Intertextualidade: diferenças entre revisões
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'''Intertextualidade''' é a formação do [[Significado (psicologia)|significado]] de um [[texto]] por outro texto, seja por meio de estratégias deliberadas de [[Composição artística|composição]] como [[citação]], [[alusão]], [[calque]], [[plágio]], [[tradução]], [[pastiche]] ou [[paródia]],<ref name="Genette97">[[Gerard Genette]] (1997) ''Paratexts'' [https://books.google.com/books?id=AmWhQzemk2EC&pg=PR18 p.18]</ref><ref>{{citar periódico|último =Kaźmierczak|primeiro =Marta|data=2019-12-15|título=Intertextuality as Translation Problem: Explicitness, Recognisability and the Case of "Literatures of Smaller Nations"|periódico=Russian Journal of Linguistics|volume=23|número=2|páginas=362–382|doi=10.22363/2312-9182-2019-23-2-362-382|issn=2312-9212|doi-access=free}}</ref><ref name="Hallo2010">Hallo, William W. (2010) ''The World's Oldest Literature: Studies in Sumerian Belles-Lettres'' [https://books.google.com/books?id=WjNqb1G88b0C&pg=PA608 p.608]</ref><ref name="Cancogni1985">Cancogni, Annapaola (1985) [https://books.google.com/books?id=XLOwAAAAIAAJ ''The Mirage in the Mirror: Nabokov's Ada and Its French Pre-Texts''] pp.203-213</ref><ref>{{citar livro|título=Intertextuality, Allusion, and Quotation: An International Bibliography of Critical Studies (Bibliographies and Indexes in World Literature)|último =Hebel|primeiro =Udo J|publicado=Greenwood Press|ano=1989|isbn=978-0313265174}}</ref> ou por interconexões entre [[Literatura|obras]] semelhantes ou relacionadas percebidas por um público ou [[leitor]] do texto.<ref>[http://dictionary.reference.com/browse/intertextuality "Definition of Intertextuality"], "Dictionary.com", Retrieved on 15 March 2018.</ref> Essas referências às vezes são feitas deliberadamente e dependem do conhecimento prévio do leitor e da compreensão do referente, mas o efeito da intertextualidade nem sempre é intencional e às vezes é inadvertido. Frequentemente associada a estratégias empregadas por [[escritor]]es que trabalham em registros [[Imaginação|imaginativos]] ([[ficção]], [[poesia]] e drama e até mesmo textos não escritos como [[Performance (arte)|arte performática]] e [[mídia digital]]),<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=3bzpxp_FHj8C&q=intertextuality&pg=PR7|título=Influence and Intertextuality in Literary History|último =Clayton|primeiro =John B.|data=1991|publicado=Univ of Wisconsin Press|isbn=9780299130343|língua=en}}</ref><ref>Gadavanij, Savitri. [http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.484.8982&rep=rep1&type=pdf "Intertextuality as Discourse Strategy"], School of Language and Communication, Retrieved 15 March 2018.</ref> a intertextualidade é agora entendida como intrínseca a qualquer texto.<ref>{{citar livro|último =Roozen|primeiro =Kevin|título=Naming What We Know: Threshold Concepts of Writing Studies|publicado=Utah State UP|ano=2015|isbn=978-0-87421-989-0|local=Logan|páginas=44–47|capítulo=Texts Get Their Meaning from Other Texts}}</ref> |
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TURMA 92:02 Por '''intertextualidade''' <ref>Andrews, B. and C. Bernstein (1984) A Intertextualidade, Southwestern Illinois University Press </ref> entende-se a criação de um texto a partir de outro pré-existente. A intertextualidade pode apresentar funções diferentes, as quais dependem muito dos textos/contextos em que ela é inserida, ou seja, dependendo da situação. Exemplos de obras intertextuais incluem: daju,palu,crisjo, alusão, conotação, versão, plágio, tradução, pastiche e paródia. <ref>[[https://en.wikipedia.org/wiki/Gerard_Genette|Gerard Genette]] (1997) Paratexts p.18</ref> <ref>Hallo, William W. (2010) The World's Oldest Literature: Studies in Sumerian Belles-Lettres p.608</ref> <ref>Cancogni, Annapaola (1985) The Mirage in the Mirror: Nabokov's Ada and Its French Pre-Texts pp.203-213</ref> |
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A intertextualidade foi diferenciada em categorias referenciais e [[Tipo textual|tipológicas]]. A intertextualidade referencial refere-se ao uso de fragmentos em textos e a intertextualidade tipológica refere-se ao uso de padrão e estrutura em textos típicos.<ref>{{citar periódico|último =Mayer |primeiro =Rolf |data=1990 |periódico=Theoretical Linguistics |volume=16 |número=2–3 |doi=10.1515/thli.1990.16.2-3.101|issn=0301-4428|título=Abstraction, Context, and Perspectivization – Evidentials in Discourse Semantics|s2cid=62219490}}</ref> Uma distinção também pode ser feita entre iterabilidade e pressuposição. A iterabilidade faz referência à "repetibilidade" de determinado texto que é composto por "traços", pedaços de outros textos que ajudam a constituir seu significado. A pressuposição faz referência às suposições que um texto faz sobre seus leitores e seu contexto.<ref>{{citar periódico|último =Porter|primeiro =James E.|data=1986|título=Intertextuality and the discourse community|periódico=Rhetoric Review|volume=5|número=1|páginas=34–47|doi=10.1080/07350198609359131|s2cid=170955347|issn=0735-0198|url=https://semanticscholar.org/paper/f4397c32c30c45eb22ef114233beeb888099d495}}</ref> Como o filósofo [[William Irwin]] escreveu, o termo "chegou a ter quase tantos significados quanto os usuários, daqueles fiéis à visão original de [[Julia Kristeva]] de quem simplesmente a usa como uma maneira elegante de falar sobre [[alusão]] e [[Influência social|influência]]".<ref name="Irwin,2 p227–242, 228">Irwin,2, October 2004, pp. 227–242, 228.</ref> |
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O termo intertextualidade, em si, transformou-se muitas vezes desde que foi criado pela pós-estruturalista [[Julia Kristeva]] em 1966.<ref>http://www.kristeva.fr/</ref> Como o filósofo William Irwin escreveu, o termo "passou a ter tantos significados, que os usuários, desde aqueles fiéis à visão original de Kristeva até aqueles que simplesmente o usam como uma forma elegante de falar de alusão e influência." |
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Evidentemente, o [[fenômeno]] da intertextualidade está ligado diretamente ao "conhecimento do mundo", que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. O diálogo pode ocorrer ou não em diversas áreas do conhecimento, não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. |
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Na [[pintura]] tem-se, por exemplo, o quadro do pintor [[barroco]] italiano [[Caravaggio]] e a fotografia da americana [[Cindy Sherman]], na qual quem posa é ela mesma.<ref>1999 Hasselblad Award Winner - Cindy Sherman. hasselbladfoundation.org. Página visitada em 11 de dezembro de 2010.</ref> O quadro de Caravaggio foi pintado no final do [[século XVI]], já o trabalho [[fotografia|fotográfico]] de Cindy Sherman foi produzido quase quatrocentos anos mais tarde. Na foto, Sherman cria o mesmo ambiente e a mesma atmosfera sensual da pintura, reunindo um conjunto de elementos: a coroa de flores na cabeça, o contraste entre claro e escuro, a sensualidade do ombro nu etc. A foto de Sherman é uma recriação do quadro de Caravaggio e, portanto, é um tipo de intertextualidade na pintura. |
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Na [[publicidade]], por exemplo, em um dos anúncios do [[Bombril]], o ator veste-se e posiciona-se como a [[Mona Lisa]] de [[Leonardo da Vinci]], sob o slogan "Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita [[obra-prima]]". Assim sendo, o leitor é levado a acreditar que o produto deixa a roupa bem macia e mais perfumada, ou seja, uma verdadeira obra-prima (se referindo ao [[quadro]] de Da Vinci). Nesse caso, pode-se dizer que a intertextualidade assume a função de não só persuadir o receptor como também de difundir a [[cultura]], uma vez que se trata de uma relação com a [[arte]] (pintura, [[escultura]], [[literatura]] etc). |
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<strong>Intertextualidade</strong> acontece quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextualidade. |
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== Tipos de intertextualidade == |
== Tipos de intertextualidade == |
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* [[Alusão]] ou [[referência]] - Na alusão, não se aponta diretamente o fato em questão; apenas o sugere através de características secundárias ou metafóricas. |
* [[Alusão]] ou [[referência]] - Na alusão, não se aponta diretamente o fato em questão; apenas o sugere através de características secundárias ou metafóricas. |
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* [[Bricolagem]] - são alguns procedimentos de intertextualidade das artes plásticas e da música que também aparecem retomados na literatura. Quando o processo da citação é extremo, ou seja, um texto é montado a partir de fragmentos de outros textos, tem-se um caso de bricolagem. |
* [[Bricolagem]] - são alguns procedimentos de intertextualidade das artes plásticas e da música que também aparecem retomados na literatura. Quando o processo da citação é extremo, ou seja, um texto é montado a partir de fragmentos de outros textos, tem-se um caso de bricolagem. |
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* [[Citação]] - é uma transcrição do texto alheio, marcada por aspas e geralmente com o nome do autor deste. A Citação é um fragmento transcrito de outro autor, inserido no texto entre aspas. |
* [[Citação]] - é uma transcrição do texto alheio, marcada por aspas e geralmente com o nome do autor deste. A Citação é um fragmento transcrito de outro autor, inserido no texto entre aspas. |
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* [[Crossover (ficção)|Crossover]] - é aparição ou encontro entre personagens que pertencem a universos fictícios diferentes em determinados capítulos, episódios, edições ou volumes de alguma obra artística. |
* [[Crossover (ficção)|Crossover]] - é aparição ou encontro entre personagens que pertencem a universos fictícios diferentes em determinados capítulos, episódios, edições ou volumes de alguma obra artística. |
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* [[Epígrafe]] - é um pequeno trecho de outra obra, ou mesmo um título, que apresenta outra criação, guardando com ela alguma relação mais ou menos oculta. |
* [[Epígrafe]] - é um pequeno trecho de outra obra, ou mesmo um título, que apresenta outra criação, guardando com ela alguma relação mais ou menos oculta. |
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* [[Paráfrase]] - o autor recria, com seus próprios recursos,um texto já existente,"relembrando" a mensagem original ao interlocutor. |
* [[Paráfrase]] - o autor recria, com seus próprios recursos,um texto já existente,"relembrando" a mensagem original ao interlocutor. |
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* [[Paródia]] - é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente. Ela muitas vezes perverte o texto anterior, visando a crítica de forma irônica. |
* [[Paródia]] - é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente. Ela muitas vezes perverte o texto anterior, visando a crítica de forma irônica. |
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* [[Pastiche]] - é definido como obra literária ou artística em que se imita abertamente o estilo de outros escritores, pintores, músicos, etc. |
* [[Pastiche]] - é definido como obra literária ou artística em que se imita abertamente o estilo de outros escritores, pintores, músicos, etc. |
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* [[Plágio]] - é a cópia e/ou alteração indevida e não-licenciada de uma obra artística, científica ou literária por alguém que afirma ser o autor original da mesma. |
* [[Plágio]] - é a cópia e/ou alteração indevida e não-licenciada de uma obra artística, científica ou literária por alguém que afirma ser o autor original da mesma. |
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* [[Sample]] - são trechos "roubados" de outras músicas e usados como base para outras produções. |
* [[Sample]] - são trechos "roubados" de outras músicas e usados como base para outras produções. |
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* [[Tradução]] - a tradução é a adequação de um texto em outra língua, a língua nativa do país. Por exemplo, um livro em turco é traduzido para o português. |
* [[Tradução]] - a tradução é a adequação de um texto em outra língua, a língua nativa do país. Por exemplo, um livro em turco é traduzido para o português. |
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* [[Transliteração]] - técnica linguística que, tal como a tradução, ocupa-se de adequar termos, nomes e expressões de uma língua para outra, entretanto adaptando-as para um alfabeto que possui letras diferentes de seu original. |
* [[Transliteração]] - técnica linguística que, tal como a tradução, ocupa-se de adequar termos, nomes e expressões de uma língua para outra, entretanto adaptando-as para um alfabeto que possui letras diferentes de seu original. |
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{{Referências}} |
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== Exemplo == |
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Às vezes, a superposição de um texto sobre outro pode provocar uma certa atualização ou modernização do primeiro texto. Nota-se isso no [[livro]] [[Mensagem (livro)|Mensagem]], de [[Fernando Pessoa]], que retoma, por exemplo, com seu poema “O Monstrengo” o episódio do Gigante Adamastor de ''[[Os Lusíadas]]'' de [[Luís Vaz de Camões|Camões]]. |
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==Bibliografia== |
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*Comhrink, A. (n.d.). 'The matrix and the echo': Intertextual re-modelling in Stoppard's Rosencrantz and Guildenstern are dead. Attie de Lxmge{{clarify|date=July 2016}}. |
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*Griffig, Thomas. ''Intertextualität in linguistischen Fachaufsätzen des Englischen und Deutschen (Intertextuality in English and German Linguistic Research Articles).'' Frankfurt a.M.: Lang, 2006. |
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*Kliese, M. (2013). Little Lamb analysis. CQUniversity e-courses, LITR19049 - Romantic and Contemporary Poetry. |
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*National Institute of Development Administration, The (NIDA), Bangkok 10240, Thailand. |
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*Oropeza, B.J. "Intertextuality." In ''The Oxford Encyclopedia of Biblical Interpretation''. Steven L. McKenzie, editor-in-chief. New York: Oxford University Press, 2013, Vol. 1, 453–63; B. J. Oropeza and Steve Moyise, eds. ''Exploring Intertextuality: Diverse Strategies for New Testament Interpretation of Texts'' (Eugene, Ore.: Cascade Books, 2016). |
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*Pasco, Allan H. ''Allusion: A Literary Graft''. 1994. Charlottesville: Rookwood Press, 2002. |
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*Porter, Stanley E. "The Use of the Old Testament in the New Testament: A Brief Comment on Method and Terminology." In ''Early Christian Interpretation of the Scriptures of Israel: Investigations and Proposals'' (eds. C. A. Evans and J. A. Sanders; JSNTSup 14; Sheffield: Sheffield Academic Press, 1997), 79–96. |
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{{Referências}}7. '''''SANT’ANNA, Affonso Romano de. Paródia, paráfrase & Cia, 7.ed. São Paulo: Ática, 2000.'''''{{reflist}} |
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[[Categoria:Conceitos literários]] |
[[Categoria:Conceitos literários]] |
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[[Categoria:Pós-estruturalismo]] |
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[[Categoria:Intertextualidade| ]] |
[[Categoria:Intertextualidade| ]] |
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[[Categoria:Transmediação]] |
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[[Categoria:!Mais Diversidade em Teoria da História na Wiki]] |
Edição atual tal como às 05h03min de 9 de outubro de 2024
Intertextualidade é a formação do significado de um texto por outro texto, seja por meio de estratégias deliberadas de composição como citação, alusão, calque, plágio, tradução, pastiche ou paródia,[1][2][3][4][5] ou por interconexões entre obras semelhantes ou relacionadas percebidas por um público ou leitor do texto.[6] Essas referências às vezes são feitas deliberadamente e dependem do conhecimento prévio do leitor e da compreensão do referente, mas o efeito da intertextualidade nem sempre é intencional e às vezes é inadvertido. Frequentemente associada a estratégias empregadas por escritores que trabalham em registros imaginativos (ficção, poesia e drama e até mesmo textos não escritos como arte performática e mídia digital),[7][8] a intertextualidade é agora entendida como intrínseca a qualquer texto.[9]
A intertextualidade foi diferenciada em categorias referenciais e tipológicas. A intertextualidade referencial refere-se ao uso de fragmentos em textos e a intertextualidade tipológica refere-se ao uso de padrão e estrutura em textos típicos.[10] Uma distinção também pode ser feita entre iterabilidade e pressuposição. A iterabilidade faz referência à "repetibilidade" de determinado texto que é composto por "traços", pedaços de outros textos que ajudam a constituir seu significado. A pressuposição faz referência às suposições que um texto faz sobre seus leitores e seu contexto.[11] Como o filósofo William Irwin escreveu, o termo "chegou a ter quase tantos significados quanto os usuários, daqueles fiéis à visão original de Julia Kristeva de quem simplesmente a usa como uma maneira elegante de falar sobre alusão e influência".[12]
Tipos de intertextualidade
[editar | editar código-fonte]Pode-se destacar doze tipos de formas:
- Alusão ou referência - Na alusão, não se aponta diretamente o fato em questão; apenas o sugere através de características secundárias ou metafóricas.
- Bricolagem - são alguns procedimentos de intertextualidade das artes plásticas e da música que também aparecem retomados na literatura. Quando o processo da citação é extremo, ou seja, um texto é montado a partir de fragmentos de outros textos, tem-se um caso de bricolagem.
- Citação - é uma transcrição do texto alheio, marcada por aspas e geralmente com o nome do autor deste. A Citação é um fragmento transcrito de outro autor, inserido no texto entre aspas.
- Crossover - é aparição ou encontro entre personagens que pertencem a universos fictícios diferentes em determinados capítulos, episódios, edições ou volumes de alguma obra artística.
- Epígrafe - é um pequeno trecho de outra obra, ou mesmo um título, que apresenta outra criação, guardando com ela alguma relação mais ou menos oculta.
- Paráfrase - o autor recria, com seus próprios recursos,um texto já existente,"relembrando" a mensagem original ao interlocutor.
- Paródia - é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente. Ela muitas vezes perverte o texto anterior, visando a crítica de forma irônica.
- Pastiche - é definido como obra literária ou artística em que se imita abertamente o estilo de outros escritores, pintores, músicos, etc.
- Plágio - é a cópia e/ou alteração indevida e não-licenciada de uma obra artística, científica ou literária por alguém que afirma ser o autor original da mesma.
- Sample - são trechos "roubados" de outras músicas e usados como base para outras produções.
- Tradução - a tradução é a adequação de um texto em outra língua, a língua nativa do país. Por exemplo, um livro em turco é traduzido para o português.
- Transliteração - técnica linguística que, tal como a tradução, ocupa-se de adequar termos, nomes e expressões de uma língua para outra, entretanto adaptando-as para um alfabeto que possui letras diferentes de seu original.
Referências
- ↑ Gerard Genette (1997) Paratexts p.18
- ↑ Kaźmierczak, Marta (15 de dezembro de 2019). «Intertextuality as Translation Problem: Explicitness, Recognisability and the Case of "Literatures of Smaller Nations"». Russian Journal of Linguistics. 23 (2): 362–382. ISSN 2312-9212. doi:10.22363/2312-9182-2019-23-2-362-382
- ↑ Hallo, William W. (2010) The World's Oldest Literature: Studies in Sumerian Belles-Lettres p.608
- ↑ Cancogni, Annapaola (1985) The Mirage in the Mirror: Nabokov's Ada and Its French Pre-Texts pp.203-213
- ↑ Hebel, Udo J (1989). Intertextuality, Allusion, and Quotation: An International Bibliography of Critical Studies (Bibliographies and Indexes in World Literature). [S.l.]: Greenwood Press. ISBN 978-0313265174
- ↑ "Definition of Intertextuality", "Dictionary.com", Retrieved on 15 March 2018.
- ↑ Clayton, John B. (1991). Influence and Intertextuality in Literary History (em inglês). [S.l.]: Univ of Wisconsin Press. ISBN 9780299130343
- ↑ Gadavanij, Savitri. "Intertextuality as Discourse Strategy", School of Language and Communication, Retrieved 15 March 2018.
- ↑ Roozen, Kevin (2015). «Texts Get Their Meaning from Other Texts». Naming What We Know: Threshold Concepts of Writing Studies. Logan: Utah State UP. pp. 44–47. ISBN 978-0-87421-989-0
- ↑ Mayer, Rolf (1990). «Abstraction, Context, and Perspectivization – Evidentials in Discourse Semantics». Theoretical Linguistics. 16 (2–3). ISSN 0301-4428. doi:10.1515/thli.1990.16.2-3.101
- ↑ Porter, James E. (1986). «Intertextuality and the discourse community». Rhetoric Review. 5 (1): 34–47. ISSN 0735-0198. doi:10.1080/07350198609359131
- ↑ Irwin,2, October 2004, pp. 227–242, 228.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Comhrink, A. (n.d.). 'The matrix and the echo': Intertextual re-modelling in Stoppard's Rosencrantz and Guildenstern are dead. Attie de Lxmge[necessário esclarecer].
- Griffig, Thomas. Intertextualität in linguistischen Fachaufsätzen des Englischen und Deutschen (Intertextuality in English and German Linguistic Research Articles). Frankfurt a.M.: Lang, 2006.
- Kliese, M. (2013). Little Lamb analysis. CQUniversity e-courses, LITR19049 - Romantic and Contemporary Poetry.
- National Institute of Development Administration, The (NIDA), Bangkok 10240, Thailand.
- Oropeza, B.J. "Intertextuality." In The Oxford Encyclopedia of Biblical Interpretation. Steven L. McKenzie, editor-in-chief. New York: Oxford University Press, 2013, Vol. 1, 453–63; B. J. Oropeza and Steve Moyise, eds. Exploring Intertextuality: Diverse Strategies for New Testament Interpretation of Texts (Eugene, Ore.: Cascade Books, 2016).
- Pasco, Allan H. Allusion: A Literary Graft. 1994. Charlottesville: Rookwood Press, 2002.
- Porter, Stanley E. "The Use of the Old Testament in the New Testament: A Brief Comment on Method and Terminology." In Early Christian Interpretation of the Scriptures of Israel: Investigations and Proposals (eds. C. A. Evans and J. A. Sanders; JSNTSup 14; Sheffield: Sheffield Academic Press, 1997), 79–96.