13.º Congresso Nacional do Partido Comunista da China
13º Congresso Nacional do Partido Comunista da China | |||||||
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s: 中国共产党第十三次全国代表大会
t: 中國共產黨第十三次全國代表大會 | |||||||
Bandeira do Partido Comunista da China de 1921 a 1996 | |||||||
Cidade(s) | Pequim, China | ||||||
Data | 25 de outubro a 1 de novembro de 1987 | ||||||
Participantes | 1.936 delegados (mais 61 convidados) representando 46 milhões de membros do partido | ||||||
Cronologia | |||||||
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O Décimo Terceiro Congresso Nacional do Partido Comunista da China foi realizado no Grande Salão do Povo, em Pequim, de 25 de outubro a 1 de novembro de 1987.[1] Estiveram presentes 1.936 delegados representando mais de 46 milhões de membros do partido e contou com 200 jornalistas estrangeiros convidados a participar das cerimônias de abertura e encerramento.[2] Além disso, o vice-presidente do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo e o Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, representantes da Federação Nacional da Indústria e Comércio, não-partidários, minorias étnicas e representantes religiosos também estiveram entre os convidados como parte da audiência. O congresso reafirmou a correção da política de reforma e abertura adotada durante a Terceira Sessão Plenária do 11º Congresso, em dezembro de 1978. Também viu o rejuvenescimento das posições de liderança do partido quando os veteranos da Longa Marcha se aposentaram e foram substituídos por tecnocratas mais jovens e com melhor educação.
Agenda
[editar | editar código-fonte]A agenda do Congresso era a seguinte:
(1) Analisar e adotar o relatório do 12º Comitê Central do Partido Comunista da China.
(2) Analisar o relatório elaborado pelo Comitê Consultivo do Comitê Central do Partido Comunista da China.
(3) Analisar o relatório elaborado pela Comissão de Inspeção Disciplinar do Comitê Central.
(4) Adotar as emendas recomendadas à Constituição do Partido Comunista da China.
(5) Eleição do 13º Comitê Central do Partido Comunista da China, do Comitê Consultivo do Comitê Central do Partido Comunista da China e do Comitê Central do Partido Comunista da China para a Comissão de Inspeção Disciplinar.[1]
Importância do Congresso
[editar | editar código-fonte]Mudança de pessoal
[editar | editar código-fonte]Deng Xiaoping pessoalmente orquestrou a aposentadoria de mais de 90 membros antigos do partido que eram críticos às reformas de mercado adotadas no processo de suas Quatro Modernizações.[3] Entre esses membros, estavam Peng Zhen, presidente do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo; Chen Yun, economista líder do partido; Hu Qiaomu, crítico severo do chamado "liberalismo burguês" e Li Xiannian, Presidente da República. O próprio Deng renunciou a todas suas posições, exceto sua presidência da Comissão Militar Central através de uma emenda constitucional especial.[2]
Zhao Ziyang foi convocado para se tornar o primeiro vice-presidente da Comissão Militar Central, com Yang Shangkun sendo seu vice-presidente permanente.[4] O novo Comitê Central de 285 membros consistia de 175 membros regulares e 110 membros suplentes. Cerca de 150 dos líderes mais velhos do Comitê Central anterior (43% de um total de 348 membros) não conseguiram ser reeleitos. Hua Guofeng conseguiu manter sua posição no Comitê Central. A idade média da nova liderança era de 55,2 anos, abaixo dos 59,1 do comitê antecessor. 87 dos membros efetivos e suplentes eram novos e 209 (73%) de todos os membros do Comitê Central tinham formação superior.[5]
O Politburo, com 17 membros regulares e 1 membro suplente, também passou a ser repleto de jovens que apoiavam as políticas de reforma. Embora nove dos 20 membros anteriores tenham se aposentado, o ex-Secretário-Geral Hu Yaobang, juntamente com os Vice-Primeiro-Ministros Wan Li e Tian Jiyun, mantiveram suas posições. O Comitê Permanente elegeu os seguintes membros: Zhao Ziyang, Li Peng, Qiao Shi, Hu Qili e Yao Yilin.
Embora a maioria dos membros mais velhos tenha abandonado suas posições oficiais no partido, sua influência não vacilou. Sua disposição em se aposentar provavelmente foi feita sob o entendimento de que seu escolhido, Li Peng, seria nomeado para o Comitê Permanente, bem como para a futura liderança.[2] Apenas três semanas após o encerramento do congresso, Li foi nomeado premier interino e, mais tarde, no Congresso Nacional do Povo, em março de 1988, confirmado na posição.[6]
O 13º Congresso Nacional foi notável também pelo fato de as mulheres estarem totalmente ausentes dos níveis mais altos do partido, com líderes como Zhao Ziyang se opondo fortemente à participação das mulheres no processo político.[7]
O estágio primário do socialismo
[editar | editar código-fonte]Em seu discurso, Zhao Ziyang afirmou que "a reforma é o único processo através do qual a China pode ser revitalizada. É um processo que é irreversível e que está de acordo com a vontade do povo e a tendência geral dos eventos".[1] Construir o socialismo com características chinesas, anunciou Zhao, era um experimento que não poderia ter sido previsto por teóricos europeus do século XIX. A tarefa central de proclamar reformas de mercado se devia ao fato da pobreza e do atraso existirem de forma generalizada por toda a China.
A liderança chinesa defendeu a ideia de que os mecanismos de mercado e o planejamento central eram "meios e métodos neutros que não determinam o sistema econômico básico de uma sociedade".[8] Portanto, a adoção de técnicas capitalistas e habilidades de gestão em uma economia mista por meio de um sistema de propriedade múltipla seria permitida nessa fase.
Reestruturação política
[editar | editar código-fonte]O governo manteve sua posição de que a China seria uma "democracia socialista", o que significava que as mudanças que aconteciam no país não o tornariam uma democracia ao estilo europeu. Isso também significou a reestruturação do Partido Comunista para que ele pudesse governar melhor e mais com mais eficiência, estabelecendo melhorias na administração, simplificação da burocracia e eliminação do excesso de pessoal.
Significado geral
[editar | editar código-fonte]O 13º Congresso do Partido foi notável de várias maneiras. Ele lançou a China rumo a um desenvolvimento econômico acelerado, assegurou a sucessão de liderança quando os membros mais velhos do partido renunciaram voluntariamente a favor dos líderes mais jovens e adaptou o marxismo a "uma realidade que seja adequada à realidade", em vez de deslocar a "realidade em favor da teoria".[9]
No entanto, ainda houve preocupações sobre vários problemas. Primeiro, a renúncia dos anciãos do partido não significou que os reformistas tivessem liberdade para realizar as reformas imediatamente, uma vez que esses anciãos ainda detinham imensa influência sobre o partido. Em segundo lugar, Deng organizou Zhao para ser o primeiro vice-presidente da Comissão Militar Central sem a garantia de que este sucederia a Deng como líder da China. Terceiro, o desenvolvimento econômico acelerado e uma maior abertura para influências estrangeiras reviveriam questões antigas de "poluição espiritual", "liberalização burguesa" e a questão perene de "essência chinesa contra os valores estrangeiros". Quarto, a separação das funções do partido em relação ao governo e às empresas afetaria os interesses de milhões. Por fim, a supremacia dos Quatro Princípios Cardeais proibia qualquer exercício de poder que não fosse pelo Partido Comunista da China e qualquer liberdade além do que era permitido pelo partido.[2]
No geral, o Congresso foi um sucesso, pois representou um consenso entre líderes díspares para avançar o país economicamente, embora democracia, pluralismo e direitos humanos tenham sido questões que foram deixadas sem solução.[2]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c «共产党新闻网—资料中心—历次党代会». www.generexpo.com
- ↑ a b c d e Hsu, Immanuel (2000). The Rise of Modern China. Oxford University Press Sixth ed. New York: [s.n.] pp. 888–895. ISBN 978-0-19-512504-7
- ↑ «中国共产党新闻, 社论:走向未来的新起点». www.people.com.cn
- ↑ «Anything for Power: The Real Story of China's Jiang Zemin – Chapter 7». The Epoch Times (em inglês)
- ↑ «Beijing Review Reports». Beijing Review, Volume 30. November 1987: 16–22
- ↑ Hsu, Immanuel (22 de março de 1990). China without Mao: The Search for a New Order. Oxford University Press. [S.l.: s.n.] 227 páginas. ISBN 9780198022657
- ↑ Judd, Ellen R. (2002). The Chinese Women’s Movement. Stanford University Press. Private Collection: [s.n.] ISBN 0-8047-4406-8
- ↑ «New Leaders, Reforms to Be Weighed at Chinese Party Congress». Los Angeles Times Periodical
- ↑ «China Now Changing Rules and Ruling Party». Los Angeles Times Periodical