é um dos maiores produtores mundiais de [[soja]] depois dos [[Estados Unidos]]. As necessidades dos agricultores de soja têm sido usadas para validar muitos dos projetos de transporte controversos que estão atualmente em desenvolvimento na Amazônia. As duas primeiras rodovias com sucesso abriram a floresta tropical e levaram ao aumento do desmatamento. A taxa de desmatamento médio anual entre 2000 e 2005 (22&nbsp;392&nbsp;km² por ano) foi 18% maior do que nos últimos cinco anos (19&nbsp;018&nbsp;km² por ano).<ref>Barreto, P.; Souza Jr. C.; Noguerón, R.; Anderson, A. & Salomão, R. 2006. [http://www.imazon.org.br/publicacoes/publicacao.asp?id=357 ''Human Pressure on the Brazilian Amazon Forests'']{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}. [http://www.imazon.org.br/ Imazon]. Retrieved September 28, 2006.  (The [http://www.imazon.org.br/ Imazon] web site contains many resources relating to the Brazilian Amazonia.)</ref> Na primeira década do século XXI, o desmatamento tinha diminuído significativamente na Amazônia brasileira.<ref>[http://www.obt.inpe.br/prodes/prodes_1988_2009.htm INPE: Estimativas Anuais desde 1988 até 2009]</ref> No entanto, de acordo com dados do [[Instituto Socioambiental]] (Isa), nos dois primeiros meses de 2019 a destruição da vegetação nativa na bacia do [[rio Xingu]] atingiu 8 500 hectares de floresta, o equivalente a 10 milhões de árvores e superou em 54% o desmatamento no mesmo período em 2018. Os dados foram obtidos por meio do Sirad X, o sistema de monitoramento de desmatamento da Rede Xingu.<ref name="ambiente">{{citar web |url=https://congressoemfoco.uol.com.br/meio-ambiente/meio-ambiente-enfrenta-retrocessos-e-desmonte-nos-primeiros-100-dias-do-governo-bolsonaro-apontam-ambientalistas/ |titulo=Meio ambiente enfrenta retrocessos e desmonte nos primeiros 100 dias do governo Bolsonaro, apontam ambientalistas |editor=Congresso em Foco |data=10 de abril de 2019 |acessodata=16 de maio de 2019}}</ref> Em 21 de agosto de 2019, após o [[Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais]] (INPE) detectar mais [[Incêndios florestais no Brasil em 2019|74 mil focos de incêndios florestais]] na Amazônia.<ref>{{citar web|url=https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/21/politica/1566407148_180887.html|título=Onda de incêndios na Amazônia sobe e Governo admite descontrole “criminoso”|último=Oliveira|primeiro=Joana|data=22 de agosto de 2019|jornal=[[El País]]|acessodata=22 de agosto de 2019|língua=português}}</ref>[[Ficheiro:2019_amazon_wildfires_purus_river_20190816.jpeg|thumb|Imagens de satélite do [[Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais|Inpe]] ao longo do [[rio Purus]], no [[Amazonas]], em 16 de agosto de 2019, mostrando [[Incêndios florestais no Brasil em 2019|várias nuvens de fumaça de incêndios florestais]].]]

Ambientalistas estão preocupados com a perda de biodiversidade resultante da destruição da floresta. Outro fator preocupante é a emissão de carbono, que pode acelerar o aquecimento global. A vegetação da Amazônia possui cerca de 10% das reservas de carbono do mundo em seu ecossistema. Estudos mostram que o desmatamento insustentável da floresta levará à redução das chuvas e ao aumento da temperatura.<ref>Cox, Betts, Jones, Spall and Totterdell. 2000. "Acceleration of global warming due to carbon-cycle feedbacks in a coupled climate model". Nature, November 9, 2000</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Nobre|primeiro=Carlos|ultimo2=Lovejoy|primeiro2=Thomas E.|data=2018-02-01|titulo=Amazon Tipping Point|url=https://advances.sciencemag.org/content/4/2/eaat2340|jornal=Science Advances|lingua=en|volume=4|numero=2|paginas=eaat2340|doi=10.1126/sciadv.aat2340|issn=2375-2548}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Amazon near tipping point of switching from rainforest to savannah – study |url=https://www.theguardian.com/environment/2020/oct/05/amazon-near-tipping-point-of-switching-from-rainforest-to-savannah-study |jornal=The Guardian |data=2020-10-05 |issn=0261-3077 |acessodata=2020-10-18 |lingua=en-GB |primeiro=Fiona |ultimo=Harvey |publicado=}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://iopscience.iop.org/article/10.1088/1748-9326/aca3b8 |título=Can we avert an Amazon tipping point? The economic and environmental costs |data=2022-12-01 |acessodata=2022-12-12 |periódico=Environmental Research Letters |número=12 |ultimo=Banerjee |primeiro=Onil |ultimo2=Cicowiez |primeiro2=Martin |paginas=125005 |doi=10.1088/1748-9326/aca3b8 |issn=1748-9326 |ultimo3=Macedo |primeiro3=Marcia N |ultimo4=Malek |primeiro4=Žiga |ultimo5=Verburg |primeiro5=Peter H |ultimo6=Goodwin |primeiro6=Sean |ultimo7=Vargas |primeiro7=Renato |ultimo8=Rattis |primeiro8=Ludmila |ultimo9=Bagstad |primeiro9=Kenneth J}}</ref>

=== Mineração ===

Em agosto de 2017, foi publicado no [[Diário Oficial da União]] (DOU) a decisão do presidente Michel Temer de extinguir a Reserva Nacional do Cobre e seus associados (Renca), liberando uma área com 47 mil metros quadrados para mineração privada.<ref>{{citar web |url= http://veja.abril.com.br/entretenimento/gisele-bundchen-critica-decreto-de-temer-sobre-amazonia-leilao/ |título= Gisele Bündchen critica decreto de Temer sobre Amazônia: ‘Leilão’ |acessodata= 16 de setembro de 2017 |autor=  |data=  |obra= Veja}}</ref> O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que "O decreto é o maior ataque à Amazônia dos últimos 50 anos. Nem a [[Ditadura militar no Brasil (1964–1985)|ditadura militar]] ousou tanto. Nem a [[Rodovia Transamazônica|Transamazônica]] foi tão ofensiva. Nunca imaginei que o governo tivesse tamanha ousadia". [[Gisele Bundchen]] também criticou a decisão dizendo: "VERGONHA! Estão leiloando nossa Amazônia! Não podemos destruir nossas áreas protegidas em prol de interesses privados". O diretor-executivo da [[World Wide Fund for Nature]] (WWF) no Brasil, Maurício Voivodic disse que "É uma tragédia realmente anunciada. Vai resultar em desmatamento, contaminação dos rios e o perigo da atividade mineira é associado a outras atividades ilegais, como garimpo. É uma visão antiga de desenvolvimento, da Amazônia como provedora de recursos naturais". Voivodic citou como exemplo o desastre de [[Rompimento de barragem em Mariana|Mariana]] e do [[Rio Doce]] envolvendo a mineradora [[Samarco]].<ref>{{citar web |url= https://br.noticias.yahoo.com/sos-amaz%C3%B4nia-abertura-reserva-%C3%A0-minera%C3%A7%C3%A3o-gera-pol%C3%AAmica-140122416--sector.html |título= 'SOS Amazônia': abertura de reserva à mineração gera polêmica |acessodata= 14 de setembro de 2017 |autor= Carola Solé |data= 25 de agosto de 2017 |obra= Yahoo!}}</ref>

=== Risco de colapso ecológico ===
Devido às [[Mudança do clima|mudanças climáticas]], há um alto risco de que o ecossistema amazônico entre em colapso nos próximos anos, especialmente porque a estação seca foi estendida em até um mês por ano nas últimas décadas.<ref name=":0">{{Citar periódico |url=https://www.nature.com/articles/d41586-020-00508-4 |título=When will the Amazon hit a tipping point? |data=2020-02-25 |acessodata=2023-06-28 |periódico=Nature |número=7796 |ultimo=Amigo |primeiro=Ignacio |paginas=505–507 |lingua=en |doi=10.1038/d41586-020-00508-4}}</ref> Além disso, o desmatamento continua a ser um dos fatores destrutivos mais importantes na Amazônia. Até 2017, o desmatamento acumulado foi estimado em cerca de 800&nbsp;000 hectares, aproximadamente 20% da floresta amazônica.<ref name=":1">{{Citar periódico |url=https://acp.copernicus.org/articles/19/8425/2019/ |título=Land cover and its transformation in the backward trajectory footprint region of the Amazon Tall Tower Observatory |data=2019-07-03 |acessodata=2023-06-28 |periódico=Atmospheric Chemistry and Physics |número=13 |ultimo=Pöhlker |primeiro=Christopher |ultimo2=Walter |primeiro2=David |paginas=8425–8470 |lingua=en |doi=10.5194/acp-19-8425-2019 |issn=1680-7316 |ultimo3=Paulsen |primeiro3=Hauke |ultimo4=Könemann |primeiro4=Tobias |ultimo5=Rodríguez-Caballero |primeiro5=Emilio |ultimo6=Moran-Zuloaga |primeiro6=Daniel |ultimo7=Brito |primeiro7=Joel |ultimo8=Carbone |primeiro8=Samara |ultimo9=Degrendele |primeiro9=Céline}}</ref> Outro fator destrutivo importante são os incêndios. Um estudo de dados de satélite constatou que, de 2003 a 2020, a maior ocorrência de incêndios na Amazônia não ocorreu em épocas de seca prolongada, mas dependeu mais das atividades agrícolas.<ref>{{Citar periódico |url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/geb.13577 |título=Amazon fires in the 21st century: The year of 2020 in evidence |data=outubro de 2022 |acessodata=2023-06-28 |periódico=Global Ecology and Biogeography |número=10 |ultimo=Silveira |primeiro=Marcus V. F. |ultimo2=Silva‐Junior |primeiro2=Celso H. L. |paginas=2026–2040 |lingua=en |doi=10.1111/geb.13577 |issn=1466-822X |ultimo3=Anderson |primeiro3=Liana O. |ultimo4=Aragão |primeiro4=Luiz E. O. C.}}</ref> De acordo com o estudo, cerca de 20% das queimadas agrícolas se espalharam para áreas de [[floresta primária]]. Dados de satélite mostraram que as queimadas são muito menos frequentes em áreas classificadas como [[Terras indígenas do Brasil|territórios indígenas]].

A poluição do ar na Amazônia é causada principalmente pela queima de biomassa. Entretanto, outras fontes de poluição antropogênica são significativas. Entre elas estão as seguintes:<ref name=":1" />

* Emissões de gás e aerossol de usinas termoelétricas.
* Emissões de gás e aerossol em centros urbanos, como [[Manaus]], [[Santa Cruz de la Sierra]], [[Belém (Pará)|Belém]] e [[São Luís (Maranhão)|São Luís]].
* Emissões de metano em [[Barragem|represas]].
* Emissões de gás e aerossol de embarcações fluviais.
* Ressuspensão de poeira proveniente de atividades de mineração.
* Perturbação dos ecossistemas pela construção de novas estradas e rodovias, como a [[BR-319]] e a [[BR-230|Transamazônica]].

Recentemente, a comunidade científica alertou sobre o processo acelerado de conversão do ecossistema amazônico em savana, especialmente no leste e no sul da bacia.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.aba2949 |título=Amazon tipping point: Last chance for action |data=2019-12-06 |acessodata=2023-06-28 |periódico=Science Advances |número=12 |ultimo=Lovejoy |primeiro=Thomas E. |ultimo2=Nobre |primeiro2=Carlos |lingua=en |doi=10.1126/sciadv.aba2949 |issn=2375-2548 |pmid=32064324}}</ref> No entanto, o momento exato em que a Amazônia atingirá o ponto de não retorno ainda está sendo estudado.<ref name=":0" /> O projeto de pesquisa ''AmazonFACE'' está procurando gerar respostas sobre como as mudanças climáticas estão afetando o ecossistema amazônico.<ref>{{Citar web|url=https://amazonface.unicamp.br/sobre-o-programa/|titulo=Sobre o programa - AmazonFACE|data=2022-11-19|acessodata=2023-06-28|lingua=pt-BR}}</ref> Foram identificadas espécies de árvores que podem absorver mais CO₂, um fator fundamental que poderia ajudar a tornar a floresta mais resiliente.<ref>{{Citar periódico |url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/nph.16366 |título=Digging deeper? Biomass allocation patterns in trees and lianas in tropical seasonal forests |data=maio de 2020 |acessodata=2023-06-28 |periódico=New Phytologist |número=3 |ultimo=Lugli |primeiro=Laynara F. |paginas=639–640 |lingua=en |doi=10.1111/nph.16366 |issn=0028-646X}}</ref> O projeto ''AmazonFACE'' é caracterizado por uma maioria de mulheres.<ref>{{Citar web|url=https://amazonface.unicamp.br/presenca-feminina-no-amazonface-inspira-mulheres-cientistas/|titulo=Presença feminina no AmazonFACE inspira mulheres cientistas - AmazonFACE|data=2023-03-08|acessodata=2023-06-28|lingua=pt-BR}}</ref>

A crescente destruição da Amazônia levou diferentes comunidades indígenas a se organizarem para defender o ecossistema. Um dos grupos mais ativos tem sido os "guardiões da floresta" do povo [[Guajajaras|Guajajara]]. Entre 2000 e 2018, 42 indígenas Guajajara foram mortos em confrontos com invasores.<ref>{{Citar web|url=https://journalism.csis.org/deforestation-hits-home-indigenous-communities-fight-for-the-future-of-their-amazon/|titulo=Deforestation Hits Home: Indigenous Communities Fight for the Future of Their Amazon|data=2021-01-26|acessodata=2023-06-28|website=CSIS Journalism Bootcamp|lingua=en-US}}</ref> Devido ao alto nível de violência, os guardiões da floresta recorreram à defesa armada.<ref>{{Citar web|ultimo=FRANCE24.Espanol|url=https://www.france24.com/es/20190920-guardianes-amazonia-brasil-incendios-bosque|titulo=La lucha forestal de los Guajajara, los "guardianes" de la Amazonía brasileña|data=2019-09-21|acessodata=2023-06-28|website=France 24}}</ref> De acordo com [[Nina Gualinga]], uma ativista indígena equatoriana, é importante manter a defesa da floresta como prioridade da luta indígena e evitar cair na armadilha dos mercados de carbono, que criam a ilusão de que estamos fazendo algo pela conservação dos sistemas naturais.<ref>{{Citar web|url=https://www.ohchr.org/en/stories/2021/11/protecting-indigenous-peoples-rights-collective-fight|titulo=Protecting indigenous peoples’ rights is a “collective fight”|acessodata=2023-06-28|website=OHCHR|lingua=en}}</ref> Recentemente, a [[União Internacional para a Conservação da Natureza]] decidiu incluir a representação indígena na organização com um status especial, no nível dos governos e das [[Organização não governamental|ONGs]], como parte de um plano de ação global para acabar com a destruição e o extrativismo na Amazônia.<ref>{{Citar web|url=https://www.dw.com/es/proteger-el-80-de-la-amazonia-l%C3%ADderes-ind%C3%ADgenas-impulsan-ambicioso-plan-para-salvaguardar-el-futuro-del-planeta/a-59100880|titulo=Indígenas impulsan plan para proteger el 80 % de la Amazonia – DW – 06/09/2021|acessodata=2023-06-28|website=dw.com|lingua=es}}</ref>

== Ver também ==
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* [[Amazofonia]]
* [[Amazônia Peruana]]
* [[Amazônia Legal|Amazônia Legal (Brasil)]]
* [[Aquífero Alter do Chão]]
* [[Aquífero Grande Amazônia]]
* [[Bacia do rio Amazonas]]
* [[Floresta do Congo]]
* [[Incêndios florestais na Amazônia em 2019]]
* [[Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia]]
* [[Amazônia Revelada|Projeto institucional do CNPq relativo a Amazônia]]
* [[Observatório de Torre Alta da Amazônia]]
* [[Óleos da Amazônia]]
* [[Organização do Tratado de Cooperação Amazônica]]
* [[SIVAM|Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM)]]
* [[Soldados da Borracha]]
* [[Evapotranspiração e o Clima]]
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{{notas e referências}}

=== Bibliografia ===
{{InícioRef|2}}
* Ab'Saber, A. (2002). Bases para o estudo dos ecossistemas da Amazônia brasileira. ''Estudos Avançados'' 16(45): 7-30, [http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142002000200002&script=sci_arttext&tlng=es].
* Ab'Sáber, A. (2003). ''Domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas''. São paulo: Ateliê Edtorial,  [https://books.google.com.br/books?id=ckbBFiZrjroC].
* Ab'Sáber, A. (2004). ''Amazônia: do discurso à práxis''. 2a ed. São Paulo: Edusp, [https://books.google.com.br/books?id=d4_c4J0rMlIC]. (1a ed., 1996).
* Barreto, G. (2006). ''Um dia na Amazônia''. Literatura Infantil. [[Campanha da Fraternidade de 2007]].
* Hoorn, C., & Wesselingh, F. (Eds.). (2011). ''Amazonia, landscape and species evolution: a look into the past.'' John Wiley & Sons, [https://books.google.com.br/books?id=f1OSAdWf03sC].
* Mesquita, T. (2005). ''Amazônia revelada: os descaminhos ao longo da BR-163'' (filme). Brasília, CNPq. 90 min. son. color.
* Murça Peres, J. (1984). "The Amazonian forest". In: Sioli, H. (ed.). ''The Amazon'': limnology and landscape ecology of a mighty tropical river and its basin. pp. 581-602. Dordrecht, Holanda: Dr. W. Junk Publishers. [https://books.google.com.br/books?id=BMTtCAAAQBAJ link].
* Pires, J. M. & Prance, G. T. (1985). The vegetation types of Brazilian Amazon. In: G. T. Prance & T. E. Lovejoy (ed.). ''Key Environment: Amazonia'', p. 109-145. Pergamom Press, [https://www.researchgate.net/profile/GT_Prance/publication/259688522_The_vegetation_types_of_the_Brazilian_Amazon/links/570e9cb408aee76b9dadf615/The-vegetation-types-of-the-Brazilian-Amazon.pdf].
* Torres, Maurício (org.) Amazônia revelada: os descaminhos ao longo da BR-163. Brasília: CNPq, 2005. Bibliografia. 496 p., fotografias. ISBN 85-86821-63-2
* UFV (2006). ''Amazônia''. Material da disciplina ENF448 - Recursos Naturais e Manejo de Ecossistemas. Viçosa: UFV, Departamento de Engenharia Florestal, [ftp://www.ufv.br/def/disciplinas/ENF448/aula_10_fitogeografia/BIOMAS/AMAZ%D4NIA.pdf].
*{{citar periódico|título=Geopolítica da Amazônia|revista=Estudos Avançados|primeiro=Bertha K.|último=Becker|ano=2005|doi=10.1590/S0103-40142005000100005|número=53|volume=19|ref=harv|autorlink=Bertha Becker}}
{{-fim}}

== Ligações externas ==
{{Correlatos |commons = Amazon Rainforest |commonscat = Amazon Rainforest |wikisource = |wikiquote = Amazônia |wikilivros = |wikinoticias = |wikcionario = |wikispecies = |wikiversidade = |meta =}}
* {{Link|pt|http://www.sae.gov.br/atlas/|SAE - Secretaria Assuntos Estratégicos}} Atlas digital "Amazônia – Visão Estratégica".
* {{Link|pt|http://www.globoamazonia.com.br/|Globo Amazônia}}, portal de notícias diárias da Globo sobre a Amazônia.
* {{Link|pt|http://www.inpa.gov.br|Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)}}, órgão do governo brasileiro encarregado de coordenar as pesquisas na Amazônia
* {{Link|pt|http://www.exercito.gov.br/06OMs/Comandos/CMA/indice.htm|Comando Militar da Amazônia}}, página do Exército Brasileiro
* {{Link|pt|http://www.sivam.gov.br|SIVAM}}, Sistema de Vigilância da Amazônia
* {{Link|pt|http://www.sipam.gov.br/|SIPAM}}, Sistema de Proteção da Amazônia
* {{Link|pt|http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/meioamb/ecossist/amazon/|Ministério das Relações Exteriores}}
* {{Link|pt|2=http://www.ibama.gov.br/ecossistemas/amazonia.htm|3=IBAMA: ecossistema Amazônia}}, página do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Não Renováveis

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