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Usuário(a):Xavier1824/Testes: diferenças entre revisões

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{{Info/Partido Político
{{Info/País
|nome_nativo = <small>''Estado Plurinacional de Bolivia''<ref name="novonome">Em cumprimento do estabelecido pela [http://www.vicepresidencia.gob.bo/Portals/0/documentos/NUEVA_CONSTITUCION_POLITICA_DEL_ESTADO.pdf Constituição Política do Estado de 2009], deverá ser utilizada em todos os atos públicos e privados, nas relações diplomáticas internacionais, assim como a correspondência oficial a nível nacional e internacional, a denominação '''Estado Plurinacional da Bolivia''', a partir de 18 de março de 2009 (segundo [http://www.derechoteca.com/gacetabolivia/decreto-supremo-0048-del-18-marzo-2009.htm Decreto supremo nº 48, de 18 de março de 2009]{{Ligação inativa}}). A [[ONU]] [http://unterm.un.org/dgaacs/unterm.nsf/WebView/0FAAC0F4AFEF25888525759700495902?OpenDocument reconheceu a nova denominação oficial do estado boliviano em 7 de abril de 2009].</ref> ([[Língua castelhana|espanhol]])<br />''Puliwya Achka Aylluska Mamallaqta'' ([[Língua quíchua|quíchua]])<br />''Wuliwya Suyu'' ([[Língua aimará|aimará]])<br />''Tetã Hetãvoregua Mborivia'' ([[Língua Guarani|guarani]])</small>
| nome = Hamas
|nome_longo_convencional = Estado Plurinacional da Bolívia
| logo = [[Imagem:Flag_of_Hamas.svg|borda|250px]]
|imagem_bandeira = Flag of Bolivia (state).svg
| presidente = [[Ismail Haniya]] ([[primeiro-ministro]])
|nome_pt = Bolívia
| fundação = 10 de dezembro de 1987
|imagem_brasão = Coat of arms of Bolivia.svg
| ideologia = {{plainlist|
|descrição_bandeira = Bandeira da Bolívia
* [[Palestina (região)|Nacionalismo palestino]]<ref name=":902010">{{Harvnb|Dalacoura|2011|pp=66-96}}</ref>
|descrição_brasão = Brasão de armas da Bolívia
* [[Islamismo]]<ref name=":902010" /><ref name=":134">{{Harvnb|Dunning|2016|p=270}}</ref>
|leg_bandeira = [[Bandeira da Bolívia|Bandeira]]
* [[Nacionalismo religioso|Nacionalismo Islâmico]]<ref name=":902010" /><ref>{{Harvnb|SIPRI Research Report|2008|pp=9, 31, 157}}</ref><ref>{{Harvnb|Abhyankar|2008|pp=466}}</ref><ref>{{Harvnb|Hughes|Johnson|2004|pp=156-172}}</ref>
|leg_brasão = [[Brasão de armas da Bolívia|Brasão de armas]]
* [[Antissionismo]]<ref>{{Harvnb|Mishal|Sela|2006}}</ref>
|lema = ''La unión es la fuerza'' <br /> <small> ''"A união é a força"'' </small>
* [[Solução do Estado único]]<ref>{{Harvnb|Litvak|1998|pp=151–152}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Hoffman|primeiro=Bruce|url=https://www.theatlantic.com/international/archive/2023/10/hamas-covenant-israel-attack-war-genocide/675602/|titulo=Understanding Hamas’s Genocidal Ideology|data=2023-10-10|acessodata=2023-10-24|website=The Atlantic|lingua=en}}</ref>}}
|hino = ''[[Hino nacional da Bolívia|Bolivianos, el hado propicio]]'' <br /> <small> ''"Bolivianos, o futuro propício"'' </small> <center>[[File:Himno Nacional de Bolivia instrumental.ogg]]</center>
| espectro =
|localização = BOL orthographic.svg
| religião = [[Sunismo]]
|mapa = Mapa_da_Bolívia_(OCHA).svg
| internacional = [[Irmandade Muçulmana]]
|gentílico = [[bolivianos|boliviano(a)]]
| sede = [[Gaza]], [[Faixa de Gaza]], {{PAL}}
|fronteira = [[Argentina]], [[Chile]] e [[Paraguai]] (S)<br /> [[Brasil]] (E)<br />[[Peru]] (W)
|colorcode=green|lugares1_título=[[Conselho Legislativo da Palestina]]|lugares1={{Info/Partido político/lugares|74|132|green}}
|capital = [[Sucre]] (constitucional)<br /> [[La Paz]] (sede do governo)
|nome pt=Movimento de Resistência Islâmica
|latitude =
|nome_original=حركة المقاومة الإسلامية
|longitude =
|portavoz=Fawzi Barhoum
|maior_cidade = [[Santa Cruz de la Sierra]]
|vice-presidente=[[Saleh al-Arouri]]<ref>{{Citar web|url=http://www.timesofisrael.com/hamas-appoints-alleged-west-bank-terror-chief-as-deputy-leader/|titulo=Hamas appoints West Bank terror chief as its deputy leader|acessodata=2023-10-24|website=Times of Israel|lingua=en-US}}</ref>
|língua_oficial =
|fundadores={{unbulleted list|[[Ahmed Yassin]]|[[Abdel Aziz al-Rantissi]]}}
* [[Língua espanhola|Espanhol]]<ref>{{citar web|url=https://bolivia.infoleyes.com/shownorm.php?id=469|título=Constitución Política del Estado (CPE) - Infoleyes Bolivia|website=bolivia.infoleyes.com}}</ref>
{{Collapsible list
* [[Língua quíchua|Quíchua]]
| title = {{nobold|...{{nbsp}}''e outros''}}
* [[Aimará]]
| Mahmoud Zahar
* [[Língua Guarani|Guarani]]
| [[Mohammad Taha (Hamas)|Mohammad Taha]]
* e outras [[Idiomas da Bolívia|33 línguas]]<ref>[http://www.gacetaoficialdebolivia.gob.bo/normas/descargarPdf/36208 «Art. 5 Constitución Política del Estado]». 2009. Consultado el 27 de octubre de 2009. «Artículo 5: Son idiomas oficiales del Estado el castellano y todos los idiomas de las naciones y pueblos indígena originario campesinos, que son el aimara, araona, baure, bésiro, canichana, cavineño, cayubaba, chácobo, chimán, ese ejja, guaraní, guarasu’we, guarayu, itonama, leco, machajuyai-kallawaya, machineri, maropa, mojeñotrinitario, mojeño-ignaciano, moré, mosetén, movima, pacawara, puquina, quechua, sirionó, tacana, tapiete, toromona, uru-chipaya, weenhayek, yaminawa, yuki, yuracaré y zamuco.»</ref>
| Abdel Fattah Dukhan<ref>{{Harvnb|Abdelal|2016|p=122}}</ref>
|tipo_governo = [[Presidencialismo|República presidencialista]] [[Estado unitário|unitária]]
| Ibrahim Fares Al-Yazouri<ref>{{Harvnb|Dalloul|2017}}</ref>
|título_líder1 = [[Lista de presidentes da Bolívia|Presidente]]
| Isa al-Nashshar<ref>{{Harvnb|Abu-Amr|1993|pp=5–19}}</ref>
|nome_líder1 = [[Luis Arce]]
| Ibrahim Quqa<ref>{{Harvnb|Litvak|1998|pp=148–163}}</ref>
|título_líder2 = [[Lista de vice-presidentes da Bolívia|Vice-presidente]]
| Mohammed Hassan Shama'a<ref>{{Harvnb|Barzak|2011}}</ref>
|nome_líder2 = [[David Choquehuanca]]
| Hassan Yousef<ref>{{Harvnb|AFP|2019}}</ref>
|evento_tipo = [[Independência]]
|evento_nota = da [[Espanha]]
|evento1 = Declarada
|evento_data1 = [[6 de agosto]] de [[1825]]
|fuso_horário = [[UTC −4]]<br />Hora atual: {{CURRENTTIME/UTC-4}}
|fuso_horário_DST = [[UTC −4]]
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|população_estimada =12 388 575<ref>https://ourworldindata.org/grapher/population-with-un-projections?tab=table&time=2023</ref>
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|Gini = 41,6<ref>{{citar web|url=https://data.worldbank.org/indicator/SI.POV.GINI?locations=BO|título=Gini index (World Bank estimate) - Bolivia|publicado=World Bank |acessodata=3 de maio de 2021}}</ref>
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|IDH_categoria = {{médio}}<ref name="IDH">{{citar web|url=https://hdr.undp.org/system/files/documents/global-report-document/hdr2021-22overviewptpdf.pdf|titulo=Relatório do Desenvolvimento Humano 2021/2022|publicado=Programa de Desenvolvimento das Nações Unida|acessodata=8 de setembro de 2022}}</ref>
|moeda = [[Boliviano (moeda)|Boliviano]]
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|website_governo = {{URL|https://www.gob.bo}}
|organizações = [[Organização das Nações Unidas|ONU]] ([[Organização Mundial do Comércio|OMC]]), [[Mercosul]], [[Organização dos Estados Americanos|OEA]], [[Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Intercâmbio|ALADI]], [[Organização do Tratado de Cooperação Amazônica|OTCA]], [[União de Nações Sul-Americanas|UNASUL]], [[Conferência Ibero-Americana|CI-A]], [[União Latina|UL]]
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|no_ministérios =
}}
}}
'''Bolívia''' ({{IPA-tudo|buˈlivjɐ|pronúncia em [[português europeu]]:}}; {{IPA-tudo|boˈliviɐ|pronúncia em [[português brasileiro]]:}}; em [[Língua castelhana|castelhano]]: ''Bolivia'', {{IPA-tudo|boˈliβja|pronunciado:}}; em [[Língua quíchua|quíchua]]: ''Buliwya''; em [[Língua aimará|aimará]]: ''Wuliwya''; em [[Língua guarani|guarani]]: ''Volívia''), oficialmente '''Estado Plurinacional da Bolívia'''<ref name="ReferenceA">{{citar web|url=http://www.who.int/countries/bol/en/|título=Bolivia (Plurinational State of)|website=World Health Organization}}</ref><ref>{{citar web|url=http://data.un.org/CountryProfile.aspx?crName=Bolivia+(Plurinational+State+of)|título=UNdata - country profile - Bolivia (Plurinational State of)|website=data.un.org}}</ref> (em castelhano: ''Estado Plurinacional de Bolivia''; em quíchua: ''Buliwya Mamallaqta''; em aimará: ''Wuliwya Suyu''; em guarani: ''Tetã Volívia''), é um [[Lista de países sem costa marítima|país encravado]] no centro-oeste da [[América do Sul]]. Faz fronteira com o [[Brasil]] ao norte e leste, [[Paraguai]] e [[Argentina]] ao sul, [[Chile]] e [[Peru]] ao oeste.
|país=[[Cisjordânia]] e [[Faixa de Gaza]]
|numero_de_afiliados=20,000-25,000<ref>{{Citar web|url=https://www.dni.gov/nctc/ftos/hamas_fto.html|titulo=Hamas|acessodata=2023-10-24|website=National Counterterrorism Center}}</ref>
|website=https://hamas.ps/en/}}
{{Info/Organização militante
|área=[[Gaza]], [[Faixa de Gaza]]
|aliados='''Estados aliados:'''
* [[Ficheiro:Flag of the Taliban.svg|borda|semmoldura|22x22px]] [[Afeganistão]]<ref>{{Citar web|url=https://economictimes.indiatimes.com/news/defence/pakistan-afghanistan-show-support-to-palestine-calls-for-cessation-of-hostilities/articleshow/104245296.cms?from=mdr%5C|titulo=Pakistan, Afghanistan show support to Palestine, calls for "cessation of hostilities"|data=2023-10-07|acessodata=2023-10-24|website=The Economic Times|wayb=20231007183550}}</ref>
* {{EGYb}} [[Egito]] (2011–2013)<ref>{{Citar periódico|url=https://www.theguardian.com/world/2013/jul/26/egyptian-army-question-morsi-hamas-links|título=Egyptian army questions Mohamed Morsi over alleged Hamas terror links|data=2013-07-26|acessodata=2023-10-24|periódico=The Guardian|ultimo=Kingsley|primeiro=Patrick|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref>
* {{IRNb}} [[Irã]]<ref>{{citar periódico|url=https://english.alarabiya.net/News/middle-east/2023/10/07/Adviser-to-Iran-s-Khamenei-expresses-support-for-Palestinian-attacks-Report|título=Adviser to Iran’s Khamenei expresses support for Palestinian attacks: Report|acessodata=24/10/2023|periódico=Alarabiya}}</ref>
* {{ISRb}} [[Israel]] (anos 1980)<ref>{{Citar periódico|url=https://www.washingtonpost.com/news/worldviews/wp/2014/07/30/how-israel-helped-create-hamas/|título=How Israel helped create Hamas|data=2021-12-01|acessodata=2023-10-24|periódico=Washington Post|ultimo=Tharoor|primeiro=Ishaan|lingua=en-US|issn=0190-8286}}</ref><ref name=":61">{{Harvnb|Higgins|2009}}</ref>
* {{PRKb}} [[Coreia do Norte]]<ref>{{Citar web|url=https://apnews.com/article/israel-palestinians-hamas-north-korea-weapons-703e33663ea299f920d0d14039adfbb8|titulo=Evidence shows Hamas militants likely used some North Korean weapons in attack on Israel|data=2023-10-19|acessodata=2023-10-24|website=AP News|lingua=en}}</ref>
* {{QATb}} [[Catar]]<ref name=":23">{{Citar web|url=https://www.dw.com/en/who-is-hamas/a-57537872|titulo=What is Hamas and who supports it?|data=05/15/2021|acessodata=2023-10-25|website=DW|lingua=en}}</ref>
* {{RUSb}} [[Rússia]]<ref>{{Citar web|ultimo=Thompson|primeiro=Polly|url=https://www.insider.com/hamas-praises-vladimir-putin-russias-tireless-efforts-over-israeli-aggression-2023-10|titulo=Hamas praises Vladimir Putin for 'Russia's tireless efforts' over Israeli 'aggression'|acessodata=2023-10-25|website=Insider|lingua=en-US}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Porter|primeiro=Tom|url=https://www.businessinsider.com/russia-seized-us-weapons-to-hamas-ploy-damage-ukraine-report-2023-10|titulo=Russia gave captured US weapons to Hamas as a ploy to undermine Ukraine, report says|acessodata=2023-10-25|website=Business Insider|lingua=en-US}}</ref>
* {{ZAFb}} [[África do Sul]] (negado)<ref>{{Citar periódico|url=https://www.reuters.com/world/south-africa-says-it-discussed-aid-with-hamas-leader-denies-reports-support-2023-10-18/|título=South Africa says it discussed aid with Hamas leader, denies reports of support|data=2023-10-18|acessodata=2023-10-25|periódico=Reuters|lingua=en}}</ref>
* {{SDNb}} [[Sudão]] ([[Golpe de Estado no Sudão em 2019|até 2019]])<ref name=":23" /><ref>{{Citar periódico|url=https://www.reuters.com/world/africa/after-fall-bashir-sudan-closes-door-support-hamas-2021-09-23/|título=After fall of Bashir, Sudan closes door on support for Hamas|data=2021-09-23|acessodata=2023-10-25|periódico=Reuters|ultimo=Abdelaziz|primeiro=Khalid|ultimo2=Eltahir|ultimo3=Irish|primeiro3=John|ultimo4=Eltahir|primeiro4=Nafisa|primeiro2=Nafisa|lingua=en|numero-autores=1}}</ref>
* {{SYRb}} [[Síria]] (até 2011 e em algumas ocasiões até 2022)<ref>{{Citar web|url=https://www.voanews.com/a/experts-weigh-in-on-regional-impact-of-syria-hamas-rapprochement-teaser-/6798449.html|titulo=Experts Weigh in on Regional Impact of Syria-Hamas Rapprochement|data=2022-10-20|acessodata=2023-10-25|website=Voice of America|lingua=en}}</ref><ref name=":29">{{Citar web|url=https://time.com/3033681/hamas-gaza-palestine-israel-egypt/|titulo=Hamas Still Has Some Friends Left|data=2014-07-25|acessodata=2023-10-25|website=Time|lingua=en}}</ref>
* {{TURb}} [[Turquia]]<ref>{{Citar web|url=https://www.france24.com/en/middle-east/20231014-qatar-iran-turkey-and-beyond-the-galaxy-of-hamas-supporters|titulo=Qatar, Iran, Turkey and beyond: Hamas's network of allies|data=2023-10-14|acessodata=2023-10-25|website=France 24|lingua=en}}</ref>
* {{VENb}} [[Venezuela]]<ref>{{citar web|url=https://www.middleeastmonitor.com/20190125-hamas-plo-slam-slam-blatant-us-interference-in-venezuela-affairs/|titulo=Hamas, PLO slam ‘blatant US interference’ in Venezuela affairs|acessodata=24/10/2023}}</ref>
'''Grupos aliados:'''
* [[Ficheiro:InfoboxHez.PNG|borda|semmoldura|22x22px]] [[Hezbollah]]
* [[Ficheiro:Houthis Logo.png|borda|semmoldura|22x22px]] [[Hutis|Movimento Hutis]]<ref>{{Citar web|ultimo=Amer|primeiro=Ahmad Abu|url=https://www.al-monitor.com/originals/2021/01/yemen-houthis-release-saudi-palestinian-hamas-prisoners.html|titulo=Houthis, Hamas merge diplomacy around prisoner releases|data=2021-01-05|acessodata=2023-10-25|website=Al-Monitor|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Gale|primeiro=Ben|url=https://www.jns.org/hamas-awards-shield-of-honor-to-houthi-representative-in-yemen-sparking-outrage-in-saudi-arabia/|titulo=Hamas awards ‘Shield of Honor’ to Houthi representative in Yemen, sparking outrage in Saudi Arabia|data=2021-06-16|acessodata=2023-10-25|website=JNS|lingua=en-US}}</ref>
* [[Ficheiro:Flag of the Islamic Jihad Movement in Palestine.svg|borda|semmoldura|22x22px]] [[Organização da Jihad Islâmica|Jihad Islâmica]]<ref>{{Citar web|url=https://www.timesofisrael.com/mortars-fired-from-lebanon-infiltrators-killed-as-6-israelis-hurt-in-gunfight/|titulo=Mortars fired from Lebanon, infiltrators killed as 6 Israelis injured in gunfight|data=2023-10-09|acessodata=2023-10-25|website=The Times of Israel|wayb=20231009170223}}</ref>
* [[Frente Popular para a Libertação da Palestina]]<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20231009000624/https://www.alahednews.com.lb/fastnewsdetails.php?fstid=217239|titulo=الجبهة الشعبية: قرار الإدارة الأمريكية بتوفير الدعم للكيان ه...|data=2023-10-09|acessodata=2023-10-25|website=AlahedNews}}</ref>
* [[Ficheiro:Flag of the Democratic Front for the Liberation of Palestine.svg|borda|semmoldura|22x22px]] [[Frente Democrática para a Libertação da Palestina]]<ref>{{Citar web|url=https://english.almayadeen.net/news/politics/al-qassam-fighters-engage-iof-on-seven-fronts-outside-gaza:|titulo=Al-Qassam fighters engage IOF on seven fronts outside Gaza: Statement|data=2023-10-08|acessodata=2023-10-25|website=Al Mayadeen English|wayb=20231008121355}}</ref>
* [[Cova dos Leões (grupo militante)|Cova dos Leões]]<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web//https://en.royanews.tv/news/44975/2023-10-07|titulo=Qassam Brigades announces control of 'Erez|data=2023-10-07|acessodata=2023-10-25|website=Roya News|wayb=20231007102147}}</ref>
* [[Forças de Mobilização Popular (Iraque)|Forças de Mobilização Popular]] (alegado)<ref name="Não_nomeado-20231105174007">{{Citar web|url=http://dev-isw.bivings.com/|titulo=Institute for the Study of War|acessodata=2023-10-25|website=Institute for the Study of War|lingua=en}}</ref>
* [[Ficheiro:ShababFlag.svg|borda|semmoldura|22x22px]] [[Al-Qaeda no Magrebe Islâmico]] (alegado)<ref>{{Citar web|url=https://www.longwarjournal.org/archives/2023/10/al-qaedas-north-and-west-african-branches-respond-to-the-hamas-led-invasion-of-israel.php|titulo=Al-Qaeda’s North and West African branches respond to the Hamas-led invasion of Israel|data=2023-10-13|acessodata=2023-10-25|website=FDD's Long War Journal|lingua=en-US}}</ref>
** {{flagicon|Palestina}} [[Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa]]<ref name="Não_nomeado-20231105174007"/>
|inimigos='''Estados oponentes:'''
* {{BHRb}} [[Barém]]<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20231010232441/https://www.mofa.gov.bh/Default.aspx?tabid=7824&language=en-US&ItemId=22667|titulo=Ministry of Foreign Affairs stresses importance of providing full protection to citizens, ending battle between Hamas, Israeli Forces|data=2023-10-10|acessodata=2023-10-25|website=Ministry of Foreign Affairs of Bahrein|wayb=20231010232441|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.timesofisrael.com/liveblog_entry/bahrain-denounces-hamas-kidnappings/|titulo=Bahrain denounces Hamas kidnappings|data=2023-10-10|acessodata=2023-10-25|website=The Times of Israel|wayb=20231010232440}}</ref>
* {{EGYb}} [[Egito]]<ref name=":23" />
* {{ISRb}} [[Israel]]
* {{JORb}} [[Jordânia]]<ref>{{Citar web|url=https://www.jpost.com/middle-east/article-716243|titulo=Is Jordan planning to restore ties with Hamas?|data=2022-09-03|acessodata=2023-10-25|website=The Jerusalem Post|lingua=en-US}}</ref>
* {{AREb}} [[Emirados Árabes Unidos]]<ref name=":29" />
'''Grupos oponentes:'''
* {{flagicon|PSE}} [[Fatah]] (em reconciliação)
* [[Ficheiro:Flag of the Islamic State of Iraq and the Levant2.svg|borda|semmoldura|22x22px]] [[Estado Islâmico do Iraque e do Levante|ISIS]]<ref>{{citar web|url=https://www.npr.org/2018/01/15/578172703/what-effect-isis-declaration-of-war-against-hamas-could-have-in-the-middle-east|titulo=What Effect ISIS' Declaration Of War Against Hamas Could Have In The Middle East|acessodata=24/10/2023}}</ref>
|batalhas={{plainlist|
* [[Conflito israelo-palestino]]
* [[Conflito entre Hamas e Fatah]]}}
|image_size=250px
|designado_como_terrorista_por=
* {{AUSb}} [[Austrália]]<ref>{{Citar periódico|url=https://www.abc.net.au/news/2022-02-17/hamas-palestinian-listed-as-terrorist-group-australia-government/100839262|título=Entirety of Hamas to be listed as a terrorist organisation|data=2022-02-17|acessodata=2023-10-25|periódico=ABC News|lingua=en-AU}}</ref>
* {{CANb}} [[Canadá]]<ref>{{Citar web|url=https://www.publicsafety.gc.ca/cnt/ntnl-scrt/cntr-trrrsm/lstd-ntts/crrnt-lstd-ntts-en.aspx|titulo=Currently listed entities|data=2018-12-21|acessodata=2023-10-25|website=Public Safety Canada}}</ref>
* [[Ficheiro:Flag_of_Europe.svg|borda|semmoldura|22x22px]] [[União Européia]]<ref name=":Boffey">{{Citar periódico|url=https://www.theguardian.com/world/2017/jul/26/eu-court-upholds-hamas-terror-listing|título=EU court upholds Hamas terror listing|data=2017-07-26|acessodata=2023-10-25|periódico=The Guardian|ultimo=Boffey|primeiro=Daniel|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref>
* {{ISRb}} [[Israel]]<ref>{{citar web|autor=Estado de Israel|url=http://www.mod.gov.il/Defence-and-Security/Fighting_terrorism/Documents/teror16.11.xls|titulo=Fighting terrorism|acessodata=24/10/2023|wayb=20150402122133|urlmorta=sim}}</ref>
* {{JPNb}} [[Japão]]<ref>{{Citar web|url=https://www.npa.go.jp/bureau/security/terrorism/031029/031029.pdf|titulo=国際テロリスト財産凍結法第4条及び第6条に基づき指定等を行った国際テロリスト|título-translit=Terroristas internacionais que foram designados com base nos artigos 4 e 6 da Lei de Congelamento de Ativos Terroristas Internacionais|página=9|acessodata=2023-10-25|website=National Police Agency|língua=ja|wayb=20220328223242|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar web|ultimo=Estado do Japão|url=https://www.mofa.go.jp/policy/other/bluebook/2005/ch3-a.pdf|titulo=Japan‘s Foreign Policy in Major Diplomatic Fields|acessodata=24/10/2023}}</ref>
* {{PRYb}} [[Paraguai]]<ref>{{citar web|url=https://www.middleeastmonitor.com/20190820-paraguay-adds-hamas-hezbollah-to-terrorism-list/|titulo=Paraguay adds Hamas, Hezbollah to terrorism list|acessodata=24/10/2023|website=Middle East Monitor}}</ref>
* {{GBRb}} [[Reino Unido]]<ref>{{Citar web|url=https://www.gov.uk/government/publications/proscribed-terror-groups-or-organisations--2/proscribed-terrorist-groups-or-organisations-accessible-version|titulo=Proscribed terrorist groups or organisations|acessodata=2023-10-25|website=GOV.UK|lingua=en}}</ref>
* {{USAb}} [[Estados Unidos]]<ref>{{Citar web|url=https://www.state.gov/foreign-terrorist-organizations/|titulo=Foreign Terrorist Organizations|acessodata=2023-10-25|website=United States Department of State|lingua=en}}</ref>
|logo=Flag of Hamas.svg
}}
O '''Hamas''' ({{lang-ar|حماس|Ḥamās}},<ref>{{Citar web|url=https://www.oed.com/dictionary/hamas_n?tl=true|titulo=Hamas, n. meanings, etymology and more|acessodata=2023-10-24|website=Oxford English Dictionary}}</ref> (lit. "zelo", "força" ou "bravura"),<ref>{{Citar web|url=https://merip.org/1989/01/the-islamic-resistance-movement-in-the-palestinian-uprising/|titulo=The Islamic Resistance Movement in the Palestinian Uprising|data=2022-02-01|acessodata=2023-10-24|website=MERIP|wayb=20220201212246}}</ref> oficialmente conhecido como '''Movimento de Resistência Islâmica''' ({{lang-ar|حركة المقاومة الإسلامية|Ḥarakat al-Muqāwamah al-ʾIslāmiyyah}}) é uma organização política e militar palestina de orientação [[Sunismo|sunita]] [[Islão|islâmica]],<ref name=":0">{{Harvnb|Ireland|Lewis|Lopez|Ireland|2020|p=239}} O grupo islâmico sunita radical de maior sucesso foi o Hamas, que começou como um ramo da Irmandade Muçulmana na Palestina no início da década de 1980. Utilizou ataques terroristas contra civis – especialmente atentados suicidas – para ajudar a construir um movimento maior, chegando ao ponto de emergir como o governo reconhecido da Faixa de Gaza na Autoridade Palestina</ref> que governa a [[Faixa de Gaza]] (parte dos [[Territórios palestinianos|territórios palestinos]] atualmente submetida a [[Bloqueio israelense à Faixa de Gaza (Outubro de 2023)|bloqueio]] aéreo, terrestre a marítimo por [[Israel]]).<ref>{{Harvnb|Kear|2018|p=22}}</ref> Com sede na [[Gaza|Cidade de Gaza]], o Hamas também tem presença na [[Cisjordânia]], o maior dos dois territórios palestinos, onde seu rival secular, o [[Fatah]], exerce controle.<ref name=":58">{{Citar web|url=https://web.archive.org/web//https://foreignpolicy.com/2023/10/07/hamas-attack-israel-declares-war-gaza-why-explained/|titulo=What You Need to Know About the Israel-Hamas Violence|data=2023-10-07|acessodata=2023-10-24|website=Foreign Policy|wayb=20231007230520}}</ref><ref name=":59">{{Citar periódico|url=https://www.theguardian.com/world/2007/jan/10/israel1|título=Hamas leader acknowledges 'reality' of Israel|data=2007-01-10|acessodata=2023-10-24|periódico=The Guardian|ultimo=Urquhart|primeiro=Conal|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref><ref name=":60">{{citar periódico|url=https://www.inss.org.il/wp-content/uploads/2017/02/FILE1272778269-1.pdf|título='Hamas' Military Wing in the Gaza Strip: Development, Patterns of Activity, and Forecast|ano=2009|acessodata=23-10-2023|periódico=ilitary and Strategic Affairs|ultimo=Aviad|primeiro=G.}}</ref>

Em 1987, após o início da [[Primeira Intifada]] contra [[Israel]], o Hamas foi fundado pelo [[Imame|imã]] e ativista palestino [[Ahmed Yassin]]. Ele surgiu a partir de um grupo chamado Mujama al-Islamiya (Centro Islâmico), estabelecido em [[Gaza]] em 1973 como uma instituição de caridade islâmica associada à [[Irmandade Muçulmana]] baseada no [[Egito]].<ref name=":61"/> Ao longo dos anos, o Hamas se envolveu cada vez mais no conflito israelense-palestino;<ref name=":349"/> no final da década de 1990, foi contra as Cartas de Reconhecimento mútuo Israel-Palestina da [[Organização para a Libertação da Palestina]], bem como os [[Acordos de paz de Oslo]], nos quais o [[Fatah]] renunciou "ao uso de terrorismo e outros atos de violência" e reconheceu Israel em busca de uma [[Solução de dois Estados|solução de dois estados]]. O Hamas continuou a advogar pela resistência armada palestina. Em 2006, venceu as eleições legislativas palestinas,<ref>{{Harvnb|Charrett|2019|pp=129–137}}</ref> obtendo maioria no [[Conselho Legislativo da Palestina|Conselho Legislativo Palestino]].<ref>{{Citar web|url=https://www.stockholmsfria.se/artikel/6296|titulo=Islamistisk politik vinner mark|data=2007-09-27|acessodata=2023-10-24|website=Stockholmsfria|wayb=20070927034525}}</ref> Posteriormente assumiu o controle da [[Faixa de Gaza]] após uma [[Batalha de Gaza (2007)|guerra civil com o Fatah em 2007]].<ref>{{Harvnb|Davis|2016|pp=67-69}}</ref><ref>{{Harvnb|Mukhimer|2016|pp=vii-58}}</ref> Desde então, tem governado Gaza como um [[Autocracia|estado autocrático]] de fato e de [[Unipartidarismo|partido único]].<ref>{{Citar periódico|url=https://www.economist.com/the-economist-explains/2023/10/10/how-powerful-is-hamas|título=How powerful is Hamas?|acessodata=2023-10-24|periódico=The Economist|issn=0013-0613|citacao=Em 2006, um ano depois de Israel se ter retirado de Gaza, o Hamas conquistou a maioria dos assentos nas eleições palestinianas e mais tarde formou um novo governo de unidade com o Fatah, seu rival nacionalista. Em junho de 2007, após uma breve [[Conflito entre Hamas e Fatah|guerra civil]], assumiu o controle exclusivo de Gaza, deixando ao Fatah a gestão da Autoridade Palestiniana (AP) na Cisjordânia. Em resposta, Israel e o Egito impuseram um bloqueio sufocante à faixa costeira em 2007, estrangulando a sua economia e, na verdade, confinando o seu povo numa prisão ao ar livre. Não houve eleições desde então.}}</ref> O cisma entre Hamas e a [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Palestina]] (controlada pelo Fatah) tem contribuído para a confusão legal e repetidos adiamentos das eleições.<ref>{{Citar web|url=https://freedomhouse.org/country/gaza-strip/freedom-world/2020|titulo=Gaza Strip: Freedom in the World 2020 Country Report|acessodata=2023-10-24|website=Freedom House|lingua=en|citacao=Desde 2007, Gaza tem funcionado como um estado de partido único de facto sob o domínio do Hamas}}</ref><ref>{{Harvnb|Burton|2012|pp=535}} "O governo conjunto Hamas-Fatah não durou muito. Em poucos meses, os dois lados já se enfrentavam novamente, o que afinal levou a uma divisão política do território ocupado, com o Fatah controlando a Cisjordânia, e o Hamas estabelecendo um estado virtual de partido único em Gaza."</ref> Apesar de tudo, o Hamas desfruta de crescente popularidade na sociedade palestina, por suas posições decididamente [[antissionismo|antissionistas]] e anti-israelenses.<ref name=Phillips /><ref name=":222"/>


Antes da colonização europeia, a [[Cordilheira dos Andes|região andina boliviana]] fazia parte do [[Império Inca]] — o maior império da [[era pré-colombiana]]. O [[Império Espanhol]] invadiu e conquistou essa região no século XVI. Durante a maior parte do período colonial espanhol, este território era chamado Alto Peru ou Charcas e encontrava-se sob a administração do [[Vice-Reino do Peru]], que abrangia a maioria das colônias espanholas sul-americanas. Após declarar independência em 1809, dezesseis anos de guerras se seguiram antes do estabelecimento da república, instituída por [[Simón Bolívar]], em 6 de agosto de 1825. Desde então, o país tem passado por períodos de instabilidade política, ditaduras e problemas econômicos.
Embora historicamente buscasse criar um [[Solução do Estado único|estado único]] em todo o [[Mandato Britânico da Palestina|mandato da Palestina]], o Hamas passou a concordar com as [[Linha Verde (Israel)|fronteiras de 1967]] nos acordos assinados com o [[Fatah]] em 2005, 2006 e 2007.<ref name=":39">{{Harvnb|Seurat|2022|pp=17-19}}</ref> Em 2017, o Hamas lançou seu ''Documento Geral de Princípios e Políticas'', onde declara apoiar um estado palestino transitório dentro das fronteiras de 1967, mas sem reconhecer Israel.<ref>{{Citar web|url=https://www.aljazeera.com/news/2023/10/9/what-does-israels-declaration-of-war-mean-for-palestinians-in-gaza|titulo=What does Israel’s declaration of war mean for Palestinians in Gaza?|acessodata=2023-10-24|website=Al Jazeera|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.jpost.com/middle-east/article-760004|titulo=What will the Israeli-Palestinian conflict look like in 30 years?|data=2023-09-22|acessodata=2023-10-24|website=The Jerusalem Post|lingua=en-US|citacao=Até mesmo o Hamas, em 2017, disse que estava pronto a aceitar um Estado palestino com fronteiras de 1967 se estiver claro que este é o consenso dos palestinos.}}</ref><ref name=":72">{{Citar web|url=https://www.aljazeera.com/news/2017/5/2/hamas-accepts-palestinian-state-with-1967-borders|titulo=Hamas accepts Palestinian state with 1967 borders|acessodata=2023-10-24|website=Al Jazeera|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|url=https://www.reuters.comarticle/idUSKBN17X1N9/|título=Hamas softens stance on Israel, drops Muslim Brotherhood link|data=2017-05-01|acessodata=2023-11-26|periódico=Reuters|ultimo=Al-Mughrabi|primeiro=Nidal|ultimo2=Finn|primeiro2=Tom|lingua=en-GB}}</ref> Muitos autores acreditam que as repetidas ofertas de trégua do Hamas, com duração de 10 a 100 anos e baseadas nas fronteiras de 1967,<ref name="Negotiation Journal">{{Harvnb|Atran|Axelrod|2008|pp=221–246}}</ref> indicam que o grupo estaria de acordo com a ideia de uma solução de dois estados,<ref>{{Harvnb|Rane|2009|p=34}} citação: Asher Susser, diretor do Centro Dayan na Universidade de Tel Aviv, transmitiu em uma entrevista que "a 'hudna' do Hamas não é significativamente diferente do 'acordo intermediário de longo prazo' de Sharon". Da mesma forma, Daniel Levy, um alto funcionário israelense para a Iniciativa de Genebra (GI), me informou que certos funcionários do Hamas consideram a GI aceitável, mas, devido às preocupações com sua base islâmica e sua própria identidade islâmica, eles "teriam que expressar o resultado final em termos de 'hudna', ou cessar-fogo 'indefinido', em vez de um acordo de paz formal."</ref><ref name=":76" /><ref>{{Harvnb|Lybarger|2020|p=199}} "O Hamas também sinalizaria disposição para aceitar uma 'hudna' de longo prazo (cessação das hostilidades, trégua) ao longo das linhas de armistício de 1948 (uma aceitação efetiva da fórmula de dois estados)."</ref> enquanto outros afirmam que o Hamas mantém um objetivo de longo prazo de estabelecer um estado único no antigo [[Mandato Britânico da Palestina|mandato da Palestina]].<ref name="Middle Eastern Studies">{{Harvnb|Alsoos|2021|pp=833–856}}</ref><ref name=":336"/> Embora a Carta do Hamas de 1988<ref name=Avalon /> tenha sido amplamente descrito como [[Antissemitismo|antissemita]],<ref>{{Citar web|url=https://www.nytimes.com/2023/10/08/world/middleeast/hamas-military-gaza-explained.html|titulo=Who Is Hamas, The Military Wing in the Gaza Strip?|data=2023-10-08|acessodata=2023-11-26|website=The New York Times|wayb=20231014102435}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.britannica.com/topic/two-state-solution|titulo=Two-state solution|data=2023-10-21|acessodata=2023-10-24|website=Britannica|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Edwards|primeiro=Christian|url=https://www.cnn.com/2023/11/16/middleeast/israel-hamas-gaza-war-crimes-international-law-explainer-intl/index.html|titulo=Have war crimes been committed in Israel and Gaza and what laws govern the conflict?|data=2023-11-16|acessodata=2023-11-26|website=CNN|lingua=en}}</ref> o ''Documento Geral'', de 2017, removeu a linguagem [[Antissemitismo|antissemita]] e afirmou que a luta do Hamas era contra os [[Sionismo|sionistas]], não contra os [[judeus]].<ref name=":39" /><ref>{{Harvnb|Hamed|2023|p=161}}</ref><ref>{{Harvnb|Spitka|2023|p=88-89}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.aljazeera.com/program/talk-to-al-jazeera/2017/5/6/khaled-meshaal-struggle-is-against-israel-not-jews|titulo=Khaled Meshaal: Struggle is against Israel, not Jews|acessodata=2023-11-26|website=Al Jazeera|lingua=en}}</ref>


A Bolívia é uma [[república]] [[democracia|democrática]], dividida em nove departamentos. Geograficamente, possui duas regiões distintas, o [[Altiplano andino|altiplano]] a oeste e as planícies do leste, cuja parte norte pertence à [[bacia Amazônica]] e a parte sul à [[Bacia do Rio da Prata]], da qual faz parte o [[Chaco]] boliviano. É um [[país em desenvolvimento]], com um [[Índice de Desenvolvimento Humano]] (IDH) médio e uma taxa de [[pobreza]] que atinge cerca de 60% da população. Dentre suas principais atividades econômicas, destacam-se a [[agricultura]], [[silvicultura]], [[pesca]], [[mineração]], e bens de produção como [[tecido]]s, vestimentas, metais refinados e [[petróleo]] refinado. A Bolívia é muito rica em minerais, especialmente em [[estanho]].
Sob os princípios ideológicos do [[Islão|islamismo]], o Hamas promove o [[Palestina (região)|nacionalismo palestino]] em um [[Nacionalismo religioso|contexto islâmico]]; seguindo uma política de [[jihad]] (luta armada) contra Israel.<ref>{{Harvnb|Cordesman|2002|p=243}} "O Hamas é uma organização fundamentalista islâmica radical que declarou que a sua maior prioridade é uma Jihad (guerra santa) pela libertação da Palestina."</ref> A organização possui uma ala de serviços sociais, Dawah e uma ala militar, as [[Brigadas Izz ad-Din al-Qassam]].<ref>{{Harvnb|Zweiri|2006|p=681}} "Na política tudo é possível. O Iraque, por exemplo, tem a Brigada Badr, que é um braço militar do Conselho Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque e que se juntou ao processo político no país. Membros da Brigada Badr juntaram-se ao serviço de segurança no Iraque. No Iraque, os EUA têm tentado enfrentar a questão dos insurgentes através de negações. O Hezbollah no Líbano é um partido político e também tem as suas organizações militantes. Os Mujahideen, que eram os principais militantes no Afeganistão, juntaram-se ao processo político no seu país após mais de 20 anos de guerra. Ser militante e aderir à plataforma política não é pecado. Se deixarmos o Médio Oriente e olharmos para o Sinn Fein, por exemplo, na Irlanda do Norte, este grupo estava a lutar contra o governo britânico e depois, através do envolvimento e da negociação directa, a influência extremista foi marginalizada e o Sinn Fein encontrou uma oportunidade para se moderar."</ref><ref>{{Harvnb|Kear|2018|p=7}} "A ideia de um movimento militante como o Hamas possuir personalidades políticas e militares simultaneamente não é especialmente nova, sendo o [[Exército Republicano Irlandês|IRA]]/[[Sinn Féin]] e o movimento libanês [[Hezbollah]] dois exemplos frequentemente citados. No entanto, este estudo argumenta que, dado o papel que a resistência desempenha na narrativa palestiniana, a dupla resistência do Hamas é uma estratégia mais abrangente e integrada do que aquela adotada por outros movimentos chamados híbridos ou de duplo estatuto. Isto porque o Hamas conseguiu sinergizar os seus esforços de resistência política e armada para promover a sua agenda de [[autodeterminação]]."</ref> Desde meados da década de 1990,<ref name=":61" /> o Hamas ganhou ampla popularidade dentro da sociedade palestina por sua posição anti-israelense.<ref name=Phillips>{{Harvnb|Phillips|2011|p=75}}</ref><ref name=":222">{{Citar web|url=https://apnews.com/article/hamas-middle-east-science-32095d8e1323fc1cad819c34da08fd87|titulo=Poll finds dramatic rise in Palestinian support for Hamas|data=2021-06-15|acessodata=2023-10-24|website=AP News|lingua=en}}</ref> Por diversas vezes, atacou civis em Israel, inclusive mediante [[atentados suicidas]] e lançamentos indiscriminados de foguetes. Estes atos levaram muitos países a designar o Hamas como uma [[organização terrorista]].<ref>{{Citar web|url=https://www.dni.gov/nctc/groups/hamas.html|titulo=Hamas|acessodata=2023-10-24|website=National Counterterrorism Center}}</ref><ref>{{Harvnb|Dupret|Lynch|Berard|2015|p=279}}</ref><ref name=":Boffey"/> Em [[2018]], os Estados Unidos tentaram passar, sem êxito, na [[Assembleia Geral da ONU]], uma moção de condenação do Hamas por "repetidamente disparar foguetes em direção a [[Israel]] e por incitar violência, colocando civis em risco", bem como por construir infraestrutura militar em [[Faixa de Gaza|Gaza]], "incluindo [[Guerra de túnel|túneis para infiltrar-se]] em Israel e equipamento para lançar foguetes contra áreas civis".<ref>[https://news.un.org/en/story/2018/12/1027881 US resolution to condemn activities of Hamas voted down in General Assembly]. ''UN News'', 6 de dezembro de 2018.</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.dw.com/en/un-general-assembly-rejects-us-resolution-to-condemn-hamas/a-46623413|titulo=UN rejects US motion to condemn Hamas|data=12-07-2018|acessodata=2023-10-24|website=DW|lingua=en|citacao=Era necessária uma maioria de dois terços para que a moção fosse aprovada. 87 votaram a favor, 58 contra, 32 abstiveram-se e 16 não votaram.}}</ref>


A população boliviana, estimada em 10 milhões de habitantes, é multiétnica, possuindo [[ameríndios]], [[mestiços]], [[europeus]], [[asiáticos]] e [[africanos]]. A principal língua falada é o [[língua espanhola|espanhol]], embora o [[Língua aimará|aimará]] e o [[quíchua]] também sejam comuns. Além delas, outras 34 línguas indígenas são oficiais. O grande número de diferentes culturas na Bolívia contribuiu para uma grande diversidade em áreas como a [[arte]], [[culinária]], [[literatura]] e [[música]].
Atualmente, a Faixa de Gaza é governada pelo Hamas e encontra-se [[Bloqueio israelense à Faixa de Gaza (Outubro de 2023)|sob bloqueio]] por terra, mar e ar, imposto por [[Israel]] e pelo [[Egito]]. Ao longo do tempo, Israel empreendeu uma série de guerras contra Gaza, em [[Operação Chumbo Fundido|2008-09]], [[Operação Pilar Defensivo|2012]], [[Operação Margem Protetora|2014]] e [[Conflito israelo-palestino de 2021|2021]], além de vários bombardeios aéreos israelenses de menor duração, em resposta ao lançamento de foguetes contra Israel. Na [[Conflito israelo-palestino de 2023|guerra de 2023]], o Hamas lançou a [[Ataque do Hamas a Israel em 2023|Operação Al-Aqsa Flood]], na qual seus combatentes romperam a barreira de Gaza, atacaram bases militares israelenses e levaram civis e militares como reféns para Gaza.<ref name=":58" /><ref>{{Citar web|url=https://apnews.com/article/palestinians-israel-military-prisoners-hostage-hamas-soldiers-e75729364f8c0b453da272365c16d136|titulo=Israeli hostage crisis in Hamas-ruled Gaza becomes political trap for Netanyahu, who says country is 'at war'|data=2023-10-08|acessodata=2023-10-24|website=AP News|wayb=20231014211944}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://edition.cnn.com/2023/10/07/middleeast/hostages-hamas-israel-gaza/index.html|titulo=Hamas captures hostages as Israelis share photos of those missing|data=2023-10-07|acessodata=2023-10-24|website=CNN|wayb=20231014210614}}</ref> O ataque foi descrito como o maior revés dos militares israelenses desde a [[Guerra do Yom Kippur|guerra de 1973]]. Em resposta, Israel bombardeou a área densamente povoada de Gaza (13 000/km<sup>2</sup>), atingindo inúmeros alvos civis,<ref>[https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/10/11/bombardeios-de-israel-atingem-abrigos-para-civis-e-ate-escolas-em-gaza-diz-onu.ghtml Bombardeios de Israel atingem abrigos para civis e até escolas em Gaza, diz ONU]. ''[[O Globo]]'', 11 de outubro de 2023.</ref> com a intenção declarada de eliminar o Hamas da face da Terra".<ref name=Yoav/><ref>{{Citar web|url=https://www.reuters.com/world/middle-east/how-israel-was-duped-hamas-planned-devastating-assault-2023-10-08/|titulo=How Israel was duped as Hamas planned devastating assault|data=2023-10-08|acessodata=2023-10-24|website=Reuters|wayb=20231009020650}}</ref> O [[Parlamento Europeu]] aprovou uma resolução afirmando a necessidade de eliminar o Hamas; o presidente dos EUA, [[Joe Biden]], expressou a mesma opinião.<ref>{{Citar web|url=https://www.timesofisrael.com/european-parliament-calls-for-hamas-to-be-eliminated-urges-release-of-hostages/|titulo=European Parliament calls for Hamas to be ‘eliminated,’ urges release of hostages|acessodata=2023-10-24|website=Times of Israel|lingua=en-US}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.europarl.europa.eu/news/en/press-room/20231013IPR07136/meps-condemn-hamas-attack-on-israel-and-call-for-a-humanitarian-pause|titulo=MEPs condemn Hamas attack on Israel and call for a humanitarian pause|data=2023-10-19|acessodata=2023-10-24|website=European Parliament|lingua=en}}</ref>


== Etimologia ==
== Etimologia ==
O estado boliviano foi fundado sob o nome de República Bolívar em homenagem a seu libertador, [[Simón Bolívar]]. Posteriormente, foi modificada a proposta do deputado de [[Potosí]], presbítero [[Manuel Martín Cruz]], que argumentou com a seguinte frase: "''Se de [[Rômulo]], [[Roma]]; de Bolívar, Bolívia''".<ref name="topon">{{citar web| url=http://www.simon-bolivar.org/bolivar/repub_bolivia.html| titulo= La República de Bolivia | publicado=Jorge Mier Hoffman | acessodata=27 de janeiro de 2009|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210305042406/http://ww25.simon-bolivar.org/bolivar/repub_bolivia.html?subid1=20210305-1524-0552-9335-7cf69b61b2f5|arquivodata=05-03-2021}}</ref> A nova república adotou oficialmente o nome de ''Bolívia'' em 3 de outubro de 1825.<ref name="topon"/> Do mesmo modo, a Assembleia Deliberante nomeou o [[Simón Bolívar|libertador Bolívar]] como primeiro [[Lista de presidentes da Bolívia|presidente da república]], o qual a chamou de ''filha predileta''.<ref name="topon" />
Hamas é um acrônimo da frase árabe حركة المقاومة الإسلامية ou '''''Ḥ'''arakah al-'''M'''uqāwamah al-ʾ'''Is'''lāmiyyah'', que significa "Movimento de Resistência Islâmica". Este acrônimo, HMS, foi posteriormente alterado no Pacto do Hamas pela palavra árabe ḥamās (حماس),<ref>{{Harvnb|Jefferis|2016|p=119}}</ref> que literalmente significa "zelo", "força" ou "bravura". A consoante inicial não é o /h/ comum em palavras em inglês (como ''house''), mas um som ligeiramente mais áspero, a [[fricativa faríngea surda]] /ħ/.<ref>{{Harvnb|Herzog|2006|pp=83-94}}</ref>


== História ==
== História ==
{{artigo principal|História da Bolívia}}


=== Origens ===
=== Era pré-colombiana ===
[[Imagem:Zonnepoort tiwanaku.jpg|esquerda|thumbnail|[[Porta do Sol (Tiwanaku)|Porta do Sol]], nas ruínas de um antigo povoamento da cultura [[Tiauanaco]]]]
Quando Israel ocupou os [[Territórios palestinianos|territórios palestinos]] em 1967, os membros da [[Irmandade Muçulmana]] não participaram ativamente da resistência, preferindo concentrar-se em reformas sociais, religiosas e na restauração dos valores islâmicos.<ref name=":92">{{Harvnb|Kabahā|2014|pp=322-323}}</ref> Essa perspectiva mudou no início da [[década de 1980]], quando as organizações islâmicas tornaram-se mais envolvidas nas questões políticas palestinas.<ref name=":92" /> A força motriz por trás dessa transformação foi o [[Xeque (título)|xeique]] [[Ahmed Yassin]], um refugiado palestino de Al-Jura.<ref name=":92" /> De origens humildes e [[Tetraplegia|tetraplégico]],<ref name=":92" /> ele se empenhou para se tornar um dos líderes da [[Irmandade Muçulmana]] em [[Gaza]]. Seu carisma e convicção lhe trouxeram um grupo leal de seguidores, dos quais ele, como tetraplégico, dependia para tudo, desde alimentá-lo até transportá-lo para eventos, para comunicar sua estratégia ao público.<ref>{{Harvnb|Jefferis|2016|pp=50-51}}</ref> Em 1973, [[Ahmed Yassin|Yassin]] fundou a organização de caridade social-religiosa al-Mujama al-Islamiya ("Centro Islâmico"), em Gaza, como um desdobramento da Irmandade Muçulmana.<ref>{{Harvnb|Abu Amr|1994|p=16}}</ref><ref>{{Harvnb|Singh|2013|p=153}}</ref>


O território boliviano é habitado há mais de 12 mil anos. No local, foram formadas várias [[Cultura da Bolívia|culturas]], principalmente nos [[Andes]], destacando-se, especialmente, a [[Tiwanaku|cultura Tiwanaku]] e os reinos [[aymara]]s posteriores à expansão [[Wari]]. Estes reinos foram, por sua vez, anexados ao [[Incas|império Inca]] no século XIII. A cultura Tiwanaku se desenvolveu em torno do centro cerimonial homônimo próximo ao [[lago Titicaca]]. A sua fundação ocorreu provavelmente antes do ano 300. Posteriormente, a cultura inca estabeleceu um vasto império no século XV, pouco antes da chegada dos [[espanhóis]]. Durante esse século, a Bolívia esteve ocupada por vários grupos de [[língua aimará]] (''collas'', ''pacajes'', ''lupacas'', ''omasuyos''), destacando-se os ''collas'', que dominaram um vasto território e que lutaram com os falantes de língua [[quíchua]]s de [[Cusco]] pelo controle da região. Os ''collas'' foram derrotados pelo inca [[Pachacuti]], que se apoderou de quase todo o [[planalto]] boliviano. A Bolívia constituiu, durante quase um século, uma das quatro grandes divisões do ''[[Tahuantinsuyo]]'' ([[Inca|império inca]]) sob o nome de ''[[Collasuyo]]''. Estas antigas civilizações deixaram grandes monumentos arquitetônicos e, atualmente, as línguas aimará e quíchua são muito difundidas no país.
Ao longo das décadas de 1970 e 1980, as autoridades israelenses mostraram indiferença em relação a al-Mujama al-Islamiya, que consideravam ser movido por uma causa religiosa e menos politicamente militante contra Israel do que o [[Fatah]] e a [[Organização para a Libertação da Palestina]]. Muitos também acreditavam que os conflitos entre organizações islâmicas e a [[Organização para a Libertação da Palestina|OLP]], [[laica]], levariam ao enfraquecimento desta última, o que favoreceria Israel.<ref name=":61" /><ref>{{Harvnb|Levitt|2006|p=24}}</ref><ref>{{Harvnb|Mattar|2005|p=195}}</ref><ref>{{Harvnb|Hassan|2014|p=80}}</ref><ref>{{Harvnb|Abu Amr|1994|p=35}}</ref> Assim, o governo israelense não interveio em conflitos entre a OLP e forças islâmicas.<ref name=":61" />


=== Período colonial ===
Membros do governo israelense discordam sobre o quanto a indiferença governamental (ou até mesmo apoio) a essas disputas contribuiu para o aumento do islamismo na Palestina. Alguns, como Arieh Spitzen, argumentam que "mesmo que Israel tivesse tentado deter os islamistas mais cedo, é duvidoso que pudesse ter feito muito para conter o Islã político, um movimento que se espalhava pelo mundo muçulmano". Outros atribuem o crescimento do grupo a patrocinadores estatais, incluindo o [[Irã]].<ref name=":61" /> Mas há também aqueles, como o encarregado de assuntos religiosos de Israel em Gaza, Avner Cohen, que ainda lamentam o "enorme, estúpido erro" cometido por Israel no final dos [[anos 1970]], e acreditam que a indiferença à situação alimentou o aumento do islamismo e concluem:<br /> "Hamas, para meu grande desgosto, é uma criação de Israel".<ref name=":61" />


A conquista espanhola do império inca iniciou-se a partir de 1524 e foi concluída em 1533. O território da atual Bolívia era conhecido como ''Charcas'' e estava submetido à autoridade do vice-rei de [[Lima]]. Com a instalação da [[Real Audiência de Charcas|Audiência e Chancelaria Real da Prata dos Charcas]], em [[Chuquisaca]] (atual Sucre), foi estabelecido um governo local, o que proveu uma maior autonomia à região. Potosí, fundada em 1545 como uma cidade mineira, logo tornou-se uma fonte de riqueza extraordinária, tornando-se a maior cidade do [[Novo Mundo]] com uma população de mais de {{formatnum|150000}} pessoas.<ref>{{citar web |url=http://www.common-place.org/vol-03/no-04/potosi/ |titulo=The High Place: Potosi |autor=Demos, John |publicado=Common-place.org |acessodata=14-07-2013|arquivourl=https://web.archive.org/web/20121114061035/http://www.common-place.org/vol-03/no-04/potosi/ |arquivodata=14-11-2012|lingua=en}}</ref>
Em 1984, Yassin foi preso depois que os israelenses descobriram que seu grupo estava reunindo armas,<ref name=":61" /> mas foi libertado em maio de 1985 como parte de uma troca de prisioneiros.<ref name=":111">{{Harvnb|Levitt|2006|pp=35, 114}}</ref> Ele continuou a expandir o alcance de sua organização de caridade em [[Gaza]].<ref name=":61" /> Após sua libertação, ele estabeleceu o al-Majd (um acrônimo para Munazamat al-Jihad wa al-Da'wa), liderado pelo ex-líder estudantil Yahya Sinwar e Rawhi Mushtaha, encarregado de lidar com a segurança interna e caçar informantes locais dos serviços de inteligência israelenses.<ref>{{Harvnb|Mishal|Sela|2006|p=34}}</ref><ref>{{Harvnb|Milton-Edwards|Farrell|2013|p=116}}</ref> Ao mesmo tempo, Yassin ordenou ao ex-líder estudantil Salah Shehade que estabelecesse o al-Mujahidun al-Filastiniun (Lutadores Palestinos), mas seus militantes foram rapidamente detidos pelas autoridades israelenses e tiveram suas armas confiscadas.<ref>{{Harvnb|Friedrich|Luethold|2007|pp=101–127}}</ref><ref group="nota">Não está claro se esses grupos foram estabelecidos em 1985 ou 1986.</ref>


No final do século XVI, a prata boliviana era uma importante fonte de receita econômica para o [[Império Espanhol]].<ref>{{citar web|url=http://encarta.msn.com/encyclopedia_761575057_13/Spain.html |titulo=Conquest in the Americas |publicado=MSN Encarta |data=28-10-2009 |acessodata=14-07-2013|urlmorta=sim |arquivourl=https://web.archive.org/web/20091028035130/http://encarta.msn.com/encyclopedia_761575057_13/Spain.html |arquivodata=28-10-2009|lingua=es}}</ref> Um fluxo constante de nativos serviu como força de trabalho, sob condições brutais e vinculados a um sistema análogo à escravidão, no qual consistia em um recrutamento pré-colombiano chamado ''[[mita]]''. Charcas foi transferida para o [[Vice-Reino do Rio da Prata]] em 1776 e o ​​povo de [[Buenos Aires]], a capital do Vice-Reino, cunhou o termo "Alto Peru" como uma referência popular ao atual território boliviano. Posteriormente, em março de 1781, [[Túpac Katari]] liderou uma rebelião indígena que sitiou [[La Paz]], durante o qual cerca de {{formatnum|20000}} pessoas morreram.<ref>{{citar livro|autor1=Robins, Nicholas A.|autor2=Jones, Adam|titulo=Genocides by the Oppressed: Subaltern Genocide in Theory and Practice|url=https://books.google.com/books?id=AX3UCk_PdEwC|ano=2009|publicado=Indiana University Press|isbn=978-0-253-22077-6|paginas=1–2|acessodata=14-10-2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20151015203222/https://books.google.com/books?id=AX3UCk_PdEwC|arquivodata=15-10-2015|urlmorta=não}}</ref> A medida que a autoridade real espanhola enfraquecia durante as guerras napoleônicas, especialmente após a prisão do rei espanhol pelos [[franceses]], o sentimento contra o domínio colonial cresceu.<ref name="História de Bolívia" />
A ideia do Hamas começou a tomar forma em 10 de dezembro de 1987, quando vários membros da Irmandade Muçulmana{{Nota de rodapé|Abu Amr menciona as seguintes pessoas que estavam presentes naquele dia: Dr. 'Abd al-'Aziz al-Rantisi (40 anos), um médico residente em Khan Yunis; Dr. Ibrahim al-Yazuri (45 anos), um farmacêutico residente na cidade de Gaza; Shaykh Salih Shehada (40 anos), um instrutor universitário de Beit Hanoun; 'Isa al-Nashshar (35 anos), um engenheiro em Rafah; Muhammad Sham'a (50 anos), um professor no campo de refugiados de al-Shati; e 'Abd al-Fattah Dukhan (50 anos), um diretor de escola no campo de refugiados de al-Nusayrat.<ref>{{Harvnb|Abu-Amr|1993|p=10}}</ref>}} se reuniram no dia seguinte a um incidente em que um caminhão do exército israelense colidiu com um carro em um posto de controle em Gaza, matando 4 trabalhadores palestinos. Eles se encontraram na casa de [[Ahmed Yassin|Yassin]] e decidiram que também precisavam reagir de alguma forma à medida que os tumultos e protesto desencadearam a [[Primeira Intifada]].<ref name=":107">{{Harvnb|Roberts|2014|p=67}}</ref> Um panfleto emitido em 14 de dezembro, pedindo resistência, é considerado sua primeira intervenção pública, embora o nome Hamas em si não tenha sido usado até janeiro de 1988.<ref name=":107" /> [[Ahmed Yassin|Yassin]] não estava diretamente ligado à organização, mas deu sua bênção a ela.<ref name=":107" /> Em uma reunião com a Irmandade Muçulmana jordaniana em fevereiro de 1988, está também deu sua aprovação.<ref>{{Harvnb|Roberts|2014|pp=67–71}}</ref> Para muitos palestinos, isso significava se envolver de forma mais autêntica com suas expectativas nacionais, já que o manifesto fornecia uma versão islâmica dos objetivos originais da [[Organização para a Libertação da Palestina|OLP]], a luta armada para libertar toda a Palestina, em vez do compromisso territorial tímido ao qual a OLP havia concordado - um pequeno fragmento do [[Mandato Britânico da Palestina]].<ref>{{Harvnb|Mishal|Sela|2006|pp=14-15}}</ref>


[[Imagem:San José de Chiquitos 001.JPG|thumb|esquerda|[[Missões jesuíticas na América|Missão jesuítica]] de Chiquitos, no departamento de [[Santa Cruz (departamento)|Santa Cruz]]]]
Criar o Hamas como uma entidade distinta da [[Irmandade Muçulmana]] foi uma questão de praticidade; a Irmandade Muçulmana recusou-se a envolver-se em violência contra Israel,<ref>{{Harvnb|AFPC|2014|pp=272-276}}</ref> e sem participar da [[intifada]], os islamistas da Irmandade temiam perder o apoio para seus rivais, a [[Movimento da Jihad Islâmica na Palestina|Jihad Islâmica Palestina]] e a [[Organização para a Libertação da Palestina|OLP]]. Eles também esperavam que, mantendo suas atividades militantes separadas, Israel não interferisse em seu trabalho social.<ref group="nota">Na verdade, a criação do Hamas como uma entidade separada da Irmandade Muçulmana foi feita precisamente para evitar que as autoridades israelenses vissem as atividades mais amplas das organizações, na esperança de que isso as deixasse relativamente imunes. Além disso, o Hamas foi criado essencialmente porque os islamistas ligados à Irmandade Muçulmana temiam que, sem sua participação direta na primeira Intifada, perderiam apoiadores tanto para o PIJ quanto para a OLP, esta última ansiosa para se reafirmar nos territórios palestinos após ser marginalizada após sua expulsão do Líbano. Como os autores Mishal e Sela explicam, "A decisão do Mujamma de adotar uma política de 'jihad agora' contra 'inimigos de Allah' (através da criação do Hamas) foi, portanto, em grande parte uma questão de sobrevivência."</ref><ref>{{Harvnb|Mishal|Sela|2006|p=35}}</ref>
O primeiro [[europeu]] a chegar ao atual território da Bolívia foi [[Diego de Almagro, o Velho|Diego de Almagro]] em 1535, depois de partir de [[Cuzco|Cusco]] a fim de conquistar o [[Chile]].<ref>[http://www.memoriachilena.cl/archivos2/pdfs/MC0012618.pdf Study of Diego de Almagro] written by Miguel Luis Amunátegui in his book (p.&nbsp;37-179) "Discovery and conquest of Chile" (1862) PDF (em [[Língua castelhana|espanhol]]) Página visitada em 23 de agosto de 2012.</ref> Com a morte de Almagro, [[Francisco Pizarro]] enviou seu irmão [[Gonzalo Pizarro]] para colonizar a [[província de Collao]] (Collasuyo). [[Pedro de Anzúriz]] fundou [[Chuquisaca]] (atual [[Sucre]]) em 1538, [[Potosí]] surgiu em 1546, [[La Paz]] em 1548 e [[Cochabamba]] em 1574.


A fundação espanhola se caracterizou por apresentar uma base mineiro-agrícola. A cidade de Potosí, a mais populosa da [[América]] em 1574 (120 mil habitantes), se converteu em um grande centro mineiro pela exploração das minas de [[prata]] do [[cerro Rico]] e, em 1611, era a maior produtora de prata do mundo. O [[rei]] [[Carlos I de Espanha|Carlos I]] havia outorgado a esta cidade o título de vila imperial depois de sua fundação. Durante mais de duzentos anos, o território da atual Bolívia constituiu a [[Real Audiência de Charcas]], um dos centros mais prósperos e densamente povoados dos [[vice-reinado]]s espanhóis. Potosí começou o seu declínio nas últimas décadas do século XVIII, ao levar a mineração da prata a um estado de estagnação, como consequência do esgotamento das veias mais ricas, das antiquadas técnicas de extração e do desvio do comércio para outros países. Em 1776, a Real Audiência de Charcas, que até então fazia parte do [[Vice-Reino do Peru]], foi incorporada ao [[Vice-Reino do Rio da Prata]].<ref name="História de Bolívia">{{citar web|autor=Alcides Argueda|url=https://www.researchgate.net/profile/Herbert-Klein/publication/50325861_Historia_general_de_Bolivia/links/5490d2180cf214269f27d524/Historia-general-de-Bolivia.pdf|publicado=Archivo y Biblioteca Nacionales de Bolivia|acessodata=29-09-2021|lingua=es|título=Historia General de Bolivia}}</ref>
Em agosto de 1988, o Hamas publicou a Carta do Hamas, na qual se definiu como uma parte da Irmandade Muçulmana na Palestina e expressou seu desejo de estabelecer "um estado islâmico em toda a Palestina".<ref name=":92" />


=== A Primeira Intifada ===
=== Independência ===
[[Imagem:Creación de Bolivia Sucre1825.jpg|thumb|Declaração da independência da Bolívia em [[Sucre]], 1825]]
{{Artigo principal|Primeira Intifada}}
As [[Revolução de Chuquisaca|sublevações de Chuquisaca]] e [[Junta Tuitiva|La Paz]] foram o ponto de partida das guerras de [[independência]]. O país se declarou independente em 6 de agosto de 1825 com o nome de [[República de Bolívar]], que foi alterado para ''República de Bolivia''. Em 1826, o libertador [[Simón Bolívar]] outorgou ao país a primeira constituição, que foi aprovada pelo congresso de Chuquisaca. [[Antonio José de Sucre]], grande marechal de [[Ayacucho]], foi eleito presidente da república da Bolívia.<ref>Oropesa, Juan. 1995. ''Sucre síntesis biográfica''. Homenaje de la Presidencia de la República. Caracas Venezuela. 207p.</ref><ref>Rumazo González, Alfonso. 1995. ''Sucre biografía del Gran Mariscal''. Homenaje de la Presidencia de la República. Caracas Venezuela. 437p.</ref><ref>Sucre, Antonio José. 1995. ''De mi propia mano''. Fundación Biblioteca Ayacucho. Caracas 489p.</ref> No início do século XIX, os movimentos de independência começaram a surgir em toda a [[América hispânica]], espalhando a guerra e o caos. Diante dessa sensação de insegurança e temendo o caos, em junho de 1822, os três governadores dos departamentos espanhóis do [[Alto Peru]] (que já haviam sido ameaçados pelas tropas do General Antonio José de Sucre e Simón Bolívar), se reuniram em [[Cuiabá]] (capital da [[Capitania de Mato Grosso]], Brasil) e solicitou ao governador que intercedesse junto ao Príncipe Regente [[Pedro I do Brasil|Dom Pedro]] (que em breve seria coroado como Dom Pedro I, [[Imperador do Brasil]]), a fim de que o [[Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves]] anexasse esses territórios, buscando poupar sua população do massacre e do caos.<ref name="Brasil"/>
O primeiro ataque do Hamas contra Israel ocorreu na primavera de 1989, quando o grupo sequestrou e matou Avi Sasportas e Ilan Saadon, dois soldados israelenses.<ref>{{Harvnb|Holtmann|2009|p=13}}</ref> Na época, Shehade e Sinwar estavam cumprindo pena em prisões israelenses e o Hamas havia criado um novo grupo, a Unidade 101, liderada por Mahmoud al-Mabhouh, cujo objetivo era sequestrar soldados.<ref>{{Harvnb|Filiu|2014|pp=206-207}}</ref> A descoberta do corpo de Sasportas desencadeou, nas palavras de Jean-Pierre Filiu, "uma resposta israelense extremamente violenta": centenas de líderes e ativistas do Hamas, incluindo [[Ahmed Yassin|Yassin]], que foi condenado à prisão perpétua, foram presos<ref name=":112">{{Harvnb|Filiu|2014|pp=207}}</ref> e o Hamas foi proibido.<ref name=":111" /> Essa detenção em massa de ativistas, juntamente com uma nova onda de prisões em 1990, desmantelou o Hamas que devastado, foi forçado a se adaptar;<ref name=":112" /><ref name=":133">{{Harvnb|Byman|2011|p=99}}</ref> seu sistema de comando foi regionalizado para tornar sua estrutura operacional mais difusa<ref name=":222"/> e minimizar as chances de ser detectado.<ref>{{Harvnb|Heiberg|O'Leary|Tirman|2007|p=135}}</ref>


De imediato, o governador de Mato Grosso enviou tropas que estavam por sua capitania ao Alto Peru, bloqueando o avanço de Bolívar e Sucre, e enviou uma carta a Dom Pedro, comunicando-lhe o envio de tropas e a solicitação das autoridades de Alto Peru (que mais tarde viria a ser a Bolívia). Carta que só foi recebida por Dom Pedro I em novembro de 1822, quando o Brasil já era [[Independência do Brasil|uma nação independente]]. Além disso, Bolívar e Sucre foram mais rápidos e enviaram representantes à [[Prefeitura do Rio de Janeiro]], o que veio antes da carta do governador. Assim, ao receber a carta, o Príncipe Regente já havia decidido não anexar o Alto Peru, rejeitando a solicitação dos governadores da região e ordenando que as tropas fossem retiradas de lá. Com isso, Dom Pedro I deixou a região do Alto Peru (atual Bolívia) por conta própria, o que culminou com a invasão das tropas Bolívar e Sucre e a independência boliviana da Espanha. Claramente, naquele momento, Dom Pedro I estava mais preocupado em derrotar a resistência da [[Revolução Liberal de 1820|tropas liberais portuguesas]] em solo brasileiro, garantindo a unidade da nação recém-independente. Porém, sem essa decisão ser tomada, o território boliviano poderia ter sido integrado ao Brasil.<ref name="Brasil">{{citar web | url =http://www.qlc.com.br/blog/voce-sabia-que-a-bolivia-quase-fez-parte-do-brasil/ |título= Você sabia que a Bolívia quase fez parte do Brasil? |website = Qualidade de Aprendizagem de Línguas |língua= PT-br |arquivourl= https://web.archive.org/web/20171130214134/http://www.qlc.com.br/blog/voce-sabia-que-a-bolivia-quase-fez-parte-do-brasil/ |arquivodata= 30 de novembro de 2017}}</ref> Desde o início de sua existência como nação independente, a Bolívia viveu quase em um estado crônico de revoluções e guerras civis e, durante os cinquenta anos seguintes, os intervalos de estabilidade política foram breves e infrequentes. Em 1837, a Bolívia se uniu ao [[Estado Norte-Peruano]] e ao [[Estado Sul-Peruano|Sul-Peruano]] para formar um novo estado, a [[Confederação Peru-Boliviana]], que desapareceu dois anos depois, em 1839, pela oposição e declaração de guerra da [[confederação Argentina]], do [[Chile]] e de um exército de restauradores peruanos. Em 1839, a [[batalha de Yungay]] definiu a dissolução da confederação.<ref name= "Capitan">{{citar web |url= http://www.elgrancapitan.org/portal/index.php/articulos/historia-militar/903-la-batalla-de-yungay |título= La Batalla de Yungay |autor= El Gran Capitan |acessodata=3 de outubro de 2021}}</ref>
Após o massacre de [[Mesquita de Al-Aqsa|al-Aqsa]] em outubro de 1990, no qual fiéis muçulmanos tentaram impedir extremistas judeus de colocar uma pedra fundamental para o [[Terceiro Templo]] no [[Monte do Templo]] e a polícia israelense usou munição real contra palestinos no complexo de al-Aqsa, matando 17 pessoas, o Hamas intensificou sua campanha de sequestros.<ref name=":115">{{Harvnb|Ross|2015|pp=319–323}}</ref> O Hamas declarou todo soldado israelense como alvo e convocou uma "[[jihad]] contra o inimigo [[Sionismo|sionista]] em todos os lugares, em todas as frentes e por todos os meios".<ref name=":135">{{Harvnb|Slater|2020|p=280}}</ref>


=== Conflitos limítrofes ===
No verão de 1991 ou 1992, o Hamas reorganizou suas unidades do al-Majd e al-Mujahidun al-Filastiniun em uma ala militar chamada [[Brigadas Izz ad-Din al-Qassam]], liderada por Yahya Ayyash.<ref>{{Harvnb|Davis|2016|p=68}}</ref><ref group="nota">Davis, de Búrca e Dalacoura afirmam que as Brigadas foram formadas em 1991, Najib & Friedrich afirmam que foram formadas no verão de 1991, e O'Malley afirma que foram formadas em 1992.</ref> O nome vem do líder nacionalista palestino militante xeique Izz ad-Din al-Qassam, que lutou contra os britânicos e cuja morte em 1935 desencadeou a Revolta Árabe na Palestina de 1936 a 1939.<ref>{{Harvnb|Guidère|2012|p=173}}</ref> Embora seus membros às vezes se referissem a si mesmos como "Estudantes de Ayyash", "Estudantes do Engenheiro" ou "Unidades de Yahya Ayyash".<ref name=":115" />
[[Imagem:Peru–Bolivia Confederation (orthographic projection).svg|thumbnail|esquerda|Mapa da [[Confederação Peru-Boliviana]]]]
Os conflitos limítrofes da Bolívia começaram desde muito cedo. O primeiro de grande importância (que inclusive chegou a ser uma ameaça para a independência) foi a invasão pelo [[Peru]] realizada em 1828, com [[Agustín Gamarra]] à frente. Houve batalhas e o exército peruano ocupou a maior parte do oeste boliviano. A guerra terminou com a assinatura do [[tratado de Piquiza]] e a retirada peruana do solo boliviano. Depois desse conflito, chegou ao poder na Bolívia o marechal de Zepita, [[Andrés de Santa Cruz]], que foi capaz de organizar, modernizar e instruir em táticas napoleônicas o exército boliviano. A eficácia da reforma no exército foi vista na invasão feita no Peru ante o pedido de ajuda de [[Luis José de Orbegoso y Moncada]]. A Bolívia saiu vitoriosa na invasão e fuzilou [[Felipe Santiago Salaverry]], criando de fato a [[Confederação Peru-Boliviana]].<ref>{{citar web|título=Ley Fundamental de la Confederación Perú - Boliviana (1837)|url=https://www.deperu.com/archivos/lcpb-1837.pdf|acessodata=3 de outubro de 2021|publicado=deperu.com}}</ref>


Em 1836, iniciou-se a confederação dos Estados [[Estado Norte-Peruano|Norte-Peruano]], [[Estado Sul-Peruano|Sul-Peruano]] e Bolívia, mas, por interesses econômicos do [[Chile]], de parte de peruanos contrários e por interesses territoriais da [[Confederação Argentina]] ([[questão de Tarija]]), foi produzida uma guerra em duas partes de 1837 a 1839. Na primeira, a confederação saiu vitoriosa, produzindo o [[tratado de Paucarpata]], mas, na segunda, se produziu a [[batalha de Yungay]] e a confederação foi dissolvida. Pela parte argentina, a Bolívia, com o general alemão [[Otto Philipp Braun]], comandante da frente boliviana, concentrou suas tropas em Tupiza e, em fins de agosto de 1837, ingressou na [[província de Jujuy]]. Os soldados confederados tiveram várias vitórias, chegando a ocupar setores fronteiriços das províncias de Jujuy e [[Salta (província)|Salta]]. Ante a uma série de contra-ataques argentinos, estes invadiram o território boliviano. Os argentinos foram derrotados na [[batalha de Montenegro]], mais conhecida na Argentina por batalha da Costa de Coyambuyo. Em 22 de agosto de 1838, Heredia ordenou a retirada e, depois de Yungay, as forças bolivianas evacuaram os setores fronteiriços que mantinham ocupados.<ref name="Gov">{{Citar web |url=http://www.diccionariojujuy.gov.ar/index.php?title=CUYAMBUYO_O_MONTENEGRO_(combate,_24-VI-1883) |título=Combate de Cuyambuyo |acessodata=29 de novembro de 2012 |arquivourl=https://archive.today/20121128031156/http://www.diccionariojujuy.gov.ar/index.php?title=CUYAMBUYO_O_MONTENEGRO_(combate,_24-VI-1883) |arquivodata=28 de novembro de 2012 }}</ref> Depois da confederação Peru-boliviana, na Bolívia e no Peru se produziu um período de anarquia entre partidários e críticos da união dos dois países e por interesses políticos. No Peru, Gamarra foi o presidente, mas teve que controlar os possíveis usurpadores do poder. Na Bolívia, sucederam-se golpes de líderes. Gamarra tentou aproveitar-se disto para invadir a Bolívia e anexá-la, mas os bolivianos decidiram unir-se a um inimigo comum e deram os poderes do estado a [[José Ballivián Segurola|José Ballivián]]. Gamarra invadiu a Bolívia, ocupou várias zonas do [[La Paz|departamento de La Paz]] mas foi derrotado ao morrer na [[Batalla de Ingavi|batalha de Ingavi]]. Depois da batalha, os bolivianos invadiram o Peru, mas firmaram o tratado de Puno e se retiraram.<ref>{{citar web|título=Nombrarán patrimonio a los campos de Ingavi|url =http://www.lostiempos.com/diario/actualidad/tragaluz/20100330/nombraran-patrimonio-a-los-campos-de-ingavi_63776_115795.html|data =31 de março de 2010|acessodata =25 de novembro de 2013|idioma =es|editor =fmbolivia.net|urlarquivo =https://web.archive.org/web/20131202225211/http://www.lostiempos.com/diario/actualidad/tragaluz/20100330/nombraran-patrimonio-a-los-campos-de-ingavi_63776_115795.html|arquivodata =2 de dezembro de 2013}}</ref>
Yahya Ayyash, um graduado em engenharia da Universidade de Birzeit, era um habilidoso fabricante de bombas e melhorou significativamente a capacidade de ataque do Hamas,<ref>{{Harvnb|Davis|2016|p=89}}</ref> o que lhe rendeu o apelido de al-Muhandis ("o Engenheiro"). Acredita-se que ele foi uma das principais forças por trás do uso de atentados suicidas pelo Hamas, argumentando que "pagamos um preço alto quando só usávamos estilingues e pedras. Precisamos exercer mais pressão, tornar o custo da ocupação muito mais caro em vidas humanas, muito mais insuportável".<ref>{{Harvnb|Búrca|2014|p=109}}</ref> Até sua morte, causada por um assassinato do Shin Bet em 1996,<ref name=":115" /> quase todas as bombas usadas em missões suicidas foram construídas por ele.<ref>{{Harvnb|Davis|2016|p=90}}</ref>


[[Imagem:Map Bolivia territorial loss-en.svg|thumbnail|Territórios perdidos pela Bolívia por guerras ou diplomacia, segundo a historiografia boliviana]]
Em dezembro de 1992, Israel respondeu ao assassinato de um policial de fronteira exilando 415 membros do Hamas e da [[Movimento da Jihad Islâmica na Palestina|Jihad Islâmica]] para o sul do Líbano, que na época estava ocupado por Israel.<ref name=":122">{{Harvnb|Dalacoura|2011|pp=71-72}}</ref> Lá, o Hamas estabeleceu contatos com o [[Hezbollah]], com palestinos que viviam em campos de refugiados e aprendeu a construir bombas suicidas e para carros.<ref name=":122" /><ref name=":123">{{Harvnb|Mannes|2004|p=115}}</ref> Israel acompanhou as deportações impondo um toque de recolher de duas semanas na [[Faixa de Gaza]], causando um déficit de receita diário de US$ 1 810 000 para sua economia.<ref>{{Harvnb|Roy|1993|p=22}}</ref> Os deportados foram autorizados a retornar nove meses depois.<ref name=":123" /> A deportação provocou condenação internacional e uma resolução unânime do [[Conselho de Segurança das Nações Unidas|Conselho de Segurança da ONU]] condenando a ação.<ref>{{Harvnb|Platt|2010}}</ref><ref>{{Harvnb|Chehab|2007|p=115}}</ref> Em retaliação pela deportação, o Hamas ordenou dois atentados com carros-bomba.<ref name=":135"/>


Em 1866 e 1874, foram firmados tratados para resolver o litígio com o [[Chile]] sobre o [[deserto de Atacama]], rico em depósitos de nitratos de [[sódio]] e de [[cobre]]. Nesses tratados, adotou-se como linha limítrofe entre Chile e Bolívia o [[paralelo]] 24º de latitude sul. Foram outorgados ao Chile diversos direitos alfandegários e concessões de exploração mineral a empresários chilenos no Atacama boliviano. Estas últimas disposições originaram o litígio entre os dois países, já que o estado boliviano não respeitou os acordos alfandegários, incrementando o imposto à extração de salitre às companhias salitreiras de capital chileno-britânico. Em 1879, o Chile ocupou o porto boliviano de [[Antofagasta]], iniciando a chamada [[Guerra do Pacífico (século XIX)|Guerra do Pacífico]], na qual a Bolívia e seu aliado Peru foram derrotados pelo Chile. Ao ser despojada de sua única possessão litoral, a Bolívia deixou de ter saída para o mar. O litoral boliviano abarcava, aproximadamente, 158 000 [[km²]] e, além de Antofagasta, contava com os portos maiores de [[Mejillones]], [[Cobija]] e [[Tocopilla]]. Em 1904, foi ratificado um tratado de paz e amizade que reconheceu o domínio perpétuo do território em litígio por parte do Chile, enquanto garantiu à Bolívia o livre acesso ao [[mar]]. Desde a fundação da [[Organização das Nações Unidas]] (ONU) em 1945, a Bolívia solicitou à [[Assembleia Geral das Nações Unidas|Assembleia Geral]] para que considerasse sua petição de recuperar uma saída livre e soberana para o [[oceano Pacífico]]. Também apresentou o assunto na [[Organização dos Estados Americanos]] (OEA). Em 1953, o [[Chile]] concedeu à Bolívia um porto livre em [[Arica]], garantindo a esta direitos alfandegários especiais e instalações de armazenamento.<ref name="Pacífico">{{citar web |url=https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43480669|titulo=A disputa de mais de um século da Bolívia com o Chile por uma saída ao mar|editor=[[BBC Brasil]] |acessodata=3 de outubro de 2021|data=21 de março de 2018}}</ref>
O primeiro atentado suicida do Hamas ocorreu em um acesso a cidade de Mehola, na Cisjordânia, em abril de 1993, usando um carro estacionado entre dois ônibus<ref name=":127">{{Harvnb|Levitt|2006|pp=11-12}}</ref> que transportavam soldados.<ref>{{Harvnb|Davis|2016|p=102}}</ref> Além do próprio autor do atentado, a explosão matou um palestino que trabalhava em um [[Assentamentos israelenses|assentamento]] próximo.<ref name=":127" /> O projeto da bomba tinha falhas, mas o Hamas logo aprenderia a fabricar bombas mais letais.<ref>{{Harvnb|Byman|2011|p=100}}</ref>
[[Ficheiro:Vickers E.jpg|thumb|esquerda|Tanque boliviano Vickers E durante a [[Guerra do Chaco]]]]


A Bolívia manteve, também, uma [[Revolução Acriana|guerra com o Brasil pelo território do Acre]] que concluiu com a cessão de 191 000 km² a este país em troca de uma indenização econômica e uma pequena compensação territorial.<ref name="InfoEscola">{{citar web|url=http://www.infoescola.com/historia/revolucao-acreana/|título=Revolução Acreana|data=|acessodata=07-08-2013|publicado=Info Escola|primeiro=|autor=Antonio Gasparetto Junior}}</ref>
Nos primeiros anos da [[Intifada]], a violência do Hamas era restrita aos palestinos, colaboradores de Israel e indivíduos que ele definia como "desviantes morais", ou seja, traficantes de drogas e prostitutas conhecidas por terem ligações com redes criminosas israelenses<ref name=":130">{{Harvnb|Byman|2011|p=196}}</ref> ou por se envolverem em comportamentos impróprios, como seduzir mulheres em salões de cabeleireiro com álcool, comportamento que o Hamas considerava incentivado por agentes israelenses.<ref>{{Harvnb|Jad|2018|p=132}} citação: Islah Jad escreve: "A palavra árabe 'isqat' tem vários significados literais, mais pertinentemente 'cair', como em uma armadilha. No contexto palestino, ela se refere especificamente aos métodos usados pelos israelenses para manipular ou seduzir vítimas e forçá-las a trabalhar contra os interesses nacionais de seu povo."</ref> Os líderes do Hamas comparavam a eliminação dos colaboradores ao que a resistência francesa fez com os colaboradores nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Somente em 1992, eles executaram mais de 150 pessoas.<ref>{{Harvnb|Milton-Edwards|Farrell|2013|pp=118-120}}</ref> Na mídia ocidental, isso foi relatado como uma "típica luta intercomunitária" entre árabes.<ref name=":130" />


Além desses, teve conflitos territoriais por questão de limites com a [[Argentina]], o [[Peru]] e o [[Paraguai]]. A solução pacífica do litígio com a Argentina foi atingida em 1925. Em 1930, Peru e Bolívia nomearam uma comissão conjunta para delimitar a fronteira e solucionar o litígio sobre a [[península]] de [[Copacabana (Bolívia)|Copacabana]]. O problema fronteiriço boliviano-paraguaio se centrou sobre o [[Chaco|Gran Chaco]], uma zona de terras baixas situada ao norte do [[rio Pilcomayo]] e a oeste do [[rio Paraguai]], que se estende pela disputada fronteira de Bolívia. Os dois países reclamavam o território em sua totalidade. Em julho de 1932, eclodiu a [[Guerra do Chaco]], conflito não declarado que durou três anos e no qual morreram 50 000 bolivianos e 35 000 paraguaios. Em julho de 1938, foi firmado o [[tratado de paz]], segundo o qual o [[Paraguai]] ficava com 75% da região do Grande Chaco. Foi o maior conflito bélico da história boliviana: em três anos de contínuas lutas e perdas, a Bolívia sofreu um contínuo retrocesso que, finalmente, concluiu-se em [[Villamontes]], onde os fortes cordilheiranos ajudaram o exército da Bolívia a deter o avanço paraguaio.<ref>[http://rediu.colegiomilitar.mil.ar/esp/ediciones/1030/articulos_originales/ReDiU_1030_art1-Guerra%20entre%20Bolivia%20y%20Paraguay%201928-1935.pdf ''Guerra entre Bolivia y Paraguay: 1928-1935''] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20140326061938/http://rediu.colegiomilitar.mil.ar/esp/ediciones/1030/articulos_originales/ReDiU_1030_art1-Guerra%20entre%20Bolivia%20y%20Paraguay%201928-1935.pdf |data=2014-03-26}} by Ana Maria Musico Aschiero {{in lang|es}}</ref>
As ações do Hamas na [[Primeira Intifada]] aumentaram sua popularidade. Em 1989, menos de três por cento dos palestinos em Gaza apoiavam o Hamas.<ref name=":133" /> Em outubro de 1993, esse número aumentou para 13%, ainda aquém dos 45% de apoio que o [[Fatah]] desfrutava entre os palestinos nos territórios ocupados.<ref>{{Harvnb|Davis|2016|p=86}}</ref>


=== Os anos após o Acordo de Oslo ===
=== Revolução de 1952 ===
[[Imagem:Víctor_Paz_Estenssoro_(1964)_(Non-Sepia).png|thumb|upright|[[Víctor Paz Estenssoro]] em 1955]]
[[Ficheiro:פיגוע באוטובוס קו 5 בתל-אביב.jpg|miniaturadaimagem|220x220px|Momentos após o atentado a bomba no ônibus da Rua Dizengoff em [[Tel Aviv]], ocorrido em 1994.]]
Durante as eleições presidenciais de maio de 1951, o líder exilado do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), [[Víctor Paz Estenssoro]], alcançou quase a metade dos votos expressos. No entanto, na ausência de um vencedor claro, o congresso devia eleger o presidente entre os três candidatos mais votados. Com a finalidade de impedir a eleição de Paz Estenssoro, o presidente [[Mamerto Urriolagoitia]] renunciou e entregou o governo a uma junta militar que nomeou como seu chefe o general [[Hugo Ballivián]]; em abril de 1952, foi derrubado pelo MNR.<ref name="Estenssoro">{{citar web |url=http://www.cidob.org/es/documentacion/biografias_lideres_politicos/america_del_sur/bolivia/victor_paz_estenssoro |título=Víctor Paz Estenssoro |acessodata=23 de janeiro de 2011 |autorlink=CIDOB ||língua=es }}</ref> Paz Estenssoro regressou do exílio para assumir a presidência. Sob sua orientação, o governo lançou um amplo programa de reformas econômicas, decretou a nacionalização das minas e o [[monopólio]] da exportação de [[estanho]]. No decurso de 1954, foi realizada a [[reforma agrária]] (parcelamento de terras para distribuir entre os indígenas), incentivou a prospecção de poços petrolíferos por empresas estrangeiras, instituiu o [[voto universal]] e realizou uma reforma educacional.<ref name="Estenssoro"/>
Em fevereiro de 1994, [[Baruch Goldstein]], um colonizador judeu vestido com uniforme militar, assassinou 29 muçulmanos durante as orações na Mesquita de Ibrahimi em [[Hebrom|Hebron]], na [[Cisjordânia]], durante o mês do [[Ramadão|Ramadã]]. Outros 19 palestinos foram mortos pelas forças israelenses nos tumultos que se seguiram.<ref name=":134"/> O primeiro-ministro israelense [[Yitzhak Rabin]] condenou o massacre, mas temendo um confronto com a violenta comunidade de colonos em [[Hebrom|Hebron]], ele se recusou a retirá-los.<ref name=":135"/> O Hamas jurou vingar as mortes e anunciou que, se Israel não fizesse distinção entre "combatentes e civis", seria "forçado... a tratar os sionistas da mesma maneira. Tratar igual com igual é um princípio universal".<ref>{{Harvnb|Milton-Edwards|Farrell|2013|p=92}}</ref>


No final da década de 1950 e início da década de 1960, a economia boliviana sofreu com a queda dos preços do estanho no mercado mundial e com altos índices de [[inflação]]. As minas de estanho não eram rentáveis e os esforços do governo para reduzir o número de trabalhadores empregados e restringir os salários encontrou forte resistência dos sindicatos. A [[constituição]] boliviana, que não contemplava a reeleição, impediu que Paz Estenssoro se candidatasse às eleições de 1956, mas seu vice-presidente [[Hernán Siles Zuazo]], filho de [[Hernando Siles]], as venceu como candidato do MNR.<ref>{{citar web|URL=https://www.educa.com.bo/presidentes-de-bolivia/hernan-siles-zuazo|título=Hernán Siles Zuazo|autor=|data=|publicado=Educa Bolívia|acessodata=10 de fevereiro de 2019}}</ref><ref>{{citar web|URL=https://www.vicepresidencia.gob.bo/1952-1956-Hernan-Siles-Zuazo|título=1952-1956 Hernán Siles Zuazo|autor=|data=|publicado=Vice Presidencia del Estado Plurinacional de Bolivia|acessodata=10 de fevereiro de 2019}}</ref> Siles continuou com a política iniciada pelo governo de Paz Estenssoro, que voltou a ser eleito em 1960. Paz solicitou a redação de uma nova Constituição, que aumentaria a autoridade econômica do governo e permitiria a reeleição. Em 1964, foi reeleito, nomeando como [[vice-presidente]] o general [[René Barrientos]], chefe da [[Força Aérea]] e candidato de direita. Muitos dos antigos colaboradores de Paz o abandonaram, denunciando que o [[MNR]] havia esquecido sua política revolucionária. O governo de Paz Estenssoro foi derrubado um mês depois de sua reeleição em consequência do levante protagonizado pelos mineiros e estudantes. Tomou o poder uma junta militar encabeçada por René Barrientos.<ref name="Estenssoro"/>
O massacre de Hebron teve um profundo efeito na militância do Hamas. Durante seus primeiros sete anos, o Hamas atacava apenas o que considerava "alvos militares legítimos", ou seja, soldados israelenses e instalações militares.<ref>{{Harvnb|Friedrich|Luethold|2007|p=106}}</ref> No entanto, após o massacre, o grupo sentiu que não precisava mais fazer distinção entre alvos militares e civis. O líder da [[Irmandade Muçulmana]] na [[Cisjordânia]], xeique Ahmed Haj Ali, mais tarde argumentou que "se não fosse pelo massacre de 1994 na Mesquita de Ibrahimi, não haveria ataques suicidas". [[Ábdel Aziz ar-Rantisi|Al-Rantisi]], em uma entrevista em 1998, afirmou que os ataques suicidas "começaram após o massacre cometido pelo terrorista [[Baruch Goldstein]] e se intensificaram após o assassinato de Yahya Ayyash" (1966-1996).<ref>{{Harvnb|Caridi|2012|p=282}}</ref> Musa Abu Marzouk atribuiu a escalada aos israelenses: "Éramos contra-atacar civis... Após o massacre de Hebron, decidimos que era hora de atacar os civis de Israel... nós oferecemos parar se Israel fizesse o mesmo, mas eles rejeitaram essa oferta".<ref>{{Harvnb|Milton-Edwards|Farrell|2013|p=93}}</ref>


=== Governos militares ===
De acordo com Matti Steinberg, ex-conselheiro do [[Shabak|Shin Bet]] e um dos principais especialistas de Israel sobre o Hamas, o massacre encerrou um debate interno dentro do Hamas sobre a utilidade da violência indiscriminada: "Nos escritos do Hamas, há uma proibição explícita contra causar danos indiscriminados a pessoas indefesas. O massacre na mesquita os libertou dessa proibição e introduziu uma dimensão de medida por medida, baseada em citações do [[Alcorão]]."<ref name=":135" />
[[Imagem:51_-_Hugo_Banzer.jpg|thumb|upright|O ditador [[Hugo Banzer]] em 1971]]


O governo militar realizou uma política de reformas econômicas conservadoras, como a reabertura da indústria de minas de estanho ao investimento privado estrangeiro. Em julho de 1966, [[René Barrientos]] foi eleito [[presidente]] já como civil. No entanto, se viu forçado a depender dos militares para lidar com os movimentos guerrilheiros que haviam começado a atuar nas regiões montanhosas. Em outubro de 1967, o exército boliviano anunciou ter derrotado os rebeldes num local próximo à aldeia de [[Vallegrande]]. Havia sido capturado no campo de batalha [[Ernesto Che Guevara]], sendo pouco depois executado. Barrientos morreu em um estranho acidente de helicóptero em abril de 1969. Sucederam-se no poder uma série de governos de curta duração, a maioria militares, e em agosto de 1971 o governo do general [[Juan José Torres]] foi derrubado por um golpe de Estado encabeçado pelo coronel [[Hugo Banzer]].<ref name="Banzer"/>
Em 6 de abril, um terrorista suicida explodiu seu carro em um ponto de ônibus lotado em [[Afula]], matando oito israelenses e ferindo 34.<ref name=":134" /><ref name=":140">{{Harvnb|Milton-Edwards|Farrell|2013|p=66}}</ref> Uma semana depois, um palestino se detonou em um ônibus em [[Hadera]], matando mais cinco israelenses e deixando 30 feridos. O Hamas reivindicou a responsabilidade por ambos os ataques. Os ataques podem ter sido planejados para interromper as negociações entre Israel e a OLP sobre a implementação do [[Acordos de paz de Oslo|Acordo de Oslo]].<ref name=":140" /> Em outubro de 1994, uma bomba em um ônibus no centro de Tel Aviv matou 22 pessoas e feriu outras 45.<ref>{{Harvnb|Rubin|2009|p=133}}</ref>


O regime de Banzer passou rapidamente de uma posição relativamente moderada a uma de maior repressão: aboliu o movimento trabalhista, suspendeu todos os direitos civis e enviou tropas aos centros de mineração. Em 1978, Banzer renunciou e uma [[junta militar]] tomou o poder. Grupos de [[direitos humanos]] afirmam que durante o mandato de Banzer de 1971–78 (conhecido como ''Banzerato'') vários milhares de bolivianos buscaram asilo em países estrangeiros, 3 mil oponentes políticos foram presos, 200 foram mortos e muitos outros foram torturados. No porão do Ministério do Interior ou "as câmaras do horror", cerca de 2 mil prisioneiros políticos foram detidos e torturados durante o regime militar de 1971 a 1978.<ref name="Banzer">{{citar web | url = http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/7925694.stm |publicação= BBC News |título= Células ocultas revelam passado sombrio da Bolívia | data = 5 de março de 2009 |acessodata= 4 de maio de 2010}}</ref>
Em dezembro de 1995, o Hamas prometeu à Autoridade Palestina (AP) cessar as operações militares. No entanto, isso não aconteceu, pois o [[Shabak|Shin Bet]] assassinou Ayyash, o líder de 29 anos das [[Brigadas Izz ad-Din al-Qassam|Brigadas al-Qassam]], em 5 de janeiro de 1996, usando um celular preparado com uma armadilha dada a Ayyash por seu tio, que trabalhava como informante.<ref name=":142">{{Harvnb|Martin|2011|p=81}}</ref> Cerca de 100 000 habitantes da Faixa de Gaza, aproximadamente 11% da população total, participaram de seu funeral.<ref name=":142" /> O Hamas retomou sua campanha de ataques suicidas, que havia estado inativa por boa parte de 1995, em retaliação ao assassinato.<ref name=":143">{{Harvnb|Kimmerling|2009|pp=372-373}}</ref>


No início da década de 1980, o forte crescimento econômico da década anterior — que havia sido sustentado pelos altos preços do [[estanho]] no mercado mundial — levou o país à crise. A queda do preço do mineral e a má administração dos regimes militares haviam deixado a Bolívia com uma imensa dívida, uma situação [[Hiperinflação|hiperinflacionária]] e um declínio das receitas por exportações. A exportação ilegal de [[cocaína]] foi o principal recurso de divisas, até que os [[Estados Unidos]] pressionaram o governo da Bolívia para que tomasse medidas eficazes contra o tráfico desta [[droga]]. Em 1980, o general [[Luis García Meza]] e seu vice [[Luis Arce Gómez]] com apoio ativo da ditadura militar argentina e a ação de um comando terrorista denominado ''Novios de la Muerte''<ref>Nos ''Noivos da Morte'' atuavam também os terroristas italianos [[Stefano della Chiaie]] e [[Pierluigi Pagliani]], que haviam dinamitado um trem em [[Bolonha]] e fugido para Bolívia com [[Marco Diodato]] e cobertura da CIA.</ref> e organizados pelo [[Fascismo|fascista]] Italiano [[Stefano Delle Chiaie]]<ref>{{Citar web|url=https://www.lavanguardia.com/politica/20190910/47296604692/fallece-el-neofascista-italiano-stefano-delle-chiaie-en-roma.html|titulo=Fallece el neofascista italiano Stefano Delle Chiaie en Roma|data=2019-09-10|acessodata=2023-12-31|website=La Vanguardia|lingua=es}}</ref> e a [[Junta militar|Junta Militar]] de [[Buenos Aires|Buernos Aires]], deram um golpe de estado para evitar a eleição de Hernán Siles Suazo como presidente democrático.<ref name="golpe">{{Citar web|url=http://www.bolpress.com/art.php?Cod=2006071704&PHPSESSID=da1d0df57b|título=''Para no olvidar el golpe del 17 de julio de 1980'', por Wilson García Mérida, Bolpres, 2006|data=|acessodata=|obra=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20111115151123/http://www.bolpress.com/art.php?Cod=2006071704|arquivodata=15 de Novembro de 2011|urlmorta=yes}}</ref> Em 1982, ele foi afastado da última junta militar que governava o país para reinstaurar a [[democracia]].<ref name="golpe"/>
Em setembro de 1997, o Primeiro-Ministro de Israel, [[Benjamin Netanyahu]], ordenou o assassinato do líder do Hamas, [[Khalid Meshal|Khaled Mashal]], que vivia na Jordânia.<ref name=":144">{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=cg39hcj6AxQC&pg=RA2-PA65&redir_esc=y|título=Strategic Intelligence: [5 Volumes]|autor=Bloomsbury Publishing|ano=2006|editora=Bloomsbury Publishing|local=Londres|página=65|lingua=en}}</ref> Dois agentes do [[Mossad]] entraram na Jordânia com passaportes falsos do [[Canadá]] e atacaram [[Khalid Meshal|Mashal]], envenenando-o com um [[Agente nervoso|composto químico]] em uma rua de Amã.<ref name=":144" /> Após o ataque, eles foram capturados e o [[Hussein, Príncipe Herdeiro da Jordânia|Rei Hussein]] ameaçou julgar os agentes a menos que Israel fornecesse a [[Khalid Meshal|Mashal]] um antídoto e libertasse [[Ahmed Yassin|Yassin]].<ref name=":144" /> Israel concordou, o antídoto salvou a vida de [[Khalid Meshal|Mashal]], e [[Ahmed Yassin|Yassin]] foi devolvido à Faixa de Gaza, onde recebeu uma recepção de herói, com faixas o chamando de "o xeique da [[Intifada]]". A libertação temporária de [[Ahmed Yassin|Yassin]] aumentou temporariamente a popularidade do Hamas e em uma coletiva de imprensa, [[Ahmed Yassin|Yassin]] declarou: "Não haverá interrupção das operações armadas até o fim da ocupação... nós buscamos a paz. Amamos a paz. E pedimos a eles [os israelenses] para manter a paz conosco e nos ajudar a restaurar nossos direitos através da paz."<ref>{{Harvnb|Milton-Edwards|Farrell|2013|p=98}}</ref>


=== Governos democráticos ===
Embora os ataques suicidas das [[Brigadas Izz ad-Din al-Qassam|Brigadas al-Qassam]] e de outros grupos tenham violado os [[Acordos de paz de Oslo|acordos de Oslo de 1993]] (que o Hamas se opunha),<ref>{{Harvnb|Goerzig|2010|p=57}}</ref> [[Yasser Arafat|Arafat]] relutava em perseguir os agressores e talvez não tivesse meios adequados para fazê-lo.


[[Hernán Siles Zuazo]] chegou ao governo em 10 de outubro de 1982 apoiado na Unidade Democrática e Popular (UDP), aliança que havia formado no fim da década de 1970 entre seu [[Movimento de Esquerda Revolucionária (Bolívia)|Movimento de Esquerda Revolucionária]] (MIR), o Movimento Nacionalista Revolucionário de Esquerda (MNR) e o [[Partido Comunista|Partido Comunista da Bolívia]] (PCB). Seu governo durou até 1985. Foi seguido pelo governo de [[Víctor Paz Estenssoro]] (1985–1989) do MNR. Em 1989, assumiu [[Jaime Paz Zamora]], do MIR, com apoio da Ação Democrática Nacionalista(ADN). [[Gonzalo Sánchez de Lozada]], do MNR, assumiu de 1993–1997 e posteriormente [[Hugo Banzer Suárez]] (1997–2001), recebendo o apoio do ex-presidente Jaime Paz Zamora, que desta maneira devolvia o favor por respaldar com seus deputados da ADN a governabilidade do país durante seu mandato. Banzer morreu antes de terminar seu mandato, sendo substituído por seu vice-presidente [[Jorge Quiroga Ramírez]] (2001–2002).<ref>{{citar web |url=http://www.cidob.org/es/documentacion/biografias_lideres_politicos/america_del_sur/bolivia/jorge_quiroga_ramirez |título=Jorge Quiroga Ramírez |acessodata=22 de janeiro de 2011 |autorlink=CIDOB ||língua=es }}</ref> [[Gonzalo Sánchez de Lozada]] (2002–2003) iniciou um segundo mandato, abreviado por uma revolta popular, e foi sucedido por seu vice-presidente [[Carlos Mesa]] (2003–2005). Este também foi derrubado pelos motins, assumindo [[Eduardo Rodríguez Veltzé]] (2005–2006), como interino.<ref>{{citar web |url=http://www.cidob.org/es/documentacio/biografias_lideres_politicos/america_del_sur/bolivia/eduardo_rodriguez_veltze |título=Eduardo Rodríguez Veltzé |acessodata=22 de janeiro de 2011 |autorlink=CIDOB ||língua=es }}</ref>
Enquanto os palestinos estavam acostumados à ideia de que seus jovens estavam dispostos a morrer pela luta, a ideia de que eles se explodiriam com explosivos amarrados aos corpos era um desenvolvimento novo e pouco apoiado. Uma pesquisa realizada em 1996, após a onda de atentados suicidas realizados pelo Hamas em retaliação ao assassinato de Ayyash por Israel, mostrou que a maioria, 70%, era contra essa tática, e 59% pediam que [[Yasser Arafat|Arafat]] tomasse medidas para evitar mais ataques. No cenário político, o Hamas continuava muito atrás de seu rival [[Fatah]]; 41% confiavam em [[Yasser Arafat|Arafat]] em 1996, mas apenas 3% confiavam em [[Ahmed Yassin|Yassin]].<ref name=":143" />


[[Imagem:Evo Morales Ayma (cropped).jpg|upright|thumb|esquerda|[[Evo Morales]], presidente cessante da Bolívia]]
Em 1999, o Hamas foi banido na [[Jordânia]], supostamente em parte a pedido dos [[Estados Unidos]], [[Israel]] e da [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Palestina]].<ref>{{Harvnb|Hirst|1999}}</ref> O [[Abdullah II da Jordânia|Rei Abdullah]] da [[Jordânia]] temia que as atividades do Hamas e de seus aliados jordanianos colocassem em risco as negociações de paz entre a [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Palestina]] e [[Israel]], e acusou o Hamas de envolver-se em atividades ilegítimas dentro da Jordânia.<ref name=":148">{{Harvnb|Maddy-Weitzman|2002|pp=252-253}}</ref> Em meados de setembro de 1999, as autoridades prenderam os líderes do Hamas, [[Khalid Meshal|Khaled Mashal]] e Ibrahim Ghosheh, quando retornaram de uma visita ao [[Irã]], acusando-os de serem membros de uma organização ilegal, armazenar armas, conduzir exercícios militares e usar a Jordânia como base de treinamento.<ref name=":148" /><ref>{{Harvnb|Levitt|2006|p=45}}</ref> Os líderes do Hamas negaram as acusações.<ref>{{Harvnb|Maddy-Weitzman|2002|p=153}}</ref> [[Khalid Meshal|Mashal]] foi exilado e momentaneamente se estabeleceu em [[Damasco]], na [[Síria]], em 2001.<ref name=":151">{{Harvnb|Tucker|2019|p=808}}</ref> Como resultado da [[Guerra Civil Síria|guerra civil na Síria]], ele se distanciou do regime de [[Bashar al-Assad]] em 2012 e mudou-se para o [[Catar]].<ref name=":151" />


Na eleição presidencial realizada em 18 de dezembro de 2005, [[Evo Morales]] (do partido ''[[Movimento para o Socialismo]]'', com o acrônimo em espanhol MAS, significando "mais") foi eleito com 53,7% dos votos, com mandato até 2010. Antes de sua posse oficial em [[La Paz]], Morales tomou posse em um ritual [[aimará]] simbólico no sítio arqueológico de [[Tiwanaku]] perante uma multidão de milhares de pessoas e representantes de movimentos de [[Esquerda (política)|esquerda]] de toda a [[América Latina]]. Desde a conquista espanhola no início do século XVI, esta região da América do Sul, com uma maioria da população nativa, tem sido governada principalmente por descendentes de europeus, com esparsos períodos de governantes [[mestiço]]s. Morales, um aimará, afirmou que os 500 anos de [[colonialismo]] terminaram e que a era da autonomia já começou.<ref name="Morales"/>
=== Segunda Intifada ===
Durante a [[Segunda Intifada]], também conhecida como Al-Aqsa, ao contrário do levante anterior, começou de forma violenta, com manifestações em massa e táticas letais de [[Contrainsurgência|contra-insurgência]] por parte de Israel. Antes dos incidentes em torno da visita de [[Ariel Sharon]] ao [[Monte do Templo]], o apoio palestino à violência contra os israelenses e ao Hamas era de 52% e 10%, respectivamente. Em julho do ano seguinte, após quase um ano de conflito intenso, pesquisas indicaram que 86% dos palestinos endossavam a violência contra os israelenses, e o apoio ao Hamas havia aumentado para 17%.<ref>{{Harvnb|Davis|2016|p=105}}</ref>


Em 1 de maio de 2006, Morales anunciou a sua intenção de renacionalização dos [[hidrocarbonetos]] bolivianos ativos. Embora afirmando que a iniciativa não seria uma [[expropriação]], Morales enviou tropas para ocupar 56 instalações de gás simultaneamente. Tropas também foram enviadas para duas refinarias de propriedade da [[Petrobras]] na Bolívia, que fornecem mais de 90% de capacidade de refino da Bolívia. Um prazo de 180 dias foi anunciado para que todas as empresas estrangeiras de energia fossem obrigadas a assinar novos contratos que dão a Bolívia participação majoritária e até 82% das receitas (o último para os maiores campos de [[gás natural]]). Todas essas empresas assinaram contratos. Relatórios do governo boliviano e das empresas envolvidas são contraditórios quanto aos planos de investimentos futuros. De longe, o maior cliente de hidrocarbonetos boliviano foi o Brasil, que importa dois terços do gás natural da Bolívia através de gasodutos operados pela Petrobras. Uma vez que o gás só pode ser exportado da Bolívia através de grandes (e caros) [[gasoduto]]s da Petrobras, o governo boliviano e a empresa estão fortemente ligados. A Petrobras anunciou planos de produzir gás natural para substituir o agora fornecido pela Bolívia até 2011.<ref name="Morales">{{Citar web|url=https://www.biografiasyvidas.com/biografia/m/morales_evo.htm|titulo=Biografia de Evo Morales|acessodata=2018-01-29|obra=www.biografiasyvidas.com|lingua=es|data=|publicado=Biografia y Vidas|ultimo=|primeiro=}}</ref>
As [[Brigadas Izz ad-Din al-Qassam|Brigadas al-Qassam]] foram um dos muitos grupos militantes que realizaram ataques militares e atentados suicidas contra alvos civis e militares israelenses durante esse período. Nos anos seguintes, quase 5 000 palestinos e mais de 1 100 israelenses foram mortos.<ref>{{Harvnb|Fouberg|Murphy|2020|p=215}}</ref> Embora tenha havido um grande número de ataques palestinos contra israelenses, a forma mais eficaz de violência dos palestinos foram os ataques suicidas; nos primeiros cinco anos da intifada, um pouco mais da metade de todas as mortes israelenses foram vítimas de ataques suicidas. O Hamas foi responsável por cerca de 40% dos 135 ataques suicidas nesse período.<ref>{{Harvnb|Benmelech|Berrebi|2007|pp=223–238}}</ref>


=== Crise política de 2019 ===
Independentemente das circunstâncias imediatas que desencadearam o levante, uma causa mais geral, segundo o professor estadunidense de ciência política Jeremy Pressman, foi "o descontentamento popular palestino [que] cresceu durante o processo de [[Acordos de paz de Oslo|paz de Oslo]] porque a realidade no terreno não correspondia às expectativas criadas pelos acordos de paz".<ref>{{Harvnb|Pressman|2003|p=114}}</ref> O Hamas se beneficiaria desse crescente descontentamento nas [[Eleições parlamentares na Palestina em 2006|eleições legislativas]] da [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Palestina]] em 2006.
{{AP|Eleições gerais na Bolívia em 2019|Crise política na Bolívia em 2019}}
[[Ficheiro:Jeanine Áñez assuming presidency.jpg|miniaturadaimagem|[[Jeanine Áñez]] com a faixa presidencial depois de prestar juramento em 12 de novembro de 2019]]


Manifestações que eclodiram em 20 de outubro, após a divulgação dos primeiros resultados das [[Eleições gerais na Bolívia em 2019|eleições gerais de outubro]], que deram a vitória ao então presidente [[Evo Morales]], reeleito no primeiro turno.<ref>{{citar web |titulo=Tras la reanudación del recuento, ahora Evo Morales gana en primera vuelta |url=https://www.infobae.com/america/america-latina/2019/10/21/elecciones-en-bolivia-con-mas-del-94-escrutado-evo-morales-obtiene-el-4642-de-los-votos-y-carlos-mesa-el-3706-y-aun-hay-balotaje/ |publicado=Infobae }}</ref> Em 10 de novembro de 2019, a dezenove dias de protestos civis ocorridos após os controversos resultados eleitorais, reivindicações de novas eleições pelos manifestantes e líderes opositores de Morales e a divulgação de um relatório da [[Organização dos Estados Americanos]] (OEA) que alegava irregularidades no processo eleitoral, os sindicatos, as [[Forças armadas da Bolívia|Forças Armadas]] e a polícia boliviana exigiram que o presidente Evo Morales se demitisse.<ref>{{Citar web|url=https://www.aljazeera.com/news/2019/11/bolivian-military-asks-morales-resign-ensure-stability-191110200759194.html|titulo=Bolivia's beleaguered President Morales announces resignation|acessdate=2019-11-11|obra=www.aljazeera.com|lingua=en}}</ref> Depois que o general [[Williams Kaliman Romero]] tornou público o requerimento de demissão presidencial, Morales cumpriu, acompanhado de outras renúncias de vários políticos de alto escalão ao longo do dia, alguns citando temores pela segurança de suas famílias. O governo do [[México]] ofereceu [[asilo político]] a Morales no dia seguinte, o qual Morales aceitou um dia depois.<ref>{{citar web |data=11 de Novembro de 2019 |titulo=Mexico says it would offer asylum to Bolivia's Morales if he sought it |publicado=Reuters |url=https://www.reuters.com/article/us-mexico-bolivia-asylum-idUSKBN1XL007 |via=www.reuters.com}}</ref><ref>{{citar web |data=12 de Novembro de 2019 |titulo=Bolivia crisis: Evo Morales accepts political asylum in Mexico |publicado=BBC News |url=https://www.bbc.com/news/world-latin-america-50383608 }}</ref>
De acordo com Tristan Dunning, Israel nunca respondeu às ofertas repetidas do Hamas ao longo dos anos para um moratório de ataques contra civis.<ref name=":156">{{Harvnb|Dunning|2016|p=61}}</ref> Israel participou de vários períodos de calma (tadi'a) e propôs diversos cessar-fogos.<ref name=":156" /> Em janeiro de 2004, o líder do Hamas, [[Ahmed Yassin]], antes de seu assassinato, afirmou que o grupo encerraria a resistência armada contra Israel por um hudna de 10 anos,<ref name=":168">{{Harvnb|Dunning|2016|p=179}} "O ex-porta-voz do Hamas e ex-vice-ministro das Relações Exteriores em Gaza, Ahmed Yousef, explicou em um artigo de opinião no New York Times o que isso significava juridicamente. (Uma hudna) 'normalmente cobre 10 anos e é reconhecida na jurisprudência islâmica como um contrato legítimo e vinculativo. Uma hudna vai além do conceito ocidental de cessar-fogo e obriga as partes a usar o período para buscar uma solução permanente e não violenta para suas diferenças."</ref> em troca de um estado palestino na [[Cisjordânia]], [[Faixa de Gaza]] e [[Jerusalém Oriental]], e que a restauração dos "direitos históricos" dos palestinos (relacionados à expulsão e fuga dos palestinos em 1948) "seria deixada para as gerações futuras". Suas opiniões foram rapidamente ecoadas pelo alto funcionário do Hamas, [[Ábdel Aziz ar-Rantisi|Abdel Aziz al-Rantissi]], que acrescentou que o Hamas imaginava uma "libertação faseada".<ref>{{Citar web|url=http://weekly.ahram.org.eg/2004/675/re1.htm|titulo=Running out of time|acessodata=2023-10-25|website=Al-Ahram Weekly|wayb=20100120061025|urlmorta=sim}}</ref> A resposta de Israel foi assassinar [[Ahmed Yassin|Yassin]] em março, em um ataque aéreo israelense direcionado, e depois [[Ábdel Aziz ar-Rantisi|al-Rantisi]] em um ataque semelhante em abril.<ref>{{Harvnb|Kimmerling|2009|p=268}}</ref>


A segunda vice-presidente do Senado, a senadora da oposição [[Jeanine Áñez]], assumiu o cargo de presidente em 12 de novembro, sendo a próxima na linha para a presidência depois que um [[vazio de poder]] foi deixado após uma série de renúncias. Isso não foi isento de controvérsias, pois sua nomeação inicial foi feita durante uma breve sessão legislativa que carecia de [[quórum]], devido a um boicote do partido de Morales, o [[Movimento para o Socialismo]] (MAS).<ref name="El País">{{citar jornal|título=La senadora Jeanine Áñez se proclama presidenta de Bolivia sin quórum en el Parlamento|url=https://elpais.com/internacional/2019/11/12/america/1573566340_453048.html|obra=El País|data=13 de Novembro de 2019 |issn=1134-6582|língua=es|primeiro =Francesco|último =Manetto}}</ref> O Tribunal Constitucional Plurinacional da Bolívia confirmou o empossamento de Áñez a presidência como legítimo e o partido no poder retornou a maioria dos membros para ambas as câmaras, com alguns assumindo postos importantes como Líder do Senado.<ref>{{citar web|título=Mónica Eva Copa Murga asume la presidencia de la Cámara de Senadores - Diario Pagina Siete |url=https://www.paginasiete.bo/nacional/2019/11/14/monica-eva-copa-murga-asume-la-presidencia-de-la-camara-de-senadores-237427.html |website=www.paginasiete.bo |língua=es }}</ref> Eles também se comprometeram a trabalhar com o governo interino para novas eleições.<ref>{{citar web|título=Bolivia's warring parties strike deal for new elections to end deadly unrest |url=https://www.france24.com/en/20191115-bolivia-s-warring-parties-strike-deal-for-new-elections-to-end-deadly-unrest |data=15 de Novembro de 2019 |website=France 24 |língua=en }}</ref> Apesar do retorno de seu partido ao papel de governo, Morales pediu que o povo boliviano rejeitasse a liderança de Áñez. Ele e seus apoiadores argumentam que o evento foi um [[golpe de Estado]]. Políticos, acadêmicos e jornalistas internacionais ficaram divididos entre descrever o evento como um golpe de Estado ou uma revolta popular.<ref name="BC1">{{citar jornal|url=https://www.bbc.com/news/world-latin-america-50370013|título=Bolivian President Evo Morales resigns|data=11 de Novembro de 2019|publicado=BBC News}}{{citar web|título=Bolivian president Evo Morales resigns after election result dispute |url=https://www.theguardian.com/world/2019/nov/10/bolivian-president-evo-morales-resigns-after-election-result-dispute |data=10 de Novembro de 2019 |website=The Guardian }}{{citar jornal|url=https://www.reuters.com/article/us-nicaragua-bolivia-idUSKBN1XL06O|título=Nicaraguan government denounces "coup" in Bolivia: statement|data=11 de Novembro de 2019|agência=Reuters }}{{citar jornal|título=Mexico says Bolivia suffered coup due to military pressure on Morales |url=https://www.reuters.com/article/us-bolivia-election-mexico-minister/mexico-says-bolivia-suffered-coup-due-to-military-pressure-on-morales-idUSKBN1XL1S5 |agência=Reuters |data=11 de Novembro de 2019}}{{citar web|url=https://www.euronews.com/2019/11/11/evo-morales-resigns-is-bolivia-facing-a-coup-d-etat|título=Evo Morales political asylum: Is Bolivia facing a coup d'etat?|data=12 de Novembro de 2019|autor =Sofia Sanchez Manzanaro|autor2 =Marta Rodríguez|website=Euronews}}{{citar web|url=https://thehill.com/policy/international/469951-sanders-says-very-concerned-about-what-appear-to-be-a-coup-in-bolivia|título=Sanders 'very concerned about what appears to be a coup' in Bolivia|autor =John Bowden|website=The Hill|data=11 de Novembro de 2019}}</ref><ref>{{citar web|título=AP Explains: Did a coup force Bolivia's Evo Morales out? |url=https://apnews.com/6b2c94306089451d9761878c9f7ce2f1 |data=11 de Novembro de 2019 |website=[[The Associated Press]] |citação=Whether the events Sunday in Bolivia constitute a coup d’état is now the subject of debate in and outside the nation. ... Bolivia’s “coup” is largely a question of semantics}}</ref><ref>{{citar jornal|último =Fisher |primeiro =Max |data=12 de Novembro de 2019 |título=Bolivia Crisis Shows the Blurry Line Between Coup and Uprising |língua=en-US |obra=[[The New York Times]] |url=https://www.nytimes.com/2019/11/12/world/americas/bolivia-evo-morales-coup.html |issn=0362-4331 |citação=But the Cold War-era language of coups and revolutions demands that such cases fit into clear narratives. ... Experts on Bolivia and on coups joined forces on Monday to challenge the black-and-white characterizations, urging pundits and social media personalities to see the shades of gray.}}</ref><ref>{{citar web|título=Bolivia Is The Internet's Latest Rorschach Test |url=https://www.buzzfeednews.com/article/karlazabludovsky/bolivia-coup-rorschach-test-evo-morales |último =Zabludovsky |primeiro =Karla |data=14 de Novembro de 2019 |website=[[BuzzFeed News]] |língua=en |citação=And, as so often with the big names of Latin America — where the word "coup" is supercharged ... how you see what has happened to him is often dependent on your own political ideology. On the left, he’s seen as the victim of a putsch; on the right, his downfall is taken as evidence of democracy trumping authoritarianism on the continent.}}</ref><ref>{{citar web|título=The world's as divided about Bolivia's alleged coup as Bolivians themselves |url=https://qz.com/1748281/experts-are-divided-on-evo-morales-and-bolivias-alleged-coup/ |último =de Haldevang |primeiro =Max |data=15 de Novembro de 2019 |website=[[Quartz (publication)|Quartz]] |língua=en |citação=So…was it a coup? Experts are as divided as everyone else on the question.}}</ref><ref>{{citar web|título=Why Is Evo Morales Suddenly No Longer President of Bolivia? |url=https://foreignpolicy.com/2019/11/11/evo-morales-resigns-president-bolivia/ |último =Johnson |primeiro =Keith |website=[[Foreign Policy]] |língua=en-US |citação=It’s not a coup in any sense of the word, and Bolivia and Latin America have experience with actual coups. The army did not take charge of Bolivia. Morales, despite his protestations that police had an arrest warrant for him, is not in custody or even being sought.}}</ref><ref>{{citar web|título=Bolivia reflects the deep polarization crisis in Latin America |url=https://www.atlanticcouncil.org/blogs/new-atlanticist/bolivia-reflects-the-deep-polarization-crisis-in-latin-america/ |data=14 de Novembro de 2019 |website=[[Atlantic Council]] |língua=en-US |citação=Countries are debating why Evo Morales left power. Did he leave power of his own volition or was it a coup? There are two different responses to that question based on which country is speaking.}}</ref><ref>{{citar web|título=Coup or not a coup? Bolivia's Evo Morales flees presidential crisis |url=https://www.univision.com/univision-news/latin-america/coup-or-no-coup-bolivias-presidential-crisis |data=12 de Novembro de 2019 |website=[[Univision]] |língua=es|citação=The discussion over whether it was a coup falls largely along ideological lines. Left wing supporters of Morales point like to point to a long history of military coups in Latin America, while critics of the former president point to the 14 years he spent in power, in violation of constitutional term limits. ... But political experts say the events hardly resemble a classic coup scenario. ... In a typical coup, the military usually take a more proactive role, taking up arms against the sitting ruler and installing one of their own in the presidential palace, at least temporarily.}}</ref>
=== As eleições legislativas de 2006 ===
{{Main|Eleições parlamentares na Palestina em 2006}}
[[Ficheiro:03-03-2020 Ismail Haniyeh.jpg|miniaturadaimagem|220x220px|[[Ismail Haniya|Ismail Haniyeh]] tornou-se o primeiro-ministro da [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Nacional Palestina]] em 2006.]]
[[Ismail Haniya|Ismail Haniyeh]] tornou-se primeiro-ministro da [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Nacional Palestina]] em 2006. O Hamas boicotou as eleições gerais palestinas de 1996 e as [[Eleição presidencial na Palestina em 2005|eleições presidenciais palestinas de 2005]], mas decidiu participar das eleições legislativas palestinas de 2006, as primeiras a ocorrer após a morte de [[Yasser Arafat]]. A [[União Europeia]] teve um papel importante na proposta de realização de eleições democráticas nos territórios.<ref name=":160">{{Harvnb|Bouris|2014|p=54}}</ref> No período que antecedeu o dia da votação, a então [[Secretário de Estado dos Estados Unidos|secretária de estado]] dos Estados Unidos, [[Condoleezza Rice]], a ministra das Relações Exteriores de Israel, [[Tzipi Livni]] e o primeiro-ministro britânico [[Tony Blair]] expressaram reservas sobre permitir que o Hamas participasse do processo democrático.<ref>{{Harvnb|Zweiri|2006|p=680}}</ref> O Hamas concorreu com a promessa de um governo transparente, uma reforma completa do sistema administrativo corrupto e o combate à crescente falta de lei.<ref name=":162">{{Harvnb|Dunning|2016|p=115}}</ref><ref name=":163">{{Harvnb|Zweiri|2006|p=677}}</ref> A Autoridade Palestina, notoriamente marcada pela corrupção, escolheu [[Marwan Barghouti]] como seu principal candidato, que estava cumprindo cinco sentenças de prisão perpétua em Israel. Os Estados Unidos doaram dois milhões de dólares para melhorar a imagem midiática da [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Palestina]]. Israel também ajudou a Autoridade Palestina, permitindo que [[Marwan Barghouti|Barghouti]] fosse entrevistado na prisão por televisões árabes e permitindo que 100.000 palestinos em Jerusalém Oriental votassem.<ref name=":163" />


== Geografia ==
A eleição ocorreu pouco depois de Israel ter evacuado seus assentamentos em Gaza.<ref name=":164">{{Harvnb|Zweiri|2006|p=675}}</ref> A evacuação, realizada sem consultar o [[Fatah]], deu respaldo à visão do Hamas de que a resistência havia compelido Israel a deixar Gaza.<ref>{{Harvnb|Zweiri|2006|p=679}}</ref> Em um comunicado, o Hamas retratou isso como uma validação de sua estratégia de resistência armada ("Quatro anos de resistência superaram 10 anos de negociações") e [[Mohammed Deif|Muhammed Deif]] atribuiu "a Libertação de Gaza" ao "amor ao martírio" de seus militantes.<ref>{{Harvnb|Brym|Araj|2006|p=1980}}</ref>
{{artigo principal|Geografia da Bolívia}}
[[Imagem:Bolivia_Topography.png|thumb|esquerda|[[Mapa topográfico]] do território boliviano]]
Juntamente com o vizinho [[Paraguai]], a Bolívia é um dos dois únicos países das [[América]]s que [[País sem costa marítima|não possuem saída para o mar]]. O ocidente da Bolívia está situado na cordilheira dos [[Andes]], com o pico mais elevado, o [[Nevado Sajama]], a chegar aos {{Fmtn|6542}} m. O centro do país é formado por um [[planalto]], o ''Altiplano'', onde vive a maioria dos bolivianos. O leste do país é constituído por terras baixas e coberto pela floresta úmida da [[Amazônia]]. O lago [[Titicaca]] situa-se na fronteira entre a Bolívia e o [[Peru]], o maior lago sul-americano por volume de água.<ref name=strontium/> No sudoeste do país, no departamento de [[Potosi]], encontra-se o [[Salar de Uyuni]], o maior deserto de sal do mundo.<ref>{{citar web |url=http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-20266-1-330322,00.html |título = O maior deserto de sal do mundo |publicado = Globo Repórter |acessodata=17 de setembro de 2014 }}</ref>


A região Oriente, a norte e leste, compreende três quintos do território boliviano, é formada por baixas planícies de muitos rios e grandes pântanos. No extremo sul, localiza-se o [[Chaco]] boliviano, pantanoso na estação chuvosa e semidesértico nos meses de seca. A nordeste da bacia do Titicaca, visualizam-se montanhas extremamente altas de 3 000 a 6 500 m. As montanhas de mais altitude caem em ângulos praticamente retos até se transformarem em planícies.<ref name="Relevo da Bolívia" />
O Hamas, desejando exibir seu poder por meio de um plebiscito em vez de violência, anunciou que se absteria de ataques contra Israel se este também cessasse seus ataques contra cidades e vilarejos palestinos.<ref>{{Harvnb|Zweiri|2006|pp=676-677}}</ref> Seu manifesto eleitoral abandonou a agenda islâmica, falava de soberania para os territórios palestinos, incluindo Jerusalém (um endosso implícito à [[Solução de dois Estados|solução de dois estados]]), sem abrir mão de suas reivindicações sobre toda a Palestina. Mencionava a "resistência armada" duas vezes e afirmava no artigo 3.6 que era um direito resistir ao "terrorismo da ocupação".<ref name=":162" /> Um cristão palestino estava na lista de candidatos do Hamas.<ref>{{Harvnb|Zweiri|2006|p=686}}</ref>


Os Andes atingem a Bolívia e se dividem em duas grandes cadeias, a Oriental e a Ocidental. Nota-se que a cordilheira Ocidental é formada por vulcões inativos ou extintos, e suas rochas são formadas de lava vulcânica petrificada. A altitude máxima é de {{Fmtn|3700}} m, com 800&nbsp;km de comprimento e 130&nbsp;km de largura. A cordilheira Oriental é composta de diversos tipos de rochas e areia.<ref name="Relevo de Bolívia" />
O Hamas ganhou 76 assentos, excluindo quatro conquistados por independentes que apoiavam o Hamas, enquanto o [[Fatah]] obteve apenas 43.<ref name=":164" /> Observadores internacionais julgaram as eleições como "competitivas e genuinamente [[Democracia|democráticas]]". A [[União Europeia]] afirmou que essas eleições foram conduzidas melhor do que algumas eleições em países membros da união e prometeu manter seu apoio financeiro.<ref name=":160" /> [[Egito]], [[Arábia Saudita]], [[Catar]] e [[Emirados Árabes Unidos|Emirados Árabes]] insistiram os Estados Unidos a dar uma chance ao Hamas, argumentando que era inapropriado punir os palestinos por sua escolha, uma posição também apoiada pela [[Liga Árabe]] um mês depois.<ref>{{Harvnb|Zweiri|2006|p=682}}</ref> A promessa da União Europeia foi rapidamente abandonada; três meses depois, violando seus princípios fundamentais em relação a eleições livres, a UE suspendeu abruptamente a assistência financeira ao governo liderado pelo Hamas, seguindo o exemplo dos [[Estados Unidos]] e do [[Canadá]]. Em vez disso, decidiu canalizar fundos diretamente para pessoas e projetos e pagar salários apenas aos membros do [[Fatah]], empregados ou não.<ref>{{Harvnb|Bouris|2014|p=55}}</ref>


=== Relevo ===
O Hamas assumiu a administração da [[Faixa de Gaza]] após sua vitória eleitoral e introduziu mudanças radicais. Herdou uma situação caótica de falta de lei, devido às sanções econômicas impostas por [[Israel]] e pelos [[Estados Unidos]], que haviam prejudicado os recursos administrativos da [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Palestina]]. Isso levou ao surgimento de numerosas gangues estilo máfia e células terroristas modeladas segundo a [[Al-Qaeda|Al Qaeda]].<ref>{{Harvnb|Tocci|2013|p=42}}</ref> Daniel Byman, escrevendo na [[Foreign Affairs]], posteriormente afirmou:<blockquote>Após assumir a Faixa de Gaza, o Hamas reestruturou a polícia e as forças de segurança, reduzindo o número de membros de {{Fmtn|50 000}} (pelo menos no papel) sob o comando do [[Fatah]] para forças menores e mais eficientes, com pouco mais de {{Fmtn|10 000}} membros. Essas forças então reprimiram o crime e as gangues. Grupos armados não portavam mais armas abertamente ou roubavam impunemente. As pessoas pagavam seus impostos e contas de eletricidade, e em troca as autoridades recolhiam o lixo e colocavam os criminosos na prisão. Gaza, negligenciada sob o controle egípcio e depois israelense, e mal administrada pelos líderes palestinos [[Yasser Arafat|Yaser Arafat]] e seus sucessores, finalmente tinha um governo real.<ref>{{Harvnb|Byman|2010|p=52}}</ref><ref>{{Harvnb|Dunning|2016|p=117}} "Além do objetivo declarado do Hamas de 'servir ao povo', essa busca por reforma na segurança, mais uma vez, talvez não seja surpreendente, considerando que o Hamas frequentemente foi alvo desses aparatos como um movimento de oposição. O aparato de segurança do Hamas na Faixa de Gaza está atualmente politizado, mas conseguiu instituir o [[estado de direito]] e a ordem que haviam escapado das forças lideradas pelo Fatah anteriormente, apesar de o governo do Hamas empregar apenas uma fração dos recursos e pessoal. De fato, o Hamas otimizou as forças de segurança, reduzindo o número de pessoal de 56.887 antes de sua tomada armada da Faixa de Gaza em junho de 2007 para cerca de 15.000 hoje. Além disso, em contraste com seus colegas da Cisjordânia, o setor de segurança do Hamas está inequivocamente sob controle civil, em linha com os padrões de governança ocidentais, e, portanto, é mais responsável, de acordo com Sayigh."</ref></blockquote>No início de fevereiro de 2006, o Hamas ofereceu a Israel uma trégua de dez anos "em troca de uma retirada completa de Israel dos territórios palestinos ocupados: a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental",<ref>{{Citar web|url=http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/middleeast/israel/10973970/Who-are-Hamas-In-60-seconds.html|titulo=Video: Who are Hamas? In 60 seconds|data=2014-07-18|acessodata=2023-10-27|website=Telegraph|wayb=20140718120513|urlmorta=sim}}</ref> e o reconhecimento dos direitos palestinos, incluindo o "direito de retorno".<ref>{{Citar periódico|url=https://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-3223438,00.html|título=Hamas: Peace with Israel for withdrawal to ’67 borders|data=2006-03-03|acessodata=2023-10-27|periódico=Ynetnews|lingua=en}}</ref> [[Khalid Meshal|Mashal]] acrescentou que o Hamas não estava pedindo um fim definitivo às operações armadas contra Israel, e não impediria outros grupos palestinos de realizar tais operações.<ref>{{Citar web|url=https://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/middleeast/israel/1510074/Hamas-offers-deal-if-Israel-pulls-out.html|titulo=Hamas offers deal if Israel pulls out|data=2006-02-09|acessodata=2023-10-27|website=The Telegraph|lingua=en}}</ref>
{{Imagem dupla|right|Sajama National Park.jpg|190|Salar de Uyuni (3997663031).jpg|210|[[Nevado Sajama]], o ponto mais alto do país, com 6 542 metros de altitude|[[Salar de Uyuni]], o maior deserto de [[sal]] do mundo.}}


O sudoeste do país, onde a [[Região andina|região Andina]] é predominante, apresenta alguns dos picos mais altos das Américas, como o [[Nevado Sajama]] — ponto mais alto no território boliviano — com {{Fmtn|6542}} m acima do nível do mar, e o [[Illimani]], com {{Fmtn|6462}} m. É nesta parte do país que se localiza o lago Titicaca, o mais alto navegável do mundo, com uma área de {{Fmtn|8100}} km² e compartilhado com o Peru. o Salar de Uyuni, que é o maior depósito de sais e reservatório de lítio no mundo, também é encontrado no altiplano.<ref name="Relevo de Bolívia">Baker, M.C.W. and Francis, P.W. 1978. ''Upper Cenozoic Volcanism in the Central Andes - Ages and Volumes'', p.84</ref>
Após a eleição, o Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas) afirmou que a assistência à [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Palestina]] só continuaria se o Hamas renunciasse à violência, reconhecesse Israel e aceitasse os acordos israelense-palestinos anteriores, o que o Hamas se recusou a fazer.<ref>{{citar periódico|url=https://www.nytimes.com/2006/09/22/world/middleeast/22cnd-mideast.html|título=Hamas Refuses to Recognize Israel|acessodata=26/10/2023|periódico=New York Times}}</ref> O Quarteto então impôs um congelamento em toda ajuda internacional aos territórios palestinos.<ref>{{Citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/6469217.stm|título=Palestinian sanctions to remain|data=2007-03-20|acessodata=2023-10-27|lingua=en-GB}}</ref> Em 2006, após a eleição em Gaza, o líder do Hamas enviou uma carta endereçada a [[George W. Bush]], na qual, entre outras coisas, declarava que o Hamas aceitaria um estado nas fronteiras de 1967, incluindo uma trégua. No entanto, a administração Bush não respondeu.<ref name="haaretz.com"/>


Entre o sudoeste e o leste, está a região intermediária entre o altiplano e as planícies orientais. Nesta parte do país os vales e montanhas são menos predominantes, apesar de alguns locais chegarem ao nível de {{Fmtn|2500}} m acima do nível do mar. Caracteriza-se por sua atividade agrícola e seu clima temperado a quente. Esta região inclui os vales bolivianos, [[Los Yungas (Bolívia)|Los Yungas]] e a região dos [[Chaco]]s. Por outro lado, o norte e o nordeste boliviano possuem um relevo preponderantemente formado por planícies e planaltos baixos, cobertos por extensas selvas ricas em flora e fauna, estando a uma altitude inferior a 400 m. Rios extensivos e a maior biodiversidade do país são encontradas nestas duas regiões, que estende-se dos limites com os Andes ao rio Paraguai.<ref name="Relevo da Bolívia">David R. Montgomery, Greg Balco and Sean D. Willett. 2001 ''Climate, tectonics, and the morphology of the Andes'', p. 16</ref>
=== Conflito Hamas-Fatah ===
[[Ficheiro:Yasin Rantisi Hamas Wahlkampf.jpg|miniaturadaimagem|220x220px|Manifestação a favor de Yasin e Rantisi em um evento de campanha eleitoral do Hamas em Ramallah.]]
Após a formação do gabinete liderado pelo Hamas em 20 de março de 2006, as tensões entre militantes do [[Fatah]] e do Hamas aumentaram progressivamente na [[Faixa de Gaza]], já que comandantes do Fatah se recusaram a obedecer às ordens do governo, enquanto a [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Palestina]] iniciou uma campanha de manifestações, assassinatos e sequestros contra o Hamas, o que levou o Hamas a retaliar.<ref>{{Harvnb|Rose|2008}}</ref> A inteligência israelense alertou [[Mahmoud Abbas]] que o Hamas planejava matá-lo em seu escritório em Gaza. Segundo uma fonte palestina próxima a [[Mahmoud Abbas|Abbas]], o Hamas considera o presidente Abbas como um obstáculo para seu controle total sobre a Autoridade Palestina e decidiu matá-lo. Em uma declaração à [[Al Jazeera]], o líder do Hamas, Mohammed Nazzal, acusou Abbas de ser cúmplice do cerco e isolamento do governo liderado pelo Hamas.<ref>{{Citar web|url=http://www.timesonline.co.uk/article/0,,2089-2168494,00.html|titulo=Israel foils plot to kill Palestinian president|data=07-05-2006|acessodata=2023-10-27|website=The Sunday Times|lingua=en|wayb=20070401115245|urlmorta=sim}}</ref>


=== Biodiversidade ===
Em 9 de junho de 2006, durante uma operação de artilharia israelense, ocorreu uma explosão em uma movimentada praia de Gaza, matando oito civis palestinos.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.theguardian.com/world/2006/jun/10/israel|título=Death on the beach: seven Palestinians killed as Israeli shells hit family picnic|data=2006-06-10|acessodata=2023-10-27|periódico=The Guardian|ultimo=McGreal|primeiro=Chris|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.islamonline.net/English/News/2006-06/11/01.shtml|titulo=Palestinian Child Buries Slain Family|data=2008-12-07|acessodata=2023-10-27|website=IslamOnline.net|wayb=20081207074400|urlmorta=sim}}</ref> Acreditava-se que os bombardeios israelenses eram responsáveis pelas mortes, mas autoridades do governo israelense negaram.<ref>{{Citar web|url=http://pqasb.pqarchiver.com/jpost/access/1063909381.html?dids=1063909381:1063909381&FMT=ABS&FMTS=ABS:FT&date=Jun+20,+2006&author=YAAKOV+KATZ&pub=Jerusalem+Post&edition=&startpage=01&desc=HRW+says+it+can%27t+refute+IDF+Gaza+beach+findings+blast|titulo=HRW says it can't refute IDF Gaza beach findings blast|data=2006-06-20|acessodata=2023-10-27|website=Jerusalem Post|wayb=20110805010917|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://pqasb.pqarchiver.com/jpost/access/1071649401.html?dids=1071649401:1071649401&FMT=ABS&FMTS=ABS:FT&date=Jun+22,+2006&author=YAAKOV+KATZ&pub=Jerusalem+Post&edition=&startpage=04&desc=IDF:+Second+piece+of+shrapnel+not+ours|titulo=IDF: Second piece of shrapnel not ours|data=2006-06-22|acessodata=2023-10-27|website=Jerusalem Post|wayb=20120111191648|urlmorta=sim}}</ref> No dia seguinte, em 10 de junho, o Hamas retirou formalmente seu cessar-fogo de 16 meses, assumindo a responsabilidade pelos subsequentes ataques com [[Foguete Qassam|foguetes Qassam]] lançados de Gaza contra Israel.<ref>{{Citar web|url=http://www.sfgate.com/cgi-bin/article.cgi?f=/n/a/2006/06/15/international/i025402D49.DTL&type=politics|titulo=Militants Fire Rockets Into South Israel|data=2006-06-15|acessodata=2023-10-27|website=SFGate|wayb=20090125184640|urlmorta=sim}}</ref>
[[Ficheiro:Amazonia boliviana desde el aire.jpg|esquerda|thumb|[[Fotografia aérea]] da [[Amazônia]] boliviana]]
A Bolívia tem uma enorme variedade de [[organismo]]s e [[ecossistema]]s e é considerado um [[país megadiverso]].<ref>{{citar web|url=http://pe.biosafetyclearinghouse.net/actividades/2009/grouplmmc.pdf|título=LIKE MINDED MEGADIVERSE COUNTRIES|acessodata=6 de janeiro de 2014}}</ref> O país possui mais de {{Fmtn|2900}} espécies de [[animais]], incluindo 398 [[mamífero]]s, mais de {{Fmtn|1400}} [[ave]]s (70% das aves conhecidas no mundo estão na Bolívia, sendo o sexto país mais diversificado em termos de espécies de aves),<ref>{{citar web|url = http://www.bolivia.com/noticias/Autonoticias/DetalleNoticia40938.asp |titulo = Bolivia es el sexto país con la mayor cantidad de especies de aves en el mundo |publicado = Bolivia.com |data = |acessodata = 14 de julho de 2014}}</ref> 204 [[anfíbio]]s, 277 [[répteis]] e 635 tipos de [[peixe]]s de [[água doce]].


Além disso, existem mais de três mil tipos de [[borboleta]]s e mais do que 60 de animais domésticos. A Bolívia ganhou atenção mundial com sua "Lei dos Direitos da Mãe Terra", uma lei única que atribui à [[natureza]] os mesmos direitos dados aos [[seres humanos]].<ref name="Biodiversidade na Bolívia 1" /><ref>{{citar web|autor =John Vidal in La Paz |url=http://www.guardian.co.uk/environment/2011/apr/10/bolivia-enshrines-natural-worlds-rights |título=Bolivia enshrines natural world's rights with equal status for Mother Earth |publicado=Guardian |data=10 de abril de 2011 |acessodata=20 de janeiro de 2014}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.huffingtonpost.com/2011/04/13/bolivias-law-of-mother-earth_n_848966.html |título=Bolivia's Law Of Mother Earth Would Give Nature And Humans Equal Protection |publicado=Huffingtonpost.com |data=13 de abril de 2011 |acessodata=20 de janeiro de 2014}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.foxnews.com/world/2011/04/18/prepares-debate-rights-mother-earth/ |título=U.N. Prepares to Debate Whether 'Mother Earth' Deserves Human Rights Status |publicado=Foxnews.com |data=18 de abril de 2011 |acessodata=20 de janeiro de 2014}}</ref><ref>{{citar web |último = Solon |primeiro = Olivia |url = http://www.wired.co.uk/news/archive/2011-04/11/bolivia-law-of-mother-nature |título = Bolivia grants nature same rights as humans |publicado = Wired.co.uk |data = 19 de novembro de 2012 |acessodata = 20 de janeiro de 2014 |arquivourl = https://web.archive.org/web/20131212174326/http://www.wired.co.uk/news/archive/2011-04/11/bolivia-law-of-mother-nature |arquivodata = 12 de dezembro de 2013 |urlmorta = yes }}</ref>
Em 25 de junho, dois soldados israelenses foram mortos e outro, [[Gilad Shalit]], foi capturado após uma incursão das [[Brigadas Izz ad-Din al-Qassam]], dos [[Comitês de Resistência Popular (Palestina)|Comitês de Resistência Popular]] e do Exército do Islã. Em resposta, o exército israelense lançou a [[Operação Chuvas de Verão]] três dias depois, para garantir a libertação do soldado sequestrado,<ref>{{Citar web|url=http://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-3268440,00.html|titulo=PM: We will not recapture Gaza|data=2006-06-28|acessodata=2023-10-27|website=Ynetnews|wayb=20080120093842}}</ref><ref name=":199">{{Citar web|url=http://web.archive.org/web/20060706135505/https://www.un.org/News/Press/docs/2006/sc8768.doc.htm|titulo=ISRAELIS, PALESTINIANS URGED TO STEP BACK FROM THE BRINK, AVERT FULL-SCALE CONFLICT, AS SECURITY COUNCIL DEBATES EVENTS IN GAZA|data=2006-07-06|acessodata=2023-10-27|website=UN}}</ref> prendendo 64 autoridades do Hamas, incluindo 8 ministros do gabinete da [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Palestina]] e até 20 membros do [[Conselho Legislativo da Palestina|Conselho Legislativo Palestino]].<ref name=":199" /> As prisões, juntamente com outros eventos, efetivamente impediram o funcionamento do legislativo dominado pelo Hamas durante a maior parte de seu mandato.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.haaretz.com/2010-01-25/ty-article/fatah-and-hamas-no-nearer-to-unity-as-palestinian-parliaments-term-ends/0000017f-e4c8-d38f-a57f-e6dabcf60000|título=Fatah and Hamas No Nearer to Unity as Palestinian Parliament's Term Ends|acessodata=2023-10-27|periódico=Haaretz|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|url=https://www.haaretz.com/2009-06-23/ty-article/israel-releases-jailed-hamas-parliament-speaker/0000017f-e1d7-d38f-a57f-e7d7c2940000|título=Israel Releases Jailed Hamas Parliament Speaker|acessodata=2023-10-27|periódico=Haaretz|lingua=en}}</ref> Shalit foi mantido em cativeiro até 2011, quando foi libertado em troca de 1.027 prisioneiros palestinos.<ref>{{Citar web|url=https://www.cnn.com/2014/08/08/world/meast/gilad-shalit-fast-facts/index.html|titulo=Gilad Shalit Abduction Fast Facts|data=2014-08-08|acessodata=2023-10-27|website=CNN|lingua=en}}</ref> Desde então, o Hamas continuou construindo uma rede de túneis internos e transfronteiriços, que são usados para armazenar e implantar armas, proteger militantes e facilitar ataques.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.theguardian.com/world/2014/aug/02/tunnels-hamas-israel-struggle-gaza-war|título=Inside the tunnels Hamas built: Israel's struggle against new tactic in Gaza war|data=2014-08-02|acessodata=2023-10-27|periódico=The Observer|ultimo=Sherwood|primeiro=Harriet|lingua=en-GB|issn=0029-7712}}</ref> Destruir os túneis foi um dos principais objetivos das forças israelenses no conflito Israel-Gaza de 2014.<ref>{{citar periódico|url=https://www.nytimes.com/2014/07/29/world/middleeast/tunnels-lead-right-to-heart-of-israeli-fear.html?|título=Tunnels Lead Right to the Heart of Israeli Fear|acessodata=26/10/2023|periódico=NY Times}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.middleeastmonitor.com/news/middle-east/7927-palestinian-government-criticises-un-position-on-gaza-tunnel|titulo=Palestinian government criticises UN position on Gaza tunnel|data=2013-10-23|acessodata=2023-10-27|website=Middle East Monitor|wayb=20140811140312|urlmorta=sim}}</ref>


Há mais de 20 mil espécies de plantas com sementes, das quais {{Fmtn|1200}} são espécies de [[samambaia]]s, {{Fmtn|1500}} são espécies de [[Marchantiophyta|hepáticas]] ou [[musgo]] e pelo menos 800 são espécies de [[Fungi|fungos]]. Além disso, são conhecidas mais de 3 mil espécies de plantas medicinais, de modo que a Bolívia seja considerada como um dos locais de origem de espécies de pimenta como [[Capsicum pubescens|locoto]], [[Capsicum|malagueta]] (ou tabasco), além do [[amendoim]], [[feijão]], [[mandioca]] e várias variedades de [[Arecaceae|palmeiras]]. Por outro lado, mais de 4 mil variedades de [[batata]]s são produzidas em suas terras em uma ampla gama de cores, formas e tamanhos.<ref>Kenrick, Paul; Crane, Peter R. (1997). ''The origin and early diversification of land plants: A cladistic study.'' Washington, D. C.: Smithsonian Institution Press. ISBN 1-56098-730-8.</ref>
Em fevereiro de 2007, negociações patrocinadas pela [[Arábia Saudita]] levaram ao Acordo de Meca entre o Hamas e o Fatah para formar um governo de unidade, assinado por [[Mahmoud Abbas]] em nome do [[Fatah]] e [[Khalid Meshal|Khaled Mashal]] em nome do Hamas. O novo governo foi chamado para alcançar os objetivos nacionais palestinos aprovados pelo [[Conselho Nacional Palestino]], as cláusulas da Lei Básica e o Documento de Reconciliação Nacional (o "Documento dos Prisioneiros"), bem como as decisões da cúpula árabe.<ref>{{citar periódico|url=https://canadafreepress.com/2007/inss022407.htm|título=The Palestinian National Unity Government|acessodata=26/10/2023|periódico=Canada Free Press|wayb=20150925112707|urlmorta=sim}}</ref>


=== Clima ===
Em março de 2007, o [[Conselho Legislativo da Palestina|Conselho Legislativo Palestino]] estabeleceu um governo de unidade nacional, com 83 representantes votando a favor e três contra. Ministros do governo foram empossados por [[Mahmoud Abbas]], o presidente da Autoridade Palestina, em uma cerimônia realizada simultaneamente em [[Gaza]] e [[Ramala|Ramallah]]. Em junho daquele ano, recomeçaram os confrontos entre o Hamas e o Fatah.<ref>{{Citar web|ultimo=Nast|primeiro=Condé|url=https://www.vanityfair.com/news/2008/04/gaza200804|titulo=The Gaza Bombshell|data=2008-03-03|acessodata=2023-10-27|website=Vanity Fair|lingua=en-US}}</ref> Em um comentário vazado do Major General Yadlin para o Embaixador Americano Richard H Jones (em 12 de junho de 2007), Yadlin enfatizou a vitória eleitoral do Hamas e que uma eventual retirada do [[Fatah]] de Gaza seria vantajosa para os interesses de Israel, uma vez que a realocação da [[Organização para a Libertação da Palestina|OLP]] para a Cisjordânia permitiria a Israel tratar a Faixa de Gaza e o Hamas como um país hostil.<ref>{{Harvnb|Charrett|2019|p=10}} "Yadlin comentou que se o Fatah decidisse que tinha perdido Gaza, haveria pedidos para Abbas estabelecer um regime separado na Cisjordânia. Embora isso não necessariamente reflita um consenso, na visão do Governo de Israel, Yadlin comentou que tal desenvolvimento agradaria a Israel, pois permitiria que as [[Forças de Defesa de Israel]] tratassem Gaza como um país hostil, em vez de ter que lidar com o Hamas, como ator não estatal."</ref> No decorrer da [[Batalha de Gaza (2007)|Batalha de Gaza]] em junho de 2007, o Hamas aproveitou o colapso quase total das forças da Autoridade Palestina em Gaza para assumir o controle de Gaza,<ref>{{Harvnb|Cordesman|2009|pp=5-6}}</ref> expulsando os funcionários do Fatah. O presidente Mahmoud Abbas então demitiu o governo da Autoridade Palestina liderado pelo Hamas<ref>{{Citar web|url=http://www.time.com/time/world/article/0,8599,1632614,00.html|titulo=What Happens After Hamas Wins?|data=2007-06-13|acessodata=2023-10-27|website=TIME|wayb=20070616055331|urlmorta=sim}}</ref> e proibiu a milícia do Hamas.<ref>{{Citar web|ultimo=DARAGHMEH|primeiro=MOHAMMED|url=https://www.thestar.com/news/abbas-forms-cabinet-outlaws-hamas-militias/article_90306716-a97f-565e-b53c-03aa3b00784e.html|titulo=Abbas forms cabinet, outlaws Hamas militias|data=2007-06-17|acessodata=2023-10-27|website=Toronto Star|lingua=en}}</ref> Pelo menos 600 palestinos morreram nos confrontos entre o Hamas e o Fatah.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-3409548,00.html|título=Over 600 Palestinians killed in internal clashes since 2006|data=2007-06-06|acessodata=2023-10-27|periódico=Ynetnews|lingua=en}}</ref> A [[Human Rights Watch]], um grupo com sede nos EUA, acusou ambos os lados no conflito de tortura e crimes de guerra.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.theguardian.com/world/2007/jun/13/israel3|título=Fatah supporters surrender to Hamas|data=2007-06-13|acessodata=2023-10-27|periódico=The Guardian|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref>
[[Imagem:Koppen-Geiger Map BOL present.svg|thumb|Bolívia pela [[classificação climática de Köppen-Geiger]]]]


O clima boliviano varia drasticamente de uma [[ecorregião]] para outra, desde um [[clima tropical]] nos ''[[llanos]]'' orientais até um [[clima polar]] nos [[Andes]] ocidentais. Os verões são quentes, úmidos no leste e secos no oeste, com chuvas que frequentemente modificam as temperaturas, umidade, ventos, pressão atmosférica e evaporação, resultando em climas muito diferentes nas regiões do país. Quando o fenômeno climatológico ''[[El Niño]]'' ocorre, provoca grandes alterações climáticas.<ref>{{citar web |url=http://www.itdg.org.pe/archivos/desastres/reportemarzo.pdf |arquivourl=https://web.archive.org/web/20050308110026/http://www.itdg.org.pe/archivos/desastres/reportemarzo.pdf |arquivodata=8 de março de 2005 |título=Fortalecimiento de las Capacidades locales para enfrentar El Fenómeno del Niño en Perú y Bolivia |publicado=itdg.org.pe |data= |acessodata=20 de janeiro de 2014 |urlmorta=yes }}</ref><ref>{{citar web |url=http://www.elfinanciero.com.mx/ElFinanciero/Portal/cfpages/contentmgr.cfm?docId=48449&docTipo=1&orderby=docid&sortby=ASC |título=Deja 56 muertos "El Niño" en Bolivia |acessodata=20 de janeiro de 2014 |publicado=elfinanciero.com.mx |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090708225400/http://www.elfinanciero.com.mx/ElFinanciero/Portal/cfpages/contentmgr.cfm?docId=48449&docTipo=1&orderby=docid&sortby=ASC |arquivodata=8 de julho de 2009 |urlmorta=yes}}</ref> Os invernos são muito frios no oeste e [[Neve|neva]] nas montanhas, enquanto nas regiões ocidentais o vento é mais comum. O outono é seco nas regiões não tropicais do país.<ref name="Biodiversidade na Bolívia 1">{{citar web|url = http://www.radiomundoreal.fm/rmr/?q=node%2F9747 |título = La biodiversidad en Bolivia, por Jubenal Quispe |publicado = Radio Mundo Real |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090207160705/http://www.radiomundoreal.fm/rmr/?q=node%2F9747|arquivodata = 7 de setembro de 2014 |acessodata = 9 de fevereiro de 2018 }}</ref>
A [[Human Rights Watch]] estima que várias centenas de habitantes de Gaza foram "aleijados" e torturados nos desdobramentos da Guerra de Gaza. 73 homens de Gaza acusados de "colaboração" tiveram seus braços e pernas quebrados por "perpetradores não identificados", e 18 palestinos acusados de colaborar com Israel, que escaparam do principal complexo prisional de Gaza após um bombardeio de Israel, foram executados por autoridades de segurança do Hamas nos primeiros dias do conflito.<ref name=":214">{{Citar periódico|url=https://www.hrw.org/report/2009/04/20/under-cover-war/hamas-political-violence-gaza|título=Under Cover of War|data=2009-04-20|acessodata=2023-10-27|periódico=Human Rights Watch|ultimo=Abrahams|primeiro=Fred|lingua=en}}</ref><ref name="web.archive.org">{{Citar web|url=http://www.btselem.org/English/Inter_Palestinian_Violations/|titulo=Violations of the human rights of Palestinians by Palestinians|acessodata=2023-10-27|website=B'Tselem|wayb=20080510125140|urlmorta=sim}}</ref> As forças de segurança do Hamas atacaram centenas de funcionários do Fatah que apoiavam Israel. A [[Human Rights Watch]] entrevistou uma dessas pessoas:<blockquote>"Havia oito de nós sentados lá. Todos éramos do Fatah. Então, três militantes mascarados entraram. Eles estavam vestidos com uniformes militares de camuflagem marrom; todos estavam armados. Eles apontaram suas armas para nós, nos insultaram e começaram a nos bater com barras de ferro, incluindo um menino de 10 anos que foi atingido no rosto. Eles disseram que éramos 'colaboradores' e 'infiéis'. Eles me bateram com barras de ferro e coronhas de armas por 15 minutos. Eles gritavam: 'Você está feliz que Israel está nos bombardeando!' até que as pessoas saíram de suas casas, e eles se retiraram."<ref name=":214" /></blockquote>Em março de 2012, [[Mahmoud Abbas]] afirmou que não havia diferenças políticas entre o Hamas e o [[Fatah]], pois haviam chegado a um acordo sobre uma plataforma política conjunta e sobre uma trégua com Israel. Comentando sobre as relações com o Hamas, Abbas revelou em uma entrevista à [[Al Jazeera]] que "acordamos que o período de calma seria não apenas na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia", acrescentando que "também concordamos com uma resistência popular pacífica [contra Israel], o estabelecimento de um estado palestino ao longo das fronteiras de 1967 e que as negociações de paz continuariam se Israel interrompesse a construção de assentamentos e aceitasse nossas condições".<ref name="web.archive.org"/><ref>{{Citar web|url=https://www.jpost.com/middle-east/muslim-brotherhood-challenges-jordans-king|titulo=Muslim Brotherhood challenges Jordan’s king|data=2011-07-12|acessodata=2023-10-27|website=The Jerusalem Post|lingua=en-US}}</ref> O progresso das negociações entre os dois grupos foi interrompido até um novo acordo em abril de 2014 para formar um governo de unidade, com eleições a serem realizadas no final de 2014.<ref>{{Citar web|url=https://www.jpost.com/features/in-thespotlight/politics-fatah-hamas-unity-talks-breed-likud-harmony-351723|titulo=Politics: Fatah-Hamas unity talks breed Likud harmony|data=2014-05-10|acessodata=2023-10-27|website=The Jerusalem Post|lingua=en-US}}</ref> Essas eleições não ocorreram e, após um novo acordo, foi acertado que a próxima eleição geral palestina ocorreria até o final de março de 2021, mas também não aconteceu.<ref>{{Citar web|url=https://www.aljazeera.com/news/2020/9/24/fatah-hamas-say-deal-reached-on-palestinian-elections|titulo=Fatah, Hamas say deal reached on Palestinian elections|acessodata=2023-10-27|website=Al Jazeera|lingua=en}}</ref>


=== Guerra em Gaza de 2008-2009 ===
=== Hidrografia ===
[[iMAGEM:Río Piraí - Santa Cruz - Bolivia.jpg|thumb|upright|esquerda|[[Rio Piraí (Bolívia)|Rio Piraí]] próximo de [[Santa Cruz de La Sierra]]]]
{{Artigo principal|Operação Chumbo Fundido}}
São três as bacias hidrográficas encontradas no território boliviano: [[Bacia do rio Amazonas|Amazônica]], [[Bacia do rio da Prata|da Prata]] e a [[Bacia endorreica|endorreica]] boliviano-peruana. A bacia Amazônica, também conhecida como bacia do Norte, é a que abrange a maior parte do território do país, com 724 000 km², estendendo-se por 66% de sua área. Os rios desta bacia geralmente têm fluxos abundantes e sinuosos, razão pela qual há muitas lagoas e lagos, como a [[lagoa Murillo]]. O principal afluente nesta é o [[rio Mamoré]] com um comprimento de 2 000 km, que corre em direção ao norte até a confluência com o [[rio Beni]], de {{Fmtn|1113}} km de extensão, o segundo em importância fluvial do país. De leste a oeste, a bacia Amazônica é constituída por outros rios importantes como o [[Rio Madre de Deus|Madre de Deus]], [[Rio Orthon|Orthon]], [[Rio Abunã|Abunã]], [[Rio Yata|Yata]] e o [[Rio Guaporé|Iténez]] (no Brasil, o rio Iténez recebe o nome de Guaporé), com este último sendo utilizado na demarcação de parte da fronteira com o Brasil. Por outro lado, os lagos e lagoas mais importantes são [[Lago Rogoaguado|Rogaguado]] e o [[Lago Rogagua|Rogagua]]. A precipitação média anual nesta parte do território é de {{Fmtn|1814}} mm ao ano.<ref name="BH">Balance hídrico superficial de Bolivia. Edição PHCAB, 1992. La Paz, Bolivia, p. 5 y Sistemas de riego y agricultura de Bolivia. Ismael Montes de Oca. Edição Hisbol, 1992. La Paz, Bolivia.</ref>
[[Ficheiro:Orphanschoolmosque.jpg|miniaturadaimagem|220x220px|Edifício destruído em Rafah, 12 de janeiro de 2009.]]
Em 17 de junho de 2008, mediadores egípcios anunciaram que um [[cessar-fogo]] informal tinha sido acordado entre o Hamas e Israel.<ref>{{Citar periódico|url=http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/06/17/AR2008061700659.html|título=Israel, Hamas Agree on Gaza Strip Truce|data=2008-06-18|acessodata=2023-10-27|ultimo=Knickmeyer|primeiro=Griff Witte and Ellen|lingua=en-US|issn=0190-8286}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.aljazeera.com/news/2008/6/17/israel-hamas-truce-announced|titulo=Israel-Hamas truce announced|acessodata=2023-10-27|website=Al Jazeera|lingua=en}}</ref> O Hamas concordou em interromper os ataques com foguetes contra Israel, enquanto Israel concordou em permitir o transporte comercial limitado através de sua fronteira com Gaza, desde que não houvesse quebra do acordo de paz provisório. O Hamas também indicou que discutiria a libertação de [[Gilad Shalit]].<ref>{{Citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/7460504.stm|título=Israel agrees to Gaza ceasefire|data=2008-06-18|acessodata=2023-10-27|lingua=en-GB}}</ref> Fontes israelenses afirmam que o Hamas também se comprometeu a fazer cumprir o cessar-fogo com as outras organizações palestinas.<ref>{{citar web|ultimo=Intelligence and Terrorism Information Center at the Israel Intelligence Heritage & Commemoration Center|url=http://www.terrorism-info.org.il/data/pdf/PDF_08_300_2.pdf|titulo=The Six Months of the Lull Arrangement|acessodata=27/10/2023}}</ref> Mesmo antes do acordo de cessar-fogo, alguns no lado israelense não estavam otimistas quanto ao cumprimento dele. O chefe do [[Shabak|Shin Bet]], Yuval Diskin, afirmou em maio de 2008 que uma incursão terrestre em Gaza era inevitável e seria mais eficaz para conter o contrabando de armas e pressionar o Hamas a renunciar ao poder.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.theguardian.com/world/2011/apr/07/israel-gaza2|título=US embassy cables: US talks to Israeli security chief about Arabs and Gaza|data=2011-04-07|acessodata=2023-10-27|periódico=The Guardian|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref>


A bacia do rio da Prata tem uma extensão de {{Fmtn|229500}} km², cobrindo 21% do território. Os afluentes geralmente são menos abundantes do que os da Amazônica, composto principalmente pelos rios [[Rio Paraguai|Paraguai]], [[Rio Pilcomayo|Pilcomayo]] e [[Rio Bermejo|Bermejo]]. As lagoas mais importantes são a [[Lagoa Uberaba|Uberaba]] e [[Lagoa Mandioré|Mandioré]], localizadas na região do Pantanal boliviano. A precipitação média anual na bacia do rio da Prata é de 854 mm ao ano. Pouco menor que esta última, a bacia endorreica boliviana-peruana — também chamada de bacia lacustre ou central — é encontrada no centro-norte do país, especialmente na fronteira com o Peru. Com {{Fmtn|145081}} km², alcançando 13% do território. Conta com um grande número de rios, lagos, lagoas e nascentes que não correm em direção ao oceano, porque são cercados pela cordilheira dos Andes que delimita a região. O rio mais importante é o [[Rio Desaguadero|Desaguadero]], que nasce no [[Lago Titicaca]], o mais alto do mundo, a {{Fmtn|3810}} m acima do nível do mar. Nesta bacia há grandes lagos salgados como o [[Salar de Uyuni]], que é o deserto de sal e o maior depósito de lítio do mundo e o [[Salar de Coipasa]]. A precipitação média anual nesta parte do território é de 421 mm por ano.<ref name="BH" /> Na fronteira com o Chile, no [[Altiplano andino]], encontra-se o [[rio Silala]], que é motivo de disputa territorial entre os dois governos.<ref name="rio Silala">{{Citar web |url = http://www.bbc.com/mundo/noticias/2016/03/160328_chile_bolivia_disputa_rio_silala_men |titulo = Dónde queda el Silala y por qué Bolivia se lo disputa a Chile |publicado = BBC Mundo |acessodata = 9 de fevereiro de 2018 | data = 28 de março de 2016 | lingua = espanhol }}</ref>
Enquanto o Hamas era cuidadoso em manter o cessar-fogo, a trégua era esporadicamente violada por outros grupos, às vezes desafiando o próprio Hamas.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.haaretz.com/2008-06-27/ty-article/hamas-continued-rocket-fire-by-fatah-armed-group-harms-palestinian-interests/0000017f-f07a-d223-a97f-fdffbc140000|título=Hamas: Continued Rocket Fire by Fatah Armed Group Harms Palestinian Interests|acessodata=2023-10-27|periódico=Haaretz|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|url=https://www.reuters.com/article/idUSL103182282|título=Hamas arrests militants after rocket fire|data=2008-07-10|acessodata=2023-10-27|periódico=Reuters|lingua=en}}</ref> Em 24 de junho, por exemplo, a [[Movimento da Jihad Islâmica na Palestina|Jihad Islâmica]] lançou foguetes na cidade israelense de [[Sderot]]; Israel chamou o ataque de uma grave violação do cessar-fogo informal e fechou suas passagens de fronteira com [[Gaza]].<ref>{{Citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/7472819.stm|título=Israel closes Gaza after rockets|data=2008-06-25|acessodata=2023-10-27|lingua=en-GB}}</ref> Em 4 de novembro de 2008, as forças israelenses, numa tentativa de deter a construção de um túnel, mataram seis militantes do Hamas numa incursão dentro da Faixa de Gaza.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.theguardian.com/world/2008/nov/05/israelandthepalestinians|título=Gaza truce broken as Israeli raid kills six Hamas gunmen|data=2008-11-05|acessodata=2023-10-27|periódico=The Guardian|ultimo=McCarthy|primeiro=Rory|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref><ref>{{Citar periódico|url=https://www.theguardian.com/world/2009/jan/04/israel-gaza-hamas-hidden-agenda|título=Why Israel went to war in Gaza|data=2009-01-04|acessodata=2023-10-27|periódico=The Observer|ultimo=McGreal|primeiro=Chris|lingua=en-GB|issn=0029-7712}}</ref> O Hamas respondeu retomando os ataques com foguetes, totalizando 190 foguetes em novembro, de acordo com as forças militares de Israel.<ref>{{Citar web|ultimo=Lustig|primeiro=Robin|url=https://www.bbc.co.uk/blogs/worldtonight/2009/01/gaza_the_numbers.html|titulo=Gaza: the numbers|acessodata=2023-10-27|website=BBC News|lingua=en}}</ref>


{{panorama|Isla del Sol sunset panorama.jpg|1200px|[[Lago Titicaca]], nos [[Andes]], próximo a [[Fronteira Bolívia-Peru|fronteira com o Peru]]. É o [[Lista de lagos por volume|maior lago]] da [[América do Sul]] por volume de água.<ref name=strontium>Grove, M. J., P. A. Baker, S. L. Cross, C. A. Rigsby and G. O. Seltzer 2003 Application of Strontium Isotopes to Understanding the Hydrology and Paleohydrology of the Altiplano, Bolivia-Peru. ''Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology'' 194:281-297.</ref><ref>Rigsby, C., P. A. Baker and M. S. Aldenderfer 2003 Fluvial History of the Rio Ilave Valley, Peru, and Its Relationship to Climate and Human History. ''Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology'' 194:165-185.</ref>}}
Com o fim oficial da trégua de seis meses em 19 de dezembro, o Hamas lançou de 50 a 70 foguetes e morteiros em direção a Israel nos três dias seguintes, embora nenhum israelense tenha sido ferido.<ref>{{Citar web|url=https://www.upi.com/Top_News/2008/12/24/Israeli-jets-hit-Hamas-target-killing-1/97171230119628/|titulo=Israeli jets hit Hamas target, killing 1|acessodata=2023-10-27|website=UPI|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/7797144.stm|título=Hamas 'might renew' truce in Gaza|data=2008-12-23|acessodata=2023-10-27|lingua=en-GB}}</ref> Em 21 de dezembro, o Hamas afirmou estar pronto para interromper os ataques e renovar a trégua se Israel cessasse sua "agressão" em Gaza e abrisse suas passagens de fronteira.<ref>{{Citar web|url=http://www.time.com/time/world/article/0,8599,1868829,00.html?iid=tsmodule|titulo=The Gaza Air Strikes: Why Israel Attacked|data=2008-12-27|acessodata=2023-10-27|website=TIME|wayb=20081228123536|urlmorta=sim}}</ref>


=== Glaciares derretidos ===
Em 27 e 28 de dezembro, Israel lançou a [[Operação Chumbo Fundido]] contra o Hamas. O presidente egípcio [[Hosni Mubarak]] disse: "Nós avisamos repetidamente o Hamas que rejeitar a trégua levaria Israel a uma agressão contra Gaza." De acordo com autoridades palestinas, mais de 280 pessoas foram mortas e 600 ficaram feridas nos dois primeiros dias de ataques aéreos.<ref name=":234">{{Citar periódico|url=https://www.theguardian.com/world/2008/dec/29/israelandthepalestinians-middleeast|título=Civilian death toll rises after second day of air strikes|data=2008-12-29|acessodata=2023-10-27|periódico=The Guardian|ultimo=Balousha|primeiro=Hazem|ultimo2=McCarthy|primeiro2=Rory|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref> A maioria eram policiais do Hamas e agentes de segurança, embora muitos civis também tenham morrido.<ref name=":234" /> Segundo Israel, foram atingidos campos de treinamento de militantes, instalações de fabricação de foguetes e depósitos de armas que haviam sido previamente identificados. Posteriormente, eles atacaram equipes de lançamento de foguetes e morteiros que dispararam cerca de 180 foguetes e morteiros contra comunidades israelenses.<ref>{{Citar web|url=https://www.nbcnews.com/id/wbna28397813|titulo=Israeli airstrikes in Gaza kill more than 200|data=2008-12-27|acessodata=2023-10-27|website=NBC News|lingua=en}}</ref> O chefe da polícia de Gaza, Tawfiq Jabber, o chefe do Serviço de Segurança Geral, Salah Abu Shrakh,<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web/20120203063735/http://fr.jpost.com/servlet/Satellite?cid=1231950866724&pagename=JPost/JPArticle/ShowFull|titulo=IAF kills Hamas strongman Siam|data=2009-01-15|acessodata=2023-10-27|website=Jerusalem Post}}</ref> a autoridade religiosa sênior e oficial de segurança, Nizar Rayyan,<ref>{{Citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/7807430.stm|título=Obituary: Nizar Rayyan|data=2009-01-01|acessodata=2023-10-27|lingua=en-GB}}</ref> e o Ministro do Interior Said Seyam<ref>{{Citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/7831870.stm|título=Key Hamas leader killed in Gaza|data=2009-01-15|acessodata=2023-10-27|lingua=en-GB}}</ref> estavam entre os mortos durante os combates. Embora Israel tenha enviado milhares de mensagens de texto pedindo aos residentes de Gaza que deixassem as casas onde as armas poderiam estar armazenadas, numa tentativa de minimizar as vítimas civis,<ref name=":234" /> alguns residentes reclamaram que não tinham para onde ir porque muitos bairros haviam recebido a mesma mensagem.<ref name=":234" /><ref>{{citar periódico|url=https://www.nytimes.com/2009/01/06/world/middleeast/06scene.html?fta=y|título=Warnings Not Enough for Gaza Families|acessodata=27/10/2023|periódico=NY Times}}</ref><ref>{{citar periódico|url=https://www.nytimes.com/2009/01/06/world/middleeast/06mideast.html?fta=y|título=Israel Deepens Gaza Incursion as Toll Mounts|acessodata=27/10/2023|periódico=NY Times}}</ref> Bombas israelenses caíram perto de estruturas civis, como escolas,<ref>{{Citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/7814054.stm|título=Strike at Gaza school 'kills 40'|data=2009-01-07|acessodata=2023-10-27|lingua=en-GB}}</ref><ref>{{Citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/7819492.stm|título=Israel 'shelled civilian shelter'|data=2009-01-09|acessodata=2023-10-27|lingua=en-GB}}</ref> os residentes alegaram que Israel estava visando deliberadamente civis palestinos.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.theguardian.com/world/2009/jan/18/israel-war-crimes-gaza-conflict|título=Israel accused of war crimes over 12-hour assault on Gaza village|data=2009-01-18|acessodata=2023-10-27|periódico=The Observer|ultimo=Beaumont|primeiro=Peter|ultimo2=Qishta|primeiro2=Fida|lingua=en-GB|issn=0029-7712}}</ref>
A Bolívia tem cerca de 20% dos glaciares tropicais do mundo, juntamente com a Cordilheira dos Andes. Contudo, são vulneráveis ao aquecimento global e perderam 43% da sua área de superfície entre 1986 e 2014. Alguns glaciares bolivianos perderam mais de dois terços da sua massa desde a década de 1980, disse a Unesco em 2018. Enquanto se espera que a temperatura nos Andes tropicais aumente dois a cinco graus até ao final do século XXI, os glaciares ainda perderiam entre 78% e 97% da sua massa. Dependendo do ano, os glaciares representam entre 60% e 85% do abastecimento de água de La Paz.<ref name=":0">{{citar web|url=https://rebelion.org/wp-content/uploads/2020/09/LMDEE-BOLIVIA-AGON%C3%8DA-GLACIARES-2-PDF.pdf|titulo=Bolivia se enfrenta a la agonía de sus glaciares|data=2020}}</ref>


=== Política ambiental ===
Israel declarou um cessar-fogo unilateral em 17 de janeiro de 2009.<ref>{{Citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/7835794.stm|título=Israel declares ceasefire in Gaza|data=2009-01-18|acessodata=2023-10-27|lingua=en-GB}}</ref> O Hamas respondeu no dia seguinte anunciando um cessar-fogo de uma semana para dar tempo a Israel para retirar suas forças da Faixa de Gaza.<ref>{{Citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/7836205.stm|título=Hamas announces ceasefire in Gaza|data=2009-01-18|acessodata=2023-10-27|lingua=en-GB}}</ref> Fontes israelenses, palestinas e de terceiros discordaram sobre o número total de vítimas da guerra em Gaza e sobre o número de vítimas palestinas que eram civis.<ref>{{Citar web|url=https://web.archive.org/web//http://www.nation.co.ke/News/world/Israel--Hamas-probes-on-Gaza-violations-inadequate/-/1068/1015246/-/tpwqje/-/index.html|titulo=Israel, Hamas probes on Gaza violations inadequate|data=2010-09-21|acessodata=2023-10-27|website=Daily Nation|wayb=20131002133608|urlmorta=sim}}</ref> Em novembro de 2010, um membro sênior do Hamas reconheceu que até 300 combatentes foram mortos e "Além deles, entre 200 e 300 combatentes das [[Brigadas Izz ad-Din al-Qassam|Brigadas Al-Qassam]] e outros 150 membros das forças de segurança foram mártires". Esses novos números reconciliam o total com os números do exército israelense, que inicialmente afirmou que 709 "operativos terroristas" foram mortos.<ref>{{Citar web|url=https://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5hF7u6SVbHfZSeLKnM97LlsaGWg_Q?docId=CNG.af5a1cb25e03ecc70924e5a7787c7aa3.831|titulo=Hamas says 300 fighters killed in Gaza war|data=2010-11-01|acessodata=2023-10-27|website=AFP|wayb=20140130145115|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.jpost.com/middle-east/no-political-differences-between-fatah-hamas|titulo='No political differences between Fatah, Hamas'|data=2012-03-05|acessodata=2023-10-27|website=The Jerusalem Post|lingua=en-US}}</ref>
Um Ministério do Ambiente e da Água foi criado em 2006 após a eleição de [[Evo Morales]], que inverteu nomeadamente a privatização do sector da distribuição de água levada a cabo nos anos 90 pelo Presidente [[Gonzalo Sánchez de Lozada]]. A nova Constituição, aprovada por referendo em 2009, faz do acesso à água um direito fundamental. Em Julho de 2010, por iniciativa da Bolívia, as [[Nações Unidas]] aprovaram uma resolução que reconhece o "direito à água potável segura e limpa" como "fundamental".<ref name=":0" />


Os cientistas começaram a alertar o governo boliviano para o problema do derretimento dos glaciares nos anos 90, mas só em 2012 é que as autoridades responderam com verdadeiras políticas de proteção. Foi então criado um Projeto de Adaptação ao Impacto da Recessão Acelerada dos Glaciares nos Andes Tropicais (PRAA), com a missão de "reforçar a rede de monitorização" e "gerar informação útil para a tomada de decisões". Desde então, os glaciares têm sido monitorizados por câmaras, sondas, drones e satélite. As autoridades também desenvolveram programas de sensibilização do público para as consequências do aquecimento global a fim de refrear certas práticas agrícolas nocivas.<ref name=":0" />
==== Após a Guerra em Gaza ====
[[Ficheiro:25th anniversary of Hamas (21).jpg|miniaturadaimagem|220x220px|25º aniversário do Hamas celebrado em Gaza, 8 de dezembro de 2012.]]
Em 16 de agosto de 2009, o líder do Hamas, [[Khalid Meshal|Khaled Mashal]], afirmou que a organização está pronta para abrir um diálogo com a [[Presidência de Barack Obama|administração Obama]] porque suas políticas são muito melhores do que as do ex-presidente dos EUA, [[Presidência de George W. Bush|George W. Bush]]: "Desde que haja uma nova linguagem, nós a acolhemos, mas queremos ver não apenas uma mudança de linguagem, mas também uma mudança de políticas em campo. Nós dissemos que estamos preparados para cooperar com os EUA ou qualquer outra entidade internacional que permita aos palestinos se livrarem da ocupação".<ref>{{Citar web|url=https://www.jpost.com/middle-east/hrw-syria-opposition-tortures-executes-captives|titulo=HRW: Syria opposition tortures, executes captives|data=2012-03-20|acessodata=2023-10-27|website=The Jerusalem Post|lingua=en-US}}</ref> Apesar disso, um discurso de 30 de agosto de 2009, durante uma visita à Jordânia,<ref>{{Citar web|url=https://www.ammonnews.net/article/44365|titulo=صحيفة عمون : مشعل من عمان يثمن مكرمة الملك ويؤكد : الاردن هو الاردن وفلسطين هي فلسطين .. وحماس لن تكون الا في مصلحة الاردن|acessodata=2023-10-27|website=وكالة عمون الاخبارية|lingua=ar}}</ref> no qual [[Khalid Meshal|Mashal]] expressou apoio ao direito de retorno palestino, foi interpretado por David Pollock do Instituto Washington para Política no Oriente Médio como um sinal de que "o Hamas agora claramente optou por sair da diplomacia".<ref name="washingtoninstitute.org">{{Citar web|url=https://www.washingtoninstitute.org/policy-analysis/rise-uae-and-meaning-mbz|titulo=The Rise of the UAE and the Meaning of MbZ|acessodata=2023-10-27|website=The Washington Institute|lingua=en}}</ref> Em uma entrevista em maio de 2010, [[Khalid Meshal|Mashal]] disse que se um estado palestino com real soberania fosse estabelecido sob as condições que ele estabeleceu, nas fronteiras de 1967 com sua capital em Jerusalém e com o direito de retorno, esse seria o fim da resistência palestina e então a natureza de quaisquer laços subsequentes com Israel seria decidida democraticamente pelos palestinos.<ref name="washingtoninstitute.org"/><ref>{{Citar periódico|url=https://www.reuters.com/article/us-palestinians-israel-hamas-idUSTRE64T2AM20100530|título=Hamas renews offer to end fight if Israel withdraws|data=2010-05-30|acessodata=2023-10-27|periódico=Reuters|lingua=en}}</ref> Em julho de 2009, Khaled Mashal, chefe do bureau político do Hamas, afirmou a disposição do Hamas em cooperar com uma resolução para o conflito árabe-israelense, que incluía um estado palestino com base nas fronteiras de 1967, desde que os refugiados palestinos tivessem o direito de retornar a Israel e que Jerusalém Oriental fosse reconhecida como a capital do novo estado.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.wsj.com/articles/SB124899975954495435|título=Hamas Chief Outlines Terms for Talks on Arab-Israeli Peace|data=2009-08-01|acessodata=2023-10-27|periódico=Wall Street Journal|ultimo=Solomon|primeiro=Jay|ultimo2=Barnes-Dacey|primeiro2=Julien|lingua=en-US|issn=0099-9660}}</ref>


Em 2017, o governo mobilizou 200 milhões de dólares para combater a seca e o [[aquecimento global]].<ref name=":0" />
Após o início da [[Guerra Civil Síria|Guerra Civil Síria em 2011]], o Hamas se distanciou do regime do governo sírio e seus membros começaram a deixar o país. Onde antes havia "centenas de funcionários palestinos exilados com seus parentes", esse número diminuiu para "algumas dezenas".<ref>{{Citar web|url=http://www.reuters.com/article/2011/12/03/us-syria-rebels-iran-idUSTRE7B20CS20111203|titulo=Post-Assad Syria would drop special Iran ties|data=2015-10-15|acessodata=2023-10-27|website=Reuters|wayb=20151015233322}}</ref> Em 2012, o Hamas anunciou publicamente seu apoio à oposição síria. Isso levou a televisão estatal síria a fazer uma "feroz crítica" à liderança do Hamas.<ref>{{citar periódico|url=https://www.nytimes.com/2012/10/03/world/middleeast/syrian-state-tv-lashes-out-at-hamas-leader-khaled-meshal.html?hp&_r=0|título=Syria Berates Hamas Chief, an Old Ally, on State TV|acessodata=27/10/2023|periódico=NY Times}}</ref> [[Khalid Meshal|Khaled Mashal]] afirmou que o Hamas foi "forçado a sair" de [[Damasco]] devido às suas discordâncias com o regime sírio.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.bbc.com/news/world-middle-east-21363104|título=Hamas and Fatah in unity talks, says Khaled Meshaal|data=2013-02-07|acessodata=2023-10-27|periódico=BBC News|lingua=en-GB}}</ref> No final de outubro, soldados do Exército sírio mataram dois líderes do Hamas no campo de refugiados de [[Daraa (cidade)|Daraa]].<ref>{{Citar web|url=http://it.maannews.net/eng/ViewDetails.aspx?ID=532288|titulo=2 Hamas leaders killed in Syria, sources say|data=2013-06-29|acessodata=2023-10-27|website=Maan News Agency|wayb=20130629023016}}</ref> Em 5 de novembro de 2012, as forças de segurança sírias fecharam todos os escritórios do Hamas no país.<ref>{{Citar web|url=http://www.israelnationalnews.com/news/161750#.USZRsjfN8fS|titulo=Syria Shuts Down Hamas Offices|acessodata=2023-10-27|website=Israel National News}}</ref> Em janeiro de 2013, mais dois membros do Hamas foram encontrados mortos no campo de Husseinieh, na Síria. Ativistas afirmaram que os dois foram presos e executados pelas forças de segurança do estado.<ref>{{Citar web|url=http://english.ahram.org.eg/NewsContent/2/8/62088/World/Region/NGO-accuses-Damascus-of-killing-two-Hamas-members-.aspx|titulo=NGO accuses Damascus of killing two Hamas members in Syria|data=2017-11-16|acessodata=2023-10-27|website=Ahram Online|wayb=20171116024132}}</ref> Em 2013, foi relatado que a ala militar do Hamas começou a treinar unidades do [[Exército Livre da Síria]].<ref>{{Citar web|url=https://www.jpost.com/middle-east/hamas-reportedly-training-syrian-rebels-in-damascus-308795|titulo='Military wing of Hamas training Syrian rebels'|data=2013-04-05|acessodata=2023-10-27|website=The Jerusalem Post|lingua=en-US}}</ref> Nesse mesmo ano, após "algumas semanas intensas de diplomacia indireta envolvendo representantes do Hamas, [[Israel]] e da [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Palestina]]", nenhum acordo foi alcançado.<ref name=":262">{{citar periódico|url=https://carnegieendowment.org/2013/03/26/spring-revival-for-peace-process/ftkq|título=A Spring Revival for the Peace Process?|data=2013-03-26|acessodata=27/10/2023|periódico=Carnegie Endowmen}}</ref> Além disso, as negociações de reconciliação intra-palestinas estagnaram e, como resultado, durante a visita de Obama a Israel,<ref name=":262" /> o Hamas lançou cinco ataques de foguetes contra Israel. Em novembro, Isra Almodallal foi nomeada a primeira porta-voz do grupo.<ref>{{Citar web|url=https://www.aljazeera.com/news/2013/11/11/hamas-appoints-first-spokeswoman|titulo=Hamas appoints first spokeswoman|acessodata=2023-10-27|website=Al Jazeera|lingua=en}}</ref>


== Demografia ==
=== Guerra em Gaza de 2014–2022 ===
{{Artigo principal|Operação Margem Protetora}}
{{artigo principal|Demografia da Bolívia}}
[[Imagem:Population pyramid of Bolivia 2016.png|thumb|[[Pirâmide etária]] da Bolívia em 2016]]
Durante a Guerra em Gaza de 2014, Israel lançou a [[Operação Margem Protetora]] para conter o aumento dos ataques com foguetes do Hamas em Gaza. O conflito terminou com um cessar-fogo permanente após 7 semanas e mais de 2 200 mortes. De acordo com a [[Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários|UN OCHOA]], 64 dos mortos eram soldados israelenses, 7 eram civis em Israel (vítimas de ataques de foguetes) e 2 101 foram mortos em Gaza, dos quais pelo menos 1 460 eram civis. Israel afirma que 1 000 dos mortos eram militantes. Após o conflito, [[Mahmoud Abbas]], presidente da [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Palestina]], acusou o Hamas de prolongar desnecessariamente os combates na Faixa de Gaza, contribuindo para o alto número de mortes, de administrar um "governo paralelo" em Gaza e de executar ilegalmente dezenas de palestinos.<ref>{{citar periódico|url=https://www.nytimes.com/2014/09/08/world/middleeast/gaza-strip-palestinian-leader-assails-hamas-calling-unity-pact-into-question.html?_r=0|título=Palestinian Leader Assails Hamas, Calling Unity Pact Into Question|acessodata=27/10/2023|periódico=NY Times}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Zion|primeiro=Ilan Ben|url=https://www.timesofisrael.com/abbas-blames-hamas-for-prolonged-battle-with-israel/|titulo=Abbas blames Hamas for prolonged battle with Israel|data=2014-08-29|acessodata=2023-10-27|website=The Times of Israel|lingua=en-US}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.jpost.com/arab-israeli-conflict/abbas-hints-pa-close-to-ending-unity-deal-with-hamas-374626|titulo=Abbas hints PA close to ending unity agreement with Hamas|data=2014-09-07|acessodata=2023-10-27|website=The Jerusalem Post|lingua=en-US}}</ref> O Hamas reclamou da lenta entrega de materiais de reconstrução após o conflito e anunciou que estava desviando esses materiais de usos civis para construir mais túneis de infiltração.<ref>{{Citar web|url=https://www.jpost.com/arab-israeli-conflict/hamas-criticizes-construction-delays-as-israeli-plot-379823|titulo=Hamas criticizes construction delays as Israeli plot|data=2014-10-26|acessodata=2023-10-27|website=The Jerusalem Post|lingua=en-US}}</ref>


De acordo com os dois últimos censos realizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) da Bolívia, a população aumentou de {{formatnum:8274325}} (dos quais {{formatnum:4123850}} homens e {{formatnum:4150475}} mulheres) em 2001 para {{formatnum:10027254}} em 2012.<ref name=Cen2012>{{citar web| url=http://www.ine.gob.bo:8081/censo2012/PDF/resultadosCPV2012.pdf |título=Principales resultados del censo nacional de población y vivienda 2012 (CNPV 2012) - Estado plurinacional de Bolivia |publicado=Instituto Nacional de Estadística (INE) |data=Julho de 2013 |acessodata=8 de agosto de 2013}}</ref>
Em 2016, o Hamas iniciou a cooperação de segurança com o Egito para reprimir organizações terroristas islâmicas no [[Sinai]], em troca de ajuda econômica.<ref>{{Citar web|url=http://www.al-monitor.com/pulse/originals/2017/08/israel-egypt-hamas-cooperation-security-islamic-state-sinai.html|titulo=Israel, Hamas, Egypt indirectly cooperating against IS|data=2017-10-24|acessodata=2023-10-27|website=Al-Monitor|wayb=20171024100456}}</ref>


Segundo a [[Organização Internacional para as Migrações]], aproximadamente 1,6 milhão de bolivianos emigraram para o exterior em busca de melhores condições de vida.<ref>{{Citar web |autor = Organização Internacional para as Migrações |título = Bolivia |url = http://www.iom.int/cms/en/sites/iom/home/where-we-work/americas/south-america/bolivia.html |acessodata = 9 de fevereiro de 2018 |arquivourl = https://web.archive.org/web/20140411223603/http://www.iom.int/cms/en/sites/iom/home/where-we-work/americas/south-america/bolivia.html |arquivodata = 11 de abril de 2014 | lingua = inglês }}</ref> Os países de migração tradicional têm sido a [[Argentina]], [[Brasil]], [[Chile]] e os [[Estados Unidos]]. No entanto, na década de 1990, boa parte da migração boliviana se direcionou para a [[Espanha]], onde estima-se que residam 230 mil emigrantes bolivianos.<ref>{{citar livro |apelido= Calveto |nome= Laura |título= Viejos y nuevos asuntos en las estimaciones de la migración internacional en América Latina y el Caribe |editora= Naciones Unidas, Comisión Económica para América Latina y el Caribe, CEPAL |local= Santiago, Chile Madrid Secretaría General Iberoamericana, SEGIB |ano= 2011 |isbn= 978-92-1-323478-5}}</ref>
Em outubro de 2017, Fatah e Hamas assinaram mais um acordo de reconciliação. O acordo parcial aborda questões civis e administrativas envolvendo Gaza e Cisjordânia. Outras questões controversas, como eleições nacionais, reforma da [[Organização para a Libertação da Palestina]] (OLP) e possível desmilitarização do Hamas, seriam discutidas na próxima reunião em novembro de 2017, devido a uma nova abordagem passo a passo.<ref>{{Citar web|ultimo=Cook|primeiro=Jonathan|url=https://www.aljazeera.com/features/2017/10/13/will-hamas-fatah-reconciliation-deal-succeed|titulo=Will Hamas-Fatah reconciliation deal succeed?|acessodata=2023-10-27|website=Al Jazeera|lingua=en}}</ref>


=== Composição étnica ===
Entre 2018 e 2019, o Hamas participou da "Grande Marcha do Retorno" ao longo da fronteira de Gaza com Israel. Pelo menos 183 palestinos foram mortos.<ref>{{Harvnb|HRC|2019|pp=2, 6}}</ref>
[[Imagem:Flickr_-_archer10_(Dennis)_-_Bolivia-133.jpg|thumb|upright|esquerda|Homem da etnia [[Aimarás|aimara]] e uma [[lhama]] próximos ao [[Lago Titicaca]]]]
A composição étnica da Bolívia é muito variada. Os nativos podem ser andinos, como os aimarás e os quíchuas (que formaram o antigo [[Império Inca]]), que se concentram principalmente nos departamentos ocidentais de La Paz, [[Potosí (departamento)|Potosí]], Oruro, Cochabamba e Chuquisaca. Há também uma importante população de etnia oriental, composto pelos guaranis e [[moxos]], entre outros, e que habitam os departamentos de Santa Cruz, Beni, Tarija e Pando. Os povos indígenas compõem cerca de 60% da população do país. Os mestiços são distribuídos em todo o país e compunham a 26% da população boliviana. A maioria das pessoas assume sua identidade mestiça e, ao mesmo tempo, identificam-se com uma ou mais culturas nativas. O maior dos grupos nativos são [[quíchuas]] (2,5 milhões), [[aimarás]] (2 milhões), [[chiquitanos]] (180 mil) e [[guaranis]] (125 mil). A população ameríndia compõe 55% da população; os restantes 30% são mestiços (entre ameríndios e brancos) e cerca de 15% são [[brancos]].<ref name="cia">{{citar web |url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/bl.html |título=Bolivia |obra=The World Factbook |publicado=CIA |acessodata=30 de março de 2010 }}{{Ligação inativa}}</ref>


Os [[brancos]] estão geralmente concentrados nas maiores cidades, como [[La Paz]], [[Santa Cruz de la Sierra]] e [[Cochabamba]], mas também em algumas cidades menores, como [[Tarija]]. Os brancos representam 15% da população boliviana total. No Departamento de Santa Cruz existe uma importante colônia (com 70 mil habitantes) de [[menonitas]] de [[língua alemã]].<ref>{{citar jornal|url=http://www.nytimes.com/2006/12/21/world/americas/21bolivia.html?_r=1&oref=slogin |título=Bolivian Reforms Raise Anxiety on Mennonite Frontier |publicado=New York Times |data=21 de dezembro de 2006 |acessodata=14 de julho de 2013}}</ref> Bolivianos [[negros]], descendentes de [[escravos africanos]] que chegaram nos tempos do [[Império Espanhol]], habitam o departamento de La Paz, e localizados principalmente nas províncias de [[Nor Yungas]] e [[Sud Yungas]]. A [[escravidão]] foi abolida na Bolívia em 1831.<ref>{{citar livro|último1 =Fogel|primeiro1 =Robert William |último2 =Engerman|primeiro2 =Stanley L. |título=Time on the Cross: The Economics of American Negro Slavery|ano=1995|publicado=W W Norton & Company Incorporated|isbn=978-0-393-31218-8|páginas=33–34}}</ref>
Em maio de 2021, após a escalada das tensões em [[Sheikh Jarrah]] e no complexo da [[Mesquita de Al-Aqsa|mesquita de al-Aqsa]] em [[Jerusalém]], Israel e o Hamas entraram em conflito em [[Gaza]] mais uma vez. Após onze dias de combates, pelo menos 243 pessoas foram mortas em Gaza e 12 em Israel.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.bbc.com/news/world-middle-east-57195537|título=Israel-Gaza ceasefire holds despite Jerusalem clash|data=2021-05-20|acessodata=2023-10-27|periódico=BBC News|lingua=en-GB}}</ref>


=== Guerra Israel-Hamas de 2023 ===
=== Idiomas ===
{{Artigo principal|Idiomas da Bolívia}}
[[Ficheiro:Damage in Gaza Strip during the October 2023 - 35.jpg|miniaturadaimagem|220x220px|Vítimas civis em Gaza durante a guerra entre Israel e o Hamas, iniciada pelo ataque do Hamas a Israel, em outubro de 2023.]]
[[Imagem:Pueblos originarios de Bolivia.png|thumb|upright|Distribuição geográfica dos idiomas nativos do país]]
[[Ficheiro:Gaza envelope after coordinated surprise offensive on Israel, October 2023 (KBG GPO09).jpg|miniaturadaimagem|220x220px|Um chão de casa manchado de sangue após os ataques em Nahal Oz, Israel.]]
A Bolívia tem grande diversidade linguística, como resultado de seu [[multiculturalismo]]. A Constituição da Bolívia reconhece 37 línguas oficiais, além do espanhol. Assim, é o segundo Estado com o maior número de idiomas oficiais no mundo, só perdendo para a [[Índia]], que tem 46. Estas incluem as línguas das nações indígenas nativas, como [[Língua quíchua|quíchua]], [[aimará]] e [[Língua guarani|guarani]].<ref>Artigo 5°, Parágrafo I da Constituição da Bolívia.</ref>
Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou uma invasão, rompendo a barreira entre Gaza e Israel. Nos meses que antecederam o ataque, o Hamas havia feito a [[Shin Bet|inteligência israelense]] acreditar que não estava buscando conflito.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.reuters.com/world/middle-east/how-israel-was-duped-hamas-planned-devastating-assault-2023-10-08/|título=How Hamas duped Israel as it planned devastating attack|data=2023-10-10|acessodata=2023-10-27|periódico=Reuters|ultimo=Nakhoul|primeiro=Samia|ultimo2=Saul|primeiro2=Jonathan|lingua=en}}</ref> Os combatentes do Hamas atacaram centenas de civis em um festival de música e no ''[[kibutz]]'' Be'eri, no sul de Israel, além de fazer reféns civis e militares e levá-los para a Faixa de Gaza. No total, mais de 1 400 pessoas foram mortas em Israel, tornando este o ataque mais mortal de militantes palestinos desde a fundação de Israel em 1948.<ref name=":273">{{Citar periódico|url=https://www.reuters.com/world/nato-ministers-shown-horrific-video-hamas-attack-2023-10-12/|título=Israel releases images of slain children to rally support|data=2023-10-13|acessodata=2023-10-27|periódico=Reuters|ultimo=Davison|primeiro=John|ultimo2=Pamuk|primeiro2=Humeyra|lingua=en|ultimo3=Siebold|primeiro3=Sabine|ultimo4=Pamuk|primeiro4=Humeyra|numero-autores=1}}</ref> Grupos internacionais de direitos humanos, profissionais médicos e jornalistas documentaram o ataque dos militantes, detalhando a morte de crianças, jovens e idosos, além de soldados.<ref name=":273" /><ref>{{Citar periódico|url=https://www.bbc.com/news/world-middle-east-67036625|título=Israel attack: PM says Israel at war after 250 killed in attack from Gaza|data=2023-10-07|acessodata=2023-10-27|periódico=BBC News|lingua=en-GB}}</ref><ref>{{Citar web|autor=AFP-Agence France Presse|url=https://www.barrons.com/news/over-1-400-killed-in-hamas-attacks-on-israel-pm-office-787d2b0f|titulo=Over 1,400 Killed In Hamas Attacks On Israel: PM Office|acessodata=2023-10-27|website=www.barrons.com|lingua=en-US}}</ref> O alto funcionário do Hamas, [[Khalid Meshal|Khaled Mashal]], afirmou que o grupo estava plenamente ciente das consequências do ataque a Israel, afirmando que a libertação palestina vem com "sacrifícios".<ref>{{Citar web|url=https://www.arabnews.com/node/2394966/amp|titulo=Hamas official says group ‘well aware’ of consequences of attack on Israel, Palestinian liberation comes with ‘sacrifices’|acessodata=2023-10-27|website=Arab News|lingua=en}}</ref>


O [[Língua espanhola|espanhol]] é a [[língua oficial]] mais falada no país, de acordo com o censo de 2001, uma vez que é falado por 88,4% da população como primeira língua ou segunda língua, em algumas populações indígenas. Todos os documentos legais e oficiais emitidos pelo Estado, incluindo a constituição, as principais instituições públicas e privadas, a mídia e as atividades comerciais são feitas em espanhol.<ref>[http://www.ine.gov.bo:8082/censo/make_table.jsp?query=poblacion_15]{{ligação inativa|data=julho de 2013}}</ref>
Em 13 de outubro de 2023, o Ministro da Defesa de Israel, [[Yoav Galant|Yoav Gallant]], ordenou aos palestinos que evacuassem o norte da [[Faixa de Gaza]], incluindo a [[cidade de Gaza]] (cerca de 600 000 habitantes), dizendo: "A camuflagem dos terroristas é a população civil. Portanto, precisamos separá-los. Então, aqueles que querem salvar suas vidas, por favor, vão para o sul. Vamos destruir a infraestrutura do Hamas, os quartéis-generais do Hamas, o aparato militar do Hamas e eliminar este movimento de Gaza e da Terra".<ref name=Yoav>{{Citar web|ultimo=Fischler|primeiro=Jacob|url=https://coloradonewsline.com/2023/10/13/u-s-stresses-support-for-israel-as-1-million-residents-of-north-gaza-ordered-to-evacuate/|titulo=U.S. stresses support for Israel as 1 million residents of North Gaza ordered to evacuate|data=2023-10-13|acessodata=2023-10-27|website=Colorado Newsline|lingua=en-US}}</ref>


== Posições políticas ==
=== Religiões ===
{{Gráfico circular|thumb=left|título=Religião na Bolívia (2014)<ref name="Pew Latin">{{citar web|URL=http://www.pewforum.org/2014/11/13/religion-in-latin-america|título=Religion in Latin America|autor=|data=13 de novembro de 2014|publicado=Pew Forum|acessodata=19 de julho de 2018}}</ref>
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|rótulo1=[[Catolicismo]]
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}}
A Bolívia é um [[Estado secular]] e garante a [[liberdade de religião]]. A Constituição estabelece que: "O Estado respeita e garante a liberdade de religião e de crenças espirituais, em concordância com sua visão de mundo. O Estado é independente da religião".<ref>Artigo 4° da Constituição da Bolívia.</ref>


De acordo com o censo de 2001 realizado pelo Instituto Nacional de Estatística da Bolívia, 78% da população boliviana seguia o [[catolicismo romano]], enquanto 19% o [[protestantismo]] e outros 3% têm diferentes crenças [[Cristianismo|cristãs]].<ref>{{citar web|url= http://www.state.gov/g/drl/rls/irf/2007/90243.htm |título=Bolivia religion |publicado= [[Departamento de Estado dos Estados Unidos]] |local= Estados Unidos |data= 14 de setembro de 2007 |acessodata=30 de agosto de 2010}}</ref> O protestantismo, juntamente com as crenças tradicionais indígenas<ref>{{citar web| url = http://www.traditioninaction.org/HotTopics/i99ht_002_TribalismBolivia.html |título= The Religious Tribalism of Evo Morales in Bolivia |primeiro = Juan |último = Sanahuja |publicado= Tradition in action |data= |acessodata=30 de agosto de 2010}}</ref><ref>{{citar web| url= http://www.eforobolivia.org/blog.php/?p=1473 |título=Evo Morales consecrated Spiritual Leader of Native Religion |publicado=E foro Bolivia |data=21 de janeiro de 2010 |acessodata=30 de agosto de 2010}}</ref> estão se expandindo rapidamente.<ref name="BackgroundNote">{{citar web|título=Background Note: Bolivia |publicado=[[Departamento de Estado dos Estados Unidos]] |url=http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/35751.htm |acessodata=17 de outubro de 2006}}</ref>
=== A Carta do Hamas de 1988===
Em agosto de 1988, o Hamas publicou sua Carta de fundação, na qual se define como um [[Capítulo (religião)|capítulo]] da [[Irmandade Muçulmana]] e expressou o desejo de estabelecer "um estado islâmico em toda a Palestina".<ref name=":92" /> Segundo o acadêmico palestino Khaled Hroub, o documento de fundação foi escrito por um único indivíduo e divulgado sem passar pelo habitual processo de consulta prévia, tendo sido assinado no dia 18 de agosto de 1988.<ref>{{Harvnb|Hroub|2006|p=33}} "A Carta foi escrita no início de 1988 por um indivíduo e tornada pública sem a devida consulta geral, sem revisão ou consenso do Hamas, para desgosto dos seus líderes, nos anos seguintes. O autor da Carta era um dos membros antigos da [[Irmandade Muçulmana]] na Faixa de Gaza, completamente isolado do mundo exterior. Todo tipo de confusão e mistura entre judaísmo e sionismo teve lugar na Carta, em desfavor do Hamas, pois, desde então, o documento conseguiu marcá-lo com acusações de 'antissemitismo' e de ter uma 'visão de mundo ingênua'. Líderes e porta-vozes do Hamas raramente têm citado ou se referido à Carta - uma evidência de que ela passou a ser vista mais como um fardo do que como uma plataforma intelectual que abrigasse os princípios do movimento."</ref> A Carta contém trechos [[Antissemitismo|antissemitas]], descrevendo a sociedade israelense como sendo tão cruel quanto os [[Nazismo|nazistas]],<ref>{{Harvnb|Sharvit|Halperin|2016|p=142}}</ref> e reivindicações [[Irredentismo|irredentistas]].<ref>{{Harvnb|Hroub|2006|p=7}} "O Hamas continua a ser caracterizado em referência à sua carta de 1988, elaborada menos de um ano após o estabelecimento do movimento em resposta direta ao início da terceira intifada, quando sua razão de existir era a resistência armada à ocupação. No entanto, quando os documentos eleitorais e pós-eleitorais são comparados à carta, torna-se claro que está sendo promovida uma organização profundamente diferente."</ref><ref>{{Harvnb|Hroub|2006|p=34}} "O judeu não sionista é aquele que faz parte da cultura judaica, seja como crente na fé judaica ou simplesmente por acaso de nascimento, mas... (que) não participa de ações agressivas contra nossa terra e nossa nação. ... O Hamas não adotará uma posição hostil na prática contra ninguém por causa de suas ideias ou sua crença, mas adotará tal posição se essas ideias e crenças forem traduzidas em ações hostis ou prejudiciais contra nosso povo."</ref><ref>{{Harvnb|Rifkind|Picco|2013|pp=47-48}}</ref> Declara toda a Palestina como [[waqf]], uma propriedade religiosa inalienável composta por terras concedidas aos muçulmanos em perpetuidade por Deus,<ref>{{Harvnb|Wiktorowicz|2004|p=130}}</ref><ref>{{Harvnb|Litvak|1998|p=153}}</ref><ref>{{Harvnb|Weimann|2006|p=82}}</ref> com coexistência religiosa mas sob o domínio do Islã.<ref>{{Harvnb|Zanotti|2011|p=15}}</ref> A Carta rejeita uma [[Solução de dois Estados|solução de dois estados]], afirmando que o conflito não pode ser resolvido "senão por meio de uma [[jihad]]".<ref>{{Harvnb|Roberts|2014|p=68}}</ref>


A maior parte da população indígena segue religiões diferentes marcados pelo [[sincretismo]] com o catolicismo romano ou complementa-as com a sua própria visão de mundo e tradições antigas. O culto à [[Pachamama]] ou "Mãe Terra" é a mais antiga das manifestações religiosas da [[Andes|região andina]] da América do Sul.<ref>{{citar web |url=http://www.catamarcaguia.com.ar/Cultura/Pachamama.php |título=Pachamama y los Dioses Incaicos |publicado=Catamarcaguia.com.ar |data= |acessodata=14 de julho de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130117013359/http://www.catamarcaguia.com.ar/Cultura/Pachamama.php |arquivodata=17 de janeiro de 2013 |urlmorta=yes }}</ref><!--A FONTE NÃO CONFIRMA O TEXTO ...bem como a adoração à Virgem de Copacabana, Virgem de Urkupiña e Virgem de Socavon, são notáveis​​.--> Há também comunidades [[aimarás]] que têm uma forte devoção a [[Santiago Maior]], que é o patrono das [[Forças armadas da Bolívia|Forças Armadas bolivianas]].<ref>{{citar web|url=http://www.bolivia.com/Noticias/AutoNoticias/DetalleNoticia32134.asp|publicado=Bolivia.com|título=El Tata Santiago, un santo en Guaqui con vena de general|acessodata=}}</ref>
O Artigo 6 da Carta afirma que o movimento "luta para erguer a bandeira de [[Alá]] em cada centímetro da Palestina, pois, sob a proteção do Islã, seguidores de todas as religiões podem coexistir em segurança, tendo suas vidas, bens e direitos protegidos".<ref name=Avalon>{{Citar web|url=https://avalon.law.yale.edu/20th_century/hamas.asp|titulo=Hamas Covenant 1988|acessodata=2023-11-23|website=The Avalon Project}}</ref><ref>{{Harvnb|Mishal|Sela|2006|p=178}}</ref> E, no artigo 15,<ref name=Avalon /> acrescenta: "No dia em que os inimigos usurparem parte da terra muçulmana, a ''Jihad'' tornar-se-á o dever individual de cada muçulmano", lembrando que, segundo o Hamas, toda a terra palestina é um ''[[waqf]]'' e, portanto, inegociável.<ref>{{Harvnb|Tessler|1994|pp=546, 696}}</ref> Tal afirmação da Carta do Hamas de 1988 é semelhante, embora sem os sentimentos antijudaicos presentes, ao que está expresso no programa do partido israelense [[Likud]] e em movimentos [[Ultranacionalismo|ultranacionalistas]] judeus como o [[Gush Emunim]]. Para o Hamas, ceder território ''[[waqf]]'' é equivalente a renunciar ao Islã em si.<ref>{{Harvnb|Beinart|2012|p=219}}</ref><ref>{{Harvnb|Emmett|2003|pp=100-102}}</ref><ref>{{Harvnb|Dorff|Ruttenberg|Newman|2010|pp=26–27}}</ref>


<!--A FONTE NÃO CONFIRMA O TEXTO ...Outras [[divindade]]s [[Culto|cultuadas]] na Bolívia incluem [[Ekeko]], o deus aimará da abundância e prosperidade, cujo dia é comemorado todo 24 de janeiro; e [[Tupã]], um deus do [[povo guarani]].-->De 1 a 2% da população do país se identificava como [[Ateísmo|ateísta]] em 2004.<ref>{{citar web|url=http://institutointerglobal.org/ateismo/1545-ateos-en-numeros|título=Ateos en números|publicado=InterGlobal|acessodata=2 de maio de 2018|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141205041006/http://institutointerglobal.org/ateismo/1545-ateos-en-numeros|arquivodata=5 de dezembro de 2014|urlmorta=yes}}</ref>
A linguagem violenta contra todos os judeus, empregada na Carta do Hamas de 1988, é considerada antissemita e chegou a ser caracterizada, por alguns, como [[genocida]].<ref name=":294">{{Harvnb|Bayefsky|Blank|2018|p=91}}</ref> A Carta atribui responsabilidade coletiva aos judeus, e não apenas aos israelenses, por vários eventos globais, incluindo ambas as [[Guerra mundial|Guerras Mundiais]].<ref>{{Harvnb|Freilich|2018|pp=34-37}}</ref>


=== Maiores cidades ===
=== Documento de Princípios e Políticas Gerais de 2017 ===
{{anexo|Lista de cidades na Bolívia}}
Em maio de 2017, o Hamas apresentou seu ''Documento Geral de Princípios e Políticas'', no qual mantém o objetivo de um [[estado palestino]] islâmico, [[Soberania|soberano]] e independente, com capital em [[Jerusalém]], cobrindo toda a área atual de Israel, o território ocupado da Cisjordânia e a Faixa de Gaza <ref name=":296">{{Citar web|url=http://hamas.ps/ar/uploads/documents/06c77206ce934064ab5a901fa8bfef44.pdf|titulo=A Document of General Principles and Policies|acessodata=2023-12-04|website=Hamas Media Office|pagina=2,3, 4|lingua=en|wayb=20170515114724|urlmorta=sim}}</ref> bem como o "retorno dos [[Refugiados palestinos|refugiados]] e deslocados aos seus lares". Considera o Estado de Israel (ao qual se refere como "[[entidade sionista]]", ilegal e ilegítimo. O Movimento declara-se [[Antissionismo|antissionista]] e não [[Antissemitismo|antijudaico]] e responsabiliza os sionistas por identificarem "seu próprio projeto [[Colonialismo|colonial]] e sua [[Israel|entidade ilegal]]" com os [[judeus]] e o [[judaísmo]]. Sustenta que "o [[sionismo|projeto sionista]] não visa atingir apenas o povo palestino; é inimigo dos árabes e da [[Umma]], representando uma grave ameaça à sua segurança e aos seus interesses" e sendo hostil às suas aspirações por "unidade, renascimento e libertação". Ademais, ainda segundo o Hamas, o projeto sionista "coloca em perigo a paz e a [[segurança internacional]]. O Hamas também rejeita os [[Acordos de paz de Oslo|Acordos de Oslo]] por considerá-los prejudiciais aos interesses do povo palestino, especialmente no que se refere à "[[colaboracionismo|colaboração]] na coordenação da segurança" e afirma sua crença na [[democracia]] e no [[Pluralismo político|pluralismo]].
{{Cidades mais populosas da Bolívia}}


== Política ==
O Hamas é amplamente considerado como a força política dominante nos territórios palestinos.<ref name=":58" /><ref name=":59" /><ref name=":60" />
{{Artigo principal|Política da Bolívia}}
[[Imagem:Palacio Quemado (Palacio de Gobierno) y Catedral Metropolitana de La Paz, Bolivia.jpg|thumb|[[Palacio Quemado]], em [[La Paz]], sede do [[Poder Executivo]] do país.]]
[[Imagem:Palacio de la Asamblea Legislativa de Bolivia, vista lateral.jpg|thumb|Vista da [[Assembleia Legislativa Plurinacional da Bolívia]], em [[La Paz]], sede do [[Poder Legislativo]] nacional]]


A Bolívia é oficialmente um [[Estado]] [[estado unitário|unitário]] [[democracia|democrático]] organizado segundo a [[separação de poderes]] (Executivo, Legislativo, Judiciário e Eleitoral) e de maneira descentralizada e [[República presidencialista|presidencialista]]. O Estado se rege segundo a Constituição Política da Bolívia<ref>{{Citar web|url=http://www.laconstituyente.org/files/Libros/nuevacpebolivia.pdf?download|título=Constituição Política da República da Bolívia{{es}}|língua=|autor=|obra=|data=|acessodata=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090214124155/http://www.laconstituyente.org/files/Libros/nuevacpebolivia.pdf?download|arquivodata=14 de fevereiro de 2009|urlmorta=yes}}</ref> aprovada em 7 de fevereiro do ano de 2009, que entrou em vigor neste mesmo ano.
=== Solução de dois estados ===
A política do Hamas em relação à [[Solução de dois Estados|solução de dois estados]] e em relação a Israel evoluiu ao longo do tempo. Historicamente, o Hamas imaginava um estado palestino em todo o território que pertencia ao [[Mandato Britânico da Palestina]] (ou seja, do [[Rio Jordão]] ao [[Mar Mediterrâneo]]).<ref name=":297">{{Harvnb|O'Malley|2015|p=126}}</ref> No entanto, o Hamas assinou acordos com o [[Fatah]] - em 2005, 2007, 2011 e 2012 -, os quais indicavam uma aceitação tácita das fronteiras de 1967, assim como acordos anteriores entre a [[Organização para a Libertação da Palestina|OLP]] e Israel.<ref name=":39"/> Em 2006, o Hamas assinou a segunda versão do "Documento dos Prisioneiros Palestinos" que apoia a busca por um estado palestino "em todos os territórios ocupados em 1967".<ref name=":39" /><ref name=":291">{{Citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/5052288.stm|título=Abbas risks all with vote strategy|data=2006-06-06|acessodata=2023-11-23|lingua=en-GB}}</ref> Este documento também reconheceu a autoridade do Presidente da [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Nacional Palestina]] para negociar com Israel.<ref name=":39" /> Em 2 de maio de 2017, em uma coletiva de imprensa em Doha (Catar) apresentando uma nova carta, [[Khalid Meshal|Khaled Mashal]], chefe do Bureau Político do Hamas, declarou que, embora o Hamas considerasse aceitável o estabelecimento de um estado palestino "com base em 4 de junho de 1967"<ref name=":39" /> (Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental), o Hamas ainda não reconheceria nesse caso a existência do estado de Israel e não abandonaria seu objetivo de libertar toda a Palestina do "projeto sionista".<ref name=":72" /><ref name=":296" /> O Professor Mohammed Ayoob em 2020 parecia considerar esta nova carta um passo esperançoso para a solução dos conflitos entre palestinos e israelenses: "A aceitação [na carta do Hamas de 2017] das fronteiras de 1967 pode ser interpretada como uma aceitação de fato das condições prévias para uma solução de dois estados".<ref name=":294" />


O [[Poder Executivo|poder executivo]] é encabeçado pelo presidente da república. O executivo é, tradicionalmente, o poder mais forte na política boliviana, tendendo a deixar em segundo plano a participação do congresso, cuja atividade se limita a debater e a aprovar as iniciativas legislativas do presidente. O presidente da Bolívia, eleito a cada cinco anos, é [[chefe de estado]] e de [[chefe de governo|governo]] e nomeia o gabinete de ministros.
Se o Hamas reconheceria realmente Israel, isso é motivo de debate. Os líderes do Hamas enfatizaram que não reconhecem Israel,<ref name=":72" /> mas indicam que têm uma aceitação ''de facto'' de sua presença.<ref>{{Harvnb|Tareq|2018|p=230}}</ref> A aceitação pelo Hamas das fronteiras de 1967 reconhece implicitamente a existência de outra entidade do outro lado.<ref>{{Harvnb|Brenner|2016|p=206}}</ref> Muitos estudiosos acreditam que a aceitação pelo Hamas das fronteiras de 1967 reconhece implicitamente Israel.<ref>{{Harvnb|Zartman|2021|p=230}}</ref><ref>{{Harvnb|Ismael|Ismael|Perry|2011|p=106}}</ref>


O [[Poder Legislativo]] constituído por duas câmaras, é presidido pelo vice-presidente do governo. A Câmara de Senadores tem 27 membros, três representantes de cada departamento, dois deles do partido que recebe a maioria de votos e o terceiro do partido que ficou em segundo lugar. Os senadores são eleitos de listas partidárias para um período de cinco anos. A idade mínima para candidatar-se a tais cargos é de 35 anos. A Câmara de Deputados tem 130 membros: 68 deputados são eleitos por votação direta para representar um distrito eleitoral e os outros 62 são eleitos por representação proporcional por meio de listas de cada partido em distrito único de todo o país. Os deputados também têm um mandato de cinco anos e devem ter no mínimo 25 anos completos no dia da eleição. Os membros da Corte Suprema da Bolívia são eleitos para um mandato de dez anos pelo Congresso Nacional.
Em uma entrevista de 2006, [[Ismail Haniya|Ismail Haniyeh]], líder político sênior do Hamas e na época primeiro-ministro da [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Nacional Palestina]], aceitou um estado palestino "dentro das fronteiras de 1967, vivendo em calma".<ref>{{citar periódico|título="Is Hamas Ready to Deal?"|data=17-08-2006|periódico=New York Times|ultimo=Atran|primeiro=Scott}}</ref> Em maio de 2010, [[Khalid Meshal|Khaled Mashal]], então presidente do Bureau Político do Hamas, afirmou que o estado de Israel vivendo ao lado de "um estado palestino nas fronteiras de 1967" seria aceitável para o Hamas. Em novembro de 2010, Ismail Haniyeh<ref>{{Citar periódico|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/6754499.stm|título=Abbas sacks Hamas-led government|obra=BBC News|data=2007-06-15|acessodata=2023-11-23|lingua=en-GB}}</ref> também propôs um estado palestino nas fronteiras de 1967, mas acrescentou mais três condições: "resolução da questão dos refugiados", "liberação de prisioneiros palestinos" e "Jerusalém como sua capital". Tanto Mashal quanto Haniyeh naquele ano também expressaram reservas quanto a um "referendo" no qual "o povo palestino" decidiria se, em tal situação de dois estados, esses dois estados ainda deveriam ser fundidos em um.<ref>{{Harvnb|Beinart|2012|p=119}} "Se Israel se retirar para as fronteiras de 1967, isso não significa que nos devolverá toda a terra dos palestinos. Mas consideramos isso como uma solução aceitável para ter um estado palestino nas fronteiras de 1967... o estado palestino terá um referendo e o povo palestino decidirá. Nós, no Hamas, respeitaremos a decisão da maioria palestina." Haniyeh em novembro de 2010: "Aceitamos um estado palestino nas fronteiras de 1967, com Jerusalém como sua capital, a libertação de prisioneiros palestinos e a resolução da questão dos refugiados... O Hamas respeitará os resultados (de um referendo), independentemente de diferir de sua ideologia e princípios." (Beinart refere-se às fontes originais dessas declarações, respectivamente Current Affairs 28 de maio de 2010 e Haaretz 1 de dezembro de 2010).</ref><ref name="books.google.com.br">{{Harvnb|Smith|Burr|2014|p=250}}</ref>


=== Relações internacionais ===
Na Carta de 1988, os objetivos declarados do Hamas eram travar uma [[luta armada]] contra Israel,<ref name=":297" /> libertar a Palestina da ocupação israelense e transformar o país em um estado islâmico.<ref name=":902010"/>
{{anexo|Missões diplomáticas da Bolívia}}


A história da política exterior boliviana é marcada por conflitos com países vizinhos, como o [[Chile]], [[Peru]] e [[Paraguai]]. A Bolívia chegou a perder territórios para estes três países através de guerras, como a [[Guerra do Pacífico (século XIX)]] e a [[Guerra do Chaco]]. A Bolívia também perdeu territórios para o [[Brasil]], que incluiu enfrentamentos militares sem que ocorresse uma guerra formal. Atualmente a Bolívia ainda mantém disputas fronteiriças e reivindicações territoriais com Peru e Chile.<ref name="Pacífico"/>
Em março de 2006, o Hamas divulgou seu programa legislativo oficial. O documento indicava claramente que o Hamas poderia submeter a questão do reconhecimento de Israel a um referendo nacional. Sob o título "Reconhecimento de Israel", afirmava simplesmente (AFP, 11 de março de 2006): "A questão do reconhecimento de Israel não é da competência de uma facção, nem do governo, mas uma decisão para o povo palestino." Isso representou uma grande mudança em relação à sua carta de 1988.<ref>{{Citar web|url=http://www.fair.org/index.php?page=2974|titulo=Nixed Signals|ano=2006|acessodata=2023-11-23|wayb=20080611054510|urlmorta=sim}}</ref> Poucos meses depois, através de Jerome Segal da Universidade de Maryland, o Hamas enviou uma carta ao presidente dos EUA, [[George W. Bush]], afirmando que "não se importam em ter um estado palestino nas fronteiras de 1967" e pediram negociações diretas.<ref name="haaretz.com">{{Citar periódico|url=https://www.haaretz.com/2008-11-14/ty-article/in-2006-letter-to-bush-haniyeh-offered-compromise-with-israel/0000017f-f4c5-d47e-a37f-fdfd0abb0000|título=In 2006 Letter to Bush, Haniyeh Offered Compromise With Israel|acessodata=2023-11-23|periódico=Haaretz|lingua=en}}</ref>
[[Imagem:Unasul CASA 4.jpg|thumbnail|esquerda|[[Evo Morales]] durante a cúpula da [[União de Nações Sul-Americanas|UNASUL]] em 2006]]


A Bolívia pertence à [[Comunidade Andina de Nações]] (CAN), uma organização regional econômica e política com entidade jurídica internacional criada pelo Acordo de Cartagena em 26 de maio de 1969. Tem sede em [[Lima]], Peru. A debilitação da CAN, principalmente pela saída da maior economia do bloco, a Venezuela (em 2006) e ao fortalecimento do processo de aproximação comercial com o [[Mercosul]], especialmente com o [[Brasil]], somado ao aumento da influência política venezuelana e brasileira sobre o atual governo da Bolívia, existe uma forte intenção do governo em integrar-se definitivamente ao Mercosul.<ref>{{Citar web|url=http://www.lostiempos.com/noticias/16-12-06/16_12_06_eco8.php|título=Mercosur plantea comisión para incluir a Bolivia (Los Tiempos)|língua=es|acessodata=20 de Abril de 2009|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080205180447/http://www.lostiempos.com/noticias/16-12-06/16_12_06_eco8.php|arquivodata=5 de Fevereiro de 2008|urlmorta=yes}}</ref>
Em 2007, o Hamas assinou o Acordo de Meca com o Fatah.<ref>{{Harvnb|Seurat|2022|p=49}}</ref> No momento da assinatura deste acordo, Moussa Abu Marzouk, Vice-Presidente do Bureau Político do Hamas, comentou sobre o reconhecimento de Israel:<blockquote>"Eu posso reconhecer a presença de Israel como um ''fait accompli'' (amr wâqi‘) ou, como os franceses dizem, um fato consumado, mas isso não significa que eu reconheça Israel como um estado"<ref>{{Harvnb|Seurat|2022|p=50}}</ref></blockquote>Marzouk acrescentou ainda que a Carta não poderia ser alterada porque pareceria uma concessão não aceitável para "as ruas" e haveria o risco de quebra da unidade do partido. O líder do Hamas, [[Khalid Meshal|Khaled Meshaal]], afirmou que a Carta é "um pedaço da história e não é mais relevante, mas não pode ser alterada por razões internas". Ahmed Yousef, conselheiro sênior de [[Ismail Haniya|Ismail Haniyeh]], declarou, em 2011, que a Carta refletia as opiniões dos Anciãos diante de uma "ocupação implacável". Os detalhes de sua linguagem religiosa e política não haviam sido examinados no âmbito do [[direito internacional]], e uma revisão interna para alterá-la foi adiada em virtude da preocupação de não fazer concessões a Israel, tal como o Fatah fez, de bandeja.<ref name=":313">{{Harvnb|Davis|2016|p=41}}</ref> Embora representantes do Hamas reconheçam o problema, um deles observou que [[Yasser Arafat|Arafat]] obteve muito pouco em troca de mudar a Carta da [[Organização para a Libertação da Palestina|OLP]] sob os [[Acordos de paz de Oslo|Acordos de Oslo]] e há consenso de que pouco se ganha com uma abordagem não violenta.<ref>{{citar periódico|url=http://tabletmag.com/jewish-news-and-politics/190832/remember-gaza|título=Remember Gaza?|data=Maio de 2015|acessodata=23-11-2023|periódico=Tablet Mag}}</ref> Richard Davis afirma que a rejeição de sua relevância por líderes contemporâneos contrasta com a suspensão do desejo de reescrevê-lo, refletindo as diferentes audiências que o Hamas deve atender: o público doméstico e as relações internacionais.<ref name=":313" /> A propria Carta é considerada uma "relíquia histórica".<ref>{{Harvnb|Pearlman|2011|p=137}}</ref>


O país também é membro das [[Nações Unidas]] e de alguns de seus organismos especializados e programas afins, como a [[OEA]], o [[Movimento Não Alinhado|Movimento de Países Não Alinhados]], a [[União Interparlamentar|União Interparlamentar Internacional]], a [[Associação Latino-Americana de Integração]] (ALADI), a [[Organização Mundial do Comércio]], o [[Tratado Interamericano de Assistência Recíproca]], o [[Grupo do Rio]], o [[Pacto Amazônico]] e da [[UNASUL]].
Em uma reunião de abril de 2008 entre o líder do Hamas, [[Khalid Meshal|Khaled Mashal]] e o ex-presidente dos EUA, [[Jimmy Carter]], chegou-se a um entendimento no qual o Hamas concordou em respeitar a criação de um estado palestino no território tomado por Israel na [[Guerra dos Seis Dias]] de 1967, desde que isso fosse ratificado pelo povo palestino em um referendo.<ref>{{Citar web|url=https://www.aljazeera.com/news/2008/4/22/hamas-ready-to-accept-1967-borders|titulo=Hamas ready to accept 1967 borders|acessodata=2023-11-23|website=Al Jazeera|lingua=en}}</ref> Em 2009, em uma carta ao [[Secretário-geral das Nações Unidas|Secretário-Geral da ONU]], [[Ban Ki-moon]], [[Ismail Haniya|Haniyeh]] repetiu o apoio de seu grupo a um acordo de dois estados com base nas fronteiras de 1967: "Nunca impediríamos esforços para criar um estado palestino independente com fronteiras de 4 de junho de 1967, com Jerusalém como sua capital."<ref>{{Citar periódico|url=https://www.haaretz.com/2009-09-22/ty-article/haniyeh-to-un-chief-hamas-accepts-palestinian-state-in-67-borders/0000017f-dbdf-db22-a17f-ffffd4f60000|título=Haniyeh to UN Chief: Hamas Accepts Palestinian State in '67 Borders|acessodata=2023-11-23|periódico=Haaretz|lingua=en}}</ref> Em 1º de dezembro de 2010, Ismail Haniyeh repetiu novamente: "Aceitamos um estado palestino nas fronteiras de 1967, com Jerusalém como sua capital, a libertação de prisioneiros palestinos e a resolução da questão dos refugiados", e "o Hamas respeitará os resultados [de um referendo], independentemente de diferir de sua ideologia e princípios."<ref>{{Citar periódico|url=https://www.haaretz.com/2010-12-01/ty-article/hamas-vows-to-honor-palestinian-referendum-on-peace-with-israel/0000017f-dc0e-df62-a9ff-dcdf3b070000|título=Hamas Vows to Honor Palestinian Referendum on Peace With Israel|acessodata=2023-11-23|periódico=Haaretz|lingua=en}}</ref>


=== Forças armadas ===
Em novembro de 2011, o líder do Hamas, [[Khalid Meshal|Khaled Mishal]], fez um acordo com [[Mahmoud Abbas]] no Cairo, comprometendo-se a respeitar as fronteiras de 1967.<ref>{{Harvnb|Seurat|2022|p=56}}</ref>
{{AP|Forças Armadas da Bolívia}}
[[Imagem:0033FSDF.JPG|thumb|Tanque [[SK-105 Kürassier|SK-105 ''Kürassier'']] do [[Exército Boliviano]]]]


As [[Forças Armadas da Bolívia]] são compostas por três ramos: [[Exército Boliviano|Exército]], [[Marinha do Brasil|Marinha]] e [[Força Aérea Boliviana|Força Aérea]]. A idade legal para admissões voluntárias é 18 anos; no entanto, quando os números são pequenos, o governo no passado recrutou pessoas com apenas 14 anos de idade.<ref name="cia" />
Em fevereiro de 2012, de acordo com a [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Palestina]], o Hamas renunciou ao uso da violência. Evidências que isso se concretizaria foram dadas após onda de violência da Jihad Islâmica em março de 2012, após um assassinato de um líder da Jihad por Israel, durante a qual o Hamas se absteve de atacar Israel.<ref>{{citar periódico|url=https://www.timesofisrael.com/37526/|título=The eye of the Islamic Jihad storm|data=14-03-2012|acessodata=13-11-2023}}</ref> Jornalistas israelenses Avi Issacharoff e Amos Harel escreveram que "Israel, apesar de afirmar que o Hamas é soberano em Gaza e, portanto, responsável pelo que acontece lá, o estado parece entender que não. Como resultado, Israel não bombardeou escritórios ou instalações do Hamas."<ref>{{citar periódico|url=https://www.tabletmag.com/sections/news/articles/terrorist-killing-prompts-gaza-rocket-exchange|título=Terrorist Killing Prompts Gaza Rocket Exchange|data=12/03/2012|acessodata=23/11/2023|periódico=Tablet Mag|ultimo=Tracy|primeiro=Marc}}</ref>


O exército boliviano conta com cerca de 31,5 mil homens. Existem seis regiões militares (''regiones militares'' — RMs) no exército. O exército está organizado em dez divisões. Já a Força Aérea Boliviana (ou 'FAB') possui nove bases aéreas. Embora não tenha litoral, a Bolívia mantém uma marinha. A Força Naval Boliviana era uma composta por cerca de 5 mil homens em 2008.<ref>{{citar jornal| url=https://www.theguardian.com/world/2008/aug/28/bolivia |obra=The Guardian |local=London |título=Bolivia's landlocked sailors pine for the high seas |primeiro=Rory |último=Carroll |data=28 de agosto de 2008 |acessodata=26 de abril de 2010 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130902165715/http://www.theguardian.com/world/2008/aug/28/bolivia |arquivodata=2 de setembro de 2013 }}</ref>
O colunista da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg, juntamente com outros analistas, acredita que o Hamas pode ser incapaz de uma reconciliação permanente com Israel.<ref>{{Citar web|url=http://jeffreygoldberg.theatlantic.com/archives/2009/01/nizar_rayyan_of_hamas_on_gods.php|titulo=Nizar Rayyan of Hamas on God's Hatred of Jews|data=2009-01-02|acessodata=2023-11-23|website=Jeffrey Goldberg|wayb=20090122023505|urlmorta=sim}}</ref><ref>{{citar periódico|url=https://www.nytimes.com/2008/04/01/world/middleeast/01hamas.html|título=In Gaza, Hamas’s Insults to Jews Complicate Peace|data=01/04/2008|acessodata=23/11/2023|periódico=New York Times}}</ref>


Em 2018, a Bolívia assinou o [[Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares]].<ref>{{citar web |url=https://treaties.un.org/Pages/ViewDetails.aspx?src=TREATY&mtdsg_no=XXVI-9&chapter=26&clang=_en |título=Chapter XXVI: Disarmament&nbsp;– No. 9 Treaty on the Prohibition of Nuclear Weapons |publicado=United Nations Treaty Collection |data=7 de julho de 2017}}</ref><ref>{{citar jornal|título=UN nuclear weapon ban treaty now halfway towards entry into force |url=https://www.pressenza.com/2019/08/un-nuclear-weapon-ban-treaty-now-halfway-towards-entry-into-force/ |publicado=Pressenza – International Press Agency |data=6 de agosto de 2019}}</ref> O governo boliviano gasta anualmente 130 milhões de dólares em defesa.<ref>{{citar web|título=Bolivia Military Profile 2006|ano=2006|publicado=Index Mundi|url=http://indexmundi.com/bolivia/military_profile.html|acessodata=30 de abril de 2007|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070216142623/http://www.indexmundi.com/bolivia/military_profile.html|arquivodata=16 de fevereiro de 2007}}</ref>
Para o cofundador do Hamas, Ahmed Yassin, Israel estava tentando destruir o Islã, por isso concluiu que muçulmanos leais tinham a obrigação religiosa de destruir Israel.<ref>{{Harvnb|Neack|2008|p=101}}</ref> O objetivo de curto prazo do Hamas era libertar a Palestina, incluindo a atual Israel, da ocupação israelense. Alguns acadêmicos argumentam que o objetivo de longo prazo busca estabelecer um estado islâmico do rio Jordão ao Mar Mediterrâneo, notavelmente semelhante à noção sionista da mesma área sob maioria judaica.<ref name="books.google.com.br"/><ref>{{Harvnb|Assi|2018}} "Em resumo, a ideia de 'Palestina do rio ao mar' não passa das fronteiras de Eretz Israel imaginadas pelos primeiros sionistas. Essa ideia foi consagrada na carta fundadora do partido Likud, que afirma que 'entre o Mar e o Jordão, haverá apenas soberania israelense'. Pode-se, portanto, considerar a irônica situação de que o Hamas deve seu slogan apreciado aos sionistas. Afinal, o que é "Palestina livre do rio ao mar' senão uma paródia utópica de 'Grande Israel'?"</ref><ref>{{Harvnb|Frankel|1996|pp=389–391}}</ref><ref>{{Harvnb|Fawcett|2013|p=249}}</ref>


=== Propostas de Hudna ===
== Subdivisões ==
{{Artigo principal|Departamentos da Bolívia}}
Quando o Hamas ganhou a maioria nas eleições legislativas palestinas de janeiro de 2006, [[Ismail Haniya|Ismail Haniyeh]], então recém-eleito primeiro-ministro da [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Nacional Palestina]], enviou mensagens tanto ao presidente dos EUA, [[George W. Bush]], quanto aos líderes de Israel, pedindo reconhecimento e oferecendo um cessar-fogo de longo prazo e o estabelecimento de uma fronteira nas linhas de 1967. Não houve resposta.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.haaretz.com/opinion/2014-08-05/ty-article/.premium/why-do-palestinians-in-gaza-support-hamas/0000017f-e4bd-d804-ad7f-f5ffb0490000|título=Why Do Palestinians in Gaza Support Hamas?|acessodata=2023-11-23|periódico=Haaretz|lingua=en}}</ref> A proposta de Haniyeh era, supostamente, um armistício de cinquenta anos com Israel, caso um estado palestino fosse criado ao longo das fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital.<ref>{{Harvnb|Bose|2010|p=283}}</ref> Um membro do Hamas acrescentou que o armistício seria renovado automaticamente, a cada período.<ref>{{Harvnb|Slater|2020|p=285}}</ref> Em meados de 2006, Jerome Segal, da Universidade de Maryland, sugeriu que um estado palestino dentro das fronteiras de 1967 e um cessar-fogo de muitos anos poderiam ser considerados o reconhecimento ''de facto'' do Hamas ao estado de Israel.<ref name="haaretz.com"/> O porta-voz do Hamas, Ahmed Yousef, afirmou que uma "hudna" (período prolongado de cessar-fogo ou armistício) vai além de uma trégua e "obriga as partes a usar o período para buscar uma resolução permanente e não violenta de suas diferenças."<ref name=":168" />
A Bolívia se subdivide em nove departamentos, 112 [[província]]s, 327 [[município]]s e {{Fmtn|1384}} [[Cantão (divisão administrativa)|cantões]], os quais obtiveram maior [[autonomia]] com a Lei da Descentralização Administrativa de 1995.{{nota de rodapé|No marco da Lei da Descentralização Administrativa (Decreto Supremo 24.206 de 29 de dezembro de 1995) modificou-se a estrutura organizacional do Estado e a distribuição dos ingressos (a distribuição de ingressos é proporcional à população do departamento), transferindo responsabilidades, obrigações direitos para os poderes executivos departamentais, constituídos pela prefeitura e pelo conselho departamental. Segundo esta Lei de Descentralização Administrativa, as prefeituras tem autonomia de gestão administrativa, técnica e financeira, patrimônio próprio e definição indefinida. Seu objetivo geral é promover o [[desenvolvimento econômico]] e social dos departamentos mediante o planejamento regional, a realização de estudos de base, a formulação de programas e projetos, atuando também em diferentes setores do desenvolvimento regional, e concentrando seus investimentos nos campos da infraestrutura viária, infraestrutura sóciosanitária, promoção do desenvolvimento agropecuário e rural, e o fomento da pequena e média indústria.}}


{{Subdivisões da Bolívia}}
Em novembro de 2008, em uma reunião na Faixa de Gaza com 11 membros do [[Parlamento Europeu]], o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, reafirmou que o Hamas estava disposto a aceitar um estado palestino "nos territórios de 1967" (Faixa de Gaza e Cisjordânia) e ofereceu a Israel um cessar-fogo de longo prazo se Israel reconhecesse os direitos nacionais dos palestinos; e afirmou que Israel rejeitou essa proposta.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.haaretz.com/2008-11-09/ty-article/haniyeh-hamas-willing-to-accept-palestinian-state-with-1967-borders/0000017f-ded0-df9c-a17f-fed882750000|título=Haniyeh: Hamas Willing to Accept Palestinian State With 1967 Borders|acessodata=2023-11-23|periódico=Haaretz|lingua=en}}</ref> Por volta de 2018, um ministro das finanças do Hamas argumentou que uma "cessação de hostilidades de longo prazo, conforme entendido pelo Hamas e um acordo de dois estados são a mesma coisa".<ref name=":76">{{Harvnb|Tareq|2018|p=108}}</ref>


== Economia ==
Mkhaimer Abusada, um cientista político da Universidade Al-Azhar, escreveu em setembro de 2009 que o Hamas fala de "hudna" (cessar-fogo prolongado) e não de paz ou reconciliação com Israel pois acreditam que, ao longo do tempo, se tornarão fortes o suficiente para libertar toda a Palestina histórica.<ref name=":334">{{citar periódico|url=https://www.nytimes.com/2009/09/06/world/middleeast/06gaza.html|título=Hamas Fights Over Gaza’s Islamist Identity|data=05/09/2009|acessodata=23/11/2023|periódico=New York Times}}</ref> Vários autores adicionais alertaram por volta de 2020 que, se Israel aceitasse tal proposta (um estado palestino "nos territórios de 1967" combinado com um cessar-fogo de longo prazo), o Hamas manteria seu objetivo de estabelecer um único estado no antigo [[Mandato Britânico da Palestina|mandato da Palestina]], onde judeus viveriam como cidadãos.<ref name="Middle Eastern Studies"/><ref name=":336">{{Harvnb|Faeq|Jahnata|2020|pp=26–35}}</ref> O Hamas ofereceu a Israel uma "hudna" variando de 10 anos a 30, 40 ou até 100 anos, se Israel se retirar para as fronteiras de 1967.<ref name="Negotiation Journal"/> Muitos estudiosos sustentam que o objetivo do Hamas de estabelecer um estado palestino na Cisjordânia e Gaza é uma solução intermediária, enquanto seu objetivo de longo prazo é um único estado em todo o [[Mandato Britânico da Palestina|mandato da Palestina]], no qual os judeus viveriam como seus cidadãos.<ref name=":336" />
{{artigo principal|Economia da Bolívia}}
[[Imagem:Edificios_de_la_paz_en_Cotahuma.png|thumb|esquerda|upright|[[La Paz]], o centro financeiro do país]]


Em 2012 estimou-se um [[produto interno bruto]] (PIB) da Bolívia de 27,4 [[bilhões]] de dólares e de 56,14 bilhões de dólares em [[paridade do poder de compra]] (PPC). O [[crescimento econômico]] do país foi estimada em cerca de 5,2% e a [[inflação]] em cerca de 6,9%. A Bolívia foi classificada como "reprimida" pelo [[Índice de Liberdade Econômica]] de 2010.<ref>{{citar web|url=http://www.heritage.org/index/Ranking.aspx |título=Country Rankings |obra=2013 Index of Economic Freedom |publicado=Heritage.org |data= |acessodata=30 de agosto de 2010}}</ref> Apesar de uma série de contratempos, em sua maioria políticos, entre 2006 e 2009 o governo de [[Evo Morales]] estimulou o crescimento mais elevado dos últimos 30 anos, que foi acompanhado por uma diminuição moderada na [[desigualdade de renda]].<ref>{{citar web|url=http://www.cepr.net/index.php/publications/reports/bolivian-economy-during-morales-administration/|título=Bolivia: The Economy During the Morales Administration|data=Dezembro de 2009|autor=Mark Weisbrot, Rebecca Ray and Jake Johnston|publicado=CEPR – Center for Economic and Policy Research}}{{Ligação inativa}}</ref> Com um orçamento excedente de 1,7% do PIB em 2012, o governo mantém excedentes desde o início da administração Morales, refletindo uma gestão econômica prudente.
=== Política religiosa ===


O país é muito dependente da [[mineração]]. Em 2019, era o 8º maior produtor mundial de [[prata]];<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-silver.pdf USGS Silver Production Statistics]</ref> 4º maior produtor mundial de [[boro]];<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-boron.pdf USGS Boron Production Statistics]</ref> 5º maior produtor mundial de [[antimônio]];<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-antimony.pdf USGS Antimony Production Statistics]</ref> 5º maior produtor mundial de [[estanho]];<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-tin.pdf USGS Tin Production Statistics]</ref> 6º maior produtor mundial de [[tungstênio]];<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-tungsten.pdf USGS Tungsten Production Statistics]</ref> 7º maior produtor mundial de [[zinco]],<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-zinc.pdf USGS ZincProduction Statistics]</ref> e o 8º maior produtor mundial de [[chumbo]],<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-lead.pdf USGS Lead Production Statistics]</ref> além de ter uma produção considerável de [[ouro]].<ref>[https://www.ceicdata.com/en/indicator/bolivia/gold-production Bolivia Gold Production]</ref> Um duro golpe para a economia boliviana veio com uma queda drástica no preço do [[estanho]] durante o início dos anos 1980, o que impactou uma das principais fontes de renda do país e uma das suas principais indústrias de mineração.<ref>{{citar periódico|último =Crabtree |primeiro =J. |coautor=Buffy, G.; Pearce, J. |título=The Great Tin Crash: Bolivia and the World Tin Market |periódico=Bulletin of Latin American Research | volume=7 |número=1 |páginas=174–175 |ano=1988 | doi=10.2307/3338459 |publicado=Bulletin of Latin American Research, Vol. 7, No. 1 | jstor=3338459}}</ref> Desde 1985, o governo boliviano tem implementado um programa de longo alcance de estabilização macroeconômica e de reformas estruturais destinadas a manter a estabilidade dos preços, criando condições para um crescimento sustentado e um alívio na escassez. A grande reforma dos serviços [[Aduana|aduaneiros]] tem melhorado significativamente a transparência nesta área. Reformas legislativas paralelas têm feito políticas liberais para o mercado local, especialmente nos setores de [[hidrocarboneto]]s e [[telecomunicações]], o que tem incentivado o investimento privado.<ref>{{citar web|url=http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/35751.htm#econ |título=Economy of Bolivia |publicado=US State Government |data=23 de outubro de 2012 |acessodata=14 de julho de 2013}}</ref>
==== Na Faixa de Gaza ====
[[Imagem:Bolivia_Product_Exports_(2019).svg|thumb|Principais exportações da Bolívia em 2019]]
Com referência ao [[Estudos de gênero|papel das mulheres]], a Carta do Hamas, no seu artigo 17,<ref name=Avalon /> define que a elas cabe, principalmente, serem "criadora de homens", orientando e educando as novas gerações. Porém afirma que a importância delas no projeto [[islamismo|religioso]]-[[nacionalista]] de libertação é igual à dos homens. Mas a Carta também reconhece que as mulheres podem participar na luta pela libertação - mesmo sem a permissão dos maridos (artigo 12).{{Nota de rodapé|Posteriormente, uma declaração de 2002 também autorizou a participação feminina na ''Jihad'', mas, a despeito disso e do apoio popular à medida, as mulheres não se tornaram um elemento importante na luta e das forças operacionais do Hamas.<ref>{{Harvnb|Davis|2017|p=57}}</ref>}} A ênfase doutrinária na procriação e na criação dos filhos, como o dever principal da mulher, não é muito diferente da visão preconizada pelo [[Fatah]] acerca das mulheres na [[Primeira Intifada]] e também se assemelha à perspectiva dos [[colonos judeus]], na época, a qual, entretanto, sofreu mudanças ao longo do tempo.<ref>{{Harvnb|Shitrit|2015|p=73-74}}</ref><ref>{{Harvnb|Phillips|2011|p=81}}</ref>
[[Imagem:Potosi Décembre 2007 - Industrie Minière.jpg|thumb|[[Mina (mineração)|Minas]] em [[Potosí]]]]
[[Imagem:Quinoa diversity, Uyuni, Bolivia.JPG|thumb|Plantação de [[quinoa]] em [[Uyuni]]]]


Outra base econômica do país é a extração e exportação de [[gás natural]]. Em 2015, a Bolívia era o 31º maior produtor mundial de gás, com 20,5 bilhões de m³ ao ano. Na América do Sul, só produz menos do que a [[Argentina]] e a [[Venezuela]]. Em 2017, o país era o 15º maior exportador de gás do mundo: 15,1 bilhões de m³ ao ano.<ref>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2249rank.html CIA. The World Factbook. Natural gas - production.]{{Ligação inativa}}</ref> A Bolívia tem a segunda maior reserva de gás na [[América do Sul]].<ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/7607158.stm |título=Anti-Morales protests hit Bolivia |publicado=BBC News |data=10 de setembro de 2008 |acessodata=30 de agosto de 2010}}</ref> O governo tem um contrato de venda de longo prazo para vender gás natural para o Brasil até 2019 e realizou um referendo obrigatório em 2005 sobre a Lei de Hidrocarbonetos.
Em 1989, durante a [[Primeira Intifada]], um pequeno número de seguidores do Hamas militou pelo uso do ''[[hijabe|hijab]]'',<ref>{{Harvnb|Shitrit|2015|p=74}}</ref> - vestimenta islâmica que não é parte do traje tradicional das mulheres na Palestina -, e pela [[poligamia]], além de defender que as mulheres ficassem em casa e fossem segregadas dos homens. Durante essa campanha, mulheres que escolheram não usar o ''hijab'' foram assediadas verbal e fisicamente, acabando por adotar o ''hijab'' "apenas para evitar problemas nas ruas".<ref>{{Harvnb|Shitrit|2015|pp=230-231}}</ref> O assédio diminuiu drasticamente quando, após 18 meses, a UNLU (Liderança Nacional Unificada da Revolta) condenou os atos, embora campanhas semelhantes tenham voltado a ocorrer posteriormente.<ref>{{Harvnb|Moghadam|2007|p=27}}</ref>


A [[agricultura]] é menos relevante no PIB do país em comparação com o resto da América Latina. Em 2018, a Bolívia produziu 9,6 milhões de toneladas de [[cana-de-açúcar]], 2,9 milhão de toneladas de [[soja]] (10º maior produtor do mundo), 1,2 milhão de toneladas de [[milho]], 1,1 milhão de toneladas de [[batata]], 1 milhão de toneladas de [[sorgo]], 700 mil toneladas de [[banana]], 541 mil toneladas de [[arroz]], 301 mil toneladas de [[trigo]], além de produções menores de outros produtos agrícolas, como [[tangerina]], [[mandioca]], [[laranja]], [[feijão]], [[girassol]] e [[algodão]]. As maiores exportações do país estão baseadas na soja (farelo de soja e [[óleo de soja]]).<ref>[http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/ Agricultura da Bolívia, pela FAO]</ref> A cultura da [[soja]] foi trazida pelos brasileiros ao país: em 2006, quase 50% dos produtores de soja da Bolívia eram pessoas oriundas do Brasil, ou descendentes de brasileiros. Os primeiros produtores brasileiros começaram a chegar ao país nos anos 1990. Antes disto, haviam muitas terras no país sem uso, ou onde só se praticava agricultura de subsistência.<ref>[https://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/agricultura/o-brasil-que-planta-na-bolivia-2no8img13bb4xydb3u981ahky/ O brasil que planta na Bolívia]</ref>
Desde que o Hamas assumiu o governo da Faixa de Gaza, em 2007, alguns dos seus membros tentaram impor o uso do ''hijab'' às mulheres.<ref name=":334" /><ref>{{Citar web|url=http://news.xinhuanet.com/english/2010-01/03/content_12748559.htm|titulo=Hamas encourages Gaza women to follow Islamic code _English_Xinhua|data=2010-01-03|acessodata=2023-11-23|website=Xinhua|wayb=20110514030330|urlmorta=sim}}</ref> O Ministério de Assuntos Islâmicos enviou membros do Comitê da Virtude para advertir os cidadãos sobre os perigos do vestuário imodesto, do jogo de cartas e do namoro.<ref name=":345">{{Citar web|url=http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=newsarchive&sid=aB2RfynNbLmk|titulo=Hamas Bans Women Dancers, Scooter Riders in Gaza Push|data=2009-09-30|acessodata=2023-11-23|website=Bloomberg|wayb=20151118123632|urlmorta=sim}}</ref> Não houve, desde então, leis que impusessem padrões de vestimenta e outras regras morais, ainda que o Ministério da Educação do Hamas tivesse mantido um esforço para impor o uso de vestes islâmicas a estudantes.<ref name=":334" /> Também houve resistência bem-sucedida às tentativas de autoridades locais do Hamas de impor o uso do ''hijab'' às mulheres.<ref>{{Citar periódico|url=https://www.theguardian.com/world/2009/oct/18/hamas-gaza-islamist-dress-code|título=Hamas patrols beaches in Gaza to enforce conservative dress code|data=2009-10-18|acessodata=2023-11-23|periódico=The Guardian|ultimo=McCarthy|primeiro=Rory|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref> Representantes do Hamas negam ter planos de impor a lei islâmica, afirmando que "o que você está vendo são incidentes, não políticas", e que a lei islâmica é o padrão desejado, "mas acreditamos na persuasão".<ref name=":345" />


O [[Serviço Geológico dos Estados Unidos]] estima que a Bolívia tenha 21 milhões de toneladas cúbicas de [[lítio]], o que representaria a maior reserva mundial de um país.<ref>[https://pubs.usgs.gov/periodicals/mcs2021/mcs2021-lithium.pdf USGS Lithium Production Statistics]</ref> No entanto, a mineração desse recurso implicaria em perturbar os [[Deserto de sal|desertos de sal]] do país (como o [[Salar de Uyuni]]), uma importante característica natural que impulsiona o [[turismo]] na região. O governo não quer destruir essa paisagem natural única para atender a crescente demanda mundial de lítio.<ref>{{citar jornal| url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/business/7607624.stm |publicado=BBC News |título=Bolivia's lithium mining dilemma |data=10 de setembro de 2008 |acessodata=26 de abril de 2010}}</ref>
Em 2013, a [[Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente]] (UNRWA) cancelou sua maratona anual em Gaza, depois que os governantes do Hamas proibiram mulheres de participar da corrida.<ref>{{citar periódico|url=https://www.timesofisrael.com/un-cancels-gaza-marathon-over-hamas-ban-on-women/|título=UN cancels Gaza marathon over Hamas ban on women|data=05/03/2013|acessodata=23/11/2023|periódico=The Times of Israel}}</ref>


== Infraestrutura ==
==== Na Cisjordânia ====
=== Transportes ===
Em 2005, a organização de direitos humanos Freemuse divulgou um relatório intitulado "Palestina: Tentativas semelhantes ao [[Talibã]] de censurar música", que afirmava que músicos palestinos temiam a imposição de leis religiosas rigorosas contra música e concertos, uma vez que o grupo Hamas obteve ganhos políticos nas eleições locais da [[Autoridade Nacional Palestiniana|Autoridade Palestina]] em 2005.<ref name=":348">{{Citar web|url=http://www.freemuse.org/sw10095.asp|titulo=Palestine: Taliban-like attempts to censor music in West Bank|data=2005-08-17|acessodata=2023-11-23|website=Freemuse|wayb=20110807211707|urlmorta=sim}}</ref>
[[Imagem:Aviones de BoA en Cochabamba.jpg|thumb|esquerda|[[Aeroporto Internacional de Cochabamba]]]]
O território da Bolívia está comunicado por vários meios de transporte. O país possui quatro aeroportos internacionais: [[Aeroporto Internacional Viru Viru]], em [[Santa Cruz de la Sierra]], [[Aeroporto Internacional de Cochabamba|Aeroporto Internacional Jorge Wilstermann]], em [[Cochabamba]], [[Aeroporto Internacional de El Alto]], em [[La Paz]] e o [[Aeroporto Internacional Juan Mendoza]], em [[Oruro]].<ref name="Aeroportos da Bolívia">{{citar web | url = https://www.aeroportosdomundo.com/americadosul/bolivia | título = Aeroportos de Bolivia | publicado = Aeroportos do Mundo | acessodata = 1 de dezembro de 2018 | data = }}</ref> Existem ainda, outros 855 terminais aéreos pequenos e aeródromos com pistas pavimentadas ou de terra, situados em distintas localidades do país.<ref name="Aeroportos da Bolívia 2">{{citar web | url = https://www.indexmundi.com/es/bolivia/aeropuertos.html | título = Aeroportos de Bolivia | publicado = Aeroportos do Mundo | acessodata = 1 de dezembro de 2018 | data = }}</ref>


O sistema terrestre com mais de 49 900&nbsp;km de [[rodovia]]s e arredor de 4 600&nbsp;km pavimentados formada por várias rotas nacionais, o resto de rodovias é de [[cascalho]] ou [[terra]]. O país só inaugurou a sua primeira rodovia duplicada em 2015: um trecho entre a capital La Paz e Oruro, de 203&nbsp;km.<ref>{{citar web|URL=https://economia.estadao.com.br/blogs/retratos-da-economia/bolivia-ganha-sua-primeira-rodovia-duplicada/|título= Bolívia ganha sua primeira rodovia duplicada|autor=Estadão|acessodata=3/12/2021}}</ref> A Bolívia também conta com um ramal da [[Rodovia Pan-americana]] que cruza todo o altiplano conectando-se assim com os países limítrofes. A estrada ''[[Camino a Los Yungas]]'' foi considerada a "estrada mais perigosa do mundo" pelo [[Banco Interamericano de Desenvolvimento]], sendo chamada de ''El Camino de la Muerte'' em espanhol.<ref>{{citar jornal|título=At least 14 people killed in Bolivia landslides |obra=Al Jazeera |acessodata=5 de agosto de 2019|data=6 de fevereiro de 2019 |url=https://www.aljazeera.com/news/2019/02/14-people-killed-bolivia-landslides-190206084033483.html}}</ref>
A tentativa do Hamas de impor um código cultural de conduta nas décadas de 1980 e início de 1990 resultou em violentos confrontos entre diferentes setores palestinos. Membros do Hamas, segundo relatos, incendiaram lojas que vendiam vídeos considerados indecentes e destruíram livros descritos como "heréticos".<ref name=":349">{{Citar periódico|url=https://www.haaretz.com/israel-news/culture/2005-07-26/ty-article/afghanistan-in-palestine/0000017f-e160-d7b2-a77f-e367c0930000|título=Afghanistan in Palestine|acessodata=2023-11-23|periódico=Haaretz|lingua=en}}</ref>


=== Educação ===
Em 2005, uma apresentação ao ar livre de música e dança em Qalqiliya foi repentinamente proibida pela administração liderada pelo Hamas, sob a justificativa de que tal evento seria "haram", ou seja, proibido pelo Islã.<ref>{{Harvnb|Otterbeck|2008|pp=211–228}}</ref> A administração ordenou que a música não fosse mais tocada no zoológico de Qalqiliya. O [[mufti]] Akrameh Sabri emitiu um [[édito]] religioso confirmando a decisão da administração.<ref name=":349" /> Em resposta, o poeta nacional palestino [[Mahmoud Darwish]] alertou que "Existem elementos tipo Talibã em nossa sociedade e isso é um sinal muito perigoso."<ref name=":348" /><ref name=":349" /><ref>{{citar periódico|título=Palestinians Debate Whether Future State Will be Theocracy or Democracy|data=13/07/2005|acessodata=23/11/2023|periódico=Associated Press}}</ref>
{{Artigo principal|Educação na Bolívia}}
[[Imagem:Universidad Mayor Real y Pontificia de San Francisco Xavier de Chuquisaca - Patio histórico.jpg|thumb|[[Universidade de São Francisco Xavier de Chuquisaca]] em [[Sucre]], fundada em 1624]]


O Ministério da Educação e Cultura da Bolívia é o órgão responsável pela coordenação do sistema nacional de educação. A educação na Bolívia, assim como outros aspectos na vida dos [[bolivianos]], tem uma divisão entre a área rural e a urbana. O [[analfabetismo]] rural se mantém alto, mesmo que o resto do país tenha aumentado o índice de alfabetização. Essa diferença é causada parcialmente pelo fato de que muitas crianças vivendo em áreas rurais são forçadas a contribuir economicamente para a renda familiar e, assim, torna-se muito mais improvável que frequentem a escola. Na média, as crianças da área rural frequentam a escola por 4,2 anos, enquanto as crianças da área urbana recebem educação por uma média de 9,4 anos. Uma diferença de gêneros também existe. O índice de alfabetização do país é de 92,5%, comparavelmente menor que os outros países da [[América do Sul]].<ref name="Dados sobre educação na Bolívia">{{Citar web | url= https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/bolivia/#people-and-society | titulo = Bolivia | publicado = CIA | data = | acessodata = 9 de abril de 2021 | lingua = inglês | autor = The World Factbook }}</ref>
O colunista palestino Mohammed Abd Al-Hamid, residente em [[Ramala|Ramallah]], escreveu que essa coerção religiosa poderia causar a migração de artistas e disse: "Os fanáticos religiosos na [[Argélia]] destruíram todo símbolo cultural, despedaçaram estátuas e obras de arte raras e liquidaram intelectuais e artistas, repórteres e autores, bailarinos e cantores. Vamos imitar os exemplos argelino e afegão?"<ref name=":349" />


Em 2008, seguindo os padrões da [[UNESCO]], a Bolívia foi declarada livre do analfabetismo, tornando-se o quarto país da América do Sul a atingir esse status.<ref name="literacyBBC">{{Citar web | url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/7794293.stm | titulo = Bolivia Declares Literacy Success | publicado = BBC News | data = 21 de dezembro de 2008 | acessodata = 12 de fevereiro de 2014 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20171011200135/http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/7794293.stm | arquivodata = 11 de outubro de 2017 | lingua = inglês }}</ref> O país destina cerca de 7,3% de seu orçamento anual para gastos e investimentos em educação, sendo o maior investimento entre os países da América do Sul e o 11º maior entre as nações do mundo.<ref name="Dados sobre educação na Bolívia" /> Uma reforma fez algumas mudanças significativas. Iniciada em 1994, a reforma descentralizou os fundos para educação para se adequar às diversas necessidades locais, melhorar o treinamento de professores e o currículo, formalizar e expandir a educação bilíngue e modificar o sistema de séries escolares. A resistência da união de professores, entretanto, tem atrasado a implementação de algumas partes da reforma.<ref name="loc">{{Citar web|data = janeiro de 2006|titulo = Country Profile: Bolivia |url = https://www.loc.gov/rr/frd/cs/profiles/Bolivia.pdf |acessodata = 5 de novembro de 2020|publicado = Federal Research Division, Library of Congress | lingua = inglês }}</ref>
=== A Turquia de Erdoğan como um modelo a ser seguido ===

Alguns membros do Hamas afirmaram que o modelo de governo islâmico que o Hamas busca emular é o da [[Turquia]] sob o comando de [[Recep Tayyip Erdoğan]]. Os membros proeminentes que se distanciaram das práticas do [[Talibã]] e apoiaram publicamente o modelo de [[Recep Tayyip Erdoğan|Erdoğan]] foram Ahmed Yousef e Ghazi Hamad, conselheiros do primeiro-ministro Hanieh.<ref name=":352">{{Citar web|url=https://www.brandeis.edu/crown/publications/middle-east-briefs/index.html|titulo=Middle East Briefs|acessodata=2023-11-23|website=Brandeis University|lingua=en}}</ref><ref name=":352"/> Yusuf, vice-ministro das Relações Exteriores do Hamas, refletiu esse objetivo em uma entrevista a um jornal turco, afirmando que, embora a opinião pública estrangeira associe o Hamas ao [[Talibã]] ou à [[al-Qaeda]], a analogia é imprecisa. Yusuf descreveu o [[Talibã]] como "contrário a tudo", incluindo educação e direitos das mulheres, enquanto o Hamas deseja estabelecer boas relações entre os elementos religiosos e seculares da sociedade, buscando [[direitos humanos]], democracia e uma sociedade aberta.<ref>{{Citar web|url=http://www.hurriyetdailynews.com/default.aspx?pageid=438&n=box-2010-06-10|titulo=TURKEY - Hamas: 'We want Erdoğan's model, not Taliban's'|data=2015-09-08|acessodata=2023-11-23|website=Hürriyet Daily News|wayb=20150908014446|urlmorta=sim}}</ref> De acordo com o professor Yezid Sayigh do [[King's College de Londres|King's College]] em Londres, a influência dessa visão dentro do Hamas é incerta, uma vez que tanto Ahmad Yousef quanto Ghazi Hamad foram demitidos de seus cargos como conselheiros do primeiro-ministro do Hamas, Ismail Hanieh, em outubro de 2007.<ref name=":352" /> Ambos foram posteriormente nomeados para outras posições proeminentes dentro do governo do Hamas. Khaled al-Hroub, do jornal palestino anti-Hamas Al Ayyam, acrescentou que apesar das alegações dos líderes do Hamas de que desejam repetir o modelo turco do Islã, "o que está acontecendo na prática no terreno é uma réplica do modelo [[talibã]] do Islã".<ref>{{citar periódico|url=https://www.nytimes.com/2007/06/21/world/middleeast/21mideast.html|título=A Leader of Hamas Warns of West Bank Peril for Fatah|data=21/07/2007|acessodata=23/11/2023}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.thefreelibrary.com/Hamas-Gaza-extremism.-a0211366448|titulo=Hamas-Gaza-extremism|acessodata=2023-11-23|website=Free Online Library}}</ref><ref>{{Citar periódico|url=https://www.reuters.com/world/middle-east/turkeys-erdogan-says-hamas-is-not-terrorist-organisation-2023-10-25/|título=Turkey's Erdogan says Hamas is not terrorist organisation, cancels trip to Israel|data=2023-10-25|acessodata=2023-11-23|periódico=Reuters|ultimo=Gumrukcu|primeiro=Tuvan|ultimo2=Hayatsever|primeiro2=Huseyin|lingua=en}}</ref>
O ensino superior consiste na [[Universidade da Bolívia]] e em vários institutos públicos e privados. A Universidade da Bolívia trata-se de um consórcio de oito universidades públicas e uma universidade privada, a [[Universidade Católica Boliviana]]. Outras escolas oferecem treinamento técnico em belas-artes, artes comerciais e campos técnicos, bem como treinamento de professores.<ref name="loc6">{{citar web | autor = Hudson, Rex A.|url=https://www.loc.gov/item/90026427/|titulo = Bolivia: a country study | |data = 1991|publicado = Federal Research Division, Library of Congress | lingua = inglês }}</ref>

=== Saúde ===
[[Imagem:Clinica Niño Jesus - panoramio.jpg|thumb|esquerda|Clínica Niño Jesus em [[Santa Cruz de la Sierra]]]]
De acordo com a [[UNICEF]], a taxa de mortalidade de menores de cinco anos em 2006 era de 52,7‰ e foi reduzida para 26‰ em 2019.<ref>{{citar web|título=Bolivia (Plurinational State of) (BOL) - Demographics, Health & Infant Mortality|url=https://data.unicef.org/country/bol/|acessodata=2020-12-17|website=UNICEF DATA|língua=en-US}}</ref> A taxa de [[mortalidade infantil]] foi de 40,7‰ em 2006 e foi reduzida para 21,2‰ em 2019.<ref>{{citar web|título=Mortality rate, infant (per 1,000 live births) - Bolivia {{!}} Data|url=https://data.worldbank.org/indicator/SP.DYN.IMRT.IN?locations=BO&start=2006|acessodata=2020-12-17|website=data.worldbank.org}}</ref> Antes de Morales assumir o cargo, quase metade de todas as crianças não eram vacinadas; agora quase todas estão vacinados. Morales também implementou vários programas suplementares de nutrição, incluindo um esforço para fornecer comida gratuita em escritórios de saúde pública e seguridade social, e seu programa de ''desnutrición cero'' (desnutrição zero) oferece [[merenda]] escolar gratuita.<ref name=":1">{{citar web|título=Progress in Bolivia: Declining the United States Influence and the Victories of Evo Morales|url=https://www.researchgate.net/publication/312406225|acessodata=2020-12-17|website=ResearchGate|língua=en}}</ref>

Entre 2006 e 2016, a [[pobreza extrema]] na Bolívia caiu de 38,2% para 16,8%. A [[desnutrição]] crônica em crianças menores de cinco anos também diminuiu 14% e a taxa de mortalidade infantil foi reduzida em mais de 50%, de acordo com a [[Organização Mundial da Saúde]].<ref>{{citar web |publicado=World Health Organization |url=http://apps.who.int/gho/data/node.country.country-BOL?lang=en|título=GHO &#124; By country &#124; Bolivia (Plurinational State of) – statistics summary (2002 – present)}}</ref> Em 2019, o governo boliviano criou um sistema de [[saúde universal]] que foi citado como modelo para todos pela Organização Mundial de Saúde.<ref>{{citar web|data=2019-05-25|título=Bolivia's universal healthcare is model for the world, says UN|url=https://www.pressenza.com/2019/05/bolivias-universal-healthcare-is-model-for-the-world-says-un/|acessodata=2020-12-17|website=Pressenza|língua=en}}</ref>

=== Energia ===
[[Imagem:Inspeccion presa Misicuni Bolivia.jpg|thumb|Reservatório da hidrelétrica de Misicuni, na região de [[Cochabamba]]]]
A eletricidade gerada na Bolívia é proveniente de [[Usina hidrelétrica|usinas hidrelétricas]] (42%) e [[Usina termoeletétrica|termoelétricas]] (58%). O balanço energético de 2008 foi positivo, com uma geração do Sistema Interligado Nacional (SIN) de {{Fmtn|5372}} GWh e um consumo nacional de {{Fmtn|5138}} GWh. O potencial hidrelétrico é de {{Fmtn|39850}} MW, que pode ser exportado para países vizinhos.<ref name="Energia na Bolívia">{{Citar web |url = http://www.comunidadandina.org/documentos/docIA/IA17-12-02.htm |acessodata = 3 de dezembro de 2018 |autor = Comunidad Andina de Naciones |data = 2009 |título = Informe preliminar del Potencial Energético de la Subregión Andina como factor estratégico para la Seguridad Energética Regional y Hemisférica |arquivourl = https://web.archive.org/web/20080904042545/http://www.comunidadandina.org/documentos/docIA/IA17-12-02.htm |arquivodata = 4 de setembro de 2008 }}</ref> Em 2015, a Bolívia possuía a terceira maior bacia de [[gás natural]] da América do Sul, superada apenas pela Argentina e [[Venezuela]], e a 31ª maior bacia de gás natural do mundo, com um total de 750,400 milhões de m<sup>3</sup> em 2015. Em 2017, o país produziu 20,510 bilhões de m<sup>3</sup>, ficando atrás de Argentina, [[México]] e Venezuela em comparação com os países da América Latina.<ref name="Gás natural na Bolívia">{{Citar web |url = https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/269rank.html#RS |acessodata = 3 de dezembro de 2018 |autor = CIA |publicado = The World Factbook |data = 2017 |título = Country Comparison: Natural Gas - Production |lingua = inglês }}{{Ligação inativa}}</ref>

A economia boliviana é fortemente dependente da produção do gás natural. Boa parte desta produção é destinada à exportação, com o Brasil sendo o principal mercado consumidor do gás natural boliviano, desde 1999. Cerca de 50% do gás natural produzido pela Bolívia é importado para o Brasil, mas essa relação de importação para o mercado brasileiro vem diminuindo nos últimos anos, em parte pelo início das exportações de gás natural à outras localidades, como o Paraguai e a Europa.<ref name="Gás natural na Bolívia 2">{{Citar web |url = http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,ERT142510-16367,00.html |acessodata = 3 de dezembro de 2018 |autor = O Globo | publicado = Época Negócios |data = |título = Bolívia cogita usar Brasil para exportar gás à Europa }}</ref><ref name="Gás natural na Bolívia 3">{{Citar web |url = https://economia.uol.com.br/noticias/efe/2017/01/10/exportacao-de-gas-boliviano-ao-brasil-cai-para-menos-da-metade.htm |acessodata = 3 de dezembro de 2018 | publicado = UOL Economia |data = |título = Exportação de gás boliviano ao Brasil cai para menos da metade }}</ref> Em 2013, o país atingiu seu recorde ao faturar US$ 6,059 bilhões em exportações de gás natural.<ref name="Gás natural na Bolívia 4">{{Citar web |url = https://exame.abril.com.br/economia/bolivia-fatura-us-6-059-bi-em-venda-de-gas-natural-em-2013/ |acessodata = 3 de dezembro de 2018 | publicado = Revista Exame |data = 24 de fevereiro de 2014 |título = Bolívia fatura US$ 6,059 bi em venda de gás natural em 2013 }}</ref>

=== Telecomunicações e mídia ===

O sistema de telecomunicações boliviano cobre a maior parte do território do país. Conforme dados de julho de 2015, há mais de 881 mil linhas de telefonia fixa e cerca de 10,163 milhões de assinantes de telefonia móvel. O número de usuários de internet excede 4,1 milhões, mas a taxa de penetração de serviços de informática é uma das menores da América Latina, uma vez que apenas 45,1% dos bolivianos possuem acesso à internet.<ref name="Acesso à internet na Bolívia">{{citar web |url = https://www.indexmundi.com/es/bolivia/telecomunicaciones_perfil.html |título = Bolivia Perfil Telecomunicaciones 2017 |acessodata = 3 de dezembro de 2018 | publicado = Index Mundi |data = 2017 | lingua = espanhol }}</ref>

Em dezembro de 2013, o primeiro satélite espacial da Bolívia, chamado [[Túpac Katari (satélite)|TKSAT-1 "Túpac Katari"]], com órbita geoestacionária na posição 87,2° oeste, foi colocado em órbita. Até à data, transmite sinais nacionais e internacionais de televisão e rádio, utilizando o sistema DTH e a Internet para todo o país, servindo também a outras formas de telecomunicações. A expectativa de vida útil do satélite é de 15 anos, tendo sido adquirido da [[China]].<ref name="A">{{citar web|língua=en | url = http://space.skyrocket.de/doc_sdat/tupak-katari-1.htm | título = Túpac Katari 1 (TKSat 1) | publicado = Gunter's Space Page | acessodata = 18 de outubro de 2014}}</ref> O Túpac Katari 1 está equipado com 26 [[Transponder (satélite de comunicação)|transponders]] em [[banda Ku]], 2 em [[banda C]] e 2 em [[banda Ka]]<ref name="A"/> para fornecer telefonia, televisão, internet e telemedicina. Sua cobertura é extensa, cobrindo, além da Bolívia, o Peru, Equador, Colômbia, Paraguai, Uruguai e Venezuela.<ref name="Telecomunicações da Bolívia 2">{{citar web | língua = en | url = http://www.abe.bo/n3.html | título = El camino al cielo que parte de China | publicado = Abe | acessodata = 18 de outubro de 2014 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20140819083400/http://www.abe.bo/n3.html | arquivodata = 19 de Agosto de 2014 | urlmorta = yes }}</ref>

== Cultura ==

[[Imagem:DiabladaFerroviariadeOruroBolivia.jpg|thumb|A ''Diablada'', uma dança tradicional do [[Carnaval de Oruro]] e um [[Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade]] desde 2001]]

A cultura boliviana tem sido fortemente influenciada pelos [[quíchuas]], [[aimarás]], bem como pelas culturas populares da [[América Latina]] como um todo. O desenvolvimento cultural é dividido em três períodos distintos: pré-colombiano, colonial e republicano. Ruínas arqueológicas importantes, ornamentos de ouro e prata, monumentos de pedra, cerâmica e tecelagem permanecem de diversas culturas pré-colombianas importantes. Grandes ruínas incluem [[Tiwanaku]], [[Forte de Samaipata]], Inkallaqta e Iskanawaya. O país é rico em outros sítios que são difíceis de alcançar e tem tido pouca exploração arqueológica.<ref name="BackgroundNote"/>

O Patrimônio Cultural da Bolívia é formado por todos os bens culturais, tangíveis e intangíveis. O Estado boliviano reconhece a formação pluricultural, multiétnico e plurilinguística da nação boliviana e tem como uma de suas funções mais importantes preservar e proteger igualmente a herança cultural de todas as culturas e nações que se desenvolveram e ainda se desenvolvem na Bolívia.<ref name="BackgroundNote"/>

=== Artes ===
Os [[espanhóis]] trouxeram sua própria tradição da arte religiosa que, nas mãos de construtores e artesãos indígenas e mestiços locais, desenvolveram em um estilo rico e distintivo da arquitetura, pintura e escultura conhecida como "Barroco Mestiço". O período colonial produziu não apenas as pinturas de Pérez de Holguín, Flores, Bitti e outros, mas também as obras de artesãos qualificados, mas desconhecidos. Um importante corpo de música religiosa barroca nativa do período colonial foi recuperada e foi realizado internacionalmente, com grande êxito desde 1994.<ref name="BackgroundNote"/>

Entre os artistas bolivianos de estatura no século XX estão [[Guzmán de Rojas]], [[Arturo Borda]], [[María Luisa Pacheco]], [[Roberto Mamani Mamani]], [[Alejandro Mario Yllanes]], [[Alfredo da Silva]] e [[Marina Núñez del Prado]]. A Bolívia tem um [[folclore]] rico. Sua música folclórica regional é distintiva e variada. As danças ''diabladas'' no [[carnaval de Oruro]], que acontece anualmente, é um dos grandes eventos folclóricos da [[América do Sul]] e um [[Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade]], como proclamado pela [[UNESCO]] em maio de 2001.<ref name="BackgroundNote"/>

=== Arquitetura ===
[[Ficheiro:Catedral Metropolitana de La Paz.JPG|esquerda|thumb|Igreja e Convento de São Francisco, em La Paz]]
A arquitetura boliviana reflete edifícios de [[Tiauanaco]] construídos com grandes blocos de pedra esculpidos com excelentes junção e construções incas como os palácios da [[Isla del Sol]] e o forte militar de [[Forte de Samaipata|Samaipata]] e [[Incallajta]], com o primeiro destes declarado Patrimônio Mundial da pela UNESCO, e o segundo abrigando um dos sítios arqueológicos mais importantes do país.<ref name="Arquitetura na Bolívia">{{citar web |url=http://www.gabrielbernat.es/peru/preinca/cultpreincaicas/dregionales/TIAHUANACO/tiahuanaco.html|título=Cultura Tiahuanaco |autor = Bernat, Gabriel |data = |acessodata = 15 de fevereiro de 2020 | lingua = espanhol }}</ref><ref name="Arquitetura na Bolívia 2">{{citar web |url=http://www.kalipedia.com/historia-peru/tema/arquitectura-inca-bolivia.html?x=20080801klphishbo_17.Kes&ap=3 |título = Arquitectura inca en Bolivia |publicado = Kalipedia |data = |acessodata = 15 de fevereiro de 2020 | lingua = espanhol | arquivourl = https://web.archive.org/web/20130512163021/http://www.kalipedia.com/historia-peru/tema/arquitectura-inca-bolivia.html?x=20080801klphishbo_17.Kes&ap=3 | arquivodata = 9 de março de 2016 }}</ref> Do período colonial, destacam-se edifícios religiosos sob a influência do [[barroco andino]] do século XVIII, que combinam a arquitetura europeia e elementos mitológicos nativos. A [[Igreja e Convento de São Francisco (La Paz)|Igreja e Convento de São Francisco]], a [[Igreja de San Lorenzo de Carangas]] e as igrejas das [[Chiquitos (missões jesuíticas)|Missões Jesuíticas de Chiquitos]] são obras representativas desse período da história arquitetônica boliviana.<ref name="Arquitetura na Bolívia 3">{{citar web |url= http://bo.kalipedia.com/historia-bolivia/tema/tiempos-coloniales/arquitectura-barroco-mestizo.html?x=20080803klphishbo_31.Kes&ap=0 |título = La arquitectura y el barroco mestizo |publicado = Kalipedia |data = |acessodata = 15 de fevereiro de 2020 | lingua = espanhol | arquivourl = https://web.archive.org/web/20130512161119/http://bo.kalipedia.com/historia-bolivia/tema/tiempos-coloniales/arquitectura-barroco-mestizo.html?x=20080803klphishbo_31.Kes&ap=0 | arquivodata = 2 de abril de 2015}}</ref>

Após a independência, novos estilos passaram a exercer maior influência nas edificações do país, como o [[Arquitetura neoclássica|neoclássico]], visto na construção da [[Catedral de Potosí]]; e o ''[[Beaux-Arts]]'' francês, no [[Palácio Quemado]] e na [[Catedral de Santa Cruz de la Sierra]]. No final do século XIX, sobrepõe-se o [[Arquitetura eclética|ecletismo]] em obras como o [[Principado de La Glorieta]], de Antonio Camponovo, que combina 14 estilos arquitetônicos diferentes.<ref name="Arquitetura na Bolívia 4">{{citar web |url= http://www.redpizarra.org/HuellasDeBolivia/ElArteEnBoliviaEnLosSiglosXIXYXX |título = El Arte En Bolivia XIX Y XX|publicado = Kalipedia |data = |acessodata = 15 de fevereiro de 2020 | lingua = espanhol | arquivourl = https://web.archive.org/web/20111026083225/http://www.redpizarra.org/HuellasDeBolivia/ElArteEnBoliviaEnLosSiglosXIXYXX | arquivodata = 11 de novembro de 2016}}</ref> No século XX, estilos como o ''Neotiahuanaco'' surgiram no [[Museu Nacional de Arqueologia (Bolívia)|Museu Nacional de Arqueologia]], de [[Arturo Posnasky]]; e os acadêmicos oficiais do [[Assembleia Legislativa Plurinacional da Bolívia|Palácio Legislativo de Camponovo]]. No uso de ambos os estilos, destaca-se [[Emilio Villanueva]], considerado o arquiteto boliviano mais importante deste século em obras como a Prefeitura de La Paz (1925), o [[Banco Central da Bolívia (edifício)|Banco Central da Bolívia]] (1926) e o complexo da [[Universidade Maior de San Andrés]] (1941–1948).<ref name="Arquitetura na Bolívia 4" />

=== Pintura ===
[[Imagem:Miguel_Alandia_Pantoja.jpg|thumb|[[Miguel Alandia Pantoja]]]]
A pintura boliviana tem o seu início na [[arte rupestre]] de [[Povos nativos da Bolívia|povos nativos]]. Atualmente, existem mais de mil locais com arte rupestre que correspondem a diferentes períodos como [[paleoamericano]], [[Civilizações andinas|pré-inca]], [[Império inca|inca]], [[Colonização europeia da América|colonial]] e [[Independência da Bolívia|republicano]].<ref name="Pintura na Bolívia" /> Os principais parques arqueológicos da arte rupestre boliviana são [[Calacala]] em Oruro, [[Samaipata]] (local declarado [[Patrimônio Cultural]] da Humanidade ) em Santa Cruz, [[Copacabana]] em La Paz e [[Incamachay]] (local declarado Monumento Nacional) em [[Chuquisaca]].<ref name="Pintura na Bolívia">{{citar web |url=http://rupestreweb.tripod.com/hablan.html|título=Campaña educativa sobre arte rupestre: ROCAS QUE HABLAN (2004-2005) |editor= Embaixada dos Estados Unidos na Bolívia / Sociedade de Pesquisa em Arte Rupestre da Bolívia |data = |acessodata = 14 de fevereiro de 2020 | lingua = espanhol }}</ref>

Durante o período colonial, os pintores do atual território boliviano foram influenciados pelo [[maneirismo]] e arte estilizada de [[Bernardo Bitti]], desprovidos de [[realismo]] das tradições inca e [[Cultura tiahuanaco|tiahuanacota]], destacando-se pintores como [[Diego Cusihuamán]].<ref name="Pintura na Bolívia 2">{{citar web |url = http://www.fba.unlp.edu.ar/historiadelasartes2/textos/Gisbert.%20P.%20Andina.pdf |título = Estilos de pintura colonial na Bolívia - O retorno dos anjos |publicado = Universidade Nacional de La Plata |data = 21 de junho de 2012 |acessodata = 14 de fevereiro de 2020 |lingua = espanhol |formato = PDF |autor = Gisbert, Teresa }}{{Ligação inativa}}</ref> No século XVII, o [[barroco]] resulta na fundação da escola Potosí e da escola Collao.<ref name="Pintura na Bolívia 2" /> Em Potosí, há uma forte influência do maneirismo espanhol, com [[Melchor Pérez de Holguín]], o pintor barroco mais importante do vice-reinado do Peru.<ref name="Pintura na Bolívia 2" /> Por sua vez, no [[Altiplano andino|Collao]], a influência hispânica-flamenga consegue inspirar artistas indígenas e mestiços, destacando-se o mestre anônimo de Calamarca 96 com suas obras conhecidas como ''Anjos e arcanjos de Calamarca''.<ref name="Pintura na Bolívia 3">{{citar web |url=http://www.bolivian.com/angeles/angarcg.html|título= Angeles y Arcangeles |publicado = Bolivian |data = |acessodata = 14 de fevereiro de 2020 | lingua = espanhol | formato = |autor = }}</ref>

A independência incorporou a pintura influenciada pelos [[Pintura do neoclassicismo|neo-classicismo]] e [[academicismo]] com pintores como [[Melchor María Mercado]] e [[Zenon Iturralde]].<ref name="Pintura na Bolívia 4">{{citar web |url=https://web.archive.org/web/20130616124847/http://www.embolivia.org.br/bolivia/cultura/arte/124-la-pintura-y-escultura-del-siglo-xx|título= La Pintura y Escultura del Siglo XX |publicado = En Bolivia |data = |acessodata = 14 de fevereiro de 2020 | lingua = espanhol | formato = |autor = | arquivodata = 16 de junho de 2013 | arquivourl = http://www.embolivia.org.br/bolivia/cultura/arte/124-la-pintura-y-escultura-del-siglo-xx}}</ref> No século XX, [[Indigenismo|aparece uma arte]] marcada pelo nacionalismo revolucionário e pelo indigenismo. O [[realismo mágico]] de [[Arturo Borda]], os retratos indígenas de [[Cecilio Guzmán de Rojas]] e a arte revolucionária de [[Miguel Alandia Pantoja]], [[Walter Solón Romero]] e [[Alfredo La Placa]] são as principais referências.<ref name="Pintura na Bolívia 4" /> Por seu lado, a arte contemporânea do final do século introduz temas como o homem urbano e a crítica social.<ref name="Pintura na Bolívia 5">{{citar web |url=http://www.bolivianet.com/arte/nuevgen.htm|título= La Pintura Boliviana del Siglo XX |publicado = Bolivia Net |data = |acessodata = 14 de fevereiro de 2020 | lingua = espanhol | formato = |autor = }}</ref> Os pintores contemporâneos mais proeminentes são [[Gil Imana]], [[Lorgio Vaca]], [[Edgar Arandia]], [[Gastón Ugalde]], [[Tito Kuramoto]], [[Carmen Villazón]], [[Sol Mateo]], [[Luis Zilveti]] e [[Roberto Mamani]].<ref name="Pintura na Bolívia 5" />

=== Escultura ===
[[Ficheiro:Copacabana Bolivia05.jpg|thumb|esquerda|Porta da [[Basílica de Nossa Senhora de Copacabana]], escultura de Tito Yupanqui, [[Copacabana (Bolívia)|Copacabana]]]]
Na Bolívia, a escultura remonta ao período [[tiauanaco]] com estelas antropomórficas como o [[Monólito Bennett]] ou figuras esculpidas na [[Porta do Sol (Tiauanaco)|Porta do Sol]].<ref name="Arquitetura na Bolívia" /> Mais tarde, no período colonial, destaca-se [[Francisco Tito Yupanqui]], autor da [[Virgem de Copacabana]], que possuía uma técnica que ligava a tradição indígena à escultura espanhola da época. Posteriormente, esculturas esculpidas nas igrejas de Sucre e Potosí, que foram influenciadas pela [[Escola de escultura de Sevilha|Escola de Sevilha]] e pela [[Escola de Cuzco]], também foram compiladas.<ref name="Escultura na Bolívia 2">{{citar web |url=http://www.embolivia.org.br/bolivia/cultura/arte/134-escultura |título= Escultura |publicado = Embaixada da Bolívia no Brasil |data = |acessodata = 15 de fevereiro de 2020 | lingua = espanhol | formato = |autor = | arquivodata = 7 de abril de 2016 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20130616135741/http://www.embolivia.org.br/bolivia/cultura/arte/134-escultura}}</ref>

No período republicano, a escultura recebe um impulso com a criação da Escola de Belas Artes de La Paz que, no início do século XX, [[Emiliano Luján]], Hugo Almaráz, Victor Zapana e principalmente [[Marina Núñez del Prado]] se destacam,<ref name="Escultura na Bolívia 3">{{citar web |url=https://info.caserita.com/Marina-Nunez-del-Prado-escultora-boliviana-a247-sm40 |título= Marina Núñez del Prado: escultora boliviana |publicado = Caserita |data = |acessodata = 15 de fevereiro de 2020 | lingua = espanhol | formato = |autor = | arquivodata = | arquivourl = }}</ref> considerados um dos maiores escultores da América Latina.<ref name="Escultura na Bolívia 5">{{citar web |url= http://vamos.com.bo/blog/?p=2572 |título = La Escultura en Bolivia |publicado = Cultura Vamos |data = 14 de junho de 2010 |acessodata = 15 de fevereiro de 2020 | lingua = espanhol | formato = |autor = | arquivodata = 27 de junho de 2019 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20121122224016/http://vamos.com.bo/blog/?p=2572 }}</ref> A obra de Marina Núñez del Prado se distingue pelo uso de curvas estilizadas (trabalhadas em ônix, granito preto, alabastro, etc.), que simbolizam as mulheres, um tema que ocupa um lugar central em sua arte. Mais tarde, após a década de 1960, surgem novos escultores, como [[Ted Carrasco]], Carlos Rodríguez e Marcelo Callaú, inspirados principalmente pela sociedade boliviana e pelos mitos andinos.<ref name="Arquitetura na Bolívia" /><ref name="Escultura na Bolívia">{{citar web |url=http://www.bolivianet.com/arte/nuevgen.htm|título= La Pintura Boliviana del Siglo XX |publicado = Bolivia Net |data = |acessodata = 14 de fevereiro de 2020 | lingua = espanhol | formato = |autor = Pedro Querejazú | arquivodata = | arquivourl = }}</ref>

=== Esportes ===

O entretenimento inclui o [[futebol]], que é o esporte mais popular do país, a [[Seleção Boliviana de Futebol]] esteve presente em três edições da [[Copa do Mundo FIFA]] (1930, 1950 e 1994),<ref>[https://www.fifa.com/mm/document/afdeveloping/technicaldevp/50/08/57/wc_94_tr_part3_270.pdf fifa.com - pdf]</ref> e foi campeã da Copa América de 1963. Assim como o futebol, o [[futebol de mesa]], que é jogado nas esquinas por crianças e adultos.

=== Feriados ===
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| [[25 de dezembro]]
| [[Natal]]
|-
|}
</center>

== Ver também ==
* [[Aliança Bolivariana para as Américas]]
* [[Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da América]]
* [[Missões diplomáticas da Bolívia]]


{{Notas}}
{{Notas}}
{{Referências}}


{{referências}}
{{Bibliografia sobre o Hamas}}

=== Bibliografia ===
{{Refbegin}}
* {{citar web |autor=Constitute Assembly of Bolivia |ano=2007 |publicado=Governo da Bolívia | url=http://www.presidencia.gob.bo/asamblea/nueva_cpe_aprobada_en_grande_en_detalle_y_en_revision.pdf |título=Nueva Constitucion Politica del Estatdo |títulotrad=New State Constitution |língua=es |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090303221158/http://www.presidencia.gob.bo/asamblea/nueva_cpe_aprobada_en_grande_en_detalle_y_en_revision.pdf |arquivodata=3 de março de 2009 |acessodata=28 de janeiro de 2014}}
* {{citar livro|último=Fagan |primeiro=Brian |ano=2001 |título=The Seventy Great Mysteries of the Ancient World: Unlocking the Secrets of Past Civilizations |publicado=Thames & Hudson | isbn=9780500510506 | url=https://archive.org/details/seventygreatmyst00faga }}
* {{citar livro|último=Kolata |primeiro=Alan |ano=1993 |título=The Tiwanaku: Portrait of an Andean Civilization |publicado=Wiley | isbn=978-1-55786-183-2}}
* {{citar livro|último=Kolata |primeiro=Alan |ano=1996 |título=Valley of the Spirits: A Journey into the Lost Realm of the Aymara |publicado=Wiley | isbn=978-0-47157-507-8}}
{{Refend}}

Revisão das 23h22min de 23 de março de 2024

Estado Plurinacional da Bolívia
Estado Plurinacional de Bolivia[1] (espanhol)
Puliwya Achka Aylluska Mamallaqta (quíchua)
Wuliwya Suyu (aimará)
Tetã Hetãvoregua Mborivia (guarani)
Bandeira da Bolívia
Bandeira da Bolívia
Brasão de armas da Bolívia
Brasão de armas da Bolívia
Bandeira Brasão de armas
Lema: La unión es la fuerza
"A união é a força"
Hino nacional: Bolivianos, el hado propicio
"Bolivianos, o futuro propício"
Gentílico: boliviano(a)

Localização do Bolívia
Localização do Bolívia

Capital Sucre (constitucional)
La Paz (sede do governo)
Cidade mais populosa Santa Cruz de la Sierra
Língua oficial
Governo República presidencialista unitária
• Presidente Luis Arce
• Vice-presidente David Choquehuanca
Independência da Espanha
• Declarada 6 de agosto de 1825
Área
  • Total 1 098 581 km² (28.º)
 • Água (%) 1,29
 Fronteira Argentina, Chile e Paraguai (S)
Brasil (E)
Peru (W)
População
 • Estimativa para 2023 12 388 575[4] hab. ()
 • Densidade 11,27 hab./km²
PIB (base PPC) Estimativa de 2019
 • Total US$ 94,392 bilhões*[5]
 • Per capita US$ 8 172[5]
PIB (nominal) Estimativa de 2019
 • Total US$ 42,401 bilhões*[5]
 • Per capita US$ 3 670[5]
IDH (2021) 0,692 (118.º) – médio[6]
Gini (2019) 41,6[7]
Moeda Boliviano (BOB)
Fuso horário UTC −4
Hora atual: 21:26
 • Verão (DST) UTC −4
Cód. ISO BOL
Cód. Internet .bo
Cód. telef. +591
Website governamental www.gob.bo

Bolívia (pronúncia em português europeu[buˈlivjɐ]; pronúncia em português brasileiro[boˈliviɐ]; em castelhano: Bolivia, pronunciado: [boˈliβja]; em quíchua: Buliwya; em aimará: Wuliwya; em guarani: Volívia), oficialmente Estado Plurinacional da Bolívia[8][9] (em castelhano: Estado Plurinacional de Bolivia; em quíchua: Buliwya Mamallaqta; em aimará: Wuliwya Suyu; em guarani: Tetã Volívia), é um país encravado no centro-oeste da América do Sul. Faz fronteira com o Brasil ao norte e leste, Paraguai e Argentina ao sul, Chile e Peru ao oeste.

Antes da colonização europeia, a região andina boliviana fazia parte do Império Inca — o maior império da era pré-colombiana. O Império Espanhol invadiu e conquistou essa região no século XVI. Durante a maior parte do período colonial espanhol, este território era chamado Alto Peru ou Charcas e encontrava-se sob a administração do Vice-Reino do Peru, que abrangia a maioria das colônias espanholas sul-americanas. Após declarar independência em 1809, dezesseis anos de guerras se seguiram antes do estabelecimento da república, instituída por Simón Bolívar, em 6 de agosto de 1825. Desde então, o país tem passado por períodos de instabilidade política, ditaduras e problemas econômicos.

A Bolívia é uma república democrática, dividida em nove departamentos. Geograficamente, possui duas regiões distintas, o altiplano a oeste e as planícies do leste, cuja parte norte pertence à bacia Amazônica e a parte sul à Bacia do Rio da Prata, da qual faz parte o Chaco boliviano. É um país em desenvolvimento, com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) médio e uma taxa de pobreza que atinge cerca de 60% da população. Dentre suas principais atividades econômicas, destacam-se a agricultura, silvicultura, pesca, mineração, e bens de produção como tecidos, vestimentas, metais refinados e petróleo refinado. A Bolívia é muito rica em minerais, especialmente em estanho.

A população boliviana, estimada em 10 milhões de habitantes, é multiétnica, possuindo ameríndios, mestiços, europeus, asiáticos e africanos. A principal língua falada é o espanhol, embora o aimará e o quíchua também sejam comuns. Além delas, outras 34 línguas indígenas são oficiais. O grande número de diferentes culturas na Bolívia contribuiu para uma grande diversidade em áreas como a arte, culinária, literatura e música.

Etimologia

O estado boliviano foi fundado sob o nome de República Bolívar em homenagem a seu libertador, Simón Bolívar. Posteriormente, foi modificada a proposta do deputado de Potosí, presbítero Manuel Martín Cruz, que argumentou com a seguinte frase: "Se de Rômulo, Roma; de Bolívar, Bolívia".[10] A nova república adotou oficialmente o nome de Bolívia em 3 de outubro de 1825.[10] Do mesmo modo, a Assembleia Deliberante nomeou o libertador Bolívar como primeiro presidente da república, o qual a chamou de filha predileta.[10]

História

Ver artigo principal: História da Bolívia

Era pré-colombiana

Porta do Sol, nas ruínas de um antigo povoamento da cultura Tiauanaco

O território boliviano é habitado há mais de 12 mil anos. No local, foram formadas várias culturas, principalmente nos Andes, destacando-se, especialmente, a cultura Tiwanaku e os reinos aymaras posteriores à expansão Wari. Estes reinos foram, por sua vez, anexados ao império Inca no século XIII. A cultura Tiwanaku se desenvolveu em torno do centro cerimonial homônimo próximo ao lago Titicaca. A sua fundação ocorreu provavelmente antes do ano 300. Posteriormente, a cultura inca estabeleceu um vasto império no século XV, pouco antes da chegada dos espanhóis. Durante esse século, a Bolívia esteve ocupada por vários grupos de língua aimará (collas, pacajes, lupacas, omasuyos), destacando-se os collas, que dominaram um vasto território e que lutaram com os falantes de língua quíchuas de Cusco pelo controle da região. Os collas foram derrotados pelo inca Pachacuti, que se apoderou de quase todo o planalto boliviano. A Bolívia constituiu, durante quase um século, uma das quatro grandes divisões do Tahuantinsuyo (império inca) sob o nome de Collasuyo. Estas antigas civilizações deixaram grandes monumentos arquitetônicos e, atualmente, as línguas aimará e quíchua são muito difundidas no país.

Período colonial

A conquista espanhola do império inca iniciou-se a partir de 1524 e foi concluída em 1533. O território da atual Bolívia era conhecido como Charcas e estava submetido à autoridade do vice-rei de Lima. Com a instalação da Audiência e Chancelaria Real da Prata dos Charcas, em Chuquisaca (atual Sucre), foi estabelecido um governo local, o que proveu uma maior autonomia à região. Potosí, fundada em 1545 como uma cidade mineira, logo tornou-se uma fonte de riqueza extraordinária, tornando-se a maior cidade do Novo Mundo com uma população de mais de 150 000 pessoas.[11]

No final do século XVI, a prata boliviana era uma importante fonte de receita econômica para o Império Espanhol.[12] Um fluxo constante de nativos serviu como força de trabalho, sob condições brutais e vinculados a um sistema análogo à escravidão, no qual consistia em um recrutamento pré-colombiano chamado mita. Charcas foi transferida para o Vice-Reino do Rio da Prata em 1776 e o ​​povo de Buenos Aires, a capital do Vice-Reino, cunhou o termo "Alto Peru" como uma referência popular ao atual território boliviano. Posteriormente, em março de 1781, Túpac Katari liderou uma rebelião indígena que sitiou La Paz, durante o qual cerca de 20 000 pessoas morreram.[13] A medida que a autoridade real espanhola enfraquecia durante as guerras napoleônicas, especialmente após a prisão do rei espanhol pelos franceses, o sentimento contra o domínio colonial cresceu.[14]

Missão jesuítica de Chiquitos, no departamento de Santa Cruz

O primeiro europeu a chegar ao atual território da Bolívia foi Diego de Almagro em 1535, depois de partir de Cusco a fim de conquistar o Chile.[15] Com a morte de Almagro, Francisco Pizarro enviou seu irmão Gonzalo Pizarro para colonizar a província de Collao (Collasuyo). Pedro de Anzúriz fundou Chuquisaca (atual Sucre) em 1538, Potosí surgiu em 1546, La Paz em 1548 e Cochabamba em 1574.

A fundação espanhola se caracterizou por apresentar uma base mineiro-agrícola. A cidade de Potosí, a mais populosa da América em 1574 (120 mil habitantes), se converteu em um grande centro mineiro pela exploração das minas de prata do cerro Rico e, em 1611, era a maior produtora de prata do mundo. O rei Carlos I havia outorgado a esta cidade o título de vila imperial depois de sua fundação. Durante mais de duzentos anos, o território da atual Bolívia constituiu a Real Audiência de Charcas, um dos centros mais prósperos e densamente povoados dos vice-reinados espanhóis. Potosí começou o seu declínio nas últimas décadas do século XVIII, ao levar a mineração da prata a um estado de estagnação, como consequência do esgotamento das veias mais ricas, das antiquadas técnicas de extração e do desvio do comércio para outros países. Em 1776, a Real Audiência de Charcas, que até então fazia parte do Vice-Reino do Peru, foi incorporada ao Vice-Reino do Rio da Prata.[14]

Independência

Declaração da independência da Bolívia em Sucre, 1825

As sublevações de Chuquisaca e La Paz foram o ponto de partida das guerras de independência. O país se declarou independente em 6 de agosto de 1825 com o nome de República de Bolívar, que foi alterado para República de Bolivia. Em 1826, o libertador Simón Bolívar outorgou ao país a primeira constituição, que foi aprovada pelo congresso de Chuquisaca. Antonio José de Sucre, grande marechal de Ayacucho, foi eleito presidente da república da Bolívia.[16][17][18] No início do século XIX, os movimentos de independência começaram a surgir em toda a América hispânica, espalhando a guerra e o caos. Diante dessa sensação de insegurança e temendo o caos, em junho de 1822, os três governadores dos departamentos espanhóis do Alto Peru (que já haviam sido ameaçados pelas tropas do General Antonio José de Sucre e Simón Bolívar), se reuniram em Cuiabá (capital da Capitania de Mato Grosso, Brasil) e solicitou ao governador que intercedesse junto ao Príncipe Regente Dom Pedro (que em breve seria coroado como Dom Pedro I, Imperador do Brasil), a fim de que o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves anexasse esses territórios, buscando poupar sua população do massacre e do caos.[19]

De imediato, o governador de Mato Grosso enviou tropas que estavam por sua capitania ao Alto Peru, bloqueando o avanço de Bolívar e Sucre, e enviou uma carta a Dom Pedro, comunicando-lhe o envio de tropas e a solicitação das autoridades de Alto Peru (que mais tarde viria a ser a Bolívia). Carta que só foi recebida por Dom Pedro I em novembro de 1822, quando o Brasil já era uma nação independente. Além disso, Bolívar e Sucre foram mais rápidos e enviaram representantes à Prefeitura do Rio de Janeiro, o que veio antes da carta do governador. Assim, ao receber a carta, o Príncipe Regente já havia decidido não anexar o Alto Peru, rejeitando a solicitação dos governadores da região e ordenando que as tropas fossem retiradas de lá. Com isso, Dom Pedro I deixou a região do Alto Peru (atual Bolívia) por conta própria, o que culminou com a invasão das tropas Bolívar e Sucre e a independência boliviana da Espanha. Claramente, naquele momento, Dom Pedro I estava mais preocupado em derrotar a resistência da tropas liberais portuguesas em solo brasileiro, garantindo a unidade da nação recém-independente. Porém, sem essa decisão ser tomada, o território boliviano poderia ter sido integrado ao Brasil.[19] Desde o início de sua existência como nação independente, a Bolívia viveu quase em um estado crônico de revoluções e guerras civis e, durante os cinquenta anos seguintes, os intervalos de estabilidade política foram breves e infrequentes. Em 1837, a Bolívia se uniu ao Estado Norte-Peruano e ao Sul-Peruano para formar um novo estado, a Confederação Peru-Boliviana, que desapareceu dois anos depois, em 1839, pela oposição e declaração de guerra da confederação Argentina, do Chile e de um exército de restauradores peruanos. Em 1839, a batalha de Yungay definiu a dissolução da confederação.[20]

Conflitos limítrofes

Mapa da Confederação Peru-Boliviana

Os conflitos limítrofes da Bolívia começaram desde muito cedo. O primeiro de grande importância (que inclusive chegou a ser uma ameaça para a independência) foi a invasão pelo Peru realizada em 1828, com Agustín Gamarra à frente. Houve batalhas e o exército peruano ocupou a maior parte do oeste boliviano. A guerra terminou com a assinatura do tratado de Piquiza e a retirada peruana do solo boliviano. Depois desse conflito, chegou ao poder na Bolívia o marechal de Zepita, Andrés de Santa Cruz, que foi capaz de organizar, modernizar e instruir em táticas napoleônicas o exército boliviano. A eficácia da reforma no exército foi vista na invasão feita no Peru ante o pedido de ajuda de Luis José de Orbegoso y Moncada. A Bolívia saiu vitoriosa na invasão e fuzilou Felipe Santiago Salaverry, criando de fato a Confederação Peru-Boliviana.[21]

Em 1836, iniciou-se a confederação dos Estados Norte-Peruano, Sul-Peruano e Bolívia, mas, por interesses econômicos do Chile, de parte de peruanos contrários e por interesses territoriais da Confederação Argentina (questão de Tarija), foi produzida uma guerra em duas partes de 1837 a 1839. Na primeira, a confederação saiu vitoriosa, produzindo o tratado de Paucarpata, mas, na segunda, se produziu a batalha de Yungay e a confederação foi dissolvida. Pela parte argentina, a Bolívia, com o general alemão Otto Philipp Braun, comandante da frente boliviana, concentrou suas tropas em Tupiza e, em fins de agosto de 1837, ingressou na província de Jujuy. Os soldados confederados tiveram várias vitórias, chegando a ocupar setores fronteiriços das províncias de Jujuy e Salta. Ante a uma série de contra-ataques argentinos, estes invadiram o território boliviano. Os argentinos foram derrotados na batalha de Montenegro, mais conhecida na Argentina por batalha da Costa de Coyambuyo. Em 22 de agosto de 1838, Heredia ordenou a retirada e, depois de Yungay, as forças bolivianas evacuaram os setores fronteiriços que mantinham ocupados.[22] Depois da confederação Peru-boliviana, na Bolívia e no Peru se produziu um período de anarquia entre partidários e críticos da união dos dois países e por interesses políticos. No Peru, Gamarra foi o presidente, mas teve que controlar os possíveis usurpadores do poder. Na Bolívia, sucederam-se golpes de líderes. Gamarra tentou aproveitar-se disto para invadir a Bolívia e anexá-la, mas os bolivianos decidiram unir-se a um inimigo comum e deram os poderes do estado a José Ballivián. Gamarra invadiu a Bolívia, ocupou várias zonas do departamento de La Paz mas foi derrotado ao morrer na batalha de Ingavi. Depois da batalha, os bolivianos invadiram o Peru, mas firmaram o tratado de Puno e se retiraram.[23]

Territórios perdidos pela Bolívia por guerras ou diplomacia, segundo a historiografia boliviana

Em 1866 e 1874, foram firmados tratados para resolver o litígio com o Chile sobre o deserto de Atacama, rico em depósitos de nitratos de sódio e de cobre. Nesses tratados, adotou-se como linha limítrofe entre Chile e Bolívia o paralelo 24º de latitude sul. Foram outorgados ao Chile diversos direitos alfandegários e concessões de exploração mineral a empresários chilenos no Atacama boliviano. Estas últimas disposições originaram o litígio entre os dois países, já que o estado boliviano não respeitou os acordos alfandegários, incrementando o imposto à extração de salitre às companhias salitreiras de capital chileno-britânico. Em 1879, o Chile ocupou o porto boliviano de Antofagasta, iniciando a chamada Guerra do Pacífico, na qual a Bolívia e seu aliado Peru foram derrotados pelo Chile. Ao ser despojada de sua única possessão litoral, a Bolívia deixou de ter saída para o mar. O litoral boliviano abarcava, aproximadamente, 158 000 km² e, além de Antofagasta, contava com os portos maiores de Mejillones, Cobija e Tocopilla. Em 1904, foi ratificado um tratado de paz e amizade que reconheceu o domínio perpétuo do território em litígio por parte do Chile, enquanto garantiu à Bolívia o livre acesso ao mar. Desde a fundação da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945, a Bolívia solicitou à Assembleia Geral para que considerasse sua petição de recuperar uma saída livre e soberana para o oceano Pacífico. Também apresentou o assunto na Organização dos Estados Americanos (OEA). Em 1953, o Chile concedeu à Bolívia um porto livre em Arica, garantindo a esta direitos alfandegários especiais e instalações de armazenamento.[24]

Tanque boliviano Vickers E durante a Guerra do Chaco

A Bolívia manteve, também, uma guerra com o Brasil pelo território do Acre que concluiu com a cessão de 191 000 km² a este país em troca de uma indenização econômica e uma pequena compensação territorial.[25]

Além desses, teve conflitos territoriais por questão de limites com a Argentina, o Peru e o Paraguai. A solução pacífica do litígio com a Argentina foi atingida em 1925. Em 1930, Peru e Bolívia nomearam uma comissão conjunta para delimitar a fronteira e solucionar o litígio sobre a península de Copacabana. O problema fronteiriço boliviano-paraguaio se centrou sobre o Gran Chaco, uma zona de terras baixas situada ao norte do rio Pilcomayo e a oeste do rio Paraguai, que se estende pela disputada fronteira de Bolívia. Os dois países reclamavam o território em sua totalidade. Em julho de 1932, eclodiu a Guerra do Chaco, conflito não declarado que durou três anos e no qual morreram 50 000 bolivianos e 35 000 paraguaios. Em julho de 1938, foi firmado o tratado de paz, segundo o qual o Paraguai ficava com 75% da região do Grande Chaco. Foi o maior conflito bélico da história boliviana: em três anos de contínuas lutas e perdas, a Bolívia sofreu um contínuo retrocesso que, finalmente, concluiu-se em Villamontes, onde os fortes cordilheiranos ajudaram o exército da Bolívia a deter o avanço paraguaio.[26]

Revolução de 1952

Víctor Paz Estenssoro em 1955

Durante as eleições presidenciais de maio de 1951, o líder exilado do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), Víctor Paz Estenssoro, alcançou quase a metade dos votos expressos. No entanto, na ausência de um vencedor claro, o congresso devia eleger o presidente entre os três candidatos mais votados. Com a finalidade de impedir a eleição de Paz Estenssoro, o presidente Mamerto Urriolagoitia renunciou e entregou o governo a uma junta militar que nomeou como seu chefe o general Hugo Ballivián; em abril de 1952, foi derrubado pelo MNR.[27] Paz Estenssoro regressou do exílio para assumir a presidência. Sob sua orientação, o governo lançou um amplo programa de reformas econômicas, decretou a nacionalização das minas e o monopólio da exportação de estanho. No decurso de 1954, foi realizada a reforma agrária (parcelamento de terras para distribuir entre os indígenas), incentivou a prospecção de poços petrolíferos por empresas estrangeiras, instituiu o voto universal e realizou uma reforma educacional.[27]

No final da década de 1950 e início da década de 1960, a economia boliviana sofreu com a queda dos preços do estanho no mercado mundial e com altos índices de inflação. As minas de estanho não eram rentáveis e os esforços do governo para reduzir o número de trabalhadores empregados e restringir os salários encontrou forte resistência dos sindicatos. A constituição boliviana, que não contemplava a reeleição, impediu que Paz Estenssoro se candidatasse às eleições de 1956, mas seu vice-presidente Hernán Siles Zuazo, filho de Hernando Siles, as venceu como candidato do MNR.[28][29] Siles continuou com a política iniciada pelo governo de Paz Estenssoro, que voltou a ser eleito em 1960. Paz solicitou a redação de uma nova Constituição, que aumentaria a autoridade econômica do governo e permitiria a reeleição. Em 1964, foi reeleito, nomeando como vice-presidente o general René Barrientos, chefe da Força Aérea e candidato de direita. Muitos dos antigos colaboradores de Paz o abandonaram, denunciando que o MNR havia esquecido sua política revolucionária. O governo de Paz Estenssoro foi derrubado um mês depois de sua reeleição em consequência do levante protagonizado pelos mineiros e estudantes. Tomou o poder uma junta militar encabeçada por René Barrientos.[27]

Governos militares

Ficheiro:51 - Hugo Banzer.jpg
O ditador Hugo Banzer em 1971

O governo militar realizou uma política de reformas econômicas conservadoras, como a reabertura da indústria de minas de estanho ao investimento privado estrangeiro. Em julho de 1966, René Barrientos foi eleito presidente já como civil. No entanto, se viu forçado a depender dos militares para lidar com os movimentos guerrilheiros que haviam começado a atuar nas regiões montanhosas. Em outubro de 1967, o exército boliviano anunciou ter derrotado os rebeldes num local próximo à aldeia de Vallegrande. Havia sido capturado no campo de batalha Ernesto Che Guevara, sendo pouco depois executado. Barrientos morreu em um estranho acidente de helicóptero em abril de 1969. Sucederam-se no poder uma série de governos de curta duração, a maioria militares, e em agosto de 1971 o governo do general Juan José Torres foi derrubado por um golpe de Estado encabeçado pelo coronel Hugo Banzer.[30]

O regime de Banzer passou rapidamente de uma posição relativamente moderada a uma de maior repressão: aboliu o movimento trabalhista, suspendeu todos os direitos civis e enviou tropas aos centros de mineração. Em 1978, Banzer renunciou e uma junta militar tomou o poder. Grupos de direitos humanos afirmam que durante o mandato de Banzer de 1971–78 (conhecido como Banzerato) vários milhares de bolivianos buscaram asilo em países estrangeiros, 3 mil oponentes políticos foram presos, 200 foram mortos e muitos outros foram torturados. No porão do Ministério do Interior ou "as câmaras do horror", cerca de 2 mil prisioneiros políticos foram detidos e torturados durante o regime militar de 1971 a 1978.[30]

No início da década de 1980, o forte crescimento econômico da década anterior — que havia sido sustentado pelos altos preços do estanho no mercado mundial — levou o país à crise. A queda do preço do mineral e a má administração dos regimes militares haviam deixado a Bolívia com uma imensa dívida, uma situação hiperinflacionária e um declínio das receitas por exportações. A exportação ilegal de cocaína foi o principal recurso de divisas, até que os Estados Unidos pressionaram o governo da Bolívia para que tomasse medidas eficazes contra o tráfico desta droga. Em 1980, o general Luis García Meza e seu vice Luis Arce Gómez com apoio ativo da ditadura militar argentina e a ação de um comando terrorista denominado Novios de la Muerte[31] e organizados pelo fascista Italiano Stefano Delle Chiaie[32] e a Junta Militar de Buernos Aires, deram um golpe de estado para evitar a eleição de Hernán Siles Suazo como presidente democrático.[33] Em 1982, ele foi afastado da última junta militar que governava o país para reinstaurar a democracia.[33]

Governos democráticos

Hernán Siles Zuazo chegou ao governo em 10 de outubro de 1982 apoiado na Unidade Democrática e Popular (UDP), aliança que havia formado no fim da década de 1970 entre seu Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), o Movimento Nacionalista Revolucionário de Esquerda (MNR) e o Partido Comunista da Bolívia (PCB). Seu governo durou até 1985. Foi seguido pelo governo de Víctor Paz Estenssoro (1985–1989) do MNR. Em 1989, assumiu Jaime Paz Zamora, do MIR, com apoio da Ação Democrática Nacionalista(ADN). Gonzalo Sánchez de Lozada, do MNR, assumiu de 1993–1997 e posteriormente Hugo Banzer Suárez (1997–2001), recebendo o apoio do ex-presidente Jaime Paz Zamora, que desta maneira devolvia o favor por respaldar com seus deputados da ADN a governabilidade do país durante seu mandato. Banzer morreu antes de terminar seu mandato, sendo substituído por seu vice-presidente Jorge Quiroga Ramírez (2001–2002).[34] Gonzalo Sánchez de Lozada (2002–2003) iniciou um segundo mandato, abreviado por uma revolta popular, e foi sucedido por seu vice-presidente Carlos Mesa (2003–2005). Este também foi derrubado pelos motins, assumindo Eduardo Rodríguez Veltzé (2005–2006), como interino.[35]

Evo Morales, presidente cessante da Bolívia

Na eleição presidencial realizada em 18 de dezembro de 2005, Evo Morales (do partido Movimento para o Socialismo, com o acrônimo em espanhol MAS, significando "mais") foi eleito com 53,7% dos votos, com mandato até 2010. Antes de sua posse oficial em La Paz, Morales tomou posse em um ritual aimará simbólico no sítio arqueológico de Tiwanaku perante uma multidão de milhares de pessoas e representantes de movimentos de esquerda de toda a América Latina. Desde a conquista espanhola no início do século XVI, esta região da América do Sul, com uma maioria da população nativa, tem sido governada principalmente por descendentes de europeus, com esparsos períodos de governantes mestiços. Morales, um aimará, afirmou que os 500 anos de colonialismo terminaram e que a era da autonomia já começou.[36]

Em 1 de maio de 2006, Morales anunciou a sua intenção de renacionalização dos hidrocarbonetos bolivianos ativos. Embora afirmando que a iniciativa não seria uma expropriação, Morales enviou tropas para ocupar 56 instalações de gás simultaneamente. Tropas também foram enviadas para duas refinarias de propriedade da Petrobras na Bolívia, que fornecem mais de 90% de capacidade de refino da Bolívia. Um prazo de 180 dias foi anunciado para que todas as empresas estrangeiras de energia fossem obrigadas a assinar novos contratos que dão a Bolívia participação majoritária e até 82% das receitas (o último para os maiores campos de gás natural). Todas essas empresas assinaram contratos. Relatórios do governo boliviano e das empresas envolvidas são contraditórios quanto aos planos de investimentos futuros. De longe, o maior cliente de hidrocarbonetos boliviano foi o Brasil, que importa dois terços do gás natural da Bolívia através de gasodutos operados pela Petrobras. Uma vez que o gás só pode ser exportado da Bolívia através de grandes (e caros) gasodutos da Petrobras, o governo boliviano e a empresa estão fortemente ligados. A Petrobras anunciou planos de produzir gás natural para substituir o agora fornecido pela Bolívia até 2011.[36]

Crise política de 2019

Jeanine Áñez com a faixa presidencial depois de prestar juramento em 12 de novembro de 2019

Manifestações que eclodiram em 20 de outubro, após a divulgação dos primeiros resultados das eleições gerais de outubro, que deram a vitória ao então presidente Evo Morales, reeleito no primeiro turno.[37] Em 10 de novembro de 2019, a dezenove dias de protestos civis ocorridos após os controversos resultados eleitorais, reivindicações de novas eleições pelos manifestantes e líderes opositores de Morales e a divulgação de um relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA) que alegava irregularidades no processo eleitoral, os sindicatos, as Forças Armadas e a polícia boliviana exigiram que o presidente Evo Morales se demitisse.[38] Depois que o general Williams Kaliman Romero tornou público o requerimento de demissão presidencial, Morales cumpriu, acompanhado de outras renúncias de vários políticos de alto escalão ao longo do dia, alguns citando temores pela segurança de suas famílias. O governo do México ofereceu asilo político a Morales no dia seguinte, o qual Morales aceitou um dia depois.[39][40]

A segunda vice-presidente do Senado, a senadora da oposição Jeanine Áñez, assumiu o cargo de presidente em 12 de novembro, sendo a próxima na linha para a presidência depois que um vazio de poder foi deixado após uma série de renúncias. Isso não foi isento de controvérsias, pois sua nomeação inicial foi feita durante uma breve sessão legislativa que carecia de quórum, devido a um boicote do partido de Morales, o Movimento para o Socialismo (MAS).[41] O Tribunal Constitucional Plurinacional da Bolívia confirmou o empossamento de Áñez a presidência como legítimo e o partido no poder retornou a maioria dos membros para ambas as câmaras, com alguns assumindo postos importantes como Líder do Senado.[42] Eles também se comprometeram a trabalhar com o governo interino para novas eleições.[43] Apesar do retorno de seu partido ao papel de governo, Morales pediu que o povo boliviano rejeitasse a liderança de Áñez. Ele e seus apoiadores argumentam que o evento foi um golpe de Estado. Políticos, acadêmicos e jornalistas internacionais ficaram divididos entre descrever o evento como um golpe de Estado ou uma revolta popular.[44][45][46][47][48][49][50][51]

Geografia

Ver artigo principal: Geografia da Bolívia
Mapa topográfico do território boliviano

Juntamente com o vizinho Paraguai, a Bolívia é um dos dois únicos países das Américas que não possuem saída para o mar. O ocidente da Bolívia está situado na cordilheira dos Andes, com o pico mais elevado, o Nevado Sajama, a chegar aos 6 542 m. O centro do país é formado por um planalto, o Altiplano, onde vive a maioria dos bolivianos. O leste do país é constituído por terras baixas e coberto pela floresta úmida da Amazônia. O lago Titicaca situa-se na fronteira entre a Bolívia e o Peru, o maior lago sul-americano por volume de água.[52] No sudoeste do país, no departamento de Potosi, encontra-se o Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo.[53]

A região Oriente, a norte e leste, compreende três quintos do território boliviano, é formada por baixas planícies de muitos rios e grandes pântanos. No extremo sul, localiza-se o Chaco boliviano, pantanoso na estação chuvosa e semidesértico nos meses de seca. A nordeste da bacia do Titicaca, visualizam-se montanhas extremamente altas de 3 000 a 6 500 m. As montanhas de mais altitude caem em ângulos praticamente retos até se transformarem em planícies.[54]

Os Andes atingem a Bolívia e se dividem em duas grandes cadeias, a Oriental e a Ocidental. Nota-se que a cordilheira Ocidental é formada por vulcões inativos ou extintos, e suas rochas são formadas de lava vulcânica petrificada. A altitude máxima é de 3 700 m, com 800 km de comprimento e 130 km de largura. A cordilheira Oriental é composta de diversos tipos de rochas e areia.[55]

Relevo

Nevado Sajama, o ponto mais alto do país, com 6 542 metros de altitude
Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo.

O sudoeste do país, onde a região Andina é predominante, apresenta alguns dos picos mais altos das Américas, como o Nevado Sajama — ponto mais alto no território boliviano — com 6 542 m acima do nível do mar, e o Illimani, com 6 462 m. É nesta parte do país que se localiza o lago Titicaca, o mais alto navegável do mundo, com uma área de 8 100 km² e compartilhado com o Peru. o Salar de Uyuni, que é o maior depósito de sais e reservatório de lítio no mundo, também é encontrado no altiplano.[55]

Entre o sudoeste e o leste, está a região intermediária entre o altiplano e as planícies orientais. Nesta parte do país os vales e montanhas são menos predominantes, apesar de alguns locais chegarem ao nível de 2 500 m acima do nível do mar. Caracteriza-se por sua atividade agrícola e seu clima temperado a quente. Esta região inclui os vales bolivianos, Los Yungas e a região dos Chacos. Por outro lado, o norte e o nordeste boliviano possuem um relevo preponderantemente formado por planícies e planaltos baixos, cobertos por extensas selvas ricas em flora e fauna, estando a uma altitude inferior a 400 m. Rios extensivos e a maior biodiversidade do país são encontradas nestas duas regiões, que estende-se dos limites com os Andes ao rio Paraguai.[54]

Biodiversidade

Fotografia aérea da Amazônia boliviana

A Bolívia tem uma enorme variedade de organismos e ecossistemas e é considerado um país megadiverso.[56] O país possui mais de 2 900 espécies de animais, incluindo 398 mamíferos, mais de 1 400 aves (70% das aves conhecidas no mundo estão na Bolívia, sendo o sexto país mais diversificado em termos de espécies de aves),[57] 204 anfíbios, 277 répteis e 635 tipos de peixes de água doce.

Além disso, existem mais de três mil tipos de borboletas e mais do que 60 de animais domésticos. A Bolívia ganhou atenção mundial com sua "Lei dos Direitos da Mãe Terra", uma lei única que atribui à natureza os mesmos direitos dados aos seres humanos.[58][59][60][61][62]

Há mais de 20 mil espécies de plantas com sementes, das quais 1 200 são espécies de samambaias, 1 500 são espécies de hepáticas ou musgo e pelo menos 800 são espécies de fungos. Além disso, são conhecidas mais de 3 mil espécies de plantas medicinais, de modo que a Bolívia seja considerada como um dos locais de origem de espécies de pimenta como locoto, malagueta (ou tabasco), além do amendoim, feijão, mandioca e várias variedades de palmeiras. Por outro lado, mais de 4 mil variedades de batatas são produzidas em suas terras em uma ampla gama de cores, formas e tamanhos.[63]

Clima

Bolívia pela classificação climática de Köppen-Geiger

O clima boliviano varia drasticamente de uma ecorregião para outra, desde um clima tropical nos llanos orientais até um clima polar nos Andes ocidentais. Os verões são quentes, úmidos no leste e secos no oeste, com chuvas que frequentemente modificam as temperaturas, umidade, ventos, pressão atmosférica e evaporação, resultando em climas muito diferentes nas regiões do país. Quando o fenômeno climatológico El Niño ocorre, provoca grandes alterações climáticas.[64][65] Os invernos são muito frios no oeste e neva nas montanhas, enquanto nas regiões ocidentais o vento é mais comum. O outono é seco nas regiões não tropicais do país.[58]

Hidrografia

Rio Piraí próximo de Santa Cruz de La Sierra

São três as bacias hidrográficas encontradas no território boliviano: Amazônica, da Prata e a endorreica boliviano-peruana. A bacia Amazônica, também conhecida como bacia do Norte, é a que abrange a maior parte do território do país, com 724 000 km², estendendo-se por 66% de sua área. Os rios desta bacia geralmente têm fluxos abundantes e sinuosos, razão pela qual há muitas lagoas e lagos, como a lagoa Murillo. O principal afluente nesta é o rio Mamoré com um comprimento de 2 000 km, que corre em direção ao norte até a confluência com o rio Beni, de 1 113 km de extensão, o segundo em importância fluvial do país. De leste a oeste, a bacia Amazônica é constituída por outros rios importantes como o Madre de Deus, Orthon, Abunã, Yata e o Iténez (no Brasil, o rio Iténez recebe o nome de Guaporé), com este último sendo utilizado na demarcação de parte da fronteira com o Brasil. Por outro lado, os lagos e lagoas mais importantes são Rogaguado e o Rogagua. A precipitação média anual nesta parte do território é de 1 814 mm ao ano.[66]

A bacia do rio da Prata tem uma extensão de 229 500 km², cobrindo 21% do território. Os afluentes geralmente são menos abundantes do que os da Amazônica, composto principalmente pelos rios Paraguai, Pilcomayo e Bermejo. As lagoas mais importantes são a Uberaba e Mandioré, localizadas na região do Pantanal boliviano. A precipitação média anual na bacia do rio da Prata é de 854 mm ao ano. Pouco menor que esta última, a bacia endorreica boliviana-peruana — também chamada de bacia lacustre ou central — é encontrada no centro-norte do país, especialmente na fronteira com o Peru. Com 145 081 km², alcançando 13% do território. Conta com um grande número de rios, lagos, lagoas e nascentes que não correm em direção ao oceano, porque são cercados pela cordilheira dos Andes que delimita a região. O rio mais importante é o Desaguadero, que nasce no Lago Titicaca, o mais alto do mundo, a 3 810 m acima do nível do mar. Nesta bacia há grandes lagos salgados como o Salar de Uyuni, que é o deserto de sal e o maior depósito de lítio do mundo e o Salar de Coipasa. A precipitação média anual nesta parte do território é de 421 mm por ano.[66] Na fronteira com o Chile, no Altiplano andino, encontra-se o rio Silala, que é motivo de disputa territorial entre os dois governos.[67]

Lago Titicaca, nos Andes, próximo a fronteira com o Peru. É o maior lago da América do Sul por volume de água.[52][68]

Glaciares derretidos

A Bolívia tem cerca de 20% dos glaciares tropicais do mundo, juntamente com a Cordilheira dos Andes. Contudo, são vulneráveis ao aquecimento global e perderam 43% da sua área de superfície entre 1986 e 2014. Alguns glaciares bolivianos perderam mais de dois terços da sua massa desde a década de 1980, disse a Unesco em 2018. Enquanto se espera que a temperatura nos Andes tropicais aumente dois a cinco graus até ao final do século XXI, os glaciares ainda perderiam entre 78% e 97% da sua massa. Dependendo do ano, os glaciares representam entre 60% e 85% do abastecimento de água de La Paz.[69]

Política ambiental

Um Ministério do Ambiente e da Água foi criado em 2006 após a eleição de Evo Morales, que inverteu nomeadamente a privatização do sector da distribuição de água levada a cabo nos anos 90 pelo Presidente Gonzalo Sánchez de Lozada. A nova Constituição, aprovada por referendo em 2009, faz do acesso à água um direito fundamental. Em Julho de 2010, por iniciativa da Bolívia, as Nações Unidas aprovaram uma resolução que reconhece o "direito à água potável segura e limpa" como "fundamental".[69]

Os cientistas começaram a alertar o governo boliviano para o problema do derretimento dos glaciares nos anos 90, mas só em 2012 é que as autoridades responderam com verdadeiras políticas de proteção. Foi então criado um Projeto de Adaptação ao Impacto da Recessão Acelerada dos Glaciares nos Andes Tropicais (PRAA), com a missão de "reforçar a rede de monitorização" e "gerar informação útil para a tomada de decisões". Desde então, os glaciares têm sido monitorizados por câmaras, sondas, drones e satélite. As autoridades também desenvolveram programas de sensibilização do público para as consequências do aquecimento global a fim de refrear certas práticas agrícolas nocivas.[69]

Em 2017, o governo mobilizou 200 milhões de dólares para combater a seca e o aquecimento global.[69]

Demografia

Ver artigo principal: Demografia da Bolívia
Pirâmide etária da Bolívia em 2016

De acordo com os dois últimos censos realizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) da Bolívia, a população aumentou de 8 274 325 (dos quais 4 123 850 homens e 4 150 475 mulheres) em 2001 para 10 027 254 em 2012.[70]

Segundo a Organização Internacional para as Migrações, aproximadamente 1,6 milhão de bolivianos emigraram para o exterior em busca de melhores condições de vida.[71] Os países de migração tradicional têm sido a Argentina, Brasil, Chile e os Estados Unidos. No entanto, na década de 1990, boa parte da migração boliviana se direcionou para a Espanha, onde estima-se que residam 230 mil emigrantes bolivianos.[72]

Composição étnica

Homem da etnia aimara e uma lhama próximos ao Lago Titicaca

A composição étnica da Bolívia é muito variada. Os nativos podem ser andinos, como os aimarás e os quíchuas (que formaram o antigo Império Inca), que se concentram principalmente nos departamentos ocidentais de La Paz, Potosí, Oruro, Cochabamba e Chuquisaca. Há também uma importante população de etnia oriental, composto pelos guaranis e moxos, entre outros, e que habitam os departamentos de Santa Cruz, Beni, Tarija e Pando. Os povos indígenas compõem cerca de 60% da população do país. Os mestiços são distribuídos em todo o país e compunham a 26% da população boliviana. A maioria das pessoas assume sua identidade mestiça e, ao mesmo tempo, identificam-se com uma ou mais culturas nativas. O maior dos grupos nativos são quíchuas (2,5 milhões), aimarás (2 milhões), chiquitanos (180 mil) e guaranis (125 mil). A população ameríndia compõe 55% da população; os restantes 30% são mestiços (entre ameríndios e brancos) e cerca de 15% são brancos.[73]

Os brancos estão geralmente concentrados nas maiores cidades, como La Paz, Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba, mas também em algumas cidades menores, como Tarija. Os brancos representam 15% da população boliviana total. No Departamento de Santa Cruz existe uma importante colônia (com 70 mil habitantes) de menonitas de língua alemã.[74] Bolivianos negros, descendentes de escravos africanos que chegaram nos tempos do Império Espanhol, habitam o departamento de La Paz, e localizados principalmente nas províncias de Nor Yungas e Sud Yungas. A escravidão foi abolida na Bolívia em 1831.[75]

Idiomas

Ver artigo principal: Idiomas da Bolívia
Distribuição geográfica dos idiomas nativos do país

A Bolívia tem grande diversidade linguística, como resultado de seu multiculturalismo. A Constituição da Bolívia reconhece 37 línguas oficiais, além do espanhol. Assim, é o segundo Estado com o maior número de idiomas oficiais no mundo, só perdendo para a Índia, que tem 46. Estas incluem as línguas das nações indígenas nativas, como quíchua, aimará e guarani.[76]

O espanhol é a língua oficial mais falada no país, de acordo com o censo de 2001, uma vez que é falado por 88,4% da população como primeira língua ou segunda língua, em algumas populações indígenas. Todos os documentos legais e oficiais emitidos pelo Estado, incluindo a constituição, as principais instituições públicas e privadas, a mídia e as atividades comerciais são feitas em espanhol.[77]

Religiões




Religião na Bolívia (2014)[78]

  Catolicismo (77%)
  Evangélicos (16%)
  Outros (3%)

A Bolívia é um Estado secular e garante a liberdade de religião. A Constituição estabelece que: "O Estado respeita e garante a liberdade de religião e de crenças espirituais, em concordância com sua visão de mundo. O Estado é independente da religião".[79]

De acordo com o censo de 2001 realizado pelo Instituto Nacional de Estatística da Bolívia, 78% da população boliviana seguia o catolicismo romano, enquanto 19% o protestantismo e outros 3% têm diferentes crenças cristãs.[80] O protestantismo, juntamente com as crenças tradicionais indígenas[81][82] estão se expandindo rapidamente.[83]

A maior parte da população indígena segue religiões diferentes marcados pelo sincretismo com o catolicismo romano ou complementa-as com a sua própria visão de mundo e tradições antigas. O culto à Pachamama ou "Mãe Terra" é a mais antiga das manifestações religiosas da região andina da América do Sul.[84] Há também comunidades aimarás que têm uma forte devoção a Santiago Maior, que é o patrono das Forças Armadas bolivianas.[85]

De 1 a 2% da população do país se identificava como ateísta em 2004.[86]

Maiores cidades

Política

Ver artigo principal: Política da Bolívia
Palacio Quemado, em La Paz, sede do Poder Executivo do país.
Vista da Assembleia Legislativa Plurinacional da Bolívia, em La Paz, sede do Poder Legislativo nacional

A Bolívia é oficialmente um Estado unitário democrático organizado segundo a separação de poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário e Eleitoral) e de maneira descentralizada e presidencialista. O Estado se rege segundo a Constituição Política da Bolívia[87] aprovada em 7 de fevereiro do ano de 2009, que entrou em vigor neste mesmo ano.

O poder executivo é encabeçado pelo presidente da república. O executivo é, tradicionalmente, o poder mais forte na política boliviana, tendendo a deixar em segundo plano a participação do congresso, cuja atividade se limita a debater e a aprovar as iniciativas legislativas do presidente. O presidente da Bolívia, eleito a cada cinco anos, é chefe de estado e de governo e nomeia o gabinete de ministros.

O Poder Legislativo constituído por duas câmaras, é presidido pelo vice-presidente do governo. A Câmara de Senadores tem 27 membros, três representantes de cada departamento, dois deles do partido que recebe a maioria de votos e o terceiro do partido que ficou em segundo lugar. Os senadores são eleitos de listas partidárias para um período de cinco anos. A idade mínima para candidatar-se a tais cargos é de 35 anos. A Câmara de Deputados tem 130 membros: 68 deputados são eleitos por votação direta para representar um distrito eleitoral e os outros 62 são eleitos por representação proporcional por meio de listas de cada partido em distrito único de todo o país. Os deputados também têm um mandato de cinco anos e devem ter no mínimo 25 anos completos no dia da eleição. Os membros da Corte Suprema da Bolívia são eleitos para um mandato de dez anos pelo Congresso Nacional.

Relações internacionais

A história da política exterior boliviana é marcada por conflitos com países vizinhos, como o Chile, Peru e Paraguai. A Bolívia chegou a perder territórios para estes três países através de guerras, como a Guerra do Pacífico (século XIX) e a Guerra do Chaco. A Bolívia também perdeu territórios para o Brasil, que incluiu enfrentamentos militares sem que ocorresse uma guerra formal. Atualmente a Bolívia ainda mantém disputas fronteiriças e reivindicações territoriais com Peru e Chile.[24]

Evo Morales durante a cúpula da UNASUL em 2006

A Bolívia pertence à Comunidade Andina de Nações (CAN), uma organização regional econômica e política com entidade jurídica internacional criada pelo Acordo de Cartagena em 26 de maio de 1969. Tem sede em Lima, Peru. A debilitação da CAN, principalmente pela saída da maior economia do bloco, a Venezuela (em 2006) e ao fortalecimento do processo de aproximação comercial com o Mercosul, especialmente com o Brasil, somado ao aumento da influência política venezuelana e brasileira sobre o atual governo da Bolívia, existe uma forte intenção do governo em integrar-se definitivamente ao Mercosul.[88]

O país também é membro das Nações Unidas e de alguns de seus organismos especializados e programas afins, como a OEA, o Movimento de Países Não Alinhados, a União Interparlamentar Internacional, a Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), a Organização Mundial do Comércio, o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, o Grupo do Rio, o Pacto Amazônico e da UNASUL.

Forças armadas

Ver artigo principal: Forças Armadas da Bolívia
Tanque SK-105 Kürassier do Exército Boliviano

As Forças Armadas da Bolívia são compostas por três ramos: Exército, Marinha e Força Aérea. A idade legal para admissões voluntárias é 18 anos; no entanto, quando os números são pequenos, o governo no passado recrutou pessoas com apenas 14 anos de idade.[73]

O exército boliviano conta com cerca de 31,5 mil homens. Existem seis regiões militares (regiones militares — RMs) no exército. O exército está organizado em dez divisões. Já a Força Aérea Boliviana (ou 'FAB') possui nove bases aéreas. Embora não tenha litoral, a Bolívia mantém uma marinha. A Força Naval Boliviana era uma composta por cerca de 5 mil homens em 2008.[89]

Em 2018, a Bolívia assinou o Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares.[90][91] O governo boliviano gasta anualmente 130 milhões de dólares em defesa.[92]

Subdivisões

Ver artigo principal: Departamentos da Bolívia

A Bolívia se subdivide em nove departamentos, 112 províncias, 327 municípios e 1 384 cantões, os quais obtiveram maior autonomia com a Lei da Descentralização Administrativa de 1995.[nota 1]

Divisão política
Departamento População Superfície (km²) Densidade (*) Capital
República da Bolívia 10.027.644 1.098.581 9,1 Sucre
 Beni 430.049 213.564 1,9 Trinidad
 Chuquisaca 631.062 51.524 11,9 Sucre
 Cochabamba 1.786.040 55.631 22,7 Cochabamba
 La Paz 2.756.989 133.985 19,9 La Paz
 Oruro 444.093 53.558 8,2 Oruro
 Pando 75.335 63.827 1,1 Cobija
 Potosí 780.392 118.218 6,5 Potosí
 Santa Cruz 2.626.697 370.621 7,1 Santa Cruz de la Sierra
 Tarija 496.988 37.623 12,5 Tarija
(*)= Todos os dados de população são projeções do Instituto Nacional de Estadística de Bolivia (INE) para 2008 [2]. A densidade departamental está calculada com a projeção da população de 2006.

Outras cidades importantes são (por departamento): La Paz: El Alto 827.000, Cochabamba: Quillacollo 90.000 Sacaba 127.000, Tarija: Yacuiba 90.000, Santa Cruz: Montero 90.000, Beni:
Riberalta 78.000.

Economia

Ver artigo principal: Economia da Bolívia
La Paz, o centro financeiro do país

Em 2012 estimou-se um produto interno bruto (PIB) da Bolívia de 27,4 bilhões de dólares e de 56,14 bilhões de dólares em paridade do poder de compra (PPC). O crescimento econômico do país foi estimada em cerca de 5,2% e a inflação em cerca de 6,9%. A Bolívia foi classificada como "reprimida" pelo Índice de Liberdade Econômica de 2010.[93] Apesar de uma série de contratempos, em sua maioria políticos, entre 2006 e 2009 o governo de Evo Morales estimulou o crescimento mais elevado dos últimos 30 anos, que foi acompanhado por uma diminuição moderada na desigualdade de renda.[94] Com um orçamento excedente de 1,7% do PIB em 2012, o governo mantém excedentes desde o início da administração Morales, refletindo uma gestão econômica prudente.

O país é muito dependente da mineração. Em 2019, era o 8º maior produtor mundial de prata;[95] 4º maior produtor mundial de boro;[96] 5º maior produtor mundial de antimônio;[97] 5º maior produtor mundial de estanho;[98] 6º maior produtor mundial de tungstênio;[99] 7º maior produtor mundial de zinco,[100] e o 8º maior produtor mundial de chumbo,[101] além de ter uma produção considerável de ouro.[102] Um duro golpe para a economia boliviana veio com uma queda drástica no preço do estanho durante o início dos anos 1980, o que impactou uma das principais fontes de renda do país e uma das suas principais indústrias de mineração.[103] Desde 1985, o governo boliviano tem implementado um programa de longo alcance de estabilização macroeconômica e de reformas estruturais destinadas a manter a estabilidade dos preços, criando condições para um crescimento sustentado e um alívio na escassez. A grande reforma dos serviços aduaneiros tem melhorado significativamente a transparência nesta área. Reformas legislativas paralelas têm feito políticas liberais para o mercado local, especialmente nos setores de hidrocarbonetos e telecomunicações, o que tem incentivado o investimento privado.[104]

Principais exportações da Bolívia em 2019
Minas em Potosí
Plantação de quinoa em Uyuni

Outra base econômica do país é a extração e exportação de gás natural. Em 2015, a Bolívia era o 31º maior produtor mundial de gás, com 20,5 bilhões de m³ ao ano. Na América do Sul, só produz menos do que a Argentina e a Venezuela. Em 2017, o país era o 15º maior exportador de gás do mundo: 15,1 bilhões de m³ ao ano.[105] A Bolívia tem a segunda maior reserva de gás na América do Sul.[106] O governo tem um contrato de venda de longo prazo para vender gás natural para o Brasil até 2019 e realizou um referendo obrigatório em 2005 sobre a Lei de Hidrocarbonetos.

A agricultura é menos relevante no PIB do país em comparação com o resto da América Latina. Em 2018, a Bolívia produziu 9,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 2,9 milhão de toneladas de soja (10º maior produtor do mundo), 1,2 milhão de toneladas de milho, 1,1 milhão de toneladas de batata, 1 milhão de toneladas de sorgo, 700 mil toneladas de banana, 541 mil toneladas de arroz, 301 mil toneladas de trigo, além de produções menores de outros produtos agrícolas, como tangerina, mandioca, laranja, feijão, girassol e algodão. As maiores exportações do país estão baseadas na soja (farelo de soja e óleo de soja).[107] A cultura da soja foi trazida pelos brasileiros ao país: em 2006, quase 50% dos produtores de soja da Bolívia eram pessoas oriundas do Brasil, ou descendentes de brasileiros. Os primeiros produtores brasileiros começaram a chegar ao país nos anos 1990. Antes disto, haviam muitas terras no país sem uso, ou onde só se praticava agricultura de subsistência.[108]

O Serviço Geológico dos Estados Unidos estima que a Bolívia tenha 21 milhões de toneladas cúbicas de lítio, o que representaria a maior reserva mundial de um país.[109] No entanto, a mineração desse recurso implicaria em perturbar os desertos de sal do país (como o Salar de Uyuni), uma importante característica natural que impulsiona o turismo na região. O governo não quer destruir essa paisagem natural única para atender a crescente demanda mundial de lítio.[110]

Infraestrutura

Transportes

Aeroporto Internacional de Cochabamba

O território da Bolívia está comunicado por vários meios de transporte. O país possui quatro aeroportos internacionais: Aeroporto Internacional Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra, Aeroporto Internacional Jorge Wilstermann, em Cochabamba, Aeroporto Internacional de El Alto, em La Paz e o Aeroporto Internacional Juan Mendoza, em Oruro.[111] Existem ainda, outros 855 terminais aéreos pequenos e aeródromos com pistas pavimentadas ou de terra, situados em distintas localidades do país.[112]

O sistema terrestre com mais de 49 900 km de rodovias e arredor de 4 600 km pavimentados formada por várias rotas nacionais, o resto de rodovias é de cascalho ou terra. O país só inaugurou a sua primeira rodovia duplicada em 2015: um trecho entre a capital La Paz e Oruro, de 203 km.[113] A Bolívia também conta com um ramal da Rodovia Pan-americana que cruza todo o altiplano conectando-se assim com os países limítrofes. A estrada Camino a Los Yungas foi considerada a "estrada mais perigosa do mundo" pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, sendo chamada de El Camino de la Muerte em espanhol.[114]

Educação

Ver artigo principal: Educação na Bolívia
Universidade de São Francisco Xavier de Chuquisaca em Sucre, fundada em 1624

O Ministério da Educação e Cultura da Bolívia é o órgão responsável pela coordenação do sistema nacional de educação. A educação na Bolívia, assim como outros aspectos na vida dos bolivianos, tem uma divisão entre a área rural e a urbana. O analfabetismo rural se mantém alto, mesmo que o resto do país tenha aumentado o índice de alfabetização. Essa diferença é causada parcialmente pelo fato de que muitas crianças vivendo em áreas rurais são forçadas a contribuir economicamente para a renda familiar e, assim, torna-se muito mais improvável que frequentem a escola. Na média, as crianças da área rural frequentam a escola por 4,2 anos, enquanto as crianças da área urbana recebem educação por uma média de 9,4 anos. Uma diferença de gêneros também existe. O índice de alfabetização do país é de 92,5%, comparavelmente menor que os outros países da América do Sul.[115]

Em 2008, seguindo os padrões da UNESCO, a Bolívia foi declarada livre do analfabetismo, tornando-se o quarto país da América do Sul a atingir esse status.[116] O país destina cerca de 7,3% de seu orçamento anual para gastos e investimentos em educação, sendo o maior investimento entre os países da América do Sul e o 11º maior entre as nações do mundo.[115] Uma reforma fez algumas mudanças significativas. Iniciada em 1994, a reforma descentralizou os fundos para educação para se adequar às diversas necessidades locais, melhorar o treinamento de professores e o currículo, formalizar e expandir a educação bilíngue e modificar o sistema de séries escolares. A resistência da união de professores, entretanto, tem atrasado a implementação de algumas partes da reforma.[117]

O ensino superior consiste na Universidade da Bolívia e em vários institutos públicos e privados. A Universidade da Bolívia trata-se de um consórcio de oito universidades públicas e uma universidade privada, a Universidade Católica Boliviana. Outras escolas oferecem treinamento técnico em belas-artes, artes comerciais e campos técnicos, bem como treinamento de professores.[118]

Saúde

Clínica Niño Jesus em Santa Cruz de la Sierra

De acordo com a UNICEF, a taxa de mortalidade de menores de cinco anos em 2006 era de 52,7‰ e foi reduzida para 26‰ em 2019.[119] A taxa de mortalidade infantil foi de 40,7‰ em 2006 e foi reduzida para 21,2‰ em 2019.[120] Antes de Morales assumir o cargo, quase metade de todas as crianças não eram vacinadas; agora quase todas estão vacinados. Morales também implementou vários programas suplementares de nutrição, incluindo um esforço para fornecer comida gratuita em escritórios de saúde pública e seguridade social, e seu programa de desnutrición cero (desnutrição zero) oferece merenda escolar gratuita.[121]

Entre 2006 e 2016, a pobreza extrema na Bolívia caiu de 38,2% para 16,8%. A desnutrição crônica em crianças menores de cinco anos também diminuiu 14% e a taxa de mortalidade infantil foi reduzida em mais de 50%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.[122] Em 2019, o governo boliviano criou um sistema de saúde universal que foi citado como modelo para todos pela Organização Mundial de Saúde.[123]

Energia

Reservatório da hidrelétrica de Misicuni, na região de Cochabamba

A eletricidade gerada na Bolívia é proveniente de usinas hidrelétricas (42%) e termoelétricas (58%). O balanço energético de 2008 foi positivo, com uma geração do Sistema Interligado Nacional (SIN) de 5 372 GWh e um consumo nacional de 5 138 GWh. O potencial hidrelétrico é de 39 850 MW, que pode ser exportado para países vizinhos.[124] Em 2015, a Bolívia possuía a terceira maior bacia de gás natural da América do Sul, superada apenas pela Argentina e Venezuela, e a 31ª maior bacia de gás natural do mundo, com um total de 750,400 milhões de m3 em 2015. Em 2017, o país produziu 20,510 bilhões de m3, ficando atrás de Argentina, México e Venezuela em comparação com os países da América Latina.[125]

A economia boliviana é fortemente dependente da produção do gás natural. Boa parte desta produção é destinada à exportação, com o Brasil sendo o principal mercado consumidor do gás natural boliviano, desde 1999. Cerca de 50% do gás natural produzido pela Bolívia é importado para o Brasil, mas essa relação de importação para o mercado brasileiro vem diminuindo nos últimos anos, em parte pelo início das exportações de gás natural à outras localidades, como o Paraguai e a Europa.[126][127] Em 2013, o país atingiu seu recorde ao faturar US$ 6,059 bilhões em exportações de gás natural.[128]

Telecomunicações e mídia

O sistema de telecomunicações boliviano cobre a maior parte do território do país. Conforme dados de julho de 2015, há mais de 881 mil linhas de telefonia fixa e cerca de 10,163 milhões de assinantes de telefonia móvel. O número de usuários de internet excede 4,1 milhões, mas a taxa de penetração de serviços de informática é uma das menores da América Latina, uma vez que apenas 45,1% dos bolivianos possuem acesso à internet.[129]

Em dezembro de 2013, o primeiro satélite espacial da Bolívia, chamado TKSAT-1 "Túpac Katari", com órbita geoestacionária na posição 87,2° oeste, foi colocado em órbita. Até à data, transmite sinais nacionais e internacionais de televisão e rádio, utilizando o sistema DTH e a Internet para todo o país, servindo também a outras formas de telecomunicações. A expectativa de vida útil do satélite é de 15 anos, tendo sido adquirido da China.[130] O Túpac Katari 1 está equipado com 26 transponders em banda Ku, 2 em banda C e 2 em banda Ka[130] para fornecer telefonia, televisão, internet e telemedicina. Sua cobertura é extensa, cobrindo, além da Bolívia, o Peru, Equador, Colômbia, Paraguai, Uruguai e Venezuela.[131]

Cultura

A Diablada, uma dança tradicional do Carnaval de Oruro e um Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade desde 2001

A cultura boliviana tem sido fortemente influenciada pelos quíchuas, aimarás, bem como pelas culturas populares da América Latina como um todo. O desenvolvimento cultural é dividido em três períodos distintos: pré-colombiano, colonial e republicano. Ruínas arqueológicas importantes, ornamentos de ouro e prata, monumentos de pedra, cerâmica e tecelagem permanecem de diversas culturas pré-colombianas importantes. Grandes ruínas incluem Tiwanaku, Forte de Samaipata, Inkallaqta e Iskanawaya. O país é rico em outros sítios que são difíceis de alcançar e tem tido pouca exploração arqueológica.[83]

O Patrimônio Cultural da Bolívia é formado por todos os bens culturais, tangíveis e intangíveis. O Estado boliviano reconhece a formação pluricultural, multiétnico e plurilinguística da nação boliviana e tem como uma de suas funções mais importantes preservar e proteger igualmente a herança cultural de todas as culturas e nações que se desenvolveram e ainda se desenvolvem na Bolívia.[83]

Artes

Os espanhóis trouxeram sua própria tradição da arte religiosa que, nas mãos de construtores e artesãos indígenas e mestiços locais, desenvolveram em um estilo rico e distintivo da arquitetura, pintura e escultura conhecida como "Barroco Mestiço". O período colonial produziu não apenas as pinturas de Pérez de Holguín, Flores, Bitti e outros, mas também as obras de artesãos qualificados, mas desconhecidos. Um importante corpo de música religiosa barroca nativa do período colonial foi recuperada e foi realizado internacionalmente, com grande êxito desde 1994.[83]

Entre os artistas bolivianos de estatura no século XX estão Guzmán de Rojas, Arturo Borda, María Luisa Pacheco, Roberto Mamani Mamani, Alejandro Mario Yllanes, Alfredo da Silva e Marina Núñez del Prado. A Bolívia tem um folclore rico. Sua música folclórica regional é distintiva e variada. As danças diabladas no carnaval de Oruro, que acontece anualmente, é um dos grandes eventos folclóricos da América do Sul e um Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade, como proclamado pela UNESCO em maio de 2001.[83]

Arquitetura

Igreja e Convento de São Francisco, em La Paz

A arquitetura boliviana reflete edifícios de Tiauanaco construídos com grandes blocos de pedra esculpidos com excelentes junção e construções incas como os palácios da Isla del Sol e o forte militar de Samaipata e Incallajta, com o primeiro destes declarado Patrimônio Mundial da pela UNESCO, e o segundo abrigando um dos sítios arqueológicos mais importantes do país.[132][133] Do período colonial, destacam-se edifícios religiosos sob a influência do barroco andino do século XVIII, que combinam a arquitetura europeia e elementos mitológicos nativos. A Igreja e Convento de São Francisco, a Igreja de San Lorenzo de Carangas e as igrejas das Missões Jesuíticas de Chiquitos são obras representativas desse período da história arquitetônica boliviana.[134]

Após a independência, novos estilos passaram a exercer maior influência nas edificações do país, como o neoclássico, visto na construção da Catedral de Potosí; e o Beaux-Arts francês, no Palácio Quemado e na Catedral de Santa Cruz de la Sierra. No final do século XIX, sobrepõe-se o ecletismo em obras como o Principado de La Glorieta, de Antonio Camponovo, que combina 14 estilos arquitetônicos diferentes.[135] No século XX, estilos como o Neotiahuanaco surgiram no Museu Nacional de Arqueologia, de Arturo Posnasky; e os acadêmicos oficiais do Palácio Legislativo de Camponovo. No uso de ambos os estilos, destaca-se Emilio Villanueva, considerado o arquiteto boliviano mais importante deste século em obras como a Prefeitura de La Paz (1925), o Banco Central da Bolívia (1926) e o complexo da Universidade Maior de San Andrés (1941–1948).[135]

Pintura

Miguel Alandia Pantoja

A pintura boliviana tem o seu início na arte rupestre de povos nativos. Atualmente, existem mais de mil locais com arte rupestre que correspondem a diferentes períodos como paleoamericano, pré-inca, inca, colonial e republicano.[136] Os principais parques arqueológicos da arte rupestre boliviana são Calacala em Oruro, Samaipata (local declarado Patrimônio Cultural da Humanidade ) em Santa Cruz, Copacabana em La Paz e Incamachay (local declarado Monumento Nacional) em Chuquisaca.[136]

Durante o período colonial, os pintores do atual território boliviano foram influenciados pelo maneirismo e arte estilizada de Bernardo Bitti, desprovidos de realismo das tradições inca e tiahuanacota, destacando-se pintores como Diego Cusihuamán.[137] No século XVII, o barroco resulta na fundação da escola Potosí e da escola Collao.[137] Em Potosí, há uma forte influência do maneirismo espanhol, com Melchor Pérez de Holguín, o pintor barroco mais importante do vice-reinado do Peru.[137] Por sua vez, no Collao, a influência hispânica-flamenga consegue inspirar artistas indígenas e mestiços, destacando-se o mestre anônimo de Calamarca 96 com suas obras conhecidas como Anjos e arcanjos de Calamarca.[138]

A independência incorporou a pintura influenciada pelos neo-classicismo e academicismo com pintores como Melchor María Mercado e Zenon Iturralde.[139] No século XX, aparece uma arte marcada pelo nacionalismo revolucionário e pelo indigenismo. O realismo mágico de Arturo Borda, os retratos indígenas de Cecilio Guzmán de Rojas e a arte revolucionária de Miguel Alandia Pantoja, Walter Solón Romero e Alfredo La Placa são as principais referências.[139] Por seu lado, a arte contemporânea do final do século introduz temas como o homem urbano e a crítica social.[140] Os pintores contemporâneos mais proeminentes são Gil Imana, Lorgio Vaca, Edgar Arandia, Gastón Ugalde, Tito Kuramoto, Carmen Villazón, Sol Mateo, Luis Zilveti e Roberto Mamani.[140]

Escultura

Porta da Basílica de Nossa Senhora de Copacabana, escultura de Tito Yupanqui, Copacabana

Na Bolívia, a escultura remonta ao período tiauanaco com estelas antropomórficas como o Monólito Bennett ou figuras esculpidas na Porta do Sol.[132] Mais tarde, no período colonial, destaca-se Francisco Tito Yupanqui, autor da Virgem de Copacabana, que possuía uma técnica que ligava a tradição indígena à escultura espanhola da época. Posteriormente, esculturas esculpidas nas igrejas de Sucre e Potosí, que foram influenciadas pela Escola de Sevilha e pela Escola de Cuzco, também foram compiladas.[141]

No período republicano, a escultura recebe um impulso com a criação da Escola de Belas Artes de La Paz que, no início do século XX, Emiliano Luján, Hugo Almaráz, Victor Zapana e principalmente Marina Núñez del Prado se destacam,[142] considerados um dos maiores escultores da América Latina.[143] A obra de Marina Núñez del Prado se distingue pelo uso de curvas estilizadas (trabalhadas em ônix, granito preto, alabastro, etc.), que simbolizam as mulheres, um tema que ocupa um lugar central em sua arte. Mais tarde, após a década de 1960, surgem novos escultores, como Ted Carrasco, Carlos Rodríguez e Marcelo Callaú, inspirados principalmente pela sociedade boliviana e pelos mitos andinos.[132][144]

Esportes

O entretenimento inclui o futebol, que é o esporte mais popular do país, a Seleção Boliviana de Futebol esteve presente em três edições da Copa do Mundo FIFA (1930, 1950 e 1994),[145] e foi campeã da Copa América de 1963. Assim como o futebol, o futebol de mesa, que é jogado nas esquinas por crianças e adultos.

Feriados

Data Nome
1 de janeiro Ano novo
Data móvel "Religiosa" (Semana anterior a Quaresma) Carnaval (2 dias)
19 de março Dia dos pais
23 de março Dia do mar
12 de abril Dia das crianças
Data móvel "Religiosa" (Semana Santa) Sexta-feira santa
1 de maio Dia do trabalho
27 de maio Dia das mães
15 de junho Corpus Christi
6 de agosto Aniversário do país
2 de novembro Dia de Todos-os-Santos
25 de dezembro Natal

Ver também

Notas

  1. No marco da Lei da Descentralização Administrativa (Decreto Supremo 24.206 de 29 de dezembro de 1995) modificou-se a estrutura organizacional do Estado e a distribuição dos ingressos (a distribuição de ingressos é proporcional à população do departamento), transferindo responsabilidades, obrigações direitos para os poderes executivos departamentais, constituídos pela prefeitura e pelo conselho departamental. Segundo esta Lei de Descentralização Administrativa, as prefeituras tem autonomia de gestão administrativa, técnica e financeira, patrimônio próprio e definição indefinida. Seu objetivo geral é promover o desenvolvimento econômico e social dos departamentos mediante o planejamento regional, a realização de estudos de base, a formulação de programas e projetos, atuando também em diferentes setores do desenvolvimento regional, e concentrando seus investimentos nos campos da infraestrutura viária, infraestrutura sóciosanitária, promoção do desenvolvimento agropecuário e rural, e o fomento da pequena e média indústria.

Referências

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