Saltar para o conteúdo

Peter Sloterdijk

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Peter Sloterdijk
Peter Sloterdijk
Escola/Tradição Fenomenologia, antropologia filosófica, pós-humanismo
Data de nascimento 26 de julho de 1947 (77 anos)
Local Karlsruhe, Baden-Württemberg
Ideias notáveis Esferologia (Sphärologie)
Trabalhos notáveis Menschenpark
Era Filosofia contemporânea
Influenciados Bachelard, Claessens, Deleuze, Derrida, Foucault, Günther, Heidegger, Nietzsche, Rajneesh, Tarde, Taubes
Alma mater Universidade de Munique
Universidade de Hamburgo

Peter Sloterdijk (Karlsruhe, 26 de Junho de 1947) é um filósofo fenomenólogo alemão considerado um dos grandes renovadores da filosofia contemporânea. Além da filosofia, ele estudou filologia germânica e história.

De 1968 a 1974, Sloterdijk estudou filosofia, história e literatura alemã na Universidade de Munique. Em 1975, defendeu uma tese sobre filosofia e história da autobiografia na Universidade de Hamburgo. Subsequentemente, Sloterdijk iniciou com sucesso uma carreira de escritor e, a partir de 1992, adicionou cursos às universidades de Viena e Karlsruhe.[1]

Seu primeiro ensaio filosófico, Crítica da Razão Cínica (Kritik der Vernunft zynischen), publicado em 1983, bateu o recorde de vendas de um livro de filosofia escrito em alemão e foi traduzido para trinta e dois outros idiomas. O livro foi saudado por Jürgen Habermas, que considera o "mais importante evento desde 1945". Sloterdijk recebeu o prêmio literário Ernst-Robert Curtius em 1993 e aumentara sua fama ensinando, entre outros, em Paris, Zurique e Nova Iorque.[2]

Desde 1998, Sloterdijk começou sua trilogia denominada Esferas que fez dele uma figura reconhecida no mundo das letras germânicas.

Em setembro de 1999, Sloterdijk publicou uma palestra intitulada "Regras para o Parque Humano: uma carta em resposta à Carta de Heidegger sobre o Humanismo" no semanário Die Zeit, que deu origem a uma polêmica. O filósofo propôs uma reflexão sobre o humanismo, a genética e os problemas colocados pelo que ele chama de "domesticação do ser humano". O uso da palavra "Selektion" (muito carregado de conotações na Alemanha desde o nazismo) em seu texto foi severamente criticado por Jürgen Habermas. O termo foi usado duas vezes na conferência, no contexto de "seleção nativa”. [3]

A polêmica também continuou na França, onde Sloterdijk - que se expressa perfeitamente em francês - recebeu o apoio de seu tradutor Olivier Mannoni, Bruno Latour, Eric Alliez, Jean Baudrillard e Régis Debray.[4]

Obras do Autor

[editar | editar código-fonte]

Livros publicados em inglês

[editar | editar código-fonte]

Livros publicados em português

[editar | editar código-fonte]
  • Regras para o parque humano: levanta o debate sobre o destino do ser humano na época da bioengenharia. O texto foi razão da eclosão de uma das maiores polêmicas político-filosóficas na Europa nos últimos anos.
  • O Desprezo das massas: o fenômeno "luta cultural" em si é o conflito no qual se depara a legitimidade e a origem das diferenças. Discute-se como a metafísica religiosa é intranquilizada pela pergunta sobre de onde provém o Mal e, da mesma forma, como a sociedade secular se defronta com a questão de como deve alimentar suas diferenças (alteridade).
  • No mesmo barco - Ensaio Sobre a Hiperpolitica: ensaio sobre os delírios da política, do paleolítico até hoje. Ao tratar de mais de 4 mil anos de História, Sloterdijk pode distanciar seu olhar à medida que mergulha nas grandes civilizações da antiguidade, o que lhe permite apreender alguns vícios fundamentais de nossa época com perspicácia e originalidade.
  • Se a Europa despertar: neste ensaio, Sloterdijk se pergunta se a Europa dilacerada de 1945 poderia ser vista como metáfora de um império moderno e esclarecido. Os desenvolvimentos políticos recentes, inclusive a derrapagem violenta da política externa norte-americana, já haviam sido previstas pelo filósofo alemão.
  • Ira e tempo: o autor reinterpreta o conceito de ira à luz do pensamento ocidental do século XXI. Para Sloterdijk, no lugar de válvula de escape para desejos não realizados, a ira passa a ter valor histórico, sobretudo na construção de um equilíbrio político. No caminho percorrido pelo filósofo conclui-se que é preciso exercitar este equilíbrio sem se esquivar das lutas necessárias e, ao mesmo tempo, não provocar nenhuma luta supérflua. Entre outras coisas, Sloterdijk mostra que reprimir a ira dita produtiva pode gerar efeitos paralisantes.
  • O sol e a morte: investigações dialógicas: Em forma de diálogo, Peter Sloterdijk reata com o estilo incisivo e a simplicidade das ideias que caracterizam o seu Ensaio Sobre a Intoxicação Involuntária. Revela as motivações existenciais e metafísicas da sua investigação, explica as grandes controvérsias em que esteve envolvido e comenta os principais temas dos seus livros, designadamente de Esferas. Sloterdijk considera que é tempo de abandonar uma filosofia racional e petrificada por um pensamento em movimento, impregnado da antropologia, da poesia e da arte.
  • Crítica da razão cínica: escrita em 1983, edição em português no prelo.

Premiações e Honrarias

[editar | editar código-fonte]

Referências para as publicações em português

[editar | editar código-fonte]

Brasil:

  • 1988, A Árvore Mágica: O surgimento da psicanálise no ano de 1785, tentativa épica com relação à filosofia da psicologia, [...] Casa Maria.
  • 1992, Mobilização copernicana e desarmamento ptolomaico, Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
  • 1999, No mesmo barco. Ensaio sobre a hiperpolítica. Tradução Claudia Cavalcanti, São Paulo: Estação Liberdade.
  • 2000, Regras para o Parque Humano. Uma resposta à carta de Heidegger sobre o humanismo, Tradução José Oscar de Almeida Marques, São Paulo: Estação Liberdade.
  • 2002, Se a Europa Despertar, Tradução José Oscar de Almeida Marques, São Paulo: Estação Liberdade.
  • 2002,O desprezo das massas. Ensaio sobre lutas culturais na sociedade moderna, Tradução Claudia Cavalcanti, São Paulo: Estação Liberdade.
  • 2004, Quinto "Evangelho" de Nietzsche : É possível melhorar a Boa Nova? Tradução Flávio Beno Siebeneichler, Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
  • 2009, Derrida, um egípcio: O problema da pirâmide judia. São Paulo: Estação Liberdade.
  • 2012, Ira e tempo: ensaio político-psicológico. Tradução Marco Casanova. São Paulo: Estação Liberdade
  • 2012, Crítica da razão cínica. Tradução Marco Casanova e outros. São Paulo: Estação Liberdade

Portugal:

  • 2001, Ensaio sobre a intoxicação voluntária: um diálogo com Carlos Oliveira, Tradução Cristina Peres, Lisboa: Fenda.
  • 2004, A Mobilização Infinita, Lisboa: Relógio d’Água.
  • 2007, O sol e a morte: Investigações dialógicas, Peter Sloterdijk e Hans-Jürgen Heinrichs, Tradução Carlos Correia Monteiro de Oliveira, Lisboa: Relógio d’Água.
  • 2008, O Estranhamento do Mundo, Lisboa: Relógio d’Água.
  • 2008, Palácio de cristal. Para uma teoria filosófica da globalização, Lisboa: Relógio d’Água.
  • 2008, Regras para o Parque Humano. Uma resposta à carta de Heidegger sobre o humanismo, Pref.: Luís Quintais, Trad.: Manuel Resende, Coimbra: Angelus Novus.
  • 2008, Se a Europa Despertar: Reflexões sobre o Programa duma Potência Mundial no Termo da sua Ausência Política, Lisboa: Relógio d’Água.
  • 2009, A loucura de deus: Do combate dos três monoteísmos, Tradução Carlos Correia Monteiro de Oliveira, Lisboa: Relógio d’Água.

Referências

  1. D'après Hans Jürgen Heinrichs, « Peter Sloterdijk », dans le Magazine littéraire, 2005, notice reprise sur Sloterdijk.net Arquivado em 16 de março de 2010, no Wayback Machine..
  2. Cité dans « Peter Sloterdijk : "Il faut être déchiré par quelque chose qui nous dépasse pour penser" » Arquivado em 22 de dezembro de 2011, no Wayback Machine., entretien avec Nicolas Truong, dans Philosophie magazine, no 6, 2007.
  3. Voir Olivier Mannoni, « Note du traducteur », dans Règles pour le parc humain, Paris, Mille et une nuits, 2006 [2000], p. 6.
  4. Olivier Mannoni, « Peter Sloterdijk », dans Encyclopædia Universalis, en ligne.
  5. «Reply to a parliamentary question» (pdf) (em alemão). p. 521. Consultado em 11 de dezembro de 2012 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]