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Garganta de Samariá

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Parque Nacional de Samariá
Categoria II da IUCN (Parque Nacional)
Garganta de Samariá
Localização
País  Grécia
Região Creta
Unidade regional Chania
Localidades mais próximas Omalós, Agia Ruméli
Dados
Criação 1962
Sítio oficial www.samaria.gr

Localização do Parque Nacional de Samariá n parte ocidental de Creta
Coordenadas 35° 16' 16" N 23° 57' 41" E
Descida para o desfiladeiro

A garganta de Samariá (em grego: Φαράγγι Σαμαριάς; romaniz.: Farángi Samariás ou simplesmente Φάραγγας; Fárangas) é um desfiladeiro situado na costa sul da ilha de Creta que, com 16 km de extensão, é frequentemente referido como sendo o mais longo da Europa.[1] Grande parte dele faz parte do Parque Nacional de Samariá, o maior parque nacional da Grécia.[2] A região está classificada como reserva da biosfera, integra a Rede Natura 2000,[3] e é uma das principais atrações turísticas da ilha.[4]

A garganta situa-se na parte sudoeste de Creta, na unidade regional de Chania. Foi criada por um pequeno rio que corre desde as Montanhas Brancas (Lefká Óri) e o monte Volakias. Há várias outras gargantas nas Montanhas Brancas, mas a de Samariá é a mais comprida. Usualmente diz-se que tem 18 km, a distância que vai da aldeia de Omalos, a norte, no interior, até à aldeia costeira de Agia Ruméli, mas extensão do desfiladeiro propriamente dito é de 16 km. A altitude varia entre 1 250 metros no planalto de Xiloskalo, a norte, onde se situa a entrada, e o nível do mar, na costa do mar da Líbia, onde termina. O percurso de caminhada através do Parque Nacional de Samariá tem 13 km, mas há que percorrer mais três quilómetros desde a saída do parque até Agia Ruméli.

A parte mais famosa da garganta é o trecho conhecido como "Portões" (ou, embora incorretamente, "Portões de Ferro"), onde a largura é de apenas quatro metros entre os dois lados a pique do desfiladeiro, cujas escarpas se erguem até 500 metros acima do leito do rio. A garganta tornou-se um parque nacional em 1962, particularmente como refúgio da rara kri-kri (Capra aegagrus creticus), a cabra selvagem cretense.[2] Na garganta e áreas em redor há muitas espécies de e aves e plantas, algumas delas endémicas.

A aldeia de Samariá situa-se dentro do desfiladeiro. Foi abandonada de vez pelos seus últimos habitantes em 1962, quando foi criado o parque nacional. A aldeia e a garganta devem o seu nome à antiga igreja da aldeia, Ossia Maria, construída pelos venezianos em 1379, que tinham algum interesse na exploração da madeira do vale. O nome foi sucessivamente corrompido para "Sia Maria", "Sa Maria" e finalmente Samariá.[5]

Parque nacional, fauna e flora

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Quase todo o desfiladeiro (13 de 16 km), bem como a área em volta constituem o Parque Nacional de Samariá, o parque mais extenso e que acumulou mais distinções na Grécia:[3]

  • Pertence à rede de reservas da biosfera criada pelo programa "Homem e Biosfera" (Man and Biosphere, MAB) da UNESCO. Além do Parque Nacional do Olimpo, é o único parque nacional grego pertencente a esta rede.
  • Integra a Rede Euopeia de Reservas Biogenéticas do Conselho da Europa.
  • A área mais vasta das Montanhas Brancas é um sítio da Rede Natura 2000 com a referência GR4340008 (Sítio de Interesse Comunitário; SCI).

Entre as espécies presentes no parque, algumas delas endémicas, destacam-se:

  • O kri-kri (Capra aegagrus creticus), também chamada agrimi, a cabra selvagem cretense, uma raça especial de cabras selvagens que praticamente só se encontra na área do parque e numa ilha ao largo de Agia Marina.[6] A visão destes animais muito ágeis é rara, mas ocasionalmente é possível avistar as suas parentes cabra-selvagens vulgares.[7]
  • O abutre-barbudo (Gypaetus barbatus), que provavelmente foi o animal que se diz ter matado o dramaturgo clássico Ésquilo c. 456 ou 455 a.C. ao deixar cair uma tartaruga sobre a sua cabeça calva, que tomou por uma pedra.[6]

Estão catalogadas cerca de 450 espécies de plantas no parque, nomeadamente a tulipa-de-Creta (Tulipa cretica), Berberis cretica, sanfeno-de-Sfakiá (Onobrychis sphaciotica), Anchusa caespitosa, abelícea (Zelkova abelicea), etc.[6] Entre as flores são relativamente abundants a Tulipa saxatilis, as aubrietas, saxifragas e anémonas. Também se encontram iris e orquídeas silvestres.[7]

Ainda há muitas árvores, embora sejam menos abundantes do que no passado, quando a região foi famosa pelas suas vastas florestas de onde era extraída madeira para construção naval. Entre elas destacam-se o pinheiro Pinus brutia e o cipreste-mediterrânico Cupressus sempervirens var. horizontalis. Outras espécies presentes são o carrasco (Quercus coccifera), bordo-cretense Acer sempervirens), alfarrobeira (Ceratonia siliqua), lentisco (Pistacia lentiscus) e murta.[6]

Há várias plantas aromáticas, como a ladania ou angisaros, manjerona, tomilho, malotera ou "chá da montanha", salva,[6] alecrim (Rosmarinus officinalis) e orégão, além de meia dúzia de espécies que só se encontram em Samariá.[7]

No desfiladeiro crescem várias plantas medicinais, algumas usadas por Dioscórides: além da alfarrobeira e do lentisco, há agarathus (Phlomis triloba), árvore-da-castidade (Vitex agnus-castus), aloendro (Nerium oleander), Centaurea redempta e dictamno-de-Creta (Origanum dictamnus).[6] Este último só se encontra em locais praticamente inacessíveis e foi mencionado por Aristóteles e Hipócrates. Antigamente era usado pelas mulheres para abortar e recentemente provou-se cientificamente que pode realmente causar aborto se ingerido em grandes quantidades durante os primeiros tempos da gravidez.[7]

A descida a pé do desfiladeiro, desde o planalto de Omalós e Agia Ruméli é uma das principais atrações de turismo da natureza de Creta. Agia Ruméli não é acessível por estrada, pelo que os visitantes usam barcos para irem dali para Sougia ou Chóra Sfakíon. A caminhada dura entre cinco e sete horas e pode ser árdua, principalmente no pico do verão, quando as temperaturas são muito altas. Uma versão mais curta da caminhada é a ida e volta entre Agia Ruméli e aos "Portões". Além do desfiladeiro principal, há vários desfiladeiros transversais, que no entanto para serem percorridos é ncessário equipamento de canyoning[8] e a obtenção prévia de uma autorização especial.[6]

Os operadores turísticos locais organizam excursões à garganta, que incluem transporte de autocarro até à entrada do desfiladeiro, perto da aldeia de Omalós, a passagem marítima entre Agia Ruméli e Sougia ou Chóra Sfakíon e autocarro de volta aos locais de origem. Há também carreiras regulares de autocarros para Omalós desde Chania, Sougia e Palaiochora.[4]

Notas e fontes

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  • Parte do texto foi inicialmente baseado no na tradução do artigo «Samariá Gorge» na Wikipédia em inglês (acessado nesta versão).
  1. Fisher, John; Garvey, Geoff (2007), The Rough Guide to Crete, ISBN 978-1-84353-837-0 (em inglês) 7ª ed. , Nova Iorque, Londres, Deli: Rough Guides, p. 19 
  2. a b «Samaria National Park» (em inglês). www.cretanbeaches.com. Consultado em 30 de abril de 2014 
  3. a b «Legal protection–Awards» (em inglês). Parque Nacional de Samariá. www.samaria.gr. Consultado em 30 de abril de 2014 
  4. a b Fisher & Garvey 2007, pp. 347–352
  5. «Samaria gorge - national Park since 1962» (em inglês). www.samariagorge.eu. Consultado em 30 de abril de 2014. Arquivado do original em 30 de maio de 2014 
  6. a b c d e f g h i j «Samaria Gorge, a place to be» (em inglês). www.samariagorge.com. Consultado em 30 de abril de 2014 
  7. a b c d e Fisher & Garvey 2007, p. 352
  8. «Samaria Gorge» (em inglês). www.cretanbeaches.com. Consultado em 30 de abril de 2014 

Ligações externas

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O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Garganta de Samariá
  • Leech, Mike (2010). «Samaria» (em inglês). www.mikes-walks.co.uk. Consultado em 30 de abril de 2014. Arquivado do original em 19 de junho de 2010