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Sonetos

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5.ª edição

Florbela é a verdadeira poesia no feminino-singular.

Obra poética de rara sensibilidade em que o caso humano se faz poema.

Florbela é "Soror Saudade", irmã da amargura e voz da "Charneca em Flor".

208 pages, Paperback

First published January 1, 1934

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About the author

Florbela Espanca

116 books239 followers
Florbela Espanca (birth name Flor Bela de Alma da Conceição), a poet precursor of the feminist movement in Portugal, she had a tumultuous and eventful life that shaped her erotic and feminine writings.

She was baptized as the child of an "unknown" father. After the death of her mother in 1908, Florbela was taken into the care of Maria Espanca and João Maria Espanca, for whom her mother had worked as a maid. João Maria Espanca, who always provided for Florbela (she referred to him in a poem as "dear Daddy of my soul"), officially claimed his paternity in 1949, 19 years after Florbela's death.

Florbela's earliest known poem, A Vida e a Morte (Life and Death), was written in 1903. Her first marriage, to Alberto Moutinho, was celebrated on her 19th birthday. After graduating with a literature degree in 1917, she became the first woman to enroll at the law school at the University of Lisbon.

Between 1915-1917 she collected all her poems and wrote "O livro D'ele" (His book) that she dedicated to his brother.
She had a miscarriage in 1919, the same year that Livro de Mágoas (The Book of Sorrows) was published. Around this time, Florbela began to show the first serious symptoms of Neurosis. In 1921 she divorced her first husband, which exposed her to significant social prejudice. She married António Guimarães in 1922.

The work Livro de Soror Saudade (Sister Saudade's Book) was published in 1923. Florbela had a second miscarriage, after which her husband divorced her. In 1925 she married Mário Lage (a doctor that treated her for a long time). Her brother Apeles Espanca died in an airplane crash (some might say he committed suicide, due to her fiancées death), which deeply affected her and inspired the writing of As Máscaras do Destino (The Masks of Destiny).

In October and November of 1930, Florbela twice attempted suicide, shortly before the publication of her last book Charneca em Flor (Heath in Bloom). Having been diagnosed with a pulmonary edema, Florbela died on December 8, 1930, on her 36th birthday. Her precarious health and complex mental condition make the actual cause of death a question to this day. Charneca em Flor was published in January 1930. After her death in 1931 «Reliquiare», name given by the italian professor Guido Battelli, was published with the poems she wrote on a further version of "Charneca em Flor».

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Community Reviews

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1 star
14 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 92 reviews
Profile Image for Luís.
2,187 reviews1,034 followers
June 28, 2024
The Sonnet by Florbela Espanca is a constant lament. Everything is sad, and everything is nostalgic. The muse writes about Love, Death, Hate, and Pain in an almost shocking yet captivating way. It is easy to see the symbols that Florbela chose to highlight her sensations. Nothing was left to chance. The most striking example is perhaps that of colors. Purple, black, and grey appear in most poems. Blue colors represent mourning, death, and loneliness. Black also appears in other ways, as in some titles: Nocturno, Noitinha. Shadow, Dusk. The flowers also appear numerous times. Purple-colored flowers, such as lilies and lilacs, also symbolize pain. The titles of the poems allude to the state of Florbela's soul, such as Crucified, Madness, Let Death, Nostalgia, Longing, My Evil, Lost Soul, My Tragedy, Torture, Without Medicine, and so many other examples that we could give.

Source: https://www.ipv.pt/millenium/16_pers1...
Profile Image for Teresa.
1,492 reviews
October 22, 2015
Hoje, quando cumpria o meu ritual semanal de namorar um pouco com os meus livros, toquei nos sonetos de Florbela. Tenho este livro desde 1981 e perdi a conta às vezes que o li. Dentro tem um papelinho no qual assinalei os sonetos que tanto falavam ao meu coração. Reli esses e alguns outros, e apercebi-me que perdi a capacidade para os ouvir. Excepto um...
"Perdi os meus fantásticos castelos
Como névoa distante que se esfuma...
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los:
Quebrei as minhas lanças uma a uma!

Perdi minhas galeras entre os gelos
Que se afundaram sobre um mar de bruma...
- Tantos escolhos! Quem podia vê-los? –
Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma!

Perdi a minha taça, o meu anel,
A minha cota de aço, o meu corcel,
Perdi meu elmo de ouro e pedrarias...

Sobem-me aos lábios súplicas estranhas...
Sobre o meu coração pesam montanhas...
Olho assombrada as minhas mãos vazias."

Profile Image for tiago..
399 reviews130 followers
May 27, 2020
Já tinha ficado completamente cativado pela tormenta de dor d' As Máscaras do Destino , pelo que tinha altas expectativas para este livro, que reúne quase toda a obra poética de Florbela Espanca. Não fiquei de todo desiludido. Neste volume de sonetos reune-se a obra poética publicada por Florbela em quatro antologias: Livro de Mágoas, Livro de Soror Saudade, Charneca em Flor e Reliquiae . De entre todos destaca-se a Charneca, já publicada postumamente, que reúne para mim o melhor da poesia de Florbela; cheia de uma ânsia de viver, de um quase desespero por sonhos mais altos que os que lhe são possível alcançar - e claro, escrito num estilo imaculado.

Fernando Pessoa chamava a Florbela alma sonhadora | irmã gêmea da minha; talvez isso fosse verdade na obra inicial dela (Livro de Mágoas / Livro de Soror Saudade), mas a Florbela de Charneca em Flor deve muito mais a Antero de Quental, outro dos meus poetas favoritos. Tal como ele a Florbela destes sonetos era, nas suas próprias palavras, uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê! (Cartas de Florbela Espanca).

Uma obra prima da literatura portuguesa.
Profile Image for la poesie a fleur de peau.
474 reviews57 followers
April 17, 2021
"Este querer-te bem sem me quereres,
Este sofrer por ti constantemente,
Andar atrás de ti sem tu me veres
Faria piedade a toda a gente.

Mesmo a beijar-me, a tua boca mente...
Quantos sangrentos beijos de mulheres
Poisa na minha a tua boca ardente,
E quanto engano nos seus vãos dizeres!...

Mas que me importa a mim que não me queiras,
Se esta pena, esta dor, estas canseiras,
Este mísero pungir, árduo e profundo,

Do teu frio desamor, dos teus desdéns,
É, na tua vida, o mais alto dos meus bens?
É tudo quanto eu tenho neste mundo?"

O Maior Bem

***

"No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
— Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças..."

Volúpia

***

Regressar à poesia de Florbela Espanca depois de tantos anos foi uma experiência interessante: regra geral não fixo versos, posso recordar títulos, passagens, mas aquilo que fica em mim são as imagens que se formam, as sensações — tal como as impressões que as pessoas deixam em nós, há algo de orgânico na poesia, nos poemas; funcionam mesmo como corpos, matéria — e essas sensações, por sinal, estavam intactas. Ao reler alguns destes poemas soube que a informação que estava a receber se encaixava harmoniosamente nas impressões anteriormente criadas: o erotismo, a intensidade (que ela tão bem sabia passar pelas palavras, mas que se agudiza com o uso da pontuação: a abundância de pontos de exclamação acentua a urgência das palavras, chega a ser violento — o tom é quase sempre pulsante, exaltado, como quem ameaça permanentemente saltar, cair), a experiência da dor...
Na poesia a obra e poeta estão perto de se fundir (talvez sejam quase sempre um só) e, no caso de Florbela Espanca, sinto que toda essa intensidade, exaltação e uma certa teatralidade (no sentido de quem dramatiza a dor, de quem procura apropriar-se dela e criar significado, sentido) ficarão, para sempre, cronologicamente inscritas: 8 de Dezembro é a abertura e o fecho de um ciclo, nascimento - casamento - morte. Há algo de irremediavelmente belo nisso (digo eu que, para o bem e para o mal, sempre simpatizei demasiado com os suicidas).
Profile Image for Bárbara Fraga.
188 reviews19 followers
February 15, 2024
3,25 ⭐️

É o primeiro livro de poesia que leio, soo it's a first. Gostei, foi uma boa experiência, mas a verdade é que não adorei todos os sonetos, nem de longe.

Emocionei-me com o Livro de Mágoas (vou guardar alguns daqueles poemas para a vida), mas nas restantes partes fiquei um pouco aborrecida.

Fico feliz por conhecer um pouco da obra da autora, ainda assim.
Profile Image for Cat.
754 reviews88 followers
March 18, 2019
compreendo a importância da obra da autora, mas pareceu-me que os poemas eram todos sobre os mesmos assuntos, sendo que começou a cansar passadas poucas páginas. não sou especialmente fã da linguagem utilizada também.

talvez tivesse adorado se tivesse lido à alguns anos atrás mas agora foi só uma leitura redundante e aborrecida
Profile Image for Carla.
62 reviews4 followers
February 26, 2017
A beleza dos sonetos onde transparece uma melancolia, uma loucura, um narcissismo e um erotismo que nos deixa tão ou mais desequilibrados do que a própria Florbela Espanca.
É tão bom ler autores portugueses!
Profile Image for Paula.
18 reviews7 followers
July 20, 2013
Foi um refrescar da memória, porque ninguém escreve sobre amor, dor e sentimentos como a Florbela Espanca... com todo o carinho guardo este tesouro que tenho a certeza vou reler muitas mais vezes...
Profile Image for Luísa (tolkientoyou).
219 reviews24 followers
March 31, 2021
A Florbela era uma flor cheia de dor e tormento. E como ela diz no início, só os atormentados poderão sentir e entender as suas palavras...
Profile Image for Sara Mendonça.
4 reviews1 follower
October 23, 2023
Através da sua escrita conseguimos experienciar todas as emoções que a mesma sentiu ao escrever. É um optimo livro, com uma escrita maravilhosa. Acabamos por pensar sobre a forma como nós mesmo olhamos para a paixão, abandono entre outros.
Profile Image for Vanda.
18 reviews14 followers
March 31, 2013
Florbela Espanca, poetisa fortemente influenciada por Camões e Antero de Quental, no que respeita à estrutura externa dos seus poemas (sonetos).
Estes deixam transbordar sensualismo, através de uma linguagem passional de um cunho muito pessoal. É a procura da felicidade que só será alcançada no infinito. Não se sente realizada na solidão que a envolve. A natureza, muitas vezes, é alvo dos seus anseios, da busca absoluta da felicidade que diz ter-lhe sido negada...os seus anseios levados ao excesso deixam antever uma alma bem feminina que sofre num mundo que não sente seu.

VAIDADE

Sonho que sou a Poetisa eleita,

Aquela que diz tudo e tudo sabe,

Que tem a inspiração pura e perfeita,

Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade

Para encher todo o mundo! E que deleita

Mesmo aqueles que morrem de saudade!

Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...

Aquela de saber vasto e profundo,

Aos pés de quem a terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,

E quando mais no alto ando voando,

Acordo do meu sonho... E não sou nada!


E este último verso diz-nos tudo sobre esta poetisa: um "nada" sentido que foi um todo poetizado.
415 reviews124 followers
January 14, 2014

Confesso que normalmente não leio poesia, mas não podia deixar de ler este livro de sonetos de Florbela Espanca. A intensidade,vulnerabilidade e emoção dos seus poemas não me deixaram de todo indiferente.
Resumindo : adorei!

Aqui deixo um dos meus poemas favoritos :

"Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!"
Profile Image for Rosa Ramôa.
1,570 reviews78 followers
May 11, 2014
Sobre ter asas.
O mundo!
Orgulho e desdém...
EU sou alguém?
35 reviews17 followers
June 17, 2021
Charneca em Flor é absolutamente brilhante.
Quero andar com estes sonetos sempre comigo.
Profile Image for Ana.
42 reviews8 followers
April 7, 2010
I'm not much of a fan of poetry. Or at least I wasn't until I «met» Florbela Espanca. Her poetry is filled with so much pain and suffering, and yet, sometimes I can feel hope in her verses. Her poetry makes me cry; makes me feel; makes me think and wonder about life. Whenever I'm in the mood I just pick up this book and read a few random pages. And I love it :)
Profile Image for Marisol.
4 reviews
October 6, 2022
Sempre que quiser ser reconfortada vou buscar este livro à minha prateleira
Profile Image for Inês.
137 reviews2 followers
October 4, 2022
Daria certamente 5 estrelas se só se tratasse dos poemas que realmente gostei. Flor Bela tinha as palavras e os sentimentos nas pontas dos dedos.

Consegue observar-se na sua escrita a frustração que esta sentia pela vida, e é nesses mesmos poemas que julgo encontrar o auge da sua obra.

Pessoalmente, não aprecio tanto os sonetos de amor. No entanto, comecei a ler os contos dela recentemente e não consigo ficar indiferente perante a sua escrita: parágrafos de pura poesia e da mais inerente palpável emoção.
Profile Image for Rita Rodrigues.
16 reviews
April 24, 2022
"Ódio seria em mim saudade infinda
Mágoa de o ter perdido, amor ainda."

"Saudades de saudades que não tenho...
Sonhos que são os sonhos do que eu tive..."

"Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento..."

"Sobre um sonho desfeito erguer a torre
Doutro sonho mais alto e, se esse morre,
Mais outro e outro ainda, toda a vida!"

"Quem nos deu olhos para ver os astros
- Sem nos dar braços para os alcançar?"

Profile Image for Sara.
4 reviews
March 15, 2019
"Quem nos deu asas para andar de rastros?
Quem nos deu olhos para ver os astros
- Sem nos dar braços para os alcançar?"
Profile Image for alex&#x1f34a;.
15 reviews1 follower
November 26, 2021
a primeira vez que releio isto em anos, o meu coração está quentinho (e um pouco triste) <3
Profile Image for Jennifer Hachiya.
Author 1 book13 followers
May 3, 2023
Extremamente deprimente. Típico da literatura portuguesa - celebração da depressão em estilo de pornografia de miséria e melancolia. Compreendo a qualidade literária, no entanto não é o tipo de escrita que recomendaria a ninguém.
Profile Image for m & her books.
87 reviews10 followers
July 23, 2023
Acabei de ler o meu primeiro livro da Florbela Espanca. Que mulher. Que poetisa. Senti-me indescritivelmente acolhida pela poesia dela.

Ela sente muito, expressa muito e enfatiza muito. A expressividade dela é divinal. Uma obra-prima da literatura portuguesa. (Admira-me só a ter descoberto agora).

Se há algum sentimento que exceda o de nos descobrirmos num autor, não o conheço. Na verdade, não o quero conhecer. Quero que este continue a ser o momento mais prazeroso e sereno que o meu coração tem a oportunidade de vivenciar.

Estava a precisar de uma escritora (o “a” no final faz diferença) na qual pudesse encontrar este tipo de conforto, admiração e experiência. Acredito que acabou de nascer uma paixão que ficará comigo para o resto da vida. Por isso, Florbela, obrigada. Obrigada por seres a minha nova inspiração e a minha nova poetisa favorita. 💜
Profile Image for David Silva.
73 reviews3 followers
September 27, 2024
Um lindíssimo e constante lamento!
Pareço vê-la chorar, deitada sobre lençóis frios e uma colcha amarrotada, num quarto fracamente iluminado e uma janela semi-aberta, por onde entra uma brisa gélida.
Tenta desvendar o amor, perceber porque sofre…
Assaltam-lhe dúvidas, sofrimento, saudade, vontades e desejos.
Nestes maioritariamente amargos sonetos, Florbela Espanca derrama magníficos versos. Com arte e talento nos transmite as suas angústias. E senti a dor. Não tão intensamente como ela, certamente, mas cheio de ternura e compaixão. Senti.

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