Matemática elementar/Função módulo
A função módulo, também conhecida como função do valor absoluto, é aquela que associa a cada número real, a sua distância até a origem. Desta forma, a imagem dessa função normalmente é composta por valores positivos, pois uma distância jamais pode ser negativa. Veja os seguintes problemas em que é aplicada esta função:
Definição
[editar | editar código-fonte]O símbolo do módulo é | |. Quando um número apresenta-se entre estas riscas, dizemos que o seu módulo é o valor do número, sempre com sinal positivo. Assim:
- |5| = 5
- |-5| = 5
- |x| = x
- |-x| = x
Podem aparecer coeficientes na equação modular, o que pode fazer, em alguns casos, o resultado da equação ser negativo:
- -|4| = -4
- |-2| - 5 = -3
Pode-se trocar o sinal de todos os coeficientes do módulo:
- |-y| + 1 = |y| + 1
- |-2x + 3| = |2x - 3|
- |x2 - 2x + 1| = |-x2 + 2x - 1|
Também, é indiferente resolver o módulo, multiplicação positiva ou divisão positiva primeiro:
- 2|x| = |2x|
- 3x|2x - 5| = |6x2 - 15x|
|2x| = |x| 2 Gráfico da função
[editar | editar código-fonte]Consideremos a função f(x) = |x|. Determinaremos o contradomínio:
Podemos observar que f(x)= f(-x), assim temos que a função módulo é uma função par, pois a imagem repete à medida que os valores absolutos de x repetem.Características da função modular de primeiro grau
[editar | editar código-fonte]Consideraremos como expressão geral da função modular de primeiro grau:
Determinaremos como ponto P aquele onde a reta inverte o sentido. As coordenadas deste não são somente determinadas pelos coeficientes lineares b e d, mas também pelos angulares a e c:
Quanto aos coeficientes angulares a e c, podemos dizer que:
Sendo α e β os ângulos que cada segmento a partir do ponto P forma com o eixo das abcissas (α, o segmento à esquerda de P e β à direita). Quanto aos valores de α temos as seguintes conclusões:
- Se α < 0, o segmento direciona-se ao quadrante III;
- Se α > 0, o segmento direciona-se ao quadrante II;
- Se α = 0, o segmento direciona-se ao quadrante III (caso P esteja no III ou IV) ou ao II (caso P esteja em I ou no II quadrante). Se P pertencer ao eixo das abcissas, o segmento permanece no eixo das abcissas.
Quanto a β:
- Se β < 0, o segmento direciona-se ao quadrante IV;
- Se β > 0, o segmento direciona-se ao quadrante I;
- Se β = 0, o segmento direciona-se ao quadrante IV (caso P esteja no III ou IV) ou ao I (caso P esteja em I ou no II quadrante). Se P pertencer ao eixo das abcissas, o segmento permanece no eixo das abcissas.
Podemos, também, analisar separadamente cada segmento. Para isso, deve-se utilizar -α.
Ainda pode ocorrer de haver sinal negativo anterior ao módulo. Neste caso, ocorre a reflexão da função no gráfico.
Soma de funções modulares de primeiro grau
[editar | editar código-fonte]Quando ocorre a soma de duas funções modulares, é possível haver mais de dois segmentos no gráfico. Nestes casos, teremos como expressão geral
Tenha como exemplo a função g(x) = |x + 1| - |x|:
Note que esta apresenta três segmentos de reta:
- Quando x ≤ -1, y = -1;
- Quando -1 < x < 0, y = 2x + 1;
- Quando x ≥ 0, y = 1.
Resolução dos problemas
[editar | editar código-fonte]Você viu no início desta página dois problemas que envolvem a função módulo. A resolução destes problemas pode ser visualizada abaixo:
Problema 1O primeiro problema é uma questão de ótica em que deve ser aplicada a Lei de Snell, que nos diz:
Onde n são os coeficientes de refração, e sin corresponde ao seno entre a trajetória do raio luminoso e a reta normal.
A equação |x| - 3x - 2y = 0, primeiramente, deve ser convertida para f(x) = |ax + b| + cx + d. Ela fica da seguinte forma:
Agora, calcularemos os ângulos dos segmentos que formam o gráfico da função:
Descobertos os ângulos entre o eixo das abcissas e os segmentos, resta descobrir entre os segmentos e a reta normal:
A Lei de Snell pode ser aplicada:
Então:
Conclui-se que o coeficiente de refração da superfície é igual a 0,63.
Problema 2O primeiro passo é analisar o melhor trajeto para que a bola amarela seja encaçapada pela bola preta. Observe que se a bola preta for tacada com o ângulo correto na borda inferior da imagem (y = -3), o desafio de Pedro é facilmente concluído.
Para tanto, calculemos o segmento de reta que passa tanto pela bola amarela (7;1) e a caçapa (9;3):
Descubramos o ponto P em que a bola bate na borda inferior, substituindo y = -3 na função f(x) = x - 6:
Calcularemos, então, a reta que liga a bola (origem) ao ponto (3;-3):
Os ângulos dos dois segmentos de reta são dados pela tangente de seus coeficientes angulares, trocando-se o sinal de α:
Através de um sistema de equações, podemos descobrir os coeficientes angulares:
Agora podemos descobrir os coeficientes lineares através de P. para isso, optaremos para a = 1:
Assim, b = -3 e d = -3.
Portanto:
Que simplificada: