Jaó-do-sul
Jaó-do-sul | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Quase ameaçada (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Crypturellus noctivagus (Wied, 1820) | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Distribuição do jaó-do-sul
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Jaó-do-sul[2] ou jaó-do-litoral[3][4][5] (nome científico: Crypturellus noctivagus) é uma espécie de ave tinamiforme encontrada em habitats arborizados e arbustivos no leste tropical e subtropical do Brasil.[6] Esta ave superficialmente parecida com uma codorna tem uma plumagem marrom-acinzentada. Diminuiu devido às atividades humanas e, portanto, está listado como quase ameaçada na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN).
Subespécies
[editar | editar código-fonte]O jaó-do-sul não tem subespécies reconhecidas. Uma subespécie era reconhecida no Nordeste do Brasil, o zabelê (Crypturellus noctivagus zabele), que ocorre a partir de MG e BA. Em 2021, entretanto, esta subespécie passou a ser considerada uma espécie distinta, chamada Crypturellus zabele.[7]
Descrição
[editar | editar código-fonte]O jaó-do-sul tem aproximadamente 28 a 31 centímetros (11-12,2 polegadas) de comprimento. Suas partes superiores são cinzentas, as partes inferiores das costas e asas são barradas de preto, o pescoço e parte superior do peito são acinzentados, a parte inferior do peito é avermelhada e a barriga é esbranquiçada. Tem um topo enegrecido e um supercílio amarelado.[8]
Comportamento
[editar | editar código-fonte]Como outros tinamiformes, o jaó-do-sul come frutas do chão ou arbustos baixos. Também come pequenas quantidades de invertebrados, botões de flores, folhas tenras, sementes e raízes. O macho incuba os ovos que podem vir de até quatro fêmeas diferentes e, em seguida, os cria até que estejam prontos para ficarem sozinhos, geralmente duas a três semanas. O ninho fica no chão em arbustos densos ou entre contrafortes de raiz elevados.[9]
Habitat
[editar | editar código-fonte]O habitat preferido do jaó-do-sul é a floresta úmida.[10] Pode ser encontrado em altitudes de 700 metros (2 300 pés) ou menos.[11]
Conservação
[editar | editar código-fonte]O jaó-do-sul sofre de destruição generalizada e contínua do habitat e pressão de caça.[11] No geral, embora seus números estejam diminuindo, não são críticos e, portanto, estão listados como quase ameaçados na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN).[1] Tem uma faixa de ocorrência de 1 470 000 quilômetros quadrados (570 000 milhas quadradas).[11] Não há registros recentes de partes de seu território, e parece ter sido extirpado do Rio de Janeiro.[12] Em 2005, foi classificado como criticamente em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[13] em 2010, como em perigo na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais[14] e em perigo no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná;[15] em 2011, como em perigo na Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em Santa Catarina;[16] em 2014, como em perigo no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo[17] e com a rubrica "dados insuficientes" na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul;[18][19] em 2017, como vulnerável na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia;[20] e em 2018, como quase ameaçada na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)[21][22] e possivelmente extinto na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio de Janeiro.[23]
Referências
- ↑ a b BirdLife International (2016). «Crypturellus noctivagus». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2016: e.T22678217A92761578. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22678217A92761578.en. Consultado em 17 de abril de 2022
- ↑ Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 95. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022
- ↑ Gomes, Wagner (7 de fevereiro de 2013). «Lista das espécies de aves brasileiras com tamanhos de anilha recomendados». Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
- ↑ «Lista das espécies de aves brasileiras com tamanhos de anilha recomendados - Ordem sistemática e taxonômica segundo lista primária do CBRO». DOU (249): 121. 24 de dezembro de 2013. ISSN 1677-7042
- ↑ «Jaó». Michaelis. Consultado em 17 de abril de 2022
- ↑ Clements, James (2007). The Clements Checklist of the Birds of the World 6.ª ed. Ítaca, Nova Iorque: Imprensa da Universidade Cornell. ISBN 978-0-8014-4501-9
- ↑ Pacheco, J.F.; Silveira, L.F.; Aleixo, A.; Agne, C.E.; Bencke, G.A.; Bravo, G.A; Brito, G.R.R.; Cohn-Haft, M.; Maurício, G.N.; Naka, L.N.; Olmos, F.; Posso, S.; Lees, A.C.; Figueiredo, L.F.A.; Carrano, E.; Guedes, R.C.; Cesari, E.; Franz, I.; Schunck, F. & Piacentini, V.Q. (2021). «Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee» 2.ª ed. Ornithology Reserach. doi:10.1007/s43388-021-00058-x
- ↑ Mata, J. R. R.; Erize, F.; Rumboll, M. (2006). Birds of South America – Non-Passerines. Londres: HarperCollins Publishers Ltd. pp. 58–59. ISBN 0-00-715084-9
- ↑ Davies, S.J.J.F. (2003). «Tinamous». In: Hutchins, Michael. Grzimek's Animal Life Encyclopedia. 8 Birds I Tinamous and Ratites to Hoatzins 2.ª ed. Farmington Hills, MI: Gale Group. pp. 57–59. ISBN 0-7876-5784-0
- ↑ Sick, Helmut (1997). Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 164. ISBN 85-209-0816-0
- ↑ a b c BirdLife International (2008). «Yellow-legged Tinamou – BirdLife Species Factsheet». Data Zone. Consultado em 9 de fevereiro de 2009
- ↑ Gagliardi, R. (15 de fevereiro de 2010). «Lista das Aves do Estado do Rio de Janeiro» (PDF). Consultado em 18 de fevereiro de 2010
- ↑ «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022
- ↑ «Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais» (PDF). Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM. 30 de abril de 2010. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2022
- ↑ Livro Vermelho da Fauna Ameaçada. Curitiba: Governo do Estado do Paraná, Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná. 2010. Consultado em 2 de abril de 2022
- ↑ Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em Santa Catarina - Relatório Técnico Final. Florianópolis: Governo do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Fundação do Meio Ambiente (FATMA). 2010
- ↑ Bressan, Paulo Magalhães; Kierulff, Maria Cecília Martins; Sugleda, Angélica Midori (2009). Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo - Vertebrados (PDF). São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA - SP), Fundação Parque Zoológico de São Paulo. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 25 de janeiro de 2022
- ↑ de Marques, Ana Alice Biedzicki; Fontana, Carla Suertegaray; Vélez, Eduardo; Bencke, Glayson Ariel; Schneider, Maurício; Reis, Roberto Esser dos (2002). Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul - Decreto Nº 41.672, de 11 de junho de 2002 (PDF). Porto Alegre: Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; PANGEA - Associação Ambientalista Internacional; Fundação Zoo-Botânica do Rio Grande do Sul; Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA); Governo do Rio Grande do Sul. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 31 de janeiro de 2022
- ↑ «Decreto N.º 51.797, de 8 de setembro de 2014» (PDF). Porto Alegre: Estado do Rio Grande do Sul Assembleia Legislativa Gabinete de Consultoria Legislativa. 2014. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 16 de março de 2022
- ↑ «Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia.» (PDF). Secretaria do Meio Ambiente. Agosto de 2017. Consultado em 1 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de abril de 2022
- ↑ «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018
- ↑ «Crypturellus noctivagus Vieillot». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 17 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022
- ↑ «Texto publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro contendo a listagem das 257 espécies» (PDF). Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro. 2018. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022
- Espécies quase ameaçadas
- Crypturellus
- Aves descritas em 1820
- Fauna da Mata Atlântica
- Aves do Rio Grande do Sul
- Aves de Santa Catarina
- Aves do Paraná
- Aves de São Paulo (estado)
- Aves do Espírito Santo (estado)
- Aves do Rio de Janeiro (estado)
- Aves de Minas Gerais
- Aves da Bahia
- Aves de Sergipe
- Aves de Alagoas
- Aves do Piauí
- Aves de Pernambuco
- Aves da Paraíba
- Aves do Ceará
- Espécies citadas no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
- Espécies citadas na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo
- Espécies citadas na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais
- Espécies citadas no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná
- Espécies citadas na Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção em Santa Catarina
- Espécies citadas na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio de Janeiro
- Espécies citadas na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul
- Espécies citadas na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia
- Espécies citadas no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo